quinta-feira, 22 de abril de 2010

Amigas e rivais


NOME ORIGINAL
Amigas y rivales

ESCRITOR
Alejandro Pholenz

PRODUTOR
Emilio Larrosa

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
219

ANO DE GRAVAÇÃO
2001

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2002

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
Amigas y rivales

INTÉRPRETE
Kabah

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Sin pensar volverás a mentir, a engañar,
a robar mis sueños de leyenda
sueños donde me hace volar.

Ganaré, venceré y verás que jamás cederé
mis sueños de leyenda
sueños donde me hace volar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Junto a él probaré que amar es vivir,
descubrir los sueños de leyenda
sueños donde me hace volar

Al final tu sabrás que fue yo quien ganó,
disfrutó mis sueños de leyenda
sueños donde me hace volar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

Amigas y rivales en mundos desiguales
siempre tan amigas, siempre tan rivales
ellas sólo quieren amar.

TEMA DE SAÍDA
Amigas y rivales

INTÉRPRETE
Alex Sirvent

Amigas y rivales van.
Amigas y rivales son.
Amigas y rivales van.
Amigas y rivales son.

Amigas y rivales peleando por un amor
te vas metiendo a la deriva de su corazón,
siempre perfectas sin tu amor
era el mismo sentimiento como el que llevas tú.

Amigas y rivales en una historia sin fin
van seduciendo tu mirada a su manera de ser,
siempre distintas, siempre iguales
en un juego peligroso buscan el éxito.

En un cielo azul te cautivan y te vuelven loco.

Amigas y rivales
enamoradas, orgullosas,
van las amigas y rivales,
en dónde irán a dar
tomadas de la mano.

Amigas uooh y rivales ouooh.
Amigas uooh y rivales.

Amigas y rivales entre la revolución,
disparatadas, inconcientes cuando hablan de amor.
Son como el ángel de tus sueños que libere
te enloquecen en tanta juventud.

En un cielo azul te cautivan y te vuelven loco.

Amigas y rivales
enamoradas, orgullosas,
van las amigas y rivales,
en dónde irán a dar
tomadas de la mano.

Amigas uooh y rivales ouooh.
Amigas uooh y rivales.

Amigas y rivales
enamoradas, orgullosas,
van las amigas y rivales,
en dónde irán a dar
tomadas de la mano.

Amigas uooh y rivales ouooh.
Amigas uooh y rivales.

Amigas y rivales van.
Amigas y rivales son.


ELENCO

Angélica Vale: Wendy Nayeli Pérez

Michelle Vieth: Laura González

Ludwika Paleta: Helena Delaor

Adamari López: Ofélia Villada

Arath de la Torre: Roberto Delaor Jr.

Joana Benedeck: Rosana Brito Delaor / Carolina

Eric del Castillo: Roberto Delaor Servin

Rodrigo Vidal: Armando

Susana González: Ângela

Rafael Inclán: Moncho/ Manuel de la Colina

Nailea Norvind: Paula Moréll

Marisol Mijares: Andréa González

Eugenio Cobo: Pedro González

Gabriel Soto: Ulisses Veizaga

Carlos Miguel: Chacal

Maki: Alessandra

Johnny Lozada: Johnny Trinidad

Rodrigo Ruiz: Padre Emiliano

Claudia Troyo: Mônica

Damián Mendiola: Abelardo

Chela Castro: Carlota

Irina Areu: Loura

Luis Roberto Guzmán: Frank

Alicia Fahr: Alma González

Marina Marín: Amanda

Manuela Imaz: Tamara de la Colina

Mayrin Villanueva: Georgina

René Strickler: Carlos Torreblanca

Felicia Mercado: Sônia Torreblanca

Martha Julia: Margarida

Nailea Norvind: Paula Morell

Ernesto Laguardia: Ernesto Laguardia

Elias Chiprout: Luís

Eduardo Santamarina: José Alcântara

Alejandro de la Madrid: Orlando

Luis Courtier: Emilio Larrosa

Sergio de Fassio: Gema

Edgar Ponce: Ricardo

Paulo César Quevedo: Edgar

Rudy Casanova: Tony Corrales

Ana Liz Rivera: Marilú

Imperio Vargas: Yolanda

Ricardo Silva: Joaquim

Sergio Acosta: Gardênia

Salim Rubiales: German de la Colina

Ramón Valdés: Rodrigo

Lorena Velázquez: Itzel de la Colina

Zoila Quiñones: Adelaide

Alejandro Avila: Sebastião

Benjamín Rivero: Lalo Bonavides

Shirley: Julieta

Christina Pastor: Irene


PERFIL DAS PERSONAGENS

Laura (Michelle Vieth) – com 21 anos, ela se vê como uma adolescente. Sensível e introvertida, entra em conflito quando conhece Roberto e seu pai e não sabe por qual dos dois está realmente apaixonada.

Helena (Ludwika Paleta) – jovem rica, ela é arrogante e preconceituosa. Leva uma vida cheia de excessos com drogas, sexo e álcool. Intimamente, no entanto, sente um enorme vazio e quer um amor sincero.

Ofélia (Adamari López) – vive num mundo superficial. Cai na realidade quando descobre que está com AIDS. Então aprenderá que amizade não se pode comprar.

Nayeli (Angélica Vale) – otimista e simpática, seu maior desejo é sair da pobreza e ser uma grande estrela de cinema. Seu caminho será difícil, e aprenderá que às vezes obstáculos podem levar à verdadeira felicidade.

Roberto (Arath de la Torre) – jovem inteligente e responsável. Estudante de Direito, ama a carreira que escolheu. Sua fraqueza são as mulheres. Sente-se culpado e confuso pela atração que tem pela jovem madrasta.

Armando (Rodrigo Vidal) – melhor amigo de Roberto. Instável e complexado, deseja casar-se com Helena para elevar sua posição social e sair das dívidas que contraiu com sua fixação em se passar por um rapaz rico.

Ulisses (Gabriel Soto) – zombado pelos companheiros, que o chamam de “O feio”, é desajeitado, inseguro e rude ao falar. Acredita estar apaixonada por Laura, mas a tragédia de Ofélia faz com que ele se aproxime dela, nascendo entre eles uma bonita relação.

Johnny (Johnny Lozada) – jovem boxeador filho de mexicanos e nascido em Nova Iorque. De bom caráter, conhece Nayeli em Los Angeles e fica interessado por ela. Quando ela é deportada, Johnny vai ao México buscá-la. Em Acapulco ele conhece Elena, que fica fortemente atraída por ele.

Roberto (Eric del Castillo) – um dos empresários mais ricos do pais, é um homem correto, culto e refinado. Tem uma boa relação com seu filho Roberto, mas o mesmo não acontece com a filha Helena. Casado com Rosana, ele se apaixona por Laura e decide transformá-la em uma mulher sofisticada.


INTRODUÇÃO

Nessa novela são apresentadas quatro jovens muito diferentes: Helena (Ludwika Paleta), Nayeli (Angélica Vale), Ofélia (Adamari Lopez) e Laura (Michelle Vieth). Cada uma com sua história, uma mais polêmica que a outra, e cada uma com um amor inusitado.


RESUMO

Laura pertence a uma família de classe média. Séria e estudiosa, ela cursa Informática numa universidade particular, pois ganhou uma bolsa de estudos. Laura conhecerá Helena, filha de um empresário milionário. No início, as duas garotas terão muitas divergências, mas aos poucos o laço de amizade vai se fortalecer.

Helena é a típica menina rica e irresponsável. Para ela, sexo é apenas mais uma diversão descompromissada.

Ofélia é a melhor amiga de Helena e tem comportamento parecido. Também muito rica, Ofélia leva uma vida repleta de diversões e prazeres. A tragédia, porém, marcará seu destino e abrirá seu olhos para uma dura realidade: ela vai contrair o vírus da AIDS.

A quarta protagonista é a humilde Nayeli, que trabalha como empregada na casa de Helena. Fã da atriz Salma Hayek, seu sonho é ser uma estrela de Hollywood, assim como seu ídolo. Esse desejo levará Nayeli a entrar ilegalmente nos Estados Unidos, atitude que lhe trará amargas experiências.

Outro protagonista é o estudante de Direito, Roberto, irmão mais velho de Helena. Nayeli irá à universidade pedir ajuda a ele e então conhecerá Laura. As duas se tornarão amigas, mas a amizade entrará em risco quando ambas se descobrirem atraídas por Roberto.

Com o tempo, os sentimentos de Laura ficarão divididos entre Roberto e o pai dele, o empresário Roberto. O senhor Roberto vai contratar Laura para que ela lhe ensine a usar os novos computadores de sua empresa. Inconscientemente, Laura o compara a seu próprio pai, um homem fraco sem caráter.

Rosana, a segunda esposa do senhor Roberto é uma mulher muito bonita, que atrás da máscara de mulher ideal esconde uma alma criminosa e sem escrúpulos. Rosana é apaixonada pelo filho do marido e disposta a tudo para ser amante do rapaz.


COMENTÁRIOS

Helena que começou como uma garota rebelde e promíscua, acabou namorando um traficante, mas se apaixonou por um boxeador, se drogou muito e foi seqüestrada, violentada e prostituída, e foi parar em uma clínica onde se apaixonou pelo médico, que a abandonou por outra, descobriu a verdade sobre sua madrasta e encontrou um outro pretendente.

Nayeli era empregada de uma família rica, sem querer assassinou um malandro, fugindo para os EUA ilegalmente, o que não deu certo e voltou. Apaixonada pelo filho do patrão, lutou em vão por ele. Conseguiu ir para uma gravadora, onde foi enganada, conheceu um produtor de TV, se tornou atriz de novela, se apaixonou pelo galã, teve a irmã sequestrada, e ficou dividida entre seus dois amores.

Ofélia foi abandonada pela mãe, levou uma vida promíscua, até descobrir ter AIDS, enfrentou o preconceito, se apaixonou pelo jovem mais feio da faculdade, se casou, reencontrou a perversa mãe, se sacrificou indo para um convento, voltou com o marido, voltou a abandonar o marido, encontrou o rapaz que supostamente lhe infectou, voltou com o marido e decidiu não abandoná-lo mais, mesmo com a doença.

Laura foi trabalhar para o inimigo de seu pai e se apaixonou por ele, um homem muito mais velho, ficou noiva, mas sua vulgar mãe disse que ele era seu verdadeiro pai, tudo terminou, mas depois esclareceram tudo, ela se apaixonou pelo filho, apesar de voltar a namorar o pai, supostamente matou o filho do amado, foi injustiçada, assumiu o namoro com o filho, encontrou seu verdadeiro pai e sofreu inúmeras tentativas de assassinato.

Enfim, cada uma delas teve muita história para contar, apesar disso, nenhuma delas brilhou mais que a grande vilã da novela, Rosana Brito. A sedutora vilã começou apenas como uma mulher interesseira disposta a tudo para ficar com o enteado, Roberto Jr. Porém com o tempo, Rosana virou a grande protagonista da novela. Era ela quem dava as cartas, e decidia o destino da novela. As situações acabaram sendo todas causadas por ela. Muitos assassinatos, crimes brutais, abortos arranjados, enfim, uma vilã que merece o respeito e que marcará para sempre. O passado de Rosana era um verdadeiro mistério, mas pouco a pouco, ela foi mostrando as garras, e seu toda sujeira veio à tona. Encontrou mais tarde um parceiro, Sebastião, o sequestrador de Helena que queria se vingar das amigas e rivais por ter sido estuprado por vários homens na cadeia. Com o tempo, ele percebeu que a psicopata continuava louca. Joana Benedek deu um show em Amigas e Rivais e mostrou o motivo de ser a vilã do ano. Precisou uns três capítulos para que contassem todos os crimes de Rosana, isso que não sabiam de todos ainda.

Gabriel Soto foi outro destaque. A princípio, ele era o menos importante do elenco masculino. Apesar de um já intencional crescimento, ele mostrou que convenceu como o simpático Ulisses, que de feio desprezado passou a ídolo das mulheres. Claro, sem perder o jeito desastrado e cômico de ser.

Mais para frente, entrou outra amiga: Tamara. Ela entrou como a filha de Manuel, que no passado teve um namorado roubado por Helena e virou então sua rival. Se apaixonou por Armando, e desde a morte dele, se apaixonou por quase todos os homens. Na verdade, Tamara é a mais “sem história” das amigas, e isso acabou virando seu motivo na novela, encontrar um amor de verdade. Destaque para sua primeira vez, quando usou Luís.

Amigas e Rivais foi um sucesso tão grande, que Emilio Larrosa se viu obrigado a esticar a novela. Chamou então um elenco de peso, que foi entrando aos poucos na novela. A começar por Carlos Torreblanca, um médico que perdeu seu irmão gêmeo e que se interessou por Helena. Esse personagem foi o mais indeciso, primeiro ele não sabia se ficava ou não com Helena, depois ele não sabia se ficava com Helena ou Ângela. Isso desde sua entrada na novela até o final. Vale lembrar que Ângela era o amor do passado, separado por sua mãe Sônia Villalobos Torreblanca.

Vale comentar o crescimento de Ângela na história. Susana González reclamou com Emilio Larrosa que ela só estava na novela para aparecer de biquíni. Eis que acabou tendo uma história própria, mas também descaracterizou a personagem completamente. De uma ambiciosa parasita, virou uma sofredora arrependida. Pagou com a morte, o que os fãs não gostavam, pois ela era muito querida.

Andréa foi uma das que mais sofreu. Foi rebelde, estuprada, grávida, infértil, depressiva, alcoólatra, suicida, abandonada e hospitalizada. Outra que deu o que falar foi a prostituta Georgina, que entrou na novela sem saber com quem estava se metendo, e acabou se dando bem, escapando da morte.

Para esticar mais ainda a novela, Nayeli vira atriz com atores de verdade, Ernesto Laguardia se apaixona pela plebeia, mas Paula Morell era apaixonada por ele. Nailea cresceu bastante com sua participação, que deixou de lado as maldades. Aliás, a princípio a personagem não sabia se era vítima ou vilã, mas depois de outro estupro virou uma mártir. Eduardo Santamarina entrou na novela com um ar cômico, José era o fazendeiro que paquerava Helena descaradamente, e que ela o odiava. Ele também roubou a cena nas últimas semanas.

Amigas e rivais teve atuações que foram do ótimo ao péssimo. Ótimo por Ludwika Paleta que deu um banho como a problemática da novela, por Joana Benedek que brilhou do início ao fim como a enlouquecida Rosana, Angélica Vale, que começou com uma certa antipatia do público, mas superou todas as críticas e deu a volta por cima tanto dentro como fora da novela, Gabriel Soto, que conquistou o público, Alejandro Ávila, que foi um bom vilão, Rodrigo Vidal, que ficou pouco tempo mas trabalhou muito bem, Adamari Lopez, que saiu de terríveis vilãs para comover o público com seu drama, Marisol Mijares, a mais jovem das amigas e também uma das mais sofridas, entre outros.

Já o péssimo começa sem dúvida com Michelle Vieth, por sua atuação medíocre ao longo dos capítulos, suas feições ridículas e forçadas. Emilio Larrosa justificou o enfraquecimento da personagem porque o romance dela com Roberto deixou o público um tanto chocado no México, então ele preferiu investir na história rosa de Nayeli. Além de Arath de la Torre, inexpressivo a cada capítulo, e frio em seu personagem. Johnny Lozada, que com seu Johnny era um verdadeiro idiota, e ficou cada vez mais forçado depois que o personagem enriqueceu e resolveu se drogar.

Michelle Vieth brigou com a produção e saiu nos capítulos finais. Ela alegou doença, mas todos sabiam que ela não se dava bem com o elenco. Arath de la Torre expôs isso várias vezes e Angélica Vale era sempre fria ao se referir a ela. Enfim, essa não foi uma novela para Michelle Vieth. Falando em amizade, Adamari Lopez e Ludwika Paleta se tornaram muito amigas fora das câmeras também.

Enfim, Amigas e rivais foi uma novela muito diferente. Começou polêmica e inovadora, e terminou uma novela policial e violenta, com tiros, crimes e venenos para quem quisesse. Os personagens não foram totalmente bons, Laura foi capaz de namorar pai e filho ao mesmo tempo, Helena, sempre arrogante, Roberto Jr. se apaixonou pela mulher do pai duas vezes, Johnny de auxiliar contra drogas passou a drogado, até a Nayeli também vivia aprontando maldades contra seu colega Xavier. Mas a única que foi totalmente má foi Rosana, apesar de fingir ser uma doce mulher no início.

Esticada em 35 capítulos pelo SBT, Amigas e rivais, foi uma novela que gerou muitos comentários, por sua forma ousada de tratar a realidade, e por seus personagens marcantes e que não sairão da cabeça do público. A cada capítulo, novidades e mais acontecimentos para nunca deixar a novela parada. E é assim que a novela termina, agitada e sobretudo, sempre polêmica.

Salomé


NOME ORIGINAL
Salomé

ESCRITOR
Arturo Moya Grau

PRODUTOR
Juan Osorio

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
150

ANO DE GRAVAÇÃO
2001

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2002

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA 1
Si tú quisieras

INTÉRPRETE
Los Temerarios

Si tú quisieras yo daría mi vida
sólo por un beso de ti.
Si tú quisieras gritaría al mundo
que te amo y que sólo pienso en ti.
Que te amo, que te amo, que te amo
y que sólo pienso en ti.
Si tú quisieras le darías a mi alma,
con tu amor la fe que ya perdí.
Me haces falta, me haces falta
le haces falta a mi corazón,
y te pido…

Que vuelvas, que me perdones,
te juro que ya no te haré sufrir.

Vivo arrepentido,
pero si tú quisieras, pero si tú quisieras
yo te haría feliz.

Si tú quisieras le darías a mi alma
con tu amor la fe que ya perdí
Me haces falta, me haces falta
le haces falta a mi corazón
Y te pido…

Que vuelvas, que me perdones,
te juro que ya no te haré sufrir.

Vivo arrepentido
pero si tú quisieras, pero si tú quisieras,
yo te haría feliz.

Yo te haría feliz…

TEMA DE ABERTURA 2
Si no te hubieras ido

INTÉRPRETE
Marco Antonio Solís

Te extraño más que nunca y no sé que hacer,
despierto y te recuerdo al amanecer.
Me espera otro día por vivir sin ti,
el espejo no miente, me veo tan diferente,
me haces falta tú.

La gente pasa y pasa siempre tan igual,
el ritmo de la vida me parece mal,
era tan diferente cuando estabas tú,
sí que era diferente cuando estabas tú.

No hay nada más difícil que vivir sin ti, no,
sufriendo en la espera de verte llegar.
El frío de mi cuerpo pregunta por ti
y no sé dónde estás,
si no te hubieras ido sería tan feliz…

La gente pasa y pasa siempre tan igual,
el ritmo de la vida me parece mal,
era tan diferente cuando estabas tú,
sí que era diferente cuando estabas tú.

No hay nada más difícil que vivir sin ti, no,
sufriendo en la espera de verte llegar.
El frío de mi cuerpo pregunta por ti
y no sé dónde estás,
si no te hubieras ido sería tan feliz…

No hay nada más difícil que vivir sin ti, no,
sufriendo en la espera de verte llegar,
y no sé dónde estás,
si no te hubieras ido sería tan feliz…
Si no te hubieras ido sería tan feliz…


ELENCO

Edith González: Fernanda Quiñones de Lavalle "Salomé"

Guy Ecker: Júlio Montesino

Niurka: Karina

Rafael Amaya: José Juliano

Aarón Hernán: Artur Montesino

Mónika Sánchez: Ângela de Montesino

María Rubio: Lucrécia de Montesino

Julián Bravo: Guilherme

Rosy Calderón: Rosy

Raúl Castellanos: Joãozinho

Iliana de la Garza: Leonor

Marín Hernández: Romário

Patricia Reyes Spíndola: Manuela

José María Torre: José Armando Lavalle

Rafael Amaya: José Juliano Lavalle

Ernesto D’Alessio: José Miguel Lavalle

Thaila Amezcúa: Roberta

Kelchie Arizmendi: Natália

Lorena Álvarez: Luísa

Jaime Garza: Hipólito

Sebastián Ligarde: Diego

Katie Barberi: Laura de Cansino

Alessandra Rosaldo: Karla Cansino

José Roberto Cantoral: Lúcio

Jacqueline Voltaire: Isabelle Winther

Milton Cortés: David "Matador"

Pablo Cheng: Willy

Juan Imperio: Animador

Susana Zabaleta: Susana

Marco Uriel: Roberto

Mario Casillas: Rodrigo

Constanza Fernández: Jandira

Jacqueline Arroyo: Irma

Eduardo Verástegui: Eduardo

Carlos Szavozd:. Guerreiro

Marco Méndez: León

Patricia Ramírez: Mercedes

Hilda Aguirre: Nery

Yalda: Ana

Denisse: Denise

Jessica Segura: Estelinha

Silvia Eugenia Dérbez: Brenda

Julio Camejo: Xavier

Carmen Becerra: Diana

Paty Díaz: Marta

Andrés García Jr.: Vítor

Rodrigo Vidal: Soraya 

Carlos González: Cairo

Arturo Guízar: Abel

Roberto Palazuelos: Beto "Figurino"

Serio Jiménez: Armando

Carmen Molero: Adélia

Yolanda Montes: Yolanda

Leo Naverro: Caretas

Alejandra Procuna: Rebecca Santos

Yuliana Peniche: Money

Damián Mendiola: Mauro

Roberto Vander: Maurício

Romina Ivana Pasos: Lupita

Rosita Pelayo: Suzy

Leticia Perdigón: Lola

Armando Quiñónez: Nicolau

Raúl Ramírez: Doutor Inácio

Carlos Eduardo Rico: Ciro

Fernando Robles: Chico

Luis Romo: Marcelo

Damián Sarka: Dente de ouro

Moisés Suárez: Germano

Teo Tapia: Gustavo

Thelma Tixou: Teporocha

Rosario: Zully Keith

Yamile Bolahesen: Salomé (Criança)


PERFIL DAS PERSONAGENS

Salomé (Edith González) – uma mulher bonita e sensual. Dança e canta em um cabaré. Mas sua vida é repleta de desilusões. É muito sensível. Apaixona-se por Júlio e enfrenta todos os riscos de ter um relacionamento com um homem casado.

Júlio (Guy Ecker) – um advogado muito atraente e de grande personalidade. É casado com Ângela, mas sofre por causa da doença da mulher. Conhece Salomé e com ela experimenta novas emoções, mas se sente culpado por trair a esposa.

Ângela (Monika Sánchez) – é uma mulher bonita, mas está doente. Sabe que está com câncer, mas luta para viver. É compreensiva, apaixonada pelo marido e capaz de perdoar todos os seus erros.

Yolanda (Yolanda Montes) – uma mulher muito bonita. Na juventude, foi uma grande dançarina. É uma mãe para Karina e Salomé.

Lucrécia (María Rubio) – é uma mulher muito forte e costuma manipular as pessoas. Apesar disso, ama a família e adora cuidar de sua casa. É capaz de tudo para conseguir seus objetivos.

Karina (Niurka) – ela sabe que é bonita e sensual. Adora seu trabalho de dançarina.

Artur (Aarón Hernán) – é um homem bom. Ama Lucrécia, mas não se sente amado por ela. Gosta de ajudar as pessoas.

Manuela (Patricia Reyes Spíndola) – trabalha para a família de Lucrécia há anos e ajudou a criar Júlio. Consegue controlar Lucrécia, pois sabe de alguns segredos.

Diego (Sebastián Ligarde) – é irmão de Ângela. É um grande conquistador. Espera com ansiedade a herança da irmã.

Beto (Roberto Palazuelos) – sedutor. Seduziu Salomé e a abandonou. Mas depois volta e fica sempre a perseguindo. É vingativo e capaz de prejudicar Salomé.


INTRODUÇÃO

Salomé é um remake da telenovela Colorina, de 1980, onde Lucía Méndez personifica uma dançarina de cabaré. Nesta versão, a personagem é interpretada por Edith González.


RESUMO

Órfã desde a infância, Fernanda Quiñones teve muitas decepções durante a vida e aprendeu muito com elas, tornando-se uma mulher com profundo sentido da realidade. Bela e provocante, ela, que trabalha como dançarina em um cabaré, acredita que um dia conseguirá sair da pobreza.

Artisticamente, é conhecida como Salomé e trabalha no salão de espetáculos D' Rubí na Cidade do México, juntamente com sua amiga Karina. O salão é propriedade de Yolanda que é como uma mãe para Salomé e para Karina. Estas duas são amigas inseparáveis e têm como sonho se tornarem as "Rainhas da Noite".

Salomé é diferente das demais mulheres do lugar. Apesar de haver levado uma vida miserável pelas ruas, carecendo de estudo e família, ela sonha com o verdadeiro amor que espera encontrar um dia. Entretanto, se consola bebendo, dançando e aguentando as atenções de Figurino, um amante ocasional que tem vínculos criminais.

Numa noite de trabalho, Salomé conhece Diego, um rapaz que aparece no cabaré sem dinheiro para pagar a conta. No dia seguinte, ela decide ir com sua amiga Karina até a casa do moço para cobrar o que ele deve. Salomé não suspeita que essa atitude mudará seu destino para sempre.

Diego vive na mansão da família Montesinos, que fica num dos bairros mais ricos da cidade. Sua irmã, Angela, esposa de Júlio Montesinos, sofre de câncer, não podendo gerar filhos.

Salomé é recebida com desprezo por Lucrécia, a mãe de Júlio, que vive obcecada por ter um neto e não suporta Angela, desejando que Júlio se divorcie dela e se case com quem possa lhe dar filhos. Júlio presencia o incidente e sente uma certa simpatia pela moça.

Júlio decide ir ao cabaré com o pretexto de averiguar se Diego saldou a dívida. Ao ver Salomé dançar, ele sente uma forte atração por ela e a convida para sentar em sua mesa.

Quando conheceu Júlio, na mansão, Salomé sentiu que ele era o homem de seus sonhos, mas a vida a fez desconfiar até mesmo dos sonhos. Ela sabe que a diferença de classe social entre os dois é uma barreira e se contenta com os momentos que fica ao lado de Júlio, sem ter muitas ilusões. Ao longo do tempo Salomé e Júlio se encontram várias vezes e o amor entre eles cresce.

A noitada, porém, é interrompida por uma violenta briga, quando Salomé é ofendida no cabaré e Júlio tenta defendê-la. Todos terminam a noite na prisão.

No dia seguinte, Júlio e Lucrécia convidam Salomé para uma visita à mansão. O plano de Lucrécia é simples: tendo notado o interesse do filho pela dançarina, a mãe do rapaz acredita que, propiciando as circunstâncias, Salomé poderia lhe dar o neto que tanto deseja e que Angela não pode conceber por causa de sua enfermidade.

A aproximação aumenta a atração entre Júlio e Salomé. Nessa noite eles não conseguem resistir à paixão, ainda que sabendo que esse amor é proibido.

Os amantes de uma noite, porém, decidem pela separação. Salomé regressa ao cabaré e, em pouco tempo, descobre que está gravida. Quando Lucrécia fica sabendo, oferece à dançarina uma quantia em dinheiro suficiente para que ela inicie uma nova vida. Mas, para isso, Salomé terá que lhe entregar a criança.

Salomé, sabendo que não terá futuro com Júlio, a princípio, aceita a proposta de Lucrécia, mas ao saber que Júlio, apesar de amá-la, não deixará sua esposa Angela, Salomé descobre que será esta que criará a criança como sendo seu filho, então ela se arrepende e com a ajuda da boa Manuela, governanta da mansão Montesinos e que guarda um grande segredo, Salomé consegue fugir para o interior com seu bebê e ainda os dois filhos de seu amigo Hipólito. Ela tem a ideia de registrar os três filhos como gêmeos, inclusive os bebês abandonados como seus verdadeiros filhos. Ela se estabelece como cabeleireira em Cidade Juárez.

Passam-se vinte anos e Salomé, que agora utiliza o seu verdadeiro nome Fernanda, torna-se uma rica mulher de negócios que deixou para trás sua vida no cabaré e vive com seus três filhos, José Armando, José Miguel e José Juliano.

Retorna ao México para se encontrar novamente com sua velha amiga Karina, que leva uma vida miserável após seu fracasso da sua relação sofrida com os maltratos por Lúcio. Mas as coisas se complicam quando ela se encontra por acaso com Júlio e sua mãe, que quer saber a tudo custo qual dos três jovens é seu verdadeiro neto e herdeiro da fortuna dos Montesinos.

Salomé descobre que Angela, a esposa de Júlio morreu, e os dois voltam a ser felizes juntos. Mas há muita gente querendo que esse amor não dê certo e muitos segredos a serem revelados.


COMENTÁRIOS

A ideia de fazer a novela Salomé, fariar renascer um clássico da Televisa: a novela Colorina. Estrelada por Lucía Méndez e Enrique Álvarez Félix, a trama foi um verdadeiro escândalo nos anos 80, quando foi exibida. Originalmente, o remake se chamaria La güera Salomé (A loira Salomé), mas o público achou muito vulgar e impediu que a novela tivesse esse nome. Para viver a dançarina, foi chamada a atriz Edith González. Juan Osório, produtor da novela, já havia trabalhado com ela em Nunca te olvidaré, uma trama de sucesso, por isso voltaria a repetir a dobradinha.

Para viver o galã da história, vários atores foram chamados e recusaram o papel, que acabou ficando para o brasileiro Guy Ecker. María Rubio, que havia trabalhado em Colorina, foi chamada para encarnar a víbora Lucrécia. E Mónika Sánchez teria uma oportunidade para viver uma personagem diferente do que estava fazendo: a boa Ângela.

Começava então Salomé. Logo de cara, uma cena chocante: Salomé se joga do alto de um prédio em um pesadelo. Os mexicanos acharam a cena muito forte, e ela quase não vai ao ar. Na Univisión, nos EUA, a cena não foi exibida. Justo a primeira cena da história. Vale a pena lembrar que os mexicanos ainda são muito conservadores, e principalmente católicos, o suicídio ainda é um tabu nacional.

No primeiro capítulo, já foi apresentada a conformidade de Salomé em viver em um ambiente promíscuo, e que apesar disso, Salomé era feliz em ser a estrela do Salão D’ Rubí. Também mostrou Karina, a fiel amiga da cabareteira. E os maus tratos que Ângela sofria por parte da sogra diabólica, Lucrécia, e por fim, a infelicidade de Júlio, por causa da esposa que não era capaz de dar filhos, e por isso, sua mãe a odiava.

Uma trama consistente e promissora entrava ao ar, mas a trama se perdeu já no seu princípio, com a lentidão da trama, e personagens demais sem função. Como Lola, uma boa atriz em um papel sem importância, Laura, depois de pequena participação, sumiu e aparecia esporadicamente, e também a violência com que Chico tratava a esposa Leonor. A maioria dos secundários só tiveram alguma importância no final da primeira fase, por causa de seus filhos que estariam na próxima etapa de Salomé. A maior prova disso, é que na última semana, houveram muitas mortes para acabar de vez com as personagens desnecessárias.

Lola estaria na segunda fase, mas pediu para sair da novela para poder estar em Así son ellas. Também tivemos banhos de interpretação. Edith González teve seu maior desafio na primeira fase, compondo uma Salomé debochada, escandalosa, vulgar, mas também romântica. Ao mesmo tempo que tinha que aproximar sua atuação da Colorina original, tinha que afastar, para evitar comparações. Júlio também se saiu melhor na primeira fase do que na segunda, mas não foi por mudança de comportamento, mas sim pelo esvaziamento de situações de seu personagem na fase seguinte.

A personagem Salomé, apesar de bem interpretada, não foi aceita logo de início. Seu maior obstáculo sem sombra de dúvidas foi Ângela, a doente esposa de Júlio. O público não torcia contra Salomé, mas também não aceitava que ela tirasse o lugar da sofrida esposa, apaixonada. A comovente atuação de Mónika emocionou o público e proporcionou um dos melhores momentos da trama: a sua agonia.
Vale destacar o excelente trabalho de Rodrigo Vidal na pele de Soraya, a transformista apaixonada. Essa atuação lhe rendeu o prêmio de melhor ator coadjuvante do ano no TV y Novelas.

Apesar do fracasso da primeira fase no México, por ser um tanto cansativa e lenta, ela foi a que mais se aproximou do universo marcado por Colorina, com o luxo e o glamour proporcionados pelas noites de cabaré, que trouxeram o contraponto da elegância e da decadência de valores na sociedade mexicana.

O grande trunfo da segunda fase de Salomé foi descobrir quem era o verdadeiro filho de Júlio. No México, inclusive foram abertos números para o público telefonar e opinar quem achava que era um Montesinos. Foi esse gancho que fez a audiência alavancar e transformar a novela em um grande sucesso.

Fernanda tentava a todo custo impedir um reencontro com seu passado, mas foi inevitável com a incursão de seus filhos na faculdade de Júlio. Não demorou para que Júlio e Fernanda se reencontrassem e que assim, se instalasse o calvário da heroína para manter seu segredo.

Foi por intermédio da faculdade, que foi injetada juventude em Salomé. Foi daí que surgiram personagens que cativaram o público, como Money, uma inusitada amiga dos irmãos Lavalle. A filha de Laura que foi adotada por Júlio, Karla, inicialmente disputada pelos três irmãos, que acabou por ficar com José Juliano. E também Natália, a princípio, uma menina apagada que era simplesmente a melhor amiga de Karla. Mas que se casou apaixonada por José Armando e acabou por descobrir que tinha uma doença incurável, com uma morte irremediável.

Em outro polo da história, ainda existia o salão D’ Rubí, mas totalmente decadente e vulgar, por culpa da administração de Diego, que viria a se tornar um grande vilão na trama, e escravizar a doce Roberta, tornando-a uma bailarina, a Dama Mascarada, por quem José Miguel se apaixonaria sem saber da verdade, e ao se revelar tudo, a desprezaria tal qual fez com sua mãe. No salão D’ Rubí voltaria a encontrar Karina, completamente dominada pelo álcool, e assim fazendo desta uma das personagens mais queridas na história. Essas mudanças radicais na trama tornaram Salomé um êxito inegável.

Amor, ação, mistérios e muitas revelações fizeram a trama ficar imperdível. Muito mais inspirada que na primeira fase. Em compensação, Edith González ficou estranha ao ser mãe de rapazes que mais pareciam seus irmãos, e Guy Ecker reclamou de seu personagem, esvaziado pela história. Não era pra menos, apesar dele ser o mais interessado no segredo de Fernanda, não houveram muitas situações para Júlio.

Vale lembrar momentos como o sequestro dos filhos de Salomé, e também o desaparecimento de Fernanda, onde a produção deu um banho de competência, exceto no acidente de avião, exatamente a mesma cena usada em A alma não tem cor. E um dos momentos mais marcantes também foi a descoberta do passado de Fernanda, quando seus filhos a desprezaram.

Sobre a atuação dos jovens, vale destacar Ernesto D’Alessio, com sua personagem interessante onde humilhou Roberta, mesmo quando o destino da moça era igual ao de sua mãe. E José María Torre como “o mais ambicioso dos irmãos Lavalle” como ele mesmo se definiu, e sua vontade de ser o herdeiro da fortuna de Ângela e sua simpatia por Lucrécia.

A loucura de Maurício fez com que sua personagem se tornasse mais crível que no início. E Diego começou uma execução de personagens que não teve fim.

O único erro da segunda fase foram os constantes esticamentos, que resultou em uma perda de memória desnecessária para Júlio e que pouca função teve.

Salomé encerrou sua exibição como uma trama que não conseguiu superar a versão original, mas que adquiriu uma personalidade própria ao longo de sua exibição. Boas personagens, bem interpretadas e uma produção que soube dar o tom exato que cada cena necessitava.

Apesar de aqui no Brasil a trama ter passado por sérios problemas de audiência, enfrentando uma concorrência desleal com programas de gosto duvidoso, recebendo um horário fracassado, Salomé foi uma trama que conseguiu cativar o público, empolgando os telespectadores.

O amor de Júlio e Salomé acabou por se concretizar em uma trama muito querida, e mesmo que aqui não tenha funcionado, foi uma das mais vendidas dos últimos tempos, causando um enorme furor em muitos países.

A trilha sonora de Salomé foi lançada para os Estados Unidos com músicas diferentes da trilha mexicana que não chegou a ser lançada. No Brasil, tocaram as mesmas músicas do México.

Salomé chegou ao final como uma trama cheia de contrastes, de altos e baixos, mas, felizmente, com saldo positivo. Amor, ódio, alegria, tristeza, desprezo e vingança fizeram dessa trama uma obra inconfundível.

Maria Belém


NOME ORIGINAL
María Belén

ESCRITOR
Julio Porter

PRODUTORA
Martha Patricia “MaPat” López de Zatarain

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
101

ANO DE GRAVAÇÃO
2001

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2002

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
María Belén

INTÉRPRETES
Danna Paola e Rabanitos Verdes

¿Cómo puede caber en tu cuerpo
un corazón tan grande?
¿Cómo puedes traer dentro de ti
un torbellino de amor?

¿Cómo puede una chispa provocar
todo un incendio…?
Bello ángel que te enfrentas
con la fuerza de un volcán.

María Belén, María Belén
fuiste elegida para hacer el bien.
María Belén, María Belén,
la aguerrida pequeña gigante…

Si tropiezo, me levanto…
Y te enfrentas como un huracán.

María Belén, María Belén,
fuiste elegida para hacer el bien.
María Belén…
Con mi alma gemela y mi cofre,
con Jonás y con mi estrella,
al final del arcoiris…
tu tesoro encontrarás.


ELENCO

Danna Paola: Maria Belém García Marín

Nora Salinas: Ana del Río

Marcela Páez: Cláudia del Río

Alfredo Adame: Afonso García Marín

Mary Paz Banquells: Patrícia García Marín

René Laván: Pablo Días Cortázar

Maya Mishalska: Úrsula Arana

Dacia Arcaraz: Malena

Harry Geithner: Rogério

María Marcela: Madalena

Xavier Mark: Adolfo Serrano

Mónica Prado: Hilda Serrano

Luis Xavier: Antônio Sanz

Alejandra Barros: Valéria Montaño de Sanz

Yurem Rojas: Bruno Sanz Montaño

Alex Trillanes: Martim

Sonia Velestri: Gladys

Gabriela Bernardo: Trindade

Héctor Parra: Trujillo

Mariana Karr: Lolita

Patricio Borghetti: Ângelo

Mariana Sánchez: Glória

Nayeli Pellicer: Sara

Esteban Franco: Fidélio

Marciela Fernández: Mayita

Omar Villanueva: Valdívia

Mauricio Rodríguez: Roña

Elizabeth Arciniega: Rocha

Natush: Evelyn

Ruth Sheinfeld: Mãe de Evelyn

Antonio Escobar: Pai de Evelyn

Marijose Valverde: Socorro

Shirley: Mãe de Socorro

Paco Lozano: Pai de Socorro

Paulina Martel: Pirueta

Rebeca Manríquez: Mãe de Pirueta

Irina Wilkins: Romina

Rosario Contreras: Mãe de Romina

Javier Yerandi: Pai de Romina

Leo Navarro: Heitor

Patricia Ramírez: Alessandra

Arturo Paulet: Rivera

Evelyn Solares: Camila

Arturo Barba: Polo

Antonio Escoba: Ramiro

Jorge Ortín: Pepe

Oscar Ferreti: Aurélio

Miguel Priego: Félix

Sara Monar: Mercedes

Sergio Sama: Carlos Hernández

Jorge Santos: Advogado Morfin

Adriana Laffán: Margarida

René Casados: Jorge

Cristiane Aguinaga: Débora

Ricky Mergold: Pancho

Hany Sáenz: Montserrat

Yousi Díaz: Norma Malpica

Benjamín Islas: Tibúrcio

Eugenia Avendaño: Tia Edwiges

Gustavo Negrete: Gastão

Paola Ochoa: Ramona

Arturo Farfán: Mudo

Angie Toledo: Susana


PERFIL DAS PERSONAGENS

Maria Belém (Danna Paola) – é uma menina de seis anos, alegre e muito esperta. Mas, às vezes, acaba se metendo em algumas confusões. Mesmo após perder seus pais adotivos em um acidente, continua uma criança otimista e cheia de vida.

Ana (Nora Salinas) – psicóloga, sua especialidade é cuidar de crianças. É uma mulher doce e de bom coração. Tem um caráter firme e não gosta de ofender as pessoas. Busca a felicidade e está sempre disposta a mudar o mundo.

Pablo (René Laván) – é o verdadeiro pai de Maria Belém. É um jornalista bem sucedido. A única coisa que quer na vida é encontrar sua filha. Não tolera mentiras.

Úrsula (Maya Mishalska) – mulher de trinta anos. Passou uma infância muito rica, mas perdeu sua fortuna. Tornou-se uma mulher amarga e frustrada. Após a morte de seu pai, dedica-se em tempo integral ao Instituto Brighton, o colégio interno que recebe Maria Belém.

Bruno (Yurem Rojas) – garoto de oito anos, muito esperto, inteligente e com uma imaginação imensa. Torna-se amigo de Maria Belém. É filho de Antônio e Valéria.

Antônio (Luis Xavier) – um homem atraente e sério. Rico, vive em uma fazenda fora da cidade. È muito rígido com seu filho Bruno. Acha que pode mandar em todas as pessoas.

Valéria (Alejandra Barros) – é uma mulher muito bonita. Atriz, abandonou a carreira para se casar com Antônio. Sente muita falta da profissão e um pouco frustrada. Isso acaba se refletindo no casamento, causando muitas brigas.

Rogério (Harry Geithner) – é um homem atraente e de boa família. Para ele, o mais importante na vida é o dinheiro. Muito ambicioso, nunca tem boas intenções.

Malena (María Marcela) – mulher de Rogério, é uma mulher linda e sensual, um pouco vulgar. Ela vai se meter em grandes problemas.

Lucrécia – fofoqueira, intrometida e hipócrita. Quer roubar o lugar de Úrsula.

Refúgio – é um senhor de 60 anos, mas ainda muito forte e disposto. É um homem do campo e adora os animais. Resmunga o tempo todo, pois se sente solitário desde que perdeu a esposa. Adora as crianças.

Teresa – é uma mulher madura e sensível. É muito boa para Maria Belém.


INTRODUÇÃO

Maria Belém foi uma telenovela infantil mexicana, exibida no Brasil em 2002. Teve Danna Paola no papel principal. É um remake da telenovela "La recogida", produzida pela Televisa em 1971, protagonizada por Silvia Dérbez e Antonio Medellín.


RESUMO

Maria Belém é uma adorável menina de seis anos, que recentemente perdeu seus pais adotivos em um acidente. A garotinha fica, então, com seu tio Rogério, um homem ambicioso e malvado, que planejou a morte de seu meio irmão Afonso e de sua cunhada Patrícia, os pais de Maria Belém, para poder ficar com a herança.

Mas o que Afonso não esperava é que Maria Belém fosse escapar do acidente, tornando-se a herdeira universal dos bens da família García Pineda. Para se livrar da criança, Rogério coloca Maria Belém em um colégio interno.

A única coisa que Maria Belém consegue levar para sua nova vida é um pequeno cofre, com papéis e fotografias, que sua mãe Patrícia havia lhe dado.

A verdadeira mãe de Maria Belém, Alessandra, morreu poucos dias depois de dar a luz. E seu pai, Pablo, foi para o exterior sem saber que Alessandra estava grávida.

No colégio interno, Úrsula, a diretora, é uma solteirona amarga, que foi desprezada por Pablo. Ela o culpa por todas as frustrações de sua vida. Ao descobrir que Maria Belém é filha de seu grande amor, Úrsula começa a perseguir a menina e a faz vítima de incontáveis injustiças.

Mas a fantástica imaginação de Maria Belém ajuda a menina a encarar suas dificuldades com otimismo e bom humor.

Quando volta ao México, Pablo tenta localizar Alessandra, por quem sempre foi apaixonado. Ao descobrir que ela morreu, Pablo fica muito triste e decide procurar sua filha.

Pablo conhece Ana, uma psicóloga que trabalha no colégio de Maria Belém. Logo os dois se apaixonam.

No colégio interno, Maria Belém vive dias muito tristes, por causa da crueldade de Úrsula, mas também vive momentos de grande alegria com seus novos amigos: Socorro e Romina, suas companheiras de estudo, o velho Refúgio, que trabalha na fazenda vizinha, e Bruno, filho do dono da fazenda.

A pequena Maria Belém terá de vencer muitos obstáculos para encontrar a verdadeira felicidade.


COMENTÁRIOS

Maria Belém tinha uma difícil missão, substituir o fenômeno Carinha de Anjo. E não fez feio, pois ainda que tenha caído a audiência em relação a trama anterior, Maria Belém alcançou ótimos índices.

A história já era mais que conhecida: órfã não sabe de seu verdadeiro pai. Não por isso foi uma novela ruim, pelo contrário, apesar de alguns tropeços, Mapat usou uma boa história e com um elenco razoável garantiram uma boa novela.

Para começar, Danna Paola como Maria Belém, a triste garotinha que veio para trazer alegria a todos brilhou. Sua interpretação foi espetacular para uma menina tão pequena. Danna deverá ter um ótimo futuro na Televisa se continuar, pois talento tem de sobra.

No elenco adulto, Nora Salinas decepcionou um pouco, não pela atuação, mas pela personagem. É verdade que há tempos ela vinha demonstrando merecer uma protagonista, mas Ana del Río foi algo bem inferior aos seus trabalhos anteriores (mesmo como coadjuvante) e como protagonista. Junto a ela, René Laván, que mesmo com uma atuação sofrível, teve mais destaque que ela. O casal também não foi dos mais empolgantes, já que eles até já eram namorados e logo se casaram, e essa relação foi poucas vezes abalada. Por um lado isso é bom, mas a verdade é que pouca coisa aconteceu com Ana e Pablo, e com ela, menos ainda, já que ele ainda estava em busca de sua filha.

Marcela Paez fez muito bem o papel da tímida e recatada Cláudia, a irmã de Ana assediada por Tio Rogério. Foi uma excelente subtrama, e rendeu ótimos momentos aos dois atores. Com um leve toque cômico, Dacia Arcaraz era Malena, a atrapalhada amante e cúmplice de Rogério. Harry Gaithner esteve inspirado como o vilão da história, e aproveitou bem a chance de finalmente ter um papel maior.

Outra boa subtrama era a que envolveu a família de Bruno, o melhor amigo de Belém. Alejandra Barros e Luis Xavier viveram um conflito não tão abordado nas novelas infantis: o peso da fama e do trabalho destruindo um casamento. Na escola, as meninas invejosas foram más demais para a pobre, maldade essa também cometida por Lucrécia, a inspetora da escola, brilhantemente interpretada.

Mas o maior destaque, sem sombra de dúvidas, foram as vilanias de Úrsula Arana, uma vilã como há tempos não se via assustando as criancinhas. Seja com o cemitério de carteiras ou os fantasmas da escola, ela brilhou absoluto do primeiro ao último capítulo, quando era punida com a prisão, também pudera, sua maldade passou dos limites ao amarrar Maria Belém e deixa-la em uma tempestade.

Mas também houveram coisas ruins na novela. A começar pelo personagem de Xavier Márc, o tal Serrano, um mafioso que Pablo, como repórter, perseguia. Foi algo absolutamente desnecessário na novela, e gerou uma certa dose de violência que não cabia para o público alvo da novela.

Outro erro grave foi ter deixado de lado justamente o lado infantil da história, dando espaço a uma história forte de maltratos infantis e mafiosos. Talvez tenha sido esse o maior erro da história, pois tirando as travessuras de Maria Belém e Bruno, pouco havia de infantil na novela. Até porque algumas das maldades cometidas contra a heroína eram pesadas demais, se considerar que se tratava de uma criança numa novela para crianças.

Apesar disso, o último capítulo foi muito bonito, mostrando a felicidade pela mais esperada revelação: Pablo era o pai de Maria Belém. O encontro dos dois, depois de saber da notícia, foi realmente emocionante. Cabe salientar também uma aparição dos Rabanitos Verdes, grupo que interpretada o belo tema de abertura junto a Danna Paola. Outro ponto positivo vai para a abertura da novela, excelente.

Com tudo isso, Maria Belém foi uma novela de erros e acertos, mas que perdeu a oportunidade de ser mais alegre e comovedora para mostrar o lado triste sombrio da infância, mas que não deixou de ser encantadora.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O feitiço mexicano

Se a Globo comemora ao anunciar que Da cor do pecado foi vendida para mais de 100 países, o que faria se tivesse produzido Maria do Bairro, trama mexicana comercializada para 180 países? Muitos podem xingar à vontade, dizer que não gostaram, mas o fato é que, sempre, as novelas “enlatadas”, aquelas que vêm prontas do exterior, invadiram a nossa praia e criaram seu público fiel. Na verdade, a Globo exporta para menos países que os mexicanos até porque seu preço de venda é, assim como no custo de produção original, bem mais alto. A diferença entre a qualidade de uma e de outra é evidente.

Mas acreditar que o público que assiste a essas novelas estreladas por atores com camadas extras de maquiagem é formado pelas classes mais baixas é bobagem. Um bom exemplo disso foi a colombiana Betty, a feia, da RedeTV!. De acordo com o Ibope, 40% do público da novela estava entre as classes A e B. A história da menina feia que se apaixonava por um bom partido, vista em mais de 100 países, fora suas adaptações locais, garantiu à rede brasileira, uma média de 6 pontos de audiência.

Quando ensaiava retomar seu núcleo de teledramaturgia, a Record também passou a investir nas enlatadas, exibindo Joana, a virgem, que rendeu média de 5 pontos de audiência, e com todo seu espaço comercial vendido, a trama abriu espaço para mais uma enlatada, Um amor de babá, porém, esta não emplacou.

Então a pergunta é: por que um país com uma tradição em novelas como o nosso se mantém enfeitiçado por essas produções?

Para o representante da distribuidora de novelas latinas Tepuy, Roberto Filippelli, é um erro nos chocarmos com a invasão latina, pois os folhetins brasileiros nada têm a ver com o folhetins mexicanos, colombianos e venezuelanos; são produtos diferentes e existe público para todos, diz ele.

Filippelli, que já foi diretor da Globo na Europa, explica que a diferença crucial está na narrativa e no número de tramas paralelas que existem nos dois tipos de novela: a trama brasileira tem 40 personagens e milhares de núcleos interligados por uma trama principal; se um núcleo não der certo, o autor aposta em outro. A trama mexicana é bem mais simples: há poucos núcleos e a história é focada nas personagens principais; também não há mudança drástica: a mocinha sempre será boa e a vilã, má. O que não quer dizer que a história seja ruim, pelo contrário, ela é de fácil entendimento e prende mais a atenção.

O fenômeno mexicano já criou frutos no SBT, que teve uma sólida parceria com a rede Televisa - a maior produtora de teledramaturgia do mundo. A emissora brasileira decidiu temperar o enlatado com algumas pinceladas verdes e amarelas e passou a refazer as tramas com atores nacionais. Amor e ódio, Marisol, Pícara sonhadora, A pequena travessa, Jamais te esquecerei, Canavial de paixões, Seus olhos, Esmeralda, Cristal, Os ricos também choram, Maria Esperança e Amigas e rivais circularam pelo horário nobre da rede.

Certa vez, Jacques Lagôa disse que a grande vantagem de se comprar uma obra pronta era que não se corria risco algum, já que as novelas já haviam sido testadas e era possível fazer um estudo mais detalhado da história. No ato da compra, a emissora já sabia quantos cenários iria utilizar, quantas locações iria fazer, o gasto que teria, e os atores já sabiam o começo, o meio e o fim de suas personagens; não se corria o risco de ter de mudar a linha da personagem ou do autor.

A Globo tentou fazer o caminho inverso e se deu mal. Para tentar entrar no mercado internacional, fez uma parceria com a rede Telemundo. Juntas, fizeram uma adaptação hispânica de Vale tudo, que foi exibida nos EUA. O que era sucesso garantido se transformou em mico. A trama adaptada acabou mais cedo que o previsto e foi batida no Ibope por O privilégio de amar, da Televisa.

O escritor Mauro Alencar, é fã confesso das tramas enlatadas: As histórias são bem contadas, têm temas universais e interessantes. É provado que o povo latino adora melodramas.

Alencar lembra, ainda, que as primeiras novelas nacionais nada mais eram do que cópias das mexicanas. Na década de 60, a cubana Gloria Magadan, que deu origem à teledramaturgia brasileira, era a encarregada de fazer as adaptações das tramas para a Rede Globo. O padrão usado pela Televisa é o mesmo usado por Gloria, que introduziu a telenovela no Brasil.

Para ele, não há como negar a qualidade das novelas globais, que são insuperáveis, mas na TV brasileira há espaço para todo mundo: Nossas novelas são de tirar o chapéu, mas podemos ficar com a mexicana, com a brasileira e com a brasileira-mexicana.

Comprar enlatados realmente dá lucro. Em 2003, enquanto um capítulo de novela da Globo consumia cerca de R$ 100 mil, um da mexicana Televisa não custava mais que R$ 60 mil e era vendido aqui por cerca de R$ 5 mil. Enquanto a trama das 8 da Globo ganhava cerca de R$ 170 mil por cada 30 segundos em seu intervalo comercial, uma mexicana do SBT não rendia mais do que R$ 45 mil, mas o lucro era certo e imediato.

Tamanha economia na produção das mexicanas é fácil de entender e somente para relembrarmos: Não há construção de cidades cenográficas, como aqui; os cenários são poucos, mal acabados e parecidos com os de peças teatrais (só com fachadas); quase não há cenas externas; quando a personagem viaja, um pôster ao fundo do estúdio indica onde ela estaria; os figurinos são reaproveitados e é normal ver o galã com o mesmo terno em 30 capítulos; o enquadramento das cenas também é sempre o mesmo: cheio de closes nos rostos das personagens para disfarçar a precariedade da produção e os atores não decoram os textos, usam ponto eletrônico.

Porém, por mais simples que sejam, as telenovelas sempre fizeram e sempre farão parte da televisão brasileira. E, mesmo com toda esta simplicidade os “dramalhões” mexicanos e latinos, em geral, têm muitos fãs, inclusive eu.

O direito de "chorar"

O melodrama televisivo tomou relevância quando um escritor e um elenco cubanos criaram a primeira estrutura para chorar e sonhar através de uma história narrada em 314 capítulos, transmitidos diariamente, a mesma hora: El derecho de nacer.

Antes, nos inícios dos anos trinta, apareciam os primeiros segmentos dramatizados, de breves espaços de 15 a 30 minutos, chamando a atenção dos ouvintes em vários países e que levou ao progresso da adaptação. Começou-se a escrever roteiros baseados nas histórias de Julio Verne, Alejandro Dumas, Emilie Zola, entre outros clássicas.

O atrativo era escutar vozes dramatizando a história, com escassos efeitos de som, que pela primeira vez permitiam conhecer a boa literatura até a quem não sabia ler.

Nos Estados Unidos fez-se história antes de 1940, quando se adaptou à rádio A guerra dos mundos, e milhares de rádioescutas que seguiam as narrações afirmaram que a Terra estava sendo tomada por marcianos. Este acontecimento foi definitivo para apostar na credibilidade que se podia obter na rádio.

Mas foi em Havana que se formou a estrutura dramática da radionovela, que se mantém intacta até hoje nas telenovelas mais vendidas do mundo em pleno século 21, movendo as emoções através do amor, traição, triângulos amorosos, vilãos e apaixonados.

Há mais de setenta e três anos (desde 3 de janeiro de 1937), Cuba ouviu estrear a primeira radionovela dramática da América Latina: Chan Li Po, do autor Félix B. Caignet, quem, em 1948, criou seu primeiro sucesso internacional: El derecho de nacer.

O avanço diário de cada capítulo cativou o público latino-americano como nunca antes havia ocorrido com um programa de rádio. Alguns cinemas, nesse horário, suspendiam a sessão do filme para garantir que seus espectadores desfrutassem sem a preocupação de perder um episódio, e transmitiam, pelos alto-falantes da sala, o capítulo do dia.

Ainda que em 1954 a emissora venezuelana RCTV foi quem estreou a primeira telenovela, sob o título de seu próprio patrocinador “Camay”, transmitida em capítulos de 15 minutos e ao vivo, a Televisa é reconhecida como a mãe das companhias produtoras de histórias dramáticas, a partir de Senda prohibida, da escritora Fernanda Villeli, que foi ao ar em 9 de junho de 1958.

Desde então, a Televisa já produziu mais de 700 telenovelas e alcançou cerca de 150 países, demonstrando que as histórias humanas são comuns a todos e que a atitude diante da televisão quase é invariável de uma extremidade a outra do planeta: queremos desfrutar do entretenimento que nos faça viajar através de nossas emoções e sonhos.

A Televisa tem colocado em sua tela roteiros de escritores de vários países, marcando especial ênfase em criações de escritores cubanos de todos os tempos, e adquirindo direitos de radionovelas originais cubanas para convertê-las em êxitos televisivos. Poucos sabem que muitas telenovelas da Televisa tiveram sua origem em Cuba.

A força da telenovela é mais intensa hoje, com mais de 60 anos, desde que a rádio conseguiu suas primeiras dramatizações. A qualidade da imagem, as cores, os efeitos especiais e o som fizeram a ficção se aproximar da realidade.

As telenovelas nunca desaparecerão. Não podemos nos desprender da essência que constitui o viver. As paixões são um alimento espiritual capaz de pospor qualquer plano pessoal. Emocionar-se é sempre a oportunidade de voltar a sentir “o direito de chorar”.

21 de abril: Dia da latinidade

Dá-se o nome de "latinidade" ao conjunto dos povos latinos e seu respectivo modo cultural e social de ser. Antes da fundação de Roma, os povos que habitavam a região da Itália eram chamados "itálicos", de origem indo-europeia. Eles chegaram à região, muito antes da destruição de Troia e mesclaram-se aos nativos, dando origem a grupos e subgrupos (latinos, faliscos, prenestinos, úmbrios, oscos etc.). O povo latino era o mais famoso desses grupos e habitava os arredores de Roma, na Itália central.

Não se pode afirmar que tenha havido ou que haja uma raça latina. É notório, porém, que há um grupo latino de povos ou nações que se tornaram irmãos por afinidades linguísticas e por um desenvolvimento histórico comum. Esses povos habitam hoje o Oeste, o Leste e o Sul da Europa, espalhando-se também pelas Américas Central e do Sul.

Seja qual for a origem exata dos povos latinos, sabe-se que não só se uniram a outros povos, como também mesclaram seus costumes. Pode-se dizer que a característica principal do povo latino é a da pluralidade. Dessa forma, o conceito de "latinidade" se amplia, ganhando a forma do pluralismo cultural e da miscigenação.

O Brasil é um país com profundas raízes latinas, trazidas pelos colonizadores portugueses e reforçadas pela imigração dos trabalhadores italianos e de outros povos. Mas nossa latinidade torna-se única e fortalecida quando percebemos a influência negra e indígena existente em nossa cultura.

Essa "tropicalização" da latinidade fez do Brasil um gigante pluricultural que pode enfatizar as palavras de Jorge Amado: "Sou brasileiro puro-sangue [...] uma mistura de português, de negro, de índio, de italiano e, possivelmente, em medida igual, de alemão e de árabe". É justamente essa mistura de raças e de culturas que torna o povo brasileiro único em identidade, capaz de se ajustar criativamente a toda e qualquer realidade.

Atualmente, a mundialização da tecnologia e da economia, ou seja, a "globalização", tende a uniformizar os hábitos e a cultura, beneficiando os países mais poderosos. Torna-se necessário, pois, reforçar e valorizar a latinidade, visto que a identidade dos povos que habitam a América Latina é a principal característica que pode nos manter unidos, na defesa de nossos interesses. O desenvolvimento justo e necessário de nosso continente depende da preservação de nossa herança latina.

Fonte: www.paulinas.org.br

OBS.: Em alguns países essa data é celebrada dia 15 de maio.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Os controversos remakes e a crise dos escritores

Porque faltam histórias originais? Porque continuam fazendo versões modernizadas de êxitos já apresentados? Porque o mercado está monopolizado por versões de telenovelas sul-americanas? São as consequências dos “remakes”.

Lucía Méndez e Verónica Castro são ícones da telenovela mexicana. A primeira impôs vanguarda na temática das histórias em que atuou, Verónica foi a heroína clássica; ambas deram vida a mulheres que saiam da adversidade para encontrar o amor e a felicidade, e este continua sendo o eixo central de uma telenovela.

Muitas dos romances que elas protagonizaram e nutriram na época dourada dos mais de 50 anos de história da telenovela, continuam dando volta na telinha, um pouco mais modernizados, e, agora, transformados em “remakes”.

Este recurso, que começa a desgastar o gênero, está mais vivo que nunca. O telespectador se lembra das temáticas, mas continua assistindo como uma forma de entretenimento caseiro. E as que se apresentam como novidades, também já não são mais, são adaptações de êxitos de outros países.

A audiência diz por si só: as três recentes histórias que quebraram recordes de audiência no México foram: Destilando amor, A feia mais bela e Fuego en la sangre, transmitidas em horário nobre, com finais aos domingos. As três foram baseadas em histórias colombianas de êxito internacional: Café com aroma de mulher, Betty, a feia e Paixões ardentes.

Mas o remake não é somente uma calamidade atual, a telenovela nasceu como uma adaptação da radionovela, gênero dominado pela criatividade cubana. Isso marcou a linha a ser seguida até hoje: as histórias já existiam, somente fazia falta adaptadores, não escritores.

Ainda que no México houve uma grande geração de nomes que contribuíram com suas ideias para as telenovelas originais, como Fernanda Villeli, Marissa Garrido, Carlos Olmos, Eric Vonn, Yolanda Vargas Dulché, Cuauhtémoc Blanco, entre outros, a enorme capacidade de produção e conversão do México no país das telenovelas fez com que persistissem os melodramas adaptados, que antes obtiveram reconhecimento em outras latitudes, prática que tem-se acentuado nos últimos anos.

Com relação às perguntas do início do post, a resposta de produtores e atores é simples: “Há crise de escritores. Os especialistas asseguram que as emissoras não querem se arriscar e, por isso, reciclam êxitos já testados”.

Produtores como Carla Estrada (Paixão) e Nicandro Díaz (Amanhã é para sempre), argumentam que isto se deve à globalização. Enquanto que outros, como as escritoras mexicanas María Zarattini, Martha Carrillo e o diretor Raúl Araiza, não deixam de sustentar a tese da crise de autores.

De fato, até mesmo Lucía Méndez disse ao jornal El universal: “Não é para magoar ninguém, mas existe a crise de escritores. O mais importante em um projeto é o roteiro, e, logicamente, as estrelas de peso ”.

Raúl Araiza complementa: “...e a crise existe porque, em primeiro lugar, não se dá oportunidade aos escritores existentes e, tampouco, às pessoas novas. O momento que nosso país deixou de dominar o mercado dos melodramas (quanto à criação de histórias), foi quando começou-se a importar tanta telenovela sul-americana, deixando de lado autores mexicanos que desenvolveram tantas telenovelas”.

María Zarattini, quem escreveu Paixão, afirma “Não temos muitos escritores. Na realidade, nunca tivemos muitos. Considero que deveria haver escolas para formá-los..., existe falta de confiança das empresas em relação aos escritores e, como querem segurança, buscam êxitos no exterior”.

Por sua vez, o produtor Nicandro Díaz insiste que a situação atual é produto da globalização: “O fato de haver telenovelas estrangeiras adaptadas à idiossincrasia mexicana é parte disso. A Televisa é a empresa mais importante de língua espanhola que produz telenovelas e assim também faz com que suas histórias recorram a outros lugares tendo suas adaptações”.

A Sociedad de Escritores de México (SOGEM), tem um departamento de televisão encarregado de entregar roteiros à Televisa e à TV Azteca, mas, de acordo com sua titular Gloria López, estes não são levados em consideração, pois as produtoras preferem utilizar seus escritores exclusivos como “simples adaptadores”, enquanto que os materiais enviados são descartados.

A alma não tem cor


NOME ORIGINAL
El alma no tiene color

ESCRITOR
Joselito Rodríguez

PRODUTOR
Juan Osorio

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
102

ANO DE GRAVAÇÃO
1997

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2001

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
El alma no tiene color

INTÉRPRETE
Laura Flores e Marco Antonio Solís

Anda luz de mis ojos
ven y alúmbralo allá donde está.
Cuéntame que lo nuestro
no quedó en la distancia,
que aquí todo es mentira sin su verdad.

Vuela aire que cantas
y haz morir nuestra vieja canción
y le muy suavemente
que es todo a mi presente
que estás siempre en mi mente y en mi corazón.

Que es un infierno su ausencia
y sus brazos las llaves de mi prisión
que es mi vida un vacío
y me inyectó en su brillo, en su dirección.

Cual paloma sin nido
abrigada en la esencia de nuestro amor.
Bueno es sí lo prohibido
y lo llevo escondido
en el alma más hundido en color amor.

Luna de enamorados
tú que sabes decir sin hablar
dime si haberlo amado es mi eterno pecado
pues lo llevo callado en la intimidad.

Que es un infierno su ausencia
y sus brazos las llaves de mi prisión
que es mi vida un vacío
y me inyectó en su brillo, en su dirección.

Cual paloma sin nido
abrigada en la esencia de nuestro amor.
Bueno es sí lo prohibido
y lo llevo escondido
en el alma más hundido en color amor.


ELENCO

Laura Flores: Guadalupe Roldán

Arturo Peniche: Lisandro do Alamo

Celia Cruz: Amália

Zayda Aullet: Estrelinha

Lorena Rojas: Ana Luísa Roldán do Alamo

Claudia Islas: Bethânia

Carlos Cámara: Humberto Roldán

Aracely Arámbula: Margarida Roldán

Patricia Navidad: Sara Hidalgo Roldán

Ofelia Guilmain: Aline do Álamo

Rafael Rojas: Luís Diego Morales

Ernesto d'Alessio: Papalote

Eduardo Luna: Rodrigo

Kuno Becker: João José

Christian Ruby: Alexandrina

Serrana: Mônica

Maribel Palmer: Isadora

Xavier Marc: Román / Romão

Oswaldo Sabatini: Victor Manuel

Erika Buenfil: Diana Alcantara

Gaby Goldsmith: Samira


PERFIL DAS PERSONAGENS

Guadalupe Roldán (Laura Flores) – jovem bonita e elegante, ela pertence a uma das famílias mais poderosas de Monterrey. Por uma série de circunstâncias, é obrigada a se casar com Lisandro do Álamo. Apesar de ser loira, Guadalupe dá a luz a uma criança negra, o que gera vários conflitos em sua vida.

Lisandro do Álamo (Arturo Peniche) – milionário de personalidade forte, é acostumado a vencer os desafios da vida. Desde pequeno é apaixonado por Guadalupe, com quem se casa depois de um acordo entre as famílias.

Amália (Célia Cruz) – é a verdadeira mãe de Guadalupe. Assim que a criança nasce ela a entrega a Humberto Roldán para que Guadalupe seja criada como filha legítima de sua esposa, Sara. Amália se sacrifica trabalhando como babá de sua própria filha.

Humberto Roldán (Carlos Cámara) – pai de Guadalupe, ele é um homem autoritário. Para evitar a ruína financeira e o desprestígio social, é capaz de vender sua própria filha Guadalupe.

Aline do Álamo (Ofélia Guilmain) – mãe de Lisandro, ela é uma mulher dominadora que deseja que o filho se case com Mônica. Não quer que Lisandro continue ao lado de Guadalupe por ela ser filha de uma negra.

Ana Luisa (Lorena Rojas) – prima de Guadalupe, tem muitos complexos, principalmente por ser pobre. Possui uma deficiência física. Carrega dentro de si os piores sentimentos.

Betânia Roldán (Claudia Islas) – mãe de Ana Luisa e irmã de Humberto. É uma mulher complexada por ser pobre. Tem dupla personalidade. À noite, comporta-se de forma estranha e é cheia de mistérios.

Luis Diego Moura (Rafael Rojas) – romântico e carinhoso, ele pertence à classe média. Vive com seu avô Fulgêncio. Ama Guadalupe e sonha em se casar com ela. Torna-se vítima da covardia de Humberto ao ser acusado e preso por um crime que não cometeu.

Sara Hidalgo (Patricia Navidad) – jovem bonita, mas de pouco estudo, ela vende salgadinhos em frente à escola onde Luis Diego trabalha. É apaixonada por ele. Luis Diego se propõe a dar aulas para ela.

Margarida Roldán (Aracely Arábula) – irmã mais jovem de Guadalupe. Excelente atleta, ela se prepara para participar dos Jogos Olímpicos, ainda que para isso tenha que sacrificar seu amor por João José.

João José (Kuno Becker) – professor de natação e namorado de Margarida. Teme que Humberto Roldán, pai da moça, interfira no relacionamento devido às diferenças sociais. É amigo e confidente de Luis Diego.

Papalote (Ernesto D’Alessio) – rapaz de bom caráter, ele trabalha como mecânico e é vizinho de Sarita, por quem é apaixonado. Quando conhece Margarida, porém, seus sentimentos se transformam.


INTRODUÇÃO

Esta telenovela é uma adaptação do filme mexicano dos anos 40 Angelitos negros. Sua mensagem principal era contra o preconceito racial, uma vez que a personagem principal era branca e tinha uma filha negra.


RESUMO

A trama contava a história de Guadalupe Roldán a filha mais velha de uma familia tradicional falida, para solucionar os problemas financeiros da família, o pai obriga Guadalupe a se casar com um homem que não ama, depois de uma desilusão com o verdadeiro amor da sua vida Guadalupe cede às pressões e se casa com o milionário Lisandro do Álamo.

No início da relação, Guadalupe sente que jamais irá amar Lisandro. O marido, no entanto, apaixonado pela moça desde quando eles eram crianças, tenta de todas as formas conquistar o coração de Guadalupe. Sugere a ela que um filho poderia consolidar a união do casal.

Com o passar do tempo, o amor de Lisandro é retribuído. Guadalupe descobre que o marido é um grande homem e se apaixona. Logo ela fica grávida e realiza o sonho de Lisandro.

Porém o que ninguém sabe é que Guadalupe na verdade é filha de uma empregada negra da casa.

Ansioso pela chegada do herdeiro, o milionário é surpreendido quando Guadalupe dá a luz a uma menina negra. O bebê é motivo de desconfiança, pois Gaudalupe e Lisandro têm pele clara. O que faz com que o marido e a sogra achem que Guadalupe é adultera.

Na verdade, a criança tem características genéticas da avó, Amália, uma senhora negra que é a verdadeira mãe de Guadalupe mas que sempre se passou por sua babá – no passado Amália teve um romance secreto com Humberto Roldán, o pai de Guadalupe.

Lisandro acusa a mulher de adultério e decide se divorciar, ao mesmo tempo em que Guadalupe é pressionada pelo pai, Humberto Roldán. Sem poder defender sua filha, Amália se vê obrigada a manter o segredo.
Aproveitando-se da situação, a perversa Ana Luisa, que por ser pobre sempre se sentiu inferior a Guadalupe, faz de tudo para se casar com Lisandro.

Desolada Guadalupe rejeita a própria filha, até que a verdade é revelada, mais a menina é sequestrada e abandonada, Guadalupe vai embora do país.

Algum tempo depois a menina é encontrada pelo pai, que se casa com a prima de Guadalupe uma jovem perversa e invejosa. Anos depois a filha de Guadalupe é uma criança encantadora e esperta que sofre com o desprezo da avó paterna e da madrasta que ela acredita que é sua mãe.


COMENTÁRIOS

A alma não tem cor foi uma novela bastante problemática, repleta de tropeços e confusões, mas que ainda assim não deixou de ter suas boas coisas.

O produtor Juan Osório vinha de um mega êxito de nome Marisol, ou seja estava com a moral alta na Televisa. El alma no tiene color estreou as 17h no Canal de las Estrellas, e no início até teve boas audiências se considerar que era a tarde.

A novela depois de um tempinho foi remanejada de horário e foi para as 21h30, para substituir a fracassada, porém, elogiada Pueblo Chico, infierno grande e desde então ficou taxada pelo seu fracasso.

O elenco era muito bom para a época, Laura Flores teve seu primeiro protagônico após a vilã Sandra em Marisol, Arturo Peniche já há muito tempo famoso, Claudia Islas, que também vinha de Marisol fora sua já consolidada carreira, Patricia Navidad, em alta depois de Cañaveral de Pasiones, Lorena Rojas, Rafael Rojas, enfim um bom elenco, que realizaram em sua maioria boas atuações por que tinham papéis interessantes, o problema era que a história era geneticamente impossível, aliás qualquer um que saiba um pouco de genética percebe que Estrelinha nunca seria filha de Guadalupe e Lisandro.

O grande destaque ficou por conta de Lorena Rojas, como a invejosa e amargurada Ana Luísa. Queixava-se por ser manca, míope e feia. Porém sua maldade não acabava quando ela se tornava uma bela mulher. Em sua meta de destruir Guadalupe, Ana Luísa tornou-se uma grande vilã. O problema é que chegou uma hora que não haviam mais maldades para ela fazer, então colocaram um interesse amoroso por Victor Manuel, o novo amor de Guadalupe. Porém, mesmo com alguns deslizes na história, a atuação de Lorena Rojas valeu a pena.

Outro destaque foi Patricia Navidad como a carismática Sarinha, irmã bastarda de Guadalupe. Simples e generosa, conquistou o público pouco a pouco. Outra boa atuação de Paty.

Cláudia Islas, em seu último trabalho na Televisa, teve um interessante personagem, a tia Bethânia, melhor conhecida como “Sereia”, uma mulher que mantinha a digníssima classe durante o dia, mas quando anoitecia, saía para roubar milionários na pele de uma cantora.

Laura Flores, apesar de tudo, conseguiu passar toda a dor de Guadalupe. A heroína não passava um capítulo sem derramar uma lágrima. O momento em que ela descobre a morte de seu amado Lisandro foi muito marcante. O desespero da personagem foi muito real.

No quesito má atuação, ninguém supera Célia Cruz. A cantora cubana foi colocada na novela para chamar a atenção, e ela bem que tentou se sair bem, mas não adiantava. Ela era simplesmente péssima. A solução foi diminuir seu espaço na trama. Tanto que as vezes, os personagens perguntavam “Onde está Amália?”, o jeito era dizer “Ela está deprimida em seu quarto”. Lamentável.

O problema da história era sua lentidão, pelo menos a princípio. Logo depois de um início promissor, a novela se perdeu, e ficou parada, sem ter para onde ir.

Mas se antes nada acontecia, depois aconteceu de tudo. Pobre Guadalupe, primeiro casada a força, depois rejeitada quando tinha uma filha negra, vítima de infâmias e intrigas de Ana Luisa , vira uma cantora em um centro de nome duvidoso “Sapo Apaixonado”, todos acham que virou uma mulher baixa, quando pensa em virar cantora. Roubam sua filha, vai procurar a criança e não acha. Anos depois (e ainda sofrida), e após ter a decepção de ver seu grande amor se casar com a vilã, descobre que sua mãe é a babá, que foge, fica nas mãos de Luis Diego, finalmente encontra sua filha, quando tudo parecia bem, mais um golpe, morre Lisandro. Guadalupe agora louca, quando recobra a lucidez, se apaixona por Victor Manuel. Diana morre, Guadalupe vai presa, e pra arrematar fica tuberculosa na prisão, haja sofrimento, e olha que as desgraças da família nem foram citadas (paralisia, alcoolismo, irmã perdida).

Ou seja, a historia virou uma bagunça só, ainda mais quando Arturo Peniche se desentende com o diretor da novela, Otto Sirgo, e deixa a história, entram novos personagens para dar continuidade a saga de Guadalupe, são eles: Victor Manuel, o médico que atende Guadalupe em sua fase de loucura, Diana, médica interessada em Victor Manuel e Samira, irmã de Victor Manuel e antigo amor de Luis Diego.

Depois de tanta bagunça, quando finalmente Guadalupe ia encontrar a felicidade, ela resolve de um minuto para outro ficar só, de repente aparece FIM…

A alma não tem cor foi uma novela incoerente, teve boas intenções, ao tentar mostrar uma história bastante diferente, e que ainda abordou a questão do racismo, mas se perdeu.

Em meio a menos altos que baixos, a novela terminou esquecida.