sábado, 6 de novembro de 2010

Entrevista com Sebastián Rulli

Sebastián Rulli mostra uma nova faceta de atuação na telenovela Teresa, onde dá vida à Arturo, um advogado, investigador e escritor. Sóbrio, inteligente e muito culto, é um bom professor. Seus alunos têm medo dele, menos Teresa (Angelique Boyer) e, apesar de serem de classes sociais diferentes, ela acaba se apaixonando. É um desafio seu personagem em Teresa, onde corteja uma mulher fria e calculista, como já havia feito em Rubi.

O ator e modelo argentino de 35 anos vive atualmente no México, onde tem desenvolvido sua carreira profissional e ganhado grande popularidade desde que apareceu na telenovela Clase 406, Rubi, Contra viento y marea, Mundo de feras, Paixão e Un gancho al corazón, entre outras. Agora, podemos desfrutar de sua interpretação em Teresa.

Sebastián vive apaixonado por sua esposa Cecilia Galliano, com quem se casou em 2007, e se sente realizado com seu filho Santiago, de 9 meses, desmentindo, assim, os rumores de supostos problemas conjugais provocados por um romance com Angelique Boyer, a quem define como respeitosa com seu trabalho e com seus companheiros.


Sebastián, como você conseguiu o papel de Arturo, em Teresa?

Foram muitos testes, vários castings e cortes de cabelo, foram muitas coisas que alguém como ator agradece porque você sabe que se te ofereceram é porque você ganhou e, bom, estou feliz. Foi um processo importante até conseguir o papel e estou contente. Sei que está sendo uma telenovela que agrada muita gente.


Fale-nos de seu personagem Arturo…

Arturo é um professor e advogado que começa a ver aptidões em Teresa e que quer apoiá-la, já que devido a sua situação econômica não pode estudar na melhor universidade. Com tanta conveniência, se apaixona, mas começam a acontecer coisas que complicam tudo.


Trata-se de outra mulher difícil, como foi em Rubi. Você gosta das ambiciosas?

Pois sim (risos), é engraçado. Gosto das ambiciosas, gosto das belas mulheres. Como ator, é um desafio, porque é diferente, não é a típica situação fácil, na qual se apaixonam por alguém, mas ao contrário, então, existem aspectos diferentes neste tipo de melodrama.


Alguma vez você se já deparou com mulheres ambiciosas?

Todas as mulheres têm uma Teresa por dentro, só que umas a têm à flor da pele e outras a têm mais escondida. Mas, qual das mulheres não gostaria de conseguir o que quer através de seus encantos? (risos).


Em que você se assemelha a seu personagem Arturo de la Barrera?

Na perseverança, em suas convicções, na retidão, na disciplina. Ele sempre levou em consideração a imagem de seus pais, o respeito ao casamento que eles têm, por exemplo, então com isso sim eu me identifico. Mas, no que sobra somos diferentes: ele é um profissional de Direito, o que eu não tenho nada a ver; é muito conservador, e eu nem tanto; está desencantado com o amor, e eu não tenho esse problema.


Você chegou a ver a versão da telenovela protagonizada por Salma Hayek?

Não vi nenhuma. Na verdade, já fiz várias telenovelas e a maioria delas histórias conhecidas. Não gosto de ver trabalhos anteriores para saber como fazer. É uma perda de tempo andar comparando se está melhor que antes. Acredito que é uma história para este momento. Eu, particularmente, estou tratando de dar o melhor, estou às ordens de meus diretores.


Como você se sente participando em Teresa?

Gosto muito dessa história. Os personagens são muito interessantes. Me encanta o fato de a protagonista ser vilã e não terminar como a Cinderela. Existe boa química entre todos do elenco. Somos poucos personagens. É uma telenovela de elenco reduzido, onde a maioria tem muita participação. O ambiente é ótimo, a vibração é boa e até agora nos temos dado muito bem.


E como é sua relação com a protagonista que interpreta Teresa, Angelique Boyer?

Na verdade estou contentíssimo com a participação de Angelique em Teresa. Ela é uma pessoa muito respeitosa em seu trabalho, na atuação e com seus companheiros. Tem demostrado que sabe que esta é uma oportunidade muito importante em sua carreira e sabe que não pode desperdiçá-la. Vejo muita maturidade em Angelique, ela sabe onde pisa. Sua atitude é de entrega, de humildade e isso é muito agradecido, pois esse é um trabalho pelo qual deve-se entregar de corpo e alma e o público percebe isso. Angelique é uma garota muito dedicada ao trabalho, é uma atriz que gosta do que faz e sabe que isso vai mudar sua vida e sua carreira. Pessoalmente, isso me dá muito prazer, porque sei que está indo muito bem.


Você também tem ido muito bem como galã…

Obrigado. Cada projeto tem seu resultado. Tenho amadurecido como ator e a quem tenho que agradecer é ao público, pois sem ele não nos dariam as oportunidades, se não fôssemos do agrado do público, garanto que por mais persistente que fôssemos não estaríamos aqui.


No programa mexicano Hoy comentaram que você atravessava um problema conjugal com sua esposa, contando que poderia estar vivendo um romance com Angelique Boyer. Isso é verdade?

O que falaram no programa Hoy é pura invenção. Não existe nenhum romance fora da ficção e, graças a Deus, continuo junto de Ceci . Obrigado por se preocuparem conosco e não acreditem nos rumores. Coisas assim não se pode evitar e, como veem, não é verdade. É o conto de sempre.


Como você divide o tempo entre seu trabalho e sua família?

Meu horário é complicado, mas trato de aproveitar cada segundo livre que tenho. Quando tenho um intervalo entre duas ou três cenas, escapo para comer em casa com o bebê e com Ceci.


Então, você está encantado com o amor?

Sim, estou encantado com o amor. Estou passando por um momento muito bom em minha vida. Acredito que o mais bonito a nível sentimental, porque o fato de ter um filho tão desejado e tão esperado é algo que não tem palavras. Em minha vida, o fato de ter um filho é um sentimento muito bonito. Nenhum problema econômico, sentimental ou laboral pode interferir no momento tão bonito que se pode viver com o crescimento de um filho


O que é mais fácil: ser um bom pai ou um bom esposo?

Caramba! Não saberia dizer o que fácil ou difícil. Não é questão de dificuldade, mas sim de entrega, e trato de dar o melhor de mim. Espero não cometer erros. Como pai, se os cometi ou não, me darei conta mais adiante, como esposo, é algo mediato.


E como você se sente nesta nova tarefa como pai?

É o amor perfeito. Estou desfrutando ao máximo este momento de minha vida. Tem sido o mais belo que me aconteceu na vida. Não existem palavras nem comentários que podem descrever o que se sente ao ter um filho. É o mais precioso que pode haver. É encontrar o amor perfeito, eterno, desinteressado, esse amor que, aconteça o que acontecer, nunca vai mudar. Santiago me deixa abobado.


Há 12 meses você estreou como empresário no restaurante Beygüel, inaugurado na Cidade do México…

Vou ao restaurante uma ou duas vezes por semana. Obviamente não o dirijo diretamente, tenho três amigos que são meus sócios e eles sim trabalham lá. Vou e levo meus amigos. Muitos companheiros atores já festejaram seus aniversários por lá, os convido para os eventos, para tratar de mimá-los e para que se sintam bem. Compartilho com a clientela e me sinto muito bem. Quando vou, sou um cliente a mais, fico procurando os detalhes, garantindo que não está faltando nada que possa fazer a diferença. Trato de estar 100% em tudo que posso.


Para você a beleza física é importante?

Eu tenho muito claro que nessa carreira a estética e o visual é importante, por isso agradeço as facilidades que tenho obtido, porque tenho sido do agrado de muita gente nesse sentido. A beleza é algo que ao longo do tempo vai se deteriorando, deve-se desfrutar, aproveitar e não dormir no ponto. Mas o que realmente importa nessa carreira é o talento.


Você voltaria a atuar nu?

Claro que sim. Sempre disse que meu corpo e minha imagem tem me dado muito trabalho. Meu corpo é minha ferramenta de trabalho, enquanto estiver fazendo o que eu gosto, não há nenhum inconveniente. Já me convidaram muitas vezes para o Solo para mujeres, mas não gostaria de atuar como stripper, a menos que fosse em um filme, porque é um personagem, trato de dar sentido ao que estou fazendo.


Você já pensou em deixar o México pela insegurança na qual se vive?

Não. Considero o México o meu país. Aqui cresci como ser humano, aqui comecei a semear muitos sonhos. O México me deu o que eu mais queria, o meu filho. Devo tudo ao México. Trato de investir meu dinheiro neste país, não pretendo sair daqui.


Você se interessaria por fazer telenovelas sociais?

Sim, me interessaria. Gosto muito de arriscar, obviamente estou em um mercado onde os temais sociais não são o forte, mas se em algum momento surgir a possibilidade, me encantaria. Gosto do trabalho que estão fazendo em outros países, enquanto isso, desfruto muito disso que são as telenovelas.


Você vê seu filho como ator?

Não o vejo como nada em especial, o vejo andando. No caso de que queira ser ator ou artista, em geral, o apoio, mesmo que essa seja uma carreira difícil.


Você revisa seu Twitter?

É o único que tenho e onde me mantenho em contato com as pessoas através de @sebastianrulli. Não tenho Facebook e os que existem são falsos.


Os telespectadores colombianos da RCN começaram a ver Teresa recentemente. Como você os animaria para que continuassem te vendo na telenovela?

Que não perdessem Teresa, garanto que vão gostar, porque veem muito mais que uma paixão carregada, os conflitos crescerão logo nos primeiros dias, onde se apresenta os personagens.


 Colaboração: Gaceta, Dulce Paraíso

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Entrevista com Angelique Boyer

Angelique Boyer assume um desafio estelar, tornando-se a protagonista da telenovela Teresa, produzida por José Alberto “El Güero” Castro. A jovem atriz, de 22 anos, aceitou emocionada o papel que, em seu momento, impulsionou a carreira de Salma Hayek.

Deixando para trás seu cabelo louro, a franco-mexicana tornou-se uma morenaça espetacular dando vida à Teresa, uma mulher ambiciosa, disposta a tudo usando-se de sua beleza para poder sair da pobreza. Trata-se de uma mulher bonita, inteligente e obstinada, porém muito vaidosa, ambiciosa e calculista. Sabe que é muito atraente e usa isso a seu favor. Sabe manipular a todos menos a sua mãe e Mariano (Aarón Díaz), que não perdem a esperança de que reconsidere seus atos. Teresa ama Mariano, mas sua ambição é maior que seu amor.

Boyer, nascida em Jura, França, enfrenta seu primeiro protagônico, após sua aparição na telenovela de Salvador Mejía, Corazón salvaje. A oportunidade chegou após estar há vários anos na Televisa, onde apareceu primeiramente em Rebelde. Após, apareceram personagens secundários em projetos como Muchachitas como tú e Alma de hierro; no entanto, pensava que lhe faltavam muitos anos mais para ser a protagonista de alguma telenovela.

Após dar vida à vidente Jimena, no melodrama Corazón salvaje, Angelique viajou para a França com sua família para relaxar em Paris e fazer um itinerário por seus históricos vinhedos. Tinha a intenção de permanecer lá por dois meses, mas aos 22 dias a chamaram do escritório do produtor Alberto Castro para voltar ao México e se apresentar aos castings de Teresa, e ela não titubeou nem um segundo.

Angelique não escondeu sua emoção e explicou: “Trabalho para fazer uma grande equipe, para que seja um projeto de qualidade com esta personagem que é pouco comum. Foi nesta telenovela que Salma foi descoberta e hoje representa o México pelo mundo afora, uma mulher realizada. Então, é agradabilíssimo ter isso em minhas mãos. Trabalhamos muito duro para não falharmos com as expectativas e fazer um excelente trabalho, como o de Salma”. Cabe recordar que a jovem começou sua carreira no mundo da música, ao participar, durante a década dos anos 90, no grupo juvenil pop Rabanitos Verdes.


Angelique, como você definira sua personagem em Teresa?

Teresa é o exemplo de uma mulher atual, uma personagem de muitas mudanças; por exemplo, vemos que a garota é inteligente, é bolsista em sua escola e é escolhida por um grande professor para fazer carreira em uma boa universidade, porém, pouco a pouco, lhe acontecem situações humilhantes que a tornam uma mulher muito dura e ambiciosa pelo dinheiro, sem se importar como consegui-lo. É uma garota que começa a se formar no ensino médio e que, após as transições de aproximadamente oito anos ao longo da telenovela, torna-se muito madura, muito inteligente e trata de seguir em frente, como toda a juventude que hoje em dia trata de fazê-lo, mas existem diversas maneiras de fazer as coisas e creio que essa é a mensagem mais interessante que existe em Teresa, ou seja, que não se precisa correr, deve-se aprender a caminhar porque assim as coisas tendem a durar mais.


Você sente medo ao fazer essa personagem que é diferente das típicas protagonistas de telenovelas?

O que me preocupa é que nas ruas dizem coisas feias, mas, bom, eu não sou assim e tenho essa tranquilidade. Me divirto muito enquanto gravo as cenas porque faço coisas que na vida real jamais faria.


Como você se sente com esta mudança no visual?

Gosto muito de mudar. Acredito que isso me dá oportunidade como atriz para interpretar mais coisas, para brincar mais, para que o público também se divirta mais me vendo em diferentes facetas.


Esta personagem é um grande desafio em sua carreira…

Imagine, estou assustada com tudo o que está acontecendo, começando por esta magnífica apresentação fora da empresa, todo o apoio que nos oferecem e o fato de Pedro Torres ter se unido a este projeto e de ter primeiros atores como Juan Carlos Colombo, a senhora Mariscal, Cinthya Klitbo, que é uma atriz a quem sempre admirei desde os cinco anos e que toda minha vida quis ser como ela, assim, tê-la a meu lado é uma das coisas que não poderia ter sido melhor. Sempre pedi a Deus que fosse no momento preciso, pessoal, profissional e sobretudo com a personagem mais indicada, e assim aconteceu.


Como você se lembra do dia em que te avisaram que seria a protagonista desta grande produção?

Para mim foi um grande dia. Quando me deram a notícia foi como sentir gastrite. Foi um  encontro de sentimentos quando o produtor José Alberto Castro me comunicou. Estava emocionada, mas também esperançosa por poder cumprir com as expectativas que depositaram em mim. Me lembro que no dia 15 de junho iniciamos as gravações para estreá-la em agosto.


É complicado encarnar uma mulher má?

Não tem sido difícil graças a equipe de produção que tem sido muito paciente comigo. Com Aarón estamos fazendo uma história de amor; me divirto muitíssimo com meus companheiros. Sinto que não errei na decisão que tomei. Para mim, Teresa não é uma mulher má. A vejo como uma mulher atual que está brigando por seu lugar, tratando de sobressair nesta sociedade que continua sendo muito complexa.


Como você construiu a personagem?

Devorei toda a informação possível, trabalhei muito a imagem, depois me sentei com os diretores.


Há 20 anos Teresa mudava a vida de Salma Hayek. Você acredita que a sua também tem mudado?

Acredito que sim. Teresa é um projeto que causa muitas coisas, espero e peço a Deus e aos meus anjos que o público se apaixone e deixe sua marca na história da televisão.


Você se sente preparada neste momento de sua carreira para afrontar este desafio?

São trinta cenas ao dia em estúdio, locações, entrevistas e tudo mais. Definitivamente deve-se estar psicologicamente preparada para tudo isto. Agradeço a família que tenho, porque é o que me dá o equilíbrio para seguir todos os dias com o melhor dos ânimos. Acredite: acordo e digo: “Que horas são? 6 da manhã?” melhor continuar dormindo, mas, ao mesmo tempo: “Não, levante-se”. Mas estou muito motivada e muito feliz. Agora devo seguir com esta energia que é o que estou recebendo por parte de toda minha produção, e trabalhar duro, me comprometendo com o estão me oferecendo.


Como tem sido o trabalho com seus três galãs na telenovela?

Muito bem. São garotos muito talentosos, muito respeitosos, que também estão se divertindo e apaixonados por este projeto. É muito prazeroso estar todos em um set e compartilhar esta boa vibração que emana não somente de mim, nem somente dos galãs, mas sim de todos meus companheiros. Ver Cinthya Klitbo com esse sorriso, Luis Fernando Peña, Jessica Segura, é incrível, estou muito bem abrigada. Então, tenho que trabalhar para motivá-los e para que vejam que sua protagonista tem a melhor das atitudes.


Fazendo um balanço, como você se sente nesse projeto?

Me sinto em um sonho e comprometida. Estou muito ansiosa por ver que o público se apaixona e apoia este grande projeto que está sendo feito com tanta qualidade, desde as entradas por Pedro Torres, que é um ícone em nosso país. Me trouxe muita sorte o fato de José Alberto ter confiado em mim para realizar esta personagem que todo o mundo quer ver e que causa tanta expectativa.


Você chegou a ver as versões anteriores de Teresa?

Vi o filme com Maricruz Olivier, que é a história original de Teresa. Obviamente a adaptação de Salma com um final diferente e com outra visão de Teresa, juntamente com o filme que dura uma hora e meia é o que vamos contar nos mais de 260 capítulos. É uma história que vai se passando em etapas de seis a sete anos, onde realmente haverá muitas transições para enfrentar como evolução.


Alguma vez você teve a intenção de deixar a atuação quando não encontrava o reconhecimento que tem agora?

Claro que houve momentos de desesperação, mas sempre pensei que algum dia triunfaria. Se me perguntasse como me senti, responderia que fui paciente e tudo chegou no momento preciso, porque, na verdade, ninguém me deu nada. Na verdade, estou tão contente porque minha família sempre me apoiou, além do que fazem com tenha meus pés muito bem firmes sobre o chão.


O que você quer fazer após este grande projeto?

Agora, depois disso, quero muitas coisas, para mim, não existe topo, há muitos desafios e metas a serem cumpridas.


Colaboração: Gaceta, Dulce Paraíso

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mulheres assassinas 2: Ofélia, apaixonada


DATA
04/10/10

HORÁRIO
22h50

CANAL
Rede CNT

COM
Nuria Bages, Víctor Trujillo, Karla Cossío, Julio Vega, Mara Patricia Castañeda e Luis Fernando Zárate.

RESUMO
O grande segredo da felicidade é alimentar os grandes momentos da vida e o casal Ofélia e Ricardo souberam, ao longo de 21 anos aproveitar ao máximo cada um desses instantes felizes. Ela entrou na vida de Ricardo quando este se separou da mulher e desde que se encontraram, a vida dos dois tomou um rumo de entendimento, respeito, admiração e cumplicidade, os ingredientes para uma vida a dois equilibrada e feliz.

Ricardo tem uma filha, Gimena, fruto de sua primeira relação. A moça não aceita Ofélia na vida do pai e, assim, vive gerando conflitos que o próprio Ricardo, com bom jogo de cintura, vai contornando. Amigos, reuniões para jogos, passeios, tudo o que desejavam ao alcance de seus anseios. Mas um belo dia, Ricardo sofre um mal estar e sua ida ao médico revela um grave problema: câncer.

Ele não sabe de nada, mas Ofélia fica a par da situação e começa a sofrer muito, tanto pela doença como pelas investidas de Gimena. O fato é que a cada dia que passa, Ricardo fica pior e percebe que está com os dias contados. Ele faz de conta que está alheio à realidade, mas aproveita para registrar num diário toda a sua dor e ali deixar um pedido muito especial.

Para Ofélia, ele confidencia que sabe que não há nada mais a ser feito e pede a ela que não permita que ele perca a dignidade. De inicio ela fica pensativa, mas em dado momento, percebe que só existe uma maneira de aliviar a ferocidade da dor que assola o marido.

Ela então decide agir, mas é pega de surpresa pela filha que a acusa de assassinato. Volta assim à tona a grande polêmica em torno da eutanásia que, nesta história baseada em fato real, terá um final surpreendente e o deixará também pensativo a respeito de uma questão: você se atreveria a matar por amor?

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 5

Veja, a seguir, alguns doramas japoneses que se destacaram nos últimos anos:


Gokusen (2002/2005/2008) - Comédia escolar

O dorama de Gokusen ganhou três temporadas e é baseado no mangá de Kozueko Morimito, que conta a história de uma jovem professora que entra em uma escola com a esperança de fazer a diferença na vida de seus estudantes. No entanto, Yamaguchi Kumiko tem a difícil tarefa de ser a professora encarregada da sala 3-D, a mais problemática da escola. Seus estudantes têm cabelos tingidos, uniformes desarrumados e ainda não demostram nenhum respeito por ela. O líder da classe é um aluno preguiçoso, mas demonstra algum interesse por Yamaguchi quando percebe que ela é diferente de outras professoras.

Os alunos tentam intimidá-la para fazê-la sair da escola, mas suas tentativas não funcionam. O que os estudantes e o resto da escola não sabe é que Yamaguchi Kumiko faz parte do grupo Ooedo, um famoso clan Yakuza. Por isso, a professora sempre tenta esconder de seus alunos esse segredo, pois teme perder seu emprego. Apesar da hostilidade de seus alunos no começo, Yamaguchi Kumiko consegue ganhar respeito e admiração, conseguindo até mesmo ganhar um apelido: Yankumi.


Pride (2004) - Esporte e drama

Halu é o capitão de um time de hockey no gelo. Para ele, o hockey é a sua paixão. Aki é uma típica trabalhadora de escritório. Certo dia, sua amiga, determinada a lhe achar um novo namorado, acaba chamando-a para ir assistir um jogo de hockey. Foi então que ela viu Halu pela primeira vez. Depois do jogo, Aki e suas amigas se juntam com os jogadores para uma festa de comemoração da vitória do time no jogo. Aki, no entanto, não está tão empolgada com a festa e, no final, acaba se encontrando com Halu. Logo trocam os endereços de e-mail.

O ex-técnico de Halu lhe ensinou que para ser um grande jogador, ele não deveria se apaixonar por uma mulher, pois isso lhe traria preocupações excessivas e, consequentemente, atrapalharia as suas performances. Enquanto isso, Aki aguarda o retorno de seu namorado que foi para o exterior e que prometeu encontrá-la em uma ponte que ele próprio projetou. Mas o detalhe é que ele nunca entrou em contato com ela, mesmo se passando dois anos de sua partida.

Um dia, Aki e Halu resolvem fazer um acordo: enquanto o namorado de Aki não retorna ao Japão, os dois terão um relacionamento, mas sem criar um laço afetivo entre eles. A condição é que os dois se separem assim que o namorado de Aki retornar. Porém, com o passar do tempo, ambos acabam se apaixonando, mas o namorado de Aki retorna para o Japão. Assim, Aki terá de decidir se ficará com seu namorado, que diz ainda amá-la e lhe pede em casamento, ou se ficará com Halu, rapaz que aos poucos foi conquistando o seu coração.


Ichi rittoru no namida (2005) - Drama familiar

Conhecido como Um litro de lágrimas ou Diário das lágrimas, o drama conta a história de Aya, uma menina de quinze anos, filha de uma família simples. O pai possui uma loja de tofu, a mãe, Shioka, é higienista e tem mais três filhos; Ako, Hiroki e Rika. Entretanto, a vida de Aya vai, aos poucos, mudando, ao perceber que tem levado tombos frequentemente e anda de um modo estranho. A mãe, Shioka, pede para que Aya vá ao médico para ser examinada.

O médico informa que Aya tem degeneração espinocerebelar, uma doença que deteriora o cerebelo gradualmente até o ponto que a vítima não pode andar, falar, escrever, ou comer. A doença não afeta a mente nem a memória. A partir daí, começa uma luta desesperada de sua família e amigos à procura de uma chance de cura para Aya.

O drama é uma adaptação do diário de uma garota japonesa chamada Aya Kitō, que sofreu degeneração espinocerebelar. Ela começou a manter um diário por sugestão de seu médico e continuou a escrever até que não conseguisse mais segurar uma caneta. O diário, intitulado 1 litre no namida, foi publicado logo após sua morte.


Nobuta wo produce (2005) - Comédia escolar

Kiritani Shuji é um garoto popular que se dá bem com todos, mas a única pessoa com quem ele não se dá bem é Kusano Akira. Para Shuji, Akira é um garoto irritante, mas as coisas mudam quando uma nova estudante entra na escola. Essa nova estudante se chama Kotani Nobuko, uma garota que não tem auto-confiança e acaba sofrendo com as outras alunas da escola.

Para tentar ajudá-la, Shuji e Akira decidem produzir Nobuko para que esta passe a se tornar popular. No entanto, uma das condições é que ninguém pode descobrir o que eles estão fazendo para ajudar Nobuko. Esse dorama narra a história da verdadeira amizade entre esses três personagens que não possuem nada em comum.


Hana yori dango (2005/2007) - Romance

Conhecido como Melhor doces do que flores, esse dorama conta a história de Makino Tsukushi, uma garota de família pobre que, apesar das dificuldades financeiras, consegue ser admitida em uma escola de pessoas extremamente ricas. Para que ela pudesse estudar, sua família passou, com orgulho, por muitas privações, na esperança de que a filha conseguisse conquistar um herdeiro milionário.

Nessa escola, Eitoku Gakuen, os alunos esbanjam suas vantagens financeira, porém, os que mais se destacam são os de um famoso grupo de quatro rapazes chamado de Flower Four, os F4, Akira Mimasaka, Soujirou Nishikado, Rui Hanazawa e Tsukasa Doumyouji, que são os herdeiros das mais poderosas famílias do Japão. Pelo poder financeiro dos seus nomes, eles ditam as regras na escola, passando por cima até mesmo dos professores e diretores. Se alguém faz algo que desagrade os F4 recebe uma Tarja vermelha no armário da escola, sofre desgraças e é perseguido por outros alunos até sair da escola.

Tentando passar despercebida, Makino sofre com as injustiças que ocorrem na escola, indo extravazar sua ira na escada de emergência. Sua vida muda quando salva sua única amiga, que sem querer esbarra no líder dos F4, Doumyoji. Makino defende sua amiga da fúria do grupo e enfrenta Doumyoji, coisa que ninguém jamais ousou fazer. Em troca recebe a temida Tarja Vermelha, tornando-se pária dentro do colégio. Mesmo assim, Makino continua na escola pois é uma "erva daninha" resistente, referência ao significado de seu nome, e declara guerra aos F4. A partir daí, sua vida nunca mais foi a mesma.


Tatta hitotsu no koi (2006) - Drama romântico

Essa é uma história de puro amor entre o filho de um homem que dirige uma fábrica que conserta barcos e que está com problemas financeiros, e a filha do dono de uma rede nacional de joalheiras.

Um garoto e uma garota de classes sociais extremamente diferentes se encontram e se apaixonam. O amor deles, claro, enfrenta vários obstáculos. A ambientação é em Yokohama, uma moderna cidade portuária conhecida por sua atmosfera romântica.

Hiroto Kanzaki trabalha duro todo dia e noite para a sobrevivência da pequena fábrica de consertos de Barcos, herdada do seu pai, assim como para a sobrevivência de sua mãe e seu irmão mais novo que está sofrendo problemas de saúde. Vivendo uma vida tão desprivilegiada, Hitaro se esqueceu de como sorrir.

Em contraste com ele, Nao é filha do dono da popular joalheira de uma elegante rua em Yokohama. Ela e cresceu alegre e abençoada com um fluente amor e passou frequentar uma prestigiada universidade exclusiva para mulheres. No momento em que Hiroto a conhece, sua mente fechada vai se abrindo lentamente para Nao, que não é tão inocente e expressa tudo o que pensa. Hiroto e Nao apaixonam-se apesar da diferença de classes sociais e enfrentam problemas à procura de felicidade.


Nodame cantabile (2006) - Comédia romântica

Baseado no mangá homônimo, esta é uma divertida história romântica sobre duas pessoas totalmente opostas. Nodame é uma estudante de piano da escola de música Momogaoka. É uma pianista talentosa que quer se tornar uma professora de jardim de infância. Porém ao invés de acompanhar as pautas musicais, ela toca se baseando em sua audição o que torna a música uma mistura de sons. Nodame é estranha, muito desorganizada, descuidada, gosta de animes e ama comer.

Shinichi Chiaki é um jovem arrogante e perfeccionista que morou na Europa quando criança. Nascido numa família ligada à música, Chiaki é o destaque da escola, sendo talentoso no piano e violinoo. Entretanto, sua grande ambição é ser maestro, voltar para Europa e se tornar o pupilo de Sebastiano Vieira, mas isso não será tão fácil, devido a um trauma de infância ele desenvolveu um pavor à avião.

Os dois se encontram por acidente e descobrem que moram um ao lado do outro, para desespero de Chiaki. A partir daí, suas vidas mudam. Nodame imediatamente se apaixona por ele e o convívio dos dois faz com que ambos cresçam. Por causa de Nodame, Chiaki consegue a oportunidade de conduzir uma orquestra e com esta experiência aprende a conviver melhor com as pessoas e controlar seu temperamento.

Por outro lado, por causa de Chiaki, Nodame enfrenta seus medos e desenvolve seu talento. Oportunidades se abrem para ambos, levando-os muito mais longe do que imaginavam ser possível. Uma comédia divertida, com personagens cativantes, recheada de ótima música e atores excelentes.


Hotaru no Hikari (2007) - Comédia romântica

Amemiya Hotaru trabalha em uma famosa empresa de design de interiores. No trabalho ela é sempre educada, bem disposta, esforçada, bem vestida e muito atenciosa com seus colegas de trabalho. Porém, quando não está na empresa, fica em casa bebendo cerveja direto da lata, comendo macarrão instantâneo e usando roupas velhas e furadas.

Um dia ela acorda e se depara com seu chefe de departamento, Takano Seiichi. Ele vai até lá pensando que a casa estava vazia, mas acaba descobrindo que Hotaru já morava lá há anos. Como ele havia acabado de se separar de sua esposa, decide que o jeito é acabar dividindo o mesmo teto com Hotaru.

Com o passar do tempo, Hotaru se apaixona por Teshima Makoto, designer recém-chegado de Londres, e que também acaba se apaixonando por ela. O maior medo de Hotaru é ter que mostrar o seu "verdadeiro" lado e acabar afastando Makoto de sua vida. Além disso, ela sente um medo de perder Makoto para Saegusa Yuuka, que é bem mais elegante, bonita e simpática que Hotaru.


Code blue (2008) - Drama médico

O drama mostra o cotidiano de quatro residentes em seus respectivos trabalhos e suas diferenças, mas todos com o sonho de se tornarem bons médicos. Mostra as ambições e um pouco da vida particular de cada um. Todos querem chagar a ser um Doutor Heli, doutor de vôo, salvando vidas o mais rápido possível em um helicóptero.

Aizawa Kosaku deseja melhorar suas habilidades como cirurgião, tem o temperamento meio seco, mas com o passar do tempo e após algumas situações, Aizawa sofre uma grande mudança. Ele quer encontrar a resposta para uma pergunta que faz a si mesmo: O que é ser o melhor médico?

Shiraishi Megumi é filha de dois grandes professores de medicina. Ela é meio ensegura, não em relação ao trabalho, mas sim em relação a sua vida pessoal, pois sempre quer agradar aos outros. Busca a resposta para as situações do hospital nos livros, mas não tem êxito, pois as situações do cotidiano são completamente diferentes.

Hiyama Mihoko é uma medica decidida que não gosta muito do temperamento ‘meigo’, pois é bastante realista. Ela sabe dos seus limites e pode ser considerada a mais ambiciosa.

Fujikawa Kazuo é o mais inesperiente. Age por impulso e também gosta muito de falar. Quer muito ser um Doutor Heli, mas precisa amadurecer antes disso.


Buzzer beat (2009) - Esporte e romance

Kamiya Naoki é o jovem jogador de um time profissional de basquete mas, devido à sua baixa estatura e sua tendência em falhar quando se encontra sob pressão, é incapaz de demonstrar suas verdadeiras habilidades dentro da quadra. Enquanto isso, Shirakawa Riko é uma estudante de música que deseja se tornar violinista profissional.

Um dia, Riko acaba encontrando o celular de Naoki no ônibus. Após o primeiro encontro, eles acabam se tornando amigos e, com o passar do tempo, a amizade se torna amor. No entanto, Naoki já estava pensando em se casar com a sua atual namorada. E, para complicar ainda mais a situação, o técnico de Naoki acaba se apaixonando por Riko.


Colaborações:

Giuliano Peccilli (http://www.jwave.com.br/)
Kimochi (http://j-doramas.blogspot.com)
Cacá (http://thedoramas.blogspot.com/)
Doramaniacs (http://www.doramaniacs.com)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 4

Música-tema e músicas de apoio

A música-tema e a música de fundo (ou de apoio) determina o estilo geral do dorama japonês. A maioria dos doramas começa com uma abertura de um ou dois minutos com a música tema e os créditos de abertura. Outros, dedicam apenas alguns segundos iniciais ao nome do dorama com uma melodia que "fica", e colocam a música tema com os créditos finais. A música de fundo é usada estrategicamente em momentos críticos do episódio para marcar mais a cena.

Existe ainda a legião de fãs das trilhas sonoras originais dos doramas japoneses. A maioria das emissoras trabalha com companhias que produzem trilhas sonoras. A maioria das músicas de abertura e encerramento são compostas especialmente para os doramas, mas há também casos em que uma música previamente composta é licenciada para uso na trilha. Assim que a lista é composta, a emissora lança um disco com a trilha sonora original, geralmente algumas semanas após o início do dorama. As músicas de encerramento geralmente são executadas por cantores ou bandas de J-Pop famosos.

A NHK produz suas próprias músicas tema, e é uma das únicas redes de televisão japonesas que possui sua própria orquestra. Assim, a maioria das músicas presentes nos doramas taiga (história de  samurais, shoguns, e demais características da cultura) e asadora (os doramas diurnos) são compostas e produzidas pela casa.

Nos últimos anos, uma tendência a licenciar músicas de fora do país tem aumentado, e em alguns casos, músicas de nomes de peso da indústria ocidental. Esta prática, porém, tem suas desvantagens, como o alto custo.

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 3


Semelhanças e diferenças entre as duas formas de mídia

O termo telenovela, criado pra definir as produções na América latina, nasceu da junção tele, de televisão, e de novela, que é usado pra definir o gênero literário. A telenovela tem como característica o melodrama antigo, sendo uma junção do folhetim do século 19 com as radionovelas produzidas na America Latina.

As telenovelas brasileiras têm como característica sua exibição seis vezes por semana, com uma duração oito meses, em média. O maior destaque de ambas produções fica para a faixa das 21h00, o horário nobre. Assim, vários canais fazem grandes investimentos em suas produções, colocando grandes celebridades como protagonistas, filmagens fora do país, entre outras formas de cativar o público.

Diferentemente das telenovelas brasileiras e mexicanas, as japonesas retratam muita tragédia e sofrimento, como no caso de Ichi rittoru no namida (Um litro de lágrimas) (foto), e nem sempre com finais felizes. Muitas dão ênfase à valorização da família, amigos e à vida, mas há também aquelas de comédia e com aventuras, mas o bom e velho dramalhão também está presente. Conhecidas como ren’ai, as telenovelas românticas costumam ter como personagens principais a kintsuma (esposa infiel) ou jovens envolvidos em triângulos amorosos.

Outra grande diferença está no número de episódios, em média doze ou treze, e no máximo vinte e seis, em sua grande maioria, se assemelhando às minisséries. Os doramas são exibidos em temporadas de três meses, a maioria durante as noites, no decorrer da semana, entre 21h00 e 23h00. As temporadas são durante o inverno (janeiro - março); primavera (abril - junho); verão (julho - setembro) e outono (outubro - dezembro).

Outra característica é que cada episódio é gravado com apenas algumas semanas de antecedência da data em que irá ao ar. Assim, muitos fanáticos têm a oportunidade de visitar seus ídolos gravando as cenas enquando a novelinha ainda está passando.

As diferenças entre os dois países, Brasil e Japão, ficam principalmente nos elencos mais enxutos por parte deste último, enquanto que no Brasil temos produções com uma média de 40 personagens, chegando a ter casos de 100 personagens.

Assim como as telenovelas do horário nobre Brasil, nos doramas noturnos, os membros do elenco são cuidadosamente escolhidos, e tendem a ser atores famosos que o público simpatiza. A escolha do elenco frequentemente afeta a avaliação dos telespectadores e, escolher o par de artistas que irão atuar como casal é essencial no dorama renzoku ren'ai (romântico ou amoroso).

O elenco dos doramas da manhã e da tarde geralmente não são tão populares como os dos noturnos, o que reflete na audiência, mas com o tempo, os bons atores ganham popularidade. Há um esforço extra nos doramas de inverno, uma vez que os espectadores tendem a sair menos nos meses de frio.

Os galãs que estrelam os títulos voltados para adolescentes são conhecidos como tarentos, artistas moldados não somente para atuar, mas também cantar, desfilar e apresentar programas e telejornais. Esses profissionais multiuso são uma herança do século 18, quando os artistas de talentos variados eram reverenciados como as estrelas do teatro kabuki e as gueixas. O gosto pelos personagens populares da época foi registrado em pinturas, que tinham os artistas como principais retratados.

Geralmente, essas estrelas seguem o estilo bishonen - expressão usada para descrever meninos com aparência delicada. Tanto homens afeminados, quanto garotas masculinas não são raros na dramaturgia nipônica, resultado da valorização que o oriental dá ao visual andrógino.

Outros números que chamam a atenção são a diferença de capítulos. Enquanto as produções brasileiras podem ter uma média de 170 episódios, as japonesas têm em torno de 11 episódios.

Outra diferença que chama a atenção é que as produções brasileiras tendem a ser filmadas em estúdios ou cidades cenográficas, raras são as telenovelas que se utilizam demasiadamente de cenas externas. Por outro lado, as produções japonesas não utilizam cidades cenográficas, mas sim cenas externas.

No Japão, é comum filmes e telenovelas serem rodados sem trazer grandes incômodos à sua população. Inclusive, em alguns casos, filma-se sem a utilização de figurantes, mas sim, com os próprios cidadãos das ruas, ao contrário do Brasil, onde são raros os casos e, de praxe, se utiliza figuração para determinadas cenas.

Normalmente, as tramas brasileiras são originais, sendo, às vezes, baseadas em livros populares da literatura nacional, como os de Jorge Amado. Já no Japão, as tramas, normalmente são baseadas em livros e quadrinhos, além de uma parcela também original.

Pode parecer inusitado, porém, as produções japonesas baseadas em quadrinhos são uma realidade. Tendo um mercado bem definido, a maioria das produções acaba se focando no gênero shoujo e josei, direcionados ao público adolescente e adulto feminino. Também existem telenovelas baseadas em quadrinhos shounen, para o público masculino adolescente.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 2


Telenovelas brasileiras x doramas

As telenovelas brasileiras são um grande sucesso no Brasil e também em diversos países. Junto as produzidas no México, são uma das maiores formas de mídia que exportam o cotidiano da América latina para o mundo inteiro. Por outro lado, a teledramaturgia japonesa, também é um grande sucesso por toda a Ásia, junto com a da Coreia do Sul, vendem toda sua forma de cultura de massa para seus países vizinhos.

Ambos os tipos de produção se originaram das radionovelas, produzidas diariamente nos anos 40 e 50, que tinham episódios diários sempre com um grande suspense para o dia seguinte, e das  soap operas, os dramas melodramáticos que retratam situações domésticas cotidianas.

Uma produção desse tipo, independente do país, não somente promove a cultura, como também estimula sua população a consumir aquela cultura de massa. No Brasil, telenovelas como O clone, inspiraram a moda árabe no Brasil, e, principalmente, a abertura de diversas escolas de danças árabes no país. Por outro lado, atores como Takuya Kimura, inspiraram sua forma de vestir, de cabelo, como gostos femininos da população japonesa.

Tanto o Brasil, como o Japão, tem suas semelhanças na área de telenovelas. Ambos os países, têm atores e atrizes que inspiram moda a ser usada pela população, tendo seus cabelos imitados nos salões de beleza, e até seus jargões. Independentemente do país, as pessoas se identificam  com os personagens, principalmente por estes fazerem parte de uma realidade tão próxima e semelhante a daqueles que os assiste.

A evolução de ambos os países em suas produções ganhou um novo enfoque nos anos 90, que além de demonstrar o cotidiano da sociedade, tocou também seus problemas e tabus. Se no Japão, a Fuji TV decidiu seguir essa linha, trazendo bullying e racismo como temas de suas produções, no Brasil, a Rede Globo optou pelo mesmo, mostrando barriga de aluguel e homossexualismo em suas tramas.

Atualmente, no Brasil, pode-se ter acesso às telenovelas japonesas pela emissora estatal NHK, via televisão a cabo, enquanto que os brasileiros que residem no Japão podem assistir as produções brasileiras pelos canais Rede Globo Internacional e Rede Record Internacional.

No Brasil já tivemos a exibição de duas telenovelas japonesas, a primeira foi Oshin (foto acima), com 300 episódios, exibida dentro do programa Imagens do Japão, com áudio original e sem legendas, e Haru e Natsu (foto do primero post), exibida pela Rede Bandeirantes, em 2008, como minisérie.

Porém, com o avanço da Internet e o trabalho feito por fãs, as telenovelas japonesas conquistaram um novo público: o fã de cultura pop japonesa. Mesmo aquele que não sabe japonês pode ter acesso às produções de lá, legendadas quase que instantaneamente por fãs, em português, inglês ou espanhol.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 1


Introdução

A palavra dorama deriva de drama e é a definição generalizada do gênero telenovela oriental, seja ela J-dorama (drama japonês), K-dorama (drama coreano), C-dorama (drama chinês). O termo dorama é apenas um rótulo que deve ser usado da mesma forma que mangá significa quadrinhos japoneses e anime, animação japonesa.

O estilo oriental de telenovela é completamente diferente, com um roteiro beirando mais para um mangá/anime shoujo (voltado para o público jovem feminino) do que para o estilo de telenovela ocidental. Tem dois tipos de enredos frequentes: relações familiares que, de tanto drama, fazem chorar; ou então comédias bem lights. Cenas de beijo são raras e quando acontecem não passam de um selinho um pouco mais demorado.

Geralmente, cada emissora televisiva se centra em uma temática específica. A Fuji TV, uma das mais populares, com as chamadas telenovelas noturnas, da segunda-feira, produz, normalmente, histórias de amor; já a TV Asahi foca temas históricos e policiais; a NHK, por sua vez, centra-se em histórias de temática adulta, dando ênfase em dramas épicos de significância histórica, geralmente com um elenco de peso, ou em doramas inspiradores que focam jovens e determinados heróis ou heroínas.

Além dessas, existem outras produtoras de doramas, como a TBS e a NTV. Os doramas transmitidos pela Fuji TV e pela TBS são geramente os mais famosos, mas a NTV também produz alguns bem populares.

A Fuji TV é reconhecida como a inventora da fórmula do dorama. Durante os anos de 1980 e 1990, a emissora popularizou os doramas modernos através do recrutamento de atores e atrizes jovens e famosos.

domingo, 31 de outubro de 2010

TV Brasil apresenta A cara que mereces

A TV Brasil exibe neste domingo, 31 de outubro, às 23h00, o filme português A cara que mereces, que gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos.

Gravado em 2004, o filme com roteiro de Miguel Gomes, Manuel Mozos e Telmo Churro, conta, em 108 minutos, a história de Francisco, um homem que espelha a desilusão de uma geração quando entra na casa dos 30, quando desaparece a cara que Deus deu e fica apenas a cara que cada um merece.

O mal-estar que sente assume dimensões críticas, até que ele contrai sarampo e passa a viver num estado alucinatório. Neste momento, sete personagens, projeções de sua consciência febril, tomam, com suas aventuras, os rumos da história.

Comédia inspirada nos contos maravilhosos infantis, A cara que mereces se vale do imaginário das fábulas para retratar a desilusão de um homem diante do mundo O pretexto narrativo é simples, está contido no título e na frase que abre o filme “Até aos 30 anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.

No ano de seu lançamento A cara que mereces recebeu o Prêmio da Crítica e o Prêmio da Melhor Fotografia no Festival Indie Lisboa; e Menção Especial do Juri no Festival de Cinema de Covilhã.

Biografia de Nora Salinas


INTRODUÇÃO

Alicia Nora Ortíz Salinas nasceu em Monterrey, estado de Nuevo León, México, em 07 de junho de 1976, mas desde pequena viveu em Reynosa, uma cidade de Tamaulipas, divisa com os Estados Unidos. Filha de Rodolfo Calera Anzaldúa e Nora Alicia Salinas de León, a atriz tem cinco irmãos: Rodolfo e Gisela, filhos do casamento de seu pai com María Isabel Rodríguez, ambos envolvidos no ambiente musical, além de José Luis, Natalia e Karla. Em sua adolescência namorou um garoto chamado Ismael, seu primeiro amor.


SUA HISTÓRIA

Nora e seu irmão, José Luis, sempre foram muito travessos, e suas irmãs, Natalia e Karla, também não ficaram para trás. Em sua casa havia um enorme jardim, onde costumava subir em árvores e brincar com os irmãos.

Aos doze anos, seus pais se divorciaram, e desde então, sempre teve o cuidado de seus irmãos. Seu primeiro trabalho foi como vendedora de cachorrinhos na porta de sua casa e em sua cidade participava do time municipal de basquete. Nora sempre pensou em se tornar arquiteta, mas aos dez decidiu ser atriz.

Em 1993, participa e vence o concurso de Miss Tamaulipas. Então, decide ir à capital participar do concurso La chica TV, onde obtém um grande êxito e se posiciona em terceiro lugar. Neste concurso conhece Eugenio Cobo, o diretor do Centro de Educación Artística de Televisa e lhe confessa seu sonho de ser atriz.

Finalmente, Nora consegue entrar no CEA e se muda para o Distrito Federal para estudar. Nesse mesmo ano, ganha o concurso El rostro de El Heraldo de México. Após, em 1994, Luis del Llano lhe dá sua primeira oportunidade: a telenovela Agujetas de color de rosa, onde interpreta Jessica, uma garota rebelde e roqueira. Com seu talento e beleza, Nora atrai a atenção de milhões de telespectadores no México.

Em 1996, encara um novo desafio na telenovela Confidente de secundaria, onde dá vida à caprichosa Bianca, com quase o mesmo elenco de sua telenovela anterior, nesta que foi uma trama juvenil com muita música e diversão, que tratava sobre os problemas e medos que os jovens enfrentavam, uma história que ajudava os adolescentes a buscarem ajuda e dava-lhes conselhos positivos para terem sucesso em suas vidas, nos momentos de maior vulnerabilidade e solidão.

A telenovela abriu, ainda, as portas para um sem-fim de talentos jovens da Televisa, entre eles destacam-se Irán Castillo, Karyme Lozano, Flavio César, Martha Aguayo, Francesca Guillén, Gerardo Quiroz, Sergio Mayer, Sergio Blass, Alejandra Barros, Consuelo Duval, Arleth Terán, Fey, entre outros.

É nesse mesmo ambiente que Nora conhece seu segundo amor, José Luis Melo Cordero, filho do ator Joaquín Cordero, que tem um pequeno papel na mesma telenovela. Mesmo Nora tendo vinte anos e Melo trinta e cinco, a relação dura dois anos com muita segurança e tranquilidade.

Em 1997, Nora realiza seu primeiro papel estelar no teatro com La Cenicienta e interpreta o papel de Graziela na telenovela Esmeralda, realizando uma grande interpretação. A personagem de Graziela, tão complexa e emotiva, torna-se o divisor de águas de sua carreira e a lança à internacionalização. Aqui no Brasil, a versão de Esmeralda conta Karina Barum, que dá vida a mesma personagem, também dando um show de interpretação.

Neste mesmo ano, e ao lado de Fernando Colunga, seu companheiro e galâ de Esmeralda, obtém grande destaque no teatro, com a obra El pecado no original, produzida por Ernesto Laguardia. A obra realiza uma turnê pela América do Sul e Estados Unidos. Chegado este momento, as complicações que desde a infância havia tido com o aparelho digestivo fazem com que opere o cólon.

Em 1999, interpreta o papel de Vera no melodrama Rosalinda, onde atua ao lado de Thalía, Fernando Carrillo e Angélica María, que lhe ajuda muito com seus conselhos e experiência durante as gravações. Mesmo a trama não tendo tanto sucesso no México, alcança grande destaque no exterior.

Em 2000, em DKDA Sueños de juventud, Nora encarna a personagem de Leticia, sua melhor vilã, debilitada, alcoólica e caprichosa. Somente após três dias do término de DKDA, participa em Carinha de anjo, uma telenovela infantil, interpretando a inesquecível Tia Peruca, o segundo divisor de águas de sua carreira, que lhe vale o carinho das crianças e reafirma sua projeção a nível internacional. Nesse verão, Nora termina seu namoro com José María Fernández, arquiteto e meio-irmão de Chantal Andere.

Em 2001, Nora recebe sua primeira oportunidade de protagonizar uma telenovela: Maria Belém, onde se encarrega de dar vida à Ana, uma psicóloga que descobre o amor maternal ao conhecer Maria Belém. No final do ano, a atriz volta como protagonista no especial Navidad sin fin.

Em 2002, confirma sua participação como a protagonista de Viva às crianças! - Carrossel 2, mas sua gravidez e casamento com o empresário Miguel Borbolla faz com que paralise sua carreira. O papel, então, fica nas mãos da atriz e consolidada apresentadora Andrea Legarreta. O casamento é celebrado no civil, estando Nora em seu quarto mês de gestação, e o casal se muda para Querétaro. Seu bebê, José Miguel, nasce em 1° de setembro de 2002.

Em 2004, a triz regressa aos sets com a telenovela Amy, a menina da mochila azul, no papel de Emília, uma terna doutora. Em março deste mesmo ano, anuncia a separação de seu esposo e mesmo tentando rever a situação, assina o divórcio em setembro, sem que nenhuma das partes desse declarações sobre os motivos da ruptura.

Em agosto de 2004, Nora realiza um filme pela primeira vez, protagonizando, no cinema, Cicatrices, ao lado de Rodrigo Abed. O filme retrata, cruamente, o drama causado pela violência familiar. Segundo a própria atriz, sua personagem, Clara, se tornou uma das mais difíceis de sua carreira. A produção estreou em 15 de setembro de 2006 no México, esteve em cartaz durante onze semanas e tornou-se um dos cinco filmes mais assistidos do ano. Graças ao filme, Nora recebe o prêmio Diosa de Plata, como atriz revelação, prêmio este de maior reconhecimento no mundo cinematográfico mexicano, depois do prêmio Ariel.

Em 2005, aparece em Sonhos e caramelos, exibida no Brasil pela Rede CNT, uma telenovela infantil, onde se encarrega de interpretar Lupita, um manequim com vida. Este papel lhe exige muitos recursos de atuação, sobretudo, um controle exato sobre os movimentos de seu corpo e respiração, comprovando, mais uma vez, seu carisma com o público infantil.

Em 2006, Nora participa da telenovela cômica A feia mais bela, interpretando Carolina, a fada madrinha que ajuda Lety a se tornar uma mulher bela, tanto exterior como interiormente. Papel pelo qual obtém a nomeação como Melhor atriz de elenco na edição 2007 dos prêmios TVyNovelas.

Em 2007, participa na telenovela comemorativa dos 50 anos das telenovelas mexicanas, Amor sin maquillaje e, em 2008, faz uma participação protagônica na produção de Salvador Mejía, Fuego en la sangre, junto de Adela Noriega e Elizabeth Álvarez. Em maio deste ano, seu ex-marido Miguel Borbolla, a acusa de tê-lo ameaçado de morte, e feito os segurança de seu namorado espancá-lo.

Em 2009, se integra ao elenco de Atrévete a soñar em uma participação especial em agradecimento a Luis del Llano, interpretando a ela mesma no papel de um freira fanática por hambúrgueres. Em 20 de julho de 2010, dá a luz sua filha Scarlett, fruto de romance com Mauricio Becker.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2009 - Atrévete a soñar (Nora Salinas)
2008 - Fuego en la sangre (Sara)
2007 - Amor sin maquillaje (Adriana)
2006 - A feia mais bela (Carolina)
2005 - Sonhos e caramelos (Lupita)
2004 - Amy, a menina da mochila azul (Emília)
2001 - Navidad sin fin (Alejandra)
2001 - Maria Belém (Ana)
2000 - Carinha de anjo (Estefânia)
2000 - DKDA Sueños de juventud (Leticia)
1999 - Rosalinda (Vera)
1997 - Esmeralda (Graziela)
1996 - Confidente de secundaria (Bianca)
1994 - Agujetas de color de rosa (Jessica)

SÉRIE

2009 - Tiempo final (Cristina)

FILME

2005 - Cicatrices (Clara)

sábado, 30 de outubro de 2010

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 2


Outra das mais legendárias histórias da autora é Señorita Elena, da rádio cubana, que passou na televisão venezuelana em três versões bem-sucedidas nos anos 60, 70 e 80. Juan Osorio a produziu com o título de Vivo por Elena, protagonizada por Victoria Ruffo e Saúl Lizaso, para espanto da autora, que não aceitava Victoria como protagonista, por considerá-la mais velha do que a personagem e que, além disso, teve de assistir, espantada, tramas com lésbicas, travestis e gays, que não estavam em seu libreto.

Em 1999, com a volta de Thalía às telenovela mexicanas, após o triunfo com a trilogia das três Marias, foi realizada Rosalinda, versão de Carlos Romero do original María Teresa, que nos anos setenta foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina. Novamente Delia estava irritada, porque não queria Fernando Carrillo como protagonista, este que já havia feito o mesmo personagem na versão de 1987, chamada Primavera.

Na metade da história, Carlos Romero abandona o projeto por problemas com a produção e é substituído por Liliana Abud, que tira o lixo da história original e inventa um novo argumento, totalmente desassociado do original.

Apesar dos desgostos, em 2003, Delia reafirma um novo contrato com a Televisa, onde vende toda sua produção por vários milhões. Daí em diante realizam-se Mariana da noite, que após uma longa maratona dá os papel principais à Alejandra Barros e Jorge Salinas e os de vilões para César Évora e Angelica Rivera, que levaram todos os reconhecimentos com os papéis que originalmente foram personificados por Ivonne Attas e Martín Lantigua, em 1976.

Em 2006, realiza-se uma nova versão de Peregrina, aquela protagonizada, em 1973, por Rebeca González e José Bardina, que logo teve a versão La muchacha del circo, protagonizada por Catherine Fulop e Fernando Carrillo, e Kassandra, com Coraima Torres e Osvaldo Ríos, a qual se registra como a telenovela mais vendida da história. A Peregrina mexicana teve mais pena que glória, já que Delia recusou seus créditos na telenovela por haverem eliminado a trama dos ciganos.

Recentemente, outra história de Delia Fiallo que esteve nas telinhas mexicanas foi Cuidado con el ángel, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, nova versão de Una muchacha llamada Milagros, protagonizada por  Rebeca González e José Bardina em 1974, que já havia tido um remake chamado Mi amada Beatriz, de 1987, protagonizado Catherine Fulop e Miguel Alcántara.

Também, há poucos meses, foi ao ar Mar de amor, uma nova versão de María del mar, realizada em 1978 e protagonizada por Chelo Rodríguez e Arnaldo André, que nessa ocasião foram substituídos por Zuria Vega e Mario Cimarro nos papéis principais.

Atualmente, uma nova versão de Cristal, chamada Triunfo del amor (foto), é a grande aposta da Televisa para o horário nobre. A trama, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, vai ao ar de segunda à sexta às 21h15 pelo Canal de las estrellas.

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 1


As histórias de Delia Fiallo chegaram ao México graças a Valentín Pimstein, o grande produtor de telenovelas mexicanas que sempre buscou histórias em qualquer parte do continente para realizá-las.

Em 1986, realizou-se Monte Calvario, protagonizada por Edith González e Arturo Peniche. Esta história, que não havia sido realizada antes na televisão, esteve baseada na radionovela La mujer que no podia amar. Os vilões foram Ursula Prats e José Alonso. Após esta telenovela, passaram-se dez anos, até que voltaram a produzir histórias desta autora.

Em 1995 realiza-se Morelia, uma co-produção entre a Televisa, do México, e o produtor peruano Pepe Crousillat, realizada em Miami e protagonizada por Alpha Acosta e Arturo Peniche. Morelia é a versão mais recente de La Zulianita, telenovela que, em 1975, foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina na Venezuela.

Com Morelia, Delia assina um contrato milionário com a Televisa graças a Valentín Pimstein, que nessa época era vice-presidente de telenovelas da emissora, e Pepe Crousillat, que havido sido encarregado da distribuição internacional destas produções. Isso ocorreu em 1996, quando preparava-se outra versão de La mujer que no podia amar, que em sua versão Monte Calvario contou com o escritor Carlos Romero como adaptador do libreto da rádio para a televisão.

Valentín Pimstein seria o produtor da telenovela, mas no período de pré-produção, o chileno saiu da Televisa e encomendou o projeto a Carla Estrada, que o chamou de Sigo te amando. Delia aspirava adaptar a telenovela por ela mesma, porém Carla fez de René Muñoz uma espécie de co-adaptador.

Nas reuniões, não havia entendimento entre Carla e Delia, que regressou a Miami para seguir adaptando sua história, vendo com surpresa que tudo o que estava escrevendo era desfeito nos capítulos que iam ar e que estavam zombando de sua cara, já que a adaptação foi feita por René Muñoz. Como ela mesma disse, tornaram a telenovela muito violenta. Estupros e assassinatos confundiram o público que não sabia se a protagonista deveria ficar com o galã ou com o vilão.

Já em 1997, Esmeralda conquistava o mundo com as atuações de Leticia Calderón e Fernando Colunga, que protagonizaram a trama antes estrelada por Lupita Ferrer e José Bardina, em 1970 e por Grecia Colmenares e Victor Cámara, na versão de 1984, chamada Topázio.

Após esta experiência, em 1998, a Televisa produziu O privilégio de amar (foto), versão da célebre Cristal. Novamente Carla Estrada foi a produtora e, dessa vez, Adela Noriega e René Strickler, os protagonistas. A adaptadora foi Liliana Abud, que modificou a história original no que diz respeito ao perfil dos personagens.

Aquela avó atormentada, fanática religiosa e intrigante, interpretada por Zoe Ducos, em Cristal, tornou-se uma assassina em série, interpretada por Marga López. Inocência, interpretada por Mariela Alcalá, acabou nas mãos de Sabine Moussier, que se tornou uma mulher assustadora e chorona;  a personagem de Helena Rojo, como Luciana Duval, era perseguida por um amante do passado, inexistente na história original.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

México: Especialista em vilãs protagonistas

Na história das telenovelas se existe um país que se destaca por haver desenvolvido vilãs protagonistas, é o México. Mulheres malvadas que são o centro da trama foi a fórmula que teve seu maior apogeu nos anos 60 e 70, pois desde os anos 80 até atualmente foram escassas as vezes em que se pôde ver uma protagonista fazendo maldades. Estas, na maioria das telenovelas, são exemplo de bondade, muitas são tão boas que são dignas de beatificação. Quando aparecem casos de protagonistas malignas, geralmente, se alcançam bons resultados na audiência. Veja os casos mais destacados:


Nora (Senda prohibida)


Na primeira telenovela mexicana, original de Fernanda Villeli, um libreto que nasce da rádio, Silvia Derbez dá vida à Nora, a moça interiorana que chega à cidade grande com a intenção se tornar-se rica. Esta, primeiramente, trata de ganhar tudo honestamente, mas são tantas suas ambições que se deixa levar pelo caminho que acredita ser o mais fácil. Conquista um homem de classe social alta, casado há mais de vinte anos, com dois filhos, e destrói seu casamento, lhe tirando todo o dinheiro, mas ao maldades são pagas no final: Nora recebe seu castigo ficando sozinha e na pobreza, o homem recupera sua família perdida.


Teresa (Teresa)


Teresa, uma jóia das telenovelas mexicanas é um clássico original de Mimí Bechelani, que consagrou Maricruz Olivier no papel de Teresa, uma pobre jovem que vivia em um cortiço. Sua mãe, dona-de-casa e seu pai, um mecânico, tudo sacrificavam para que ela estudasse em um bom colégio e se formasse com mérito. Teresa, mesmo apaixonada por um rapaz de seu bairro, se relaciona com um professor para subir socialmente, e também com o cunhado deste. Renegando seus pais e sua pobreza, finalmente se descobre o lado escuro de sua alma. O homem do bairro, que era desprezado por ser pobre, refaz sua vida e torna-se um médico bem-sucedido. Teresa faz com que sua mãe morra de desgosto e quando volta à casa, seu pai a expulsa. Ao final chora pelo castigo que recebe: a solidão e o desprezo.


Deborah (La sonrisa del diablo)


Em La sonrisa del diablo, impactante título para 1970, Ernesto Alonso, aproveitando o êxito de Maricruz Olivier como Teresa, pensava nela para que a escritora Luisa Xammar desenvolvesse o roteiro. Maricruz dá vida a Deborah San Román, a ambiciosa mulher que entra na vida de um viúvo milionário, lhe tira todo seu dinheiro e o gasta com um amante insaciável. Uma mulher fria e calculista disposta a matar para alcançar seus propósitos.


Rubi (Rubi)


Rubi nasce de uma historieta de Yolanda Vargas Dulché. Fanny Castro interpretou a mítica mulher sensual que, igualmente a Teresa e Nora, vinha da pobreza, a qual renegava. Rubi usava seu belo corpo para alcançar seu objetivo: ser rica. Brinca com os sentimentos de um engenheiro milionário enquanto ama o médico amigo deste. A ambição e a beleza foram as armas de Rubi, que em sua versão de 2004 obteve muito êxito, protagonizada por Barbara Mori.


María de los Ángeles (El ángel caído)


Luis Reyes de la Maza criou em meados dos anos oitenta a versão novelística da viúva negra. Rebecca Jones interpreta uma mulher perturbada que perde seus pais em um acidente, sendo, ainda, uma criança, que fica traumatizada. A ambição pelo dinheiro a torna uma psicopata que se casa várias vezes, matando seus esposos para herdar-lhes sua fortuna. E pensar que esta se chamava María de los Ángeles.

Do original ao remake: Esmeralda


Foi em 1971 quando a Venevisión, canal venezuelano, decidiu exportar suas telenovelas, e o fizeram primeiramente com uma história original da escritora cubana Delia Fiallo, que tinha como título Esmeralda. Tal como a pedra preciosa, o drama protagonizado por Lupita Ferrer e José Bardina começou a brilhar da Venezuela para toda a América.

Até hoje, a telenovela da cega e do rico fazendeiro, cujos destinos foram trocados ao nascer, é lembrada por muitos daquela geração. Sempre que se faz referência à trajetória de Lupita Ferrer, inevitavelmente se menciona esta história, da qual Lupita sempre fala com orgulho.

A princípios dos anos 80, esta história teve seu primeiro remake, agora, sob título de Topázio, produzida pela RCTV, da Venezuela, em 1984, e protagonizada por Grecia Colmenares e Victor Camara. Aqui, as principais novidades em comparação à original foram a cor, as locações e as externas em um precioso manancial, onde, a princípio, foram gravadas algumas cenas que simulavam a protagonista tomando banho nua, mas que foram eliminadas por ordem da autora original.

Esta telenovela obteve tanto êxito na América que, passado poucos anos, chegou à Europa, sendo a Espanha e a Itália os países em que se tornou um verdadeiro sucesso, fazendo com que os protagonistas viajassem até lá para receberem diversos prêmios. Esse é outro êxito que ainda perdura na memória da geração que a viu.

Passaram vários anos até que, em 1997, a Televisa, do México, comprasse os direitos para um novo remake, protagonizado por Leticia Calderón e Fernando Colunga, que teve um alcance mundial. Países da Europa e da África, onde não chegavam as telenovelas, se comoveram diante da ternura da ceguinha que logo recuperava a tinha que decidir entre o amor de dois homens. Para a Televisa, este é um dos seus maiores êxitos internacionais.

Existe ainda a versão brasileira, que não teve grande repercussão internacional, mas que atualmente é reprisada pelo SBT, quem a produziu em 2004, protagonizada por Bianca Castanho e Cláudio Lins.