domingo, 31 de outubro de 2010

TV Brasil apresenta A cara que mereces

A TV Brasil exibe neste domingo, 31 de outubro, às 23h00, o filme português A cara que mereces, que gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos.

Gravado em 2004, o filme com roteiro de Miguel Gomes, Manuel Mozos e Telmo Churro, conta, em 108 minutos, a história de Francisco, um homem que espelha a desilusão de uma geração quando entra na casa dos 30, quando desaparece a cara que Deus deu e fica apenas a cara que cada um merece.

O mal-estar que sente assume dimensões críticas, até que ele contrai sarampo e passa a viver num estado alucinatório. Neste momento, sete personagens, projeções de sua consciência febril, tomam, com suas aventuras, os rumos da história.

Comédia inspirada nos contos maravilhosos infantis, A cara que mereces se vale do imaginário das fábulas para retratar a desilusão de um homem diante do mundo O pretexto narrativo é simples, está contido no título e na frase que abre o filme “Até aos 30 anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.

No ano de seu lançamento A cara que mereces recebeu o Prêmio da Crítica e o Prêmio da Melhor Fotografia no Festival Indie Lisboa; e Menção Especial do Juri no Festival de Cinema de Covilhã.

Biografia de Nora Salinas


INTRODUÇÃO

Alicia Nora Ortíz Salinas nasceu em Monterrey, estado de Nuevo León, México, em 07 de junho de 1976, mas desde pequena viveu em Reynosa, uma cidade de Tamaulipas, divisa com os Estados Unidos. Filha de Rodolfo Calera Anzaldúa e Nora Alicia Salinas de León, a atriz tem cinco irmãos: Rodolfo e Gisela, filhos do casamento de seu pai com María Isabel Rodríguez, ambos envolvidos no ambiente musical, além de José Luis, Natalia e Karla. Em sua adolescência namorou um garoto chamado Ismael, seu primeiro amor.


SUA HISTÓRIA

Nora e seu irmão, José Luis, sempre foram muito travessos, e suas irmãs, Natalia e Karla, também não ficaram para trás. Em sua casa havia um enorme jardim, onde costumava subir em árvores e brincar com os irmãos.

Aos doze anos, seus pais se divorciaram, e desde então, sempre teve o cuidado de seus irmãos. Seu primeiro trabalho foi como vendedora de cachorrinhos na porta de sua casa e em sua cidade participava do time municipal de basquete. Nora sempre pensou em se tornar arquiteta, mas aos dez decidiu ser atriz.

Em 1993, participa e vence o concurso de Miss Tamaulipas. Então, decide ir à capital participar do concurso La chica TV, onde obtém um grande êxito e se posiciona em terceiro lugar. Neste concurso conhece Eugenio Cobo, o diretor do Centro de Educación Artística de Televisa e lhe confessa seu sonho de ser atriz.

Finalmente, Nora consegue entrar no CEA e se muda para o Distrito Federal para estudar. Nesse mesmo ano, ganha o concurso El rostro de El Heraldo de México. Após, em 1994, Luis del Llano lhe dá sua primeira oportunidade: a telenovela Agujetas de color de rosa, onde interpreta Jessica, uma garota rebelde e roqueira. Com seu talento e beleza, Nora atrai a atenção de milhões de telespectadores no México.

Em 1996, encara um novo desafio na telenovela Confidente de secundaria, onde dá vida à caprichosa Bianca, com quase o mesmo elenco de sua telenovela anterior, nesta que foi uma trama juvenil com muita música e diversão, que tratava sobre os problemas e medos que os jovens enfrentavam, uma história que ajudava os adolescentes a buscarem ajuda e dava-lhes conselhos positivos para terem sucesso em suas vidas, nos momentos de maior vulnerabilidade e solidão.

A telenovela abriu, ainda, as portas para um sem-fim de talentos jovens da Televisa, entre eles destacam-se Irán Castillo, Karyme Lozano, Flavio César, Martha Aguayo, Francesca Guillén, Gerardo Quiroz, Sergio Mayer, Sergio Blass, Alejandra Barros, Consuelo Duval, Arleth Terán, Fey, entre outros.

É nesse mesmo ambiente que Nora conhece seu segundo amor, José Luis Melo Cordero, filho do ator Joaquín Cordero, que tem um pequeno papel na mesma telenovela. Mesmo Nora tendo vinte anos e Melo trinta e cinco, a relação dura dois anos com muita segurança e tranquilidade.

Em 1997, Nora realiza seu primeiro papel estelar no teatro com La Cenicienta e interpreta o papel de Graziela na telenovela Esmeralda, realizando uma grande interpretação. A personagem de Graziela, tão complexa e emotiva, torna-se o divisor de águas de sua carreira e a lança à internacionalização. Aqui no Brasil, a versão de Esmeralda conta Karina Barum, que dá vida a mesma personagem, também dando um show de interpretação.

Neste mesmo ano, e ao lado de Fernando Colunga, seu companheiro e galâ de Esmeralda, obtém grande destaque no teatro, com a obra El pecado no original, produzida por Ernesto Laguardia. A obra realiza uma turnê pela América do Sul e Estados Unidos. Chegado este momento, as complicações que desde a infância havia tido com o aparelho digestivo fazem com que opere o cólon.

Em 1999, interpreta o papel de Vera no melodrama Rosalinda, onde atua ao lado de Thalía, Fernando Carrillo e Angélica María, que lhe ajuda muito com seus conselhos e experiência durante as gravações. Mesmo a trama não tendo tanto sucesso no México, alcança grande destaque no exterior.

Em 2000, em DKDA Sueños de juventud, Nora encarna a personagem de Leticia, sua melhor vilã, debilitada, alcoólica e caprichosa. Somente após três dias do término de DKDA, participa em Carinha de anjo, uma telenovela infantil, interpretando a inesquecível Tia Peruca, o segundo divisor de águas de sua carreira, que lhe vale o carinho das crianças e reafirma sua projeção a nível internacional. Nesse verão, Nora termina seu namoro com José María Fernández, arquiteto e meio-irmão de Chantal Andere.

Em 2001, Nora recebe sua primeira oportunidade de protagonizar uma telenovela: Maria Belém, onde se encarrega de dar vida à Ana, uma psicóloga que descobre o amor maternal ao conhecer Maria Belém. No final do ano, a atriz volta como protagonista no especial Navidad sin fin.

Em 2002, confirma sua participação como a protagonista de Viva às crianças! - Carrossel 2, mas sua gravidez e casamento com o empresário Miguel Borbolla faz com que paralise sua carreira. O papel, então, fica nas mãos da atriz e consolidada apresentadora Andrea Legarreta. O casamento é celebrado no civil, estando Nora em seu quarto mês de gestação, e o casal se muda para Querétaro. Seu bebê, José Miguel, nasce em 1° de setembro de 2002.

Em 2004, a triz regressa aos sets com a telenovela Amy, a menina da mochila azul, no papel de Emília, uma terna doutora. Em março deste mesmo ano, anuncia a separação de seu esposo e mesmo tentando rever a situação, assina o divórcio em setembro, sem que nenhuma das partes desse declarações sobre os motivos da ruptura.

Em agosto de 2004, Nora realiza um filme pela primeira vez, protagonizando, no cinema, Cicatrices, ao lado de Rodrigo Abed. O filme retrata, cruamente, o drama causado pela violência familiar. Segundo a própria atriz, sua personagem, Clara, se tornou uma das mais difíceis de sua carreira. A produção estreou em 15 de setembro de 2006 no México, esteve em cartaz durante onze semanas e tornou-se um dos cinco filmes mais assistidos do ano. Graças ao filme, Nora recebe o prêmio Diosa de Plata, como atriz revelação, prêmio este de maior reconhecimento no mundo cinematográfico mexicano, depois do prêmio Ariel.

Em 2005, aparece em Sonhos e caramelos, exibida no Brasil pela Rede CNT, uma telenovela infantil, onde se encarrega de interpretar Lupita, um manequim com vida. Este papel lhe exige muitos recursos de atuação, sobretudo, um controle exato sobre os movimentos de seu corpo e respiração, comprovando, mais uma vez, seu carisma com o público infantil.

Em 2006, Nora participa da telenovela cômica A feia mais bela, interpretando Carolina, a fada madrinha que ajuda Lety a se tornar uma mulher bela, tanto exterior como interiormente. Papel pelo qual obtém a nomeação como Melhor atriz de elenco na edição 2007 dos prêmios TVyNovelas.

Em 2007, participa na telenovela comemorativa dos 50 anos das telenovelas mexicanas, Amor sin maquillaje e, em 2008, faz uma participação protagônica na produção de Salvador Mejía, Fuego en la sangre, junto de Adela Noriega e Elizabeth Álvarez. Em maio deste ano, seu ex-marido Miguel Borbolla, a acusa de tê-lo ameaçado de morte, e feito os segurança de seu namorado espancá-lo.

Em 2009, se integra ao elenco de Atrévete a soñar em uma participação especial em agradecimento a Luis del Llano, interpretando a ela mesma no papel de um freira fanática por hambúrgueres. Em 20 de julho de 2010, dá a luz sua filha Scarlett, fruto de romance com Mauricio Becker.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2009 - Atrévete a soñar (Nora Salinas)
2008 - Fuego en la sangre (Sara)
2007 - Amor sin maquillaje (Adriana)
2006 - A feia mais bela (Carolina)
2005 - Sonhos e caramelos (Lupita)
2004 - Amy, a menina da mochila azul (Emília)
2001 - Navidad sin fin (Alejandra)
2001 - Maria Belém (Ana)
2000 - Carinha de anjo (Estefânia)
2000 - DKDA Sueños de juventud (Leticia)
1999 - Rosalinda (Vera)
1997 - Esmeralda (Graziela)
1996 - Confidente de secundaria (Bianca)
1994 - Agujetas de color de rosa (Jessica)

SÉRIE

2009 - Tiempo final (Cristina)

FILME

2005 - Cicatrices (Clara)

sábado, 30 de outubro de 2010

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 2


Outra das mais legendárias histórias da autora é Señorita Elena, da rádio cubana, que passou na televisão venezuelana em três versões bem-sucedidas nos anos 60, 70 e 80. Juan Osorio a produziu com o título de Vivo por Elena, protagonizada por Victoria Ruffo e Saúl Lizaso, para espanto da autora, que não aceitava Victoria como protagonista, por considerá-la mais velha do que a personagem e que, além disso, teve de assistir, espantada, tramas com lésbicas, travestis e gays, que não estavam em seu libreto.

Em 1999, com a volta de Thalía às telenovela mexicanas, após o triunfo com a trilogia das três Marias, foi realizada Rosalinda, versão de Carlos Romero do original María Teresa, que nos anos setenta foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina. Novamente Delia estava irritada, porque não queria Fernando Carrillo como protagonista, este que já havia feito o mesmo personagem na versão de 1987, chamada Primavera.

Na metade da história, Carlos Romero abandona o projeto por problemas com a produção e é substituído por Liliana Abud, que tira o lixo da história original e inventa um novo argumento, totalmente desassociado do original.

Apesar dos desgostos, em 2003, Delia reafirma um novo contrato com a Televisa, onde vende toda sua produção por vários milhões. Daí em diante realizam-se Mariana da noite, que após uma longa maratona dá os papel principais à Alejandra Barros e Jorge Salinas e os de vilões para César Évora e Angelica Rivera, que levaram todos os reconhecimentos com os papéis que originalmente foram personificados por Ivonne Attas e Martín Lantigua, em 1976.

Em 2006, realiza-se uma nova versão de Peregrina, aquela protagonizada, em 1973, por Rebeca González e José Bardina, que logo teve a versão La muchacha del circo, protagonizada por Catherine Fulop e Fernando Carrillo, e Kassandra, com Coraima Torres e Osvaldo Ríos, a qual se registra como a telenovela mais vendida da história. A Peregrina mexicana teve mais pena que glória, já que Delia recusou seus créditos na telenovela por haverem eliminado a trama dos ciganos.

Recentemente, outra história de Delia Fiallo que esteve nas telinhas mexicanas foi Cuidado con el ángel, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, nova versão de Una muchacha llamada Milagros, protagonizada por  Rebeca González e José Bardina em 1974, que já havia tido um remake chamado Mi amada Beatriz, de 1987, protagonizado Catherine Fulop e Miguel Alcántara.

Também, há poucos meses, foi ao ar Mar de amor, uma nova versão de María del mar, realizada em 1978 e protagonizada por Chelo Rodríguez e Arnaldo André, que nessa ocasião foram substituídos por Zuria Vega e Mario Cimarro nos papéis principais.

Atualmente, uma nova versão de Cristal, chamada Triunfo del amor (foto), é a grande aposta da Televisa para o horário nobre. A trama, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, vai ao ar de segunda à sexta às 21h15 pelo Canal de las estrellas.

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 1


As histórias de Delia Fiallo chegaram ao México graças a Valentín Pimstein, o grande produtor de telenovelas mexicanas que sempre buscou histórias em qualquer parte do continente para realizá-las.

Em 1986, realizou-se Monte Calvario, protagonizada por Edith González e Arturo Peniche. Esta história, que não havia sido realizada antes na televisão, esteve baseada na radionovela La mujer que no podia amar. Os vilões foram Ursula Prats e José Alonso. Após esta telenovela, passaram-se dez anos, até que voltaram a produzir histórias desta autora.

Em 1995 realiza-se Morelia, uma co-produção entre a Televisa, do México, e o produtor peruano Pepe Crousillat, realizada em Miami e protagonizada por Alpha Acosta e Arturo Peniche. Morelia é a versão mais recente de La Zulianita, telenovela que, em 1975, foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina na Venezuela.

Com Morelia, Delia assina um contrato milionário com a Televisa graças a Valentín Pimstein, que nessa época era vice-presidente de telenovelas da emissora, e Pepe Crousillat, que havido sido encarregado da distribuição internacional destas produções. Isso ocorreu em 1996, quando preparava-se outra versão de La mujer que no podia amar, que em sua versão Monte Calvario contou com o escritor Carlos Romero como adaptador do libreto da rádio para a televisão.

Valentín Pimstein seria o produtor da telenovela, mas no período de pré-produção, o chileno saiu da Televisa e encomendou o projeto a Carla Estrada, que o chamou de Sigo te amando. Delia aspirava adaptar a telenovela por ela mesma, porém Carla fez de René Muñoz uma espécie de co-adaptador.

Nas reuniões, não havia entendimento entre Carla e Delia, que regressou a Miami para seguir adaptando sua história, vendo com surpresa que tudo o que estava escrevendo era desfeito nos capítulos que iam ar e que estavam zombando de sua cara, já que a adaptação foi feita por René Muñoz. Como ela mesma disse, tornaram a telenovela muito violenta. Estupros e assassinatos confundiram o público que não sabia se a protagonista deveria ficar com o galã ou com o vilão.

Já em 1997, Esmeralda conquistava o mundo com as atuações de Leticia Calderón e Fernando Colunga, que protagonizaram a trama antes estrelada por Lupita Ferrer e José Bardina, em 1970 e por Grecia Colmenares e Victor Cámara, na versão de 1984, chamada Topázio.

Após esta experiência, em 1998, a Televisa produziu O privilégio de amar (foto), versão da célebre Cristal. Novamente Carla Estrada foi a produtora e, dessa vez, Adela Noriega e René Strickler, os protagonistas. A adaptadora foi Liliana Abud, que modificou a história original no que diz respeito ao perfil dos personagens.

Aquela avó atormentada, fanática religiosa e intrigante, interpretada por Zoe Ducos, em Cristal, tornou-se uma assassina em série, interpretada por Marga López. Inocência, interpretada por Mariela Alcalá, acabou nas mãos de Sabine Moussier, que se tornou uma mulher assustadora e chorona;  a personagem de Helena Rojo, como Luciana Duval, era perseguida por um amante do passado, inexistente na história original.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

México: Especialista em vilãs protagonistas

Na história das telenovelas se existe um país que se destaca por haver desenvolvido vilãs protagonistas, é o México. Mulheres malvadas que são o centro da trama foi a fórmula que teve seu maior apogeu nos anos 60 e 70, pois desde os anos 80 até atualmente foram escassas as vezes em que se pôde ver uma protagonista fazendo maldades. Estas, na maioria das telenovelas, são exemplo de bondade, muitas são tão boas que são dignas de beatificação. Quando aparecem casos de protagonistas malignas, geralmente, se alcançam bons resultados na audiência. Veja os casos mais destacados:


Nora (Senda prohibida)


Na primeira telenovela mexicana, original de Fernanda Villeli, um libreto que nasce da rádio, Silvia Derbez dá vida à Nora, a moça interiorana que chega à cidade grande com a intenção se tornar-se rica. Esta, primeiramente, trata de ganhar tudo honestamente, mas são tantas suas ambições que se deixa levar pelo caminho que acredita ser o mais fácil. Conquista um homem de classe social alta, casado há mais de vinte anos, com dois filhos, e destrói seu casamento, lhe tirando todo o dinheiro, mas ao maldades são pagas no final: Nora recebe seu castigo ficando sozinha e na pobreza, o homem recupera sua família perdida.


Teresa (Teresa)


Teresa, uma jóia das telenovelas mexicanas é um clássico original de Mimí Bechelani, que consagrou Maricruz Olivier no papel de Teresa, uma pobre jovem que vivia em um cortiço. Sua mãe, dona-de-casa e seu pai, um mecânico, tudo sacrificavam para que ela estudasse em um bom colégio e se formasse com mérito. Teresa, mesmo apaixonada por um rapaz de seu bairro, se relaciona com um professor para subir socialmente, e também com o cunhado deste. Renegando seus pais e sua pobreza, finalmente se descobre o lado escuro de sua alma. O homem do bairro, que era desprezado por ser pobre, refaz sua vida e torna-se um médico bem-sucedido. Teresa faz com que sua mãe morra de desgosto e quando volta à casa, seu pai a expulsa. Ao final chora pelo castigo que recebe: a solidão e o desprezo.


Deborah (La sonrisa del diablo)


Em La sonrisa del diablo, impactante título para 1970, Ernesto Alonso, aproveitando o êxito de Maricruz Olivier como Teresa, pensava nela para que a escritora Luisa Xammar desenvolvesse o roteiro. Maricruz dá vida a Deborah San Román, a ambiciosa mulher que entra na vida de um viúvo milionário, lhe tira todo seu dinheiro e o gasta com um amante insaciável. Uma mulher fria e calculista disposta a matar para alcançar seus propósitos.


Rubi (Rubi)


Rubi nasce de uma historieta de Yolanda Vargas Dulché. Fanny Castro interpretou a mítica mulher sensual que, igualmente a Teresa e Nora, vinha da pobreza, a qual renegava. Rubi usava seu belo corpo para alcançar seu objetivo: ser rica. Brinca com os sentimentos de um engenheiro milionário enquanto ama o médico amigo deste. A ambição e a beleza foram as armas de Rubi, que em sua versão de 2004 obteve muito êxito, protagonizada por Barbara Mori.


María de los Ángeles (El ángel caído)


Luis Reyes de la Maza criou em meados dos anos oitenta a versão novelística da viúva negra. Rebecca Jones interpreta uma mulher perturbada que perde seus pais em um acidente, sendo, ainda, uma criança, que fica traumatizada. A ambição pelo dinheiro a torna uma psicopata que se casa várias vezes, matando seus esposos para herdar-lhes sua fortuna. E pensar que esta se chamava María de los Ángeles.

Do original ao remake: Esmeralda


Foi em 1971 quando a Venevisión, canal venezuelano, decidiu exportar suas telenovelas, e o fizeram primeiramente com uma história original da escritora cubana Delia Fiallo, que tinha como título Esmeralda. Tal como a pedra preciosa, o drama protagonizado por Lupita Ferrer e José Bardina começou a brilhar da Venezuela para toda a América.

Até hoje, a telenovela da cega e do rico fazendeiro, cujos destinos foram trocados ao nascer, é lembrada por muitos daquela geração. Sempre que se faz referência à trajetória de Lupita Ferrer, inevitavelmente se menciona esta história, da qual Lupita sempre fala com orgulho.

A princípios dos anos 80, esta história teve seu primeiro remake, agora, sob título de Topázio, produzida pela RCTV, da Venezuela, em 1984, e protagonizada por Grecia Colmenares e Victor Camara. Aqui, as principais novidades em comparação à original foram a cor, as locações e as externas em um precioso manancial, onde, a princípio, foram gravadas algumas cenas que simulavam a protagonista tomando banho nua, mas que foram eliminadas por ordem da autora original.

Esta telenovela obteve tanto êxito na América que, passado poucos anos, chegou à Europa, sendo a Espanha e a Itália os países em que se tornou um verdadeiro sucesso, fazendo com que os protagonistas viajassem até lá para receberem diversos prêmios. Esse é outro êxito que ainda perdura na memória da geração que a viu.

Passaram vários anos até que, em 1997, a Televisa, do México, comprasse os direitos para um novo remake, protagonizado por Leticia Calderón e Fernando Colunga, que teve um alcance mundial. Países da Europa e da África, onde não chegavam as telenovelas, se comoveram diante da ternura da ceguinha que logo recuperava a tinha que decidir entre o amor de dois homens. Para a Televisa, este é um dos seus maiores êxitos internacionais.

Existe ainda a versão brasileira, que não teve grande repercussão internacional, mas que atualmente é reprisada pelo SBT, quem a produziu em 2004, protagonizada por Bianca Castanho e Cláudio Lins.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os vinte finais inesquecíveis de telenovelas

Veja, a seguir, os vinte finais de telenovelas inesquecíveis, segundo a revista People:


20° Al diablo con los guapos (2007)


Milagros (Allisson Lozz) e Alejandro (Eugenio Siller) se casam, têm filhos, enterram seus pais, assistem ao casamento de sua filha e morrem juntos abraçados e velhinhos em uma praia. A par dos protagonistas, pôde-se ver a evolução futura de outros personagens, mas, ainda assim, este comovedor final deixou algumas perguntas como: O que aconteceu com tio Braulio (Miguel Pizarro)?


19° Alborada (2005)


Ninguém esperava ver Hipólita (Lucero) grávida e açoitada publicamente pelo Santo Ofício, após ter sido declarada adúltera. O inesperado também foi que dona Juana (Daniela Romo), morrendo de câncer, se suicida após haver envenenado seu sifilítico filho, o falso Conde de Guevara (Luis Roberto Guzmán). Esquecendo tanta desgraça, Hipólita e Luis (Fernando Colunga) se casam, batizam sua filha Aurora e celebram a liberação do México do domínio espanhol.


18° Rubi (2004)


Após cair do segundo andar, desfigurar o rosto com o vidro de uma mesa e sofrer a amputação de uma perna, Rubi (Bárbara Mori), com a ajuda de sua sobrinha, planeja se vingar de Alessandro (Eduardo Santamarina). Anos mais tarde, a mocinha, idêntica a Rubi, se apresenta diante deste com claros propósitos de seduzi-lo… e a história se repete.


17° A outra (2002)


Toda a vida de Carlota (Yadhira Carrillo) esteve marcada pelo desamor e a ambição de sua mãe Bernarda (Jacqueline Andere), que, afim de ficar com a fortuna de suas filhas, as destruía, lhes impedindo de amar. No último capítulo, Carlota simplesmente entrega a fortuna à sua mãe para que ajudasse a libertar Álvaro (Juan Soler). Bernarda, assassina, aproveitadora e péssima mãe, foge e gasta sua fortuna com jovens rapazinhos.


16° Manancial (2001)


Como se poderia solucionar o dilema de Adriana (Adela Noriega) e Alexandre (Mauricio Islas)? Como ela poderia recuperar seu manancial e o direito de ser mulher? Como Alexandre poderia perdoar seu pai, o maligno Justo (Alejandro Tommasi), que violou a mulher que amava? A solução veio da mão de Margarida (Daniela Romo), matando Justo e logo tentando cortar-se as veias. Alexandre impediu o suicídio de sua mãe e, após um retiro espiritual, Margarida pôde assistir ao casamento de Adriana e Alexandre.


15° Ramona (2000)


Foi triste ver dona Ramona (Helena Rojo) agonizar; assustador, ver Felipe (René Strickler) vencer sua fobia de água e se lançar no rio para salvar o bebê de Ramona (Kate del Castillo); e, emocionante, seu duelo final com o xerife Green (Sergio Sendel). Após, viu-se o final de cada personagem e inclusive o de Ramona, anos mais tarde casada com Felipe, vivendo no México e contando a história a seus filhos.


14° Tres mujeres (1999)


Fátima (Karyme Lozano) voltaria com Sebastián (Jorge Salinas), seu marido ressuscitado, ou ficaria com o oncologista (Eduardo Verástegui) que lhe havia salvado a vida? Ao final, Fátima vai buscar Sebastián até as Cataratas do Niágara e lhe confessa seu amor. O que ninguém esperava era que Yamile (Niurka), em uma de suas primeiras aparições na telenovela, matara Bárbara (Erika Buenfil), deixando Daniel (Alexis Ayala) e Manuel (Guillermo Capetillo) viúvos, encurtando, assim, o título somente para “duas mulheres”.


13° La dueña (1995)


Após ser resgatada por sua própria sogra (Rosita Quintana) das mãos de seu capataz (Salvador Sánchez), Regina aceitava se casar com o ex-seminarista José María (Francisco Gattorno). No mesmo dia de seu casamento, se celebrava os casamentos de outros personagens, mas a noiva mais esperada, a terrível Regina, não chegava. Quando o noivo já se desesperava, entrava na igreja Regina, vestida com trajes vaqueiros brancos.


12° Alondra (1995)


Após deixar que Bruno (Gonzalo Vega), seu amante, voltasse com sua esposa e seus filhos, Alondra (Ana Colchero) e sua bebê viajavam de volta ao México. No porto de Veracruz, eram recebidas por sua prima e melhor amiga María Elisa (Verónica Merchant), acompanhada pelo pintor Carlos Tamez (Ernesto Laguardia), marido enganado de Alondra. Carlos se aproximava dizendo que vinha conhecer sua filha, fazendo com que a adúltera percebesse que sua falha havia sido perdoada.


11° Laços de amor (1995)


Lucero enfrentou o maior desafio de sua vida ao interpretar Maria Paula, Maria Fernanda e Maria Guadalupe, trigêmeas muito diferentes entre si. No último capítulo, a assassina em série, Maria Paula, mantinha sequestradas suas irmãs e confessava a seu tio Eduardo (Otto Sirgo) que o amava, mas não como pai. Ele, horrorizado, a rejeitava e, como resposta, recebia um disparo mortal. Em seguida, Maria Paula se suicidava ou nos fazia acreditar nisso. Na cena final, nos damos conta que ela supostamente havia sobrevivido ao realizar seu gesto característico: levantar a sobrancelha.


10° Café com aroma de mulher (1994)


Acreditando que Gaivota (Margarita Rosa de Francisco) não o queria, Sebastião (Guy Ecker) se embriagava tomando todas de bar em bar. Gaivota, que havia chegado de Londres no último minuto, lhe seguia até a região cafeeira e terminava resgatando-o em uma tourada. Logo após um acelerado casamento, a história saltava sete anos, para mostrá-los felizes, criando seus cinco filhos, além dos filhos de outros personagens.


9° Dos mujeres, un camino (1993)


Com qual de suas mulheres ficaria Johnny? Difícil escolha tinha Erik Estrada entre a jovem Tania (Bibi Gaytán) e sua esposa, Ana María (Laura León). Após Tania morrer esfaqueada, Johnny voltava aos braços de sus esposa, mas esta o abandonava quando chamava por Tania em seus sonhos.


8° Los parientes pobres (1993)


Chucho (Ernesto Laguardia) compreendia que Margarita (Lucero) o amava e não ao odioso Bernardo (Alexis Ayala). Enquanto Chucho e Margarita se casavam na igreja do povoado, Bernardo os observava cheio de amargura por suas más decisões. Os recém-casados visitavam o túmulo do pai da noiva para que Margarita pedisse perdão por não cumprir seu juramento de viver de ambições e não de amor.


7° Coração selvagem (1993)


A história termina com um terremoto abalando o povoado de São Pedro; os vilões lançando João do Diabo (Eduardo Palomo) atado ao mar e Mônica (Edith González), grávida, resgatando seu marido. Ao final, o amor triunfa e o vilão da história, André Alcázar (Ariel López Padilla) pede perdão por toda sua maldade.


6° Amor de nadie (1990)


Após se salvar de um último ataque por parte de sua inimiga Vera (Alejandra Maldonado), que a tentou apulanhar, Sofía (Lucía Méndez) era feliz com seus filhos e seu terceiro marido (Saúl Lisazo). Após o incidente, a malvada foi presa e ficou muda, mas o pior castigo foi recebido pelo infame Raúl (Joaquín Cordero), que, na enfermara do presídio, se via marcado pelos estragos causados pelo HIV.


5° Cuando llega el amor (1990)


Enquanto Isabel (Lucero) e seu noivo (Omar Fierro) celebravam seu compromisso, sua prima e grande inimiga, Alejandra (Nailea Norvind), aparecia no terraço em seu cadeira de rodas, gritando: Isabeeeel!. Diante do susto de todos, a malvada se lançava da sacada e, na última cena, abria os olhos e sorria de forma diabólica.


4° Eu compro essa mulher (1990)


Ainda que Alexandre (Eduardo Yáñez) e Ana Cristina (Leticia Calderón) haviam feito as pazes, ele era acusado falsamente de um crime e somente o estouro da Revolução Mexicana o livrava do paredão. Os vilões, ao contrário, tiveram finais horripilantes. Rodrigo (Enrique Rocha) foi deixado atado em uma vala, a perversa tia Matilde (Alma Muriel) ficou presa em um sótão.


3° Paixão e poder (1988)


Um final insólito teve Artur Montenegro (Carlos Bracho), junto de sua família e amigos, quando celebravam a inauguração de seu hotel, longe da maldade de Eládio Gómez Luna (Enrique Rocha). Com o que não contavam era com a astúcia deste vilão que havia instalado uma bomba no sótão do hotel. Quando o artefato explodia, os bons morriam e Gómez Luna ia embora em sua limousine.


2° Vanessa (1982)


Enquanto o público se perguntava com quem ficaria a heroína: com o malvado Pierre (Rogelio Guerra), pai de sua filha, ou com seu marido (Héctor Bonilla), se espalhavam os rumores de que Lucía Méndez, a protagonista Vanessa, não aparecia nas gravações, alegando estar com bronquite. Como castigo, o produtor decidiu assinar sua personagem. Na última cena, Pierre dispara contra Méndez.


1° Ambição (1986)


Vários anos após o suicídio da malvada Catarina Creel (María Rubio), o filho que Alexandre (Alejandro Camacho) e Vilma (Rebecca Jones) roubaram de Leonora (Diana Bracho), de repente coloca um tapa-olho, como o que usava sua avó, e se lembra do nome com o qual esta o havia apelidado, pronunciando a frase mais memorável das telenovelas: “Eu não sou Bráulio. Sou o pequeno Edgar!”.

Mulheres assassinas 2: Soledad, cativa


DATA
28/10/10

HORÁRIO
22h50

CANAL
Rede CNT

COM
Angelique Boyer, Alfonso Herrera, Roberto Ballesteros, Alejandra Procuna, Francisco Avendaño, Fernanda Reto, Alexandra de la Mora, Pámela Reiter, Claudia Torres, Athalia Jiménez, Kara Kilinsky, Nur Rubio, Eryka Foz, Guadalupe Colin e Antonio Manuel

RESUMO
Soledad é uma jovem que não aceita o romance do pai. Outrora, quando sua mãe ainda era viva, o pai mantinha um romance secreto que se tornou aberto após ficar viúvo. Claro que Soledad já sabia e a vida para ela, diante disso, não tinha um sentido claro.

Numa viagem curta, a bordo do automóvel, ela discute com o pai e a madrasta e decide ficar pelo caminho. Pede carona na estrada até conseguir que uns agricultores a deixam num vilarejo. Ali, ela entra num bar, pede água e tenta telefonar para a melhor amiga sem obter sucesso.

Neste espaço de tempo, chega ao local o jovem chamativo Esteban, por quem Soledad se encanta de imediato e segue o resto da viagem ao seu lado. Anoitece e Esteban arma o seu esquema. Percebe que a jovem está apaixonada e ela nem se importa de passar a noite com ele num motel e de ali, entregar-se de corpo e alma.

Na partida, Esteban a deixa em determinado ponto, prometendo um dia telefonar. Ele sabe que ela vai pedir para seguir junto dele e assim, a leva para uma verdadeira fortaleza, uma refinada casa de prostituição onde a vende por bom dinheiro. Lá, ela é submetida a todo tipo de abuso e acaba tendo que se transformar numa fera.

A polícia tenta localizar o seu paradeiro e, para isso, utiliza toda a tecnologia disponível. Neste período de buscas, Soledad, confinada na casa começa a armar um plano de fuga sem obter sucesso. Mas num belo dia, os policiais finalmente localizam uma fugitiva do local que dá as primeiras dicas de onde fica.

Ao mesmo tempo, Esteban decide voltar a casa e pagar um alto preço para passar a noite com a moça. Ela, toda produzida promove nele um grande encanto e põe em prática a sua sede de vingança. Pena que ela não sabe que naquele exato momento os policiais já invadiram a casa para salvá-la. O preço a ser pago por ela é alto. E lembre-se: jamais se deve confiar em estranhos, afinal de contas, as aparências enganam e de vítima, você pode passar a criminoso.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Do original ao remake: A usurpadora


Corriam os anos cinquenta quando em Cuba se escutava pelo rádio a história de duas irmãs gêmeas separadas ao nascer e reencontradas pelo destino, uma, exemplo do bem, e outra, do mal. A história original de Inés Rodena teve tanto êxito na rádio cubana que transcendeu fronteiras.

Com a Revolução Cubana, a princípio dos anos sessenta, muitos autores saíram de seu país por não estar de acordo com o socialismo ditatorial ao qual seriam submetidos, entre eles estava Inés Rodena, que fugiu com uma boa quantidade de suas histórias e se estabeleceu em Miami com grande parte de sua família, pretendendo vender seus roteiros à Venezuela, que já decolava na produção de telenovelas.

A RCTV, na pessoa do diretor Juan Lamata, foi quem se interessou neste libreto, vendo muitas possibilidades de impacto entre o público. Inés duvidada que essa radionovela pudesse ser levada à televisão, já que seriam necessárias duas atrizes idênticas para interpretar as personagens, o que ela não imaginava é que, apesar da precariedade de recursos da época, Juan Lamata, a atriz Marina Baura e a RCTV enfrentariam o desafio.

Em 1971, vai ao ar a primeira versão para televisão de La usurpadora, protagonizada por Marina Baura e Raúl Amundaray, adaptada por Ana Mercedes Escamez, que recebia de Inés oito cenas diárias e as transformava em um total de dezessete, com a adaptação.

O sucesso em preto e branco ainda é recordado até hoje, Marina, excelente ao interpretar a mulher dupla  nos gestos, na voz, na maneira de andar, tudo fez para brilhar como atriz. De costas, Marina era duplicada pela atriz Helianta Cruz, que na telenovela interpretava a intrometida empregada da família Bracho.

Em 1981, após vários anos vendendo suas obras para a Televisa, do México, é produzida uma segunda versão intitulada El hogar que yo robé, que obteve os benefícios da televisão a cores, e cenas externas. Com roteiros adaptados pelo escritor Carlos Romero, uma ou outra vez, o produtor Valentín Pimstein quis modificar a história, introduzindo cenas de violência ou mortes para obter destaque no horário noturno. Romero, que não aceitava destruir tão boa história, se negava e de fato abandonou o projeto.

Daí em diante, o escritor Enrique Jarnes assumiu e continuou a adaptação, modificando a história que não recebeu boa resposta do público como se esperava, uma pena para figuras que antes haviam desfrutado do êxito, como Angelica María e Juan Ferrara.

Em 1986, a RCTV volta a produzir um remake desta história, agora com o título de La intrusa, com Mariela Alcalá e Víctor Cámara, alcançando melhor repercussão que El hogar que yo robé, mesmo não se tornando um fenômeno de audiência. A trama teve de ser modificada e a telenovela, que havia iniciado no horário nobre, teve de ser movida para o horário da tarde.

Em 1998, o produtor Salvador Mejía decide por produzir outra versão mexicana, retomando o título que tanto êxito havia obtido. Adaptada do começo ao fim por Carlos Romero, este queria Thalía como protagonista, mas esta, sentindo-se insegura, na aceitou interpretar o duplo papel. Vários nomes foram cogitados, mas enfim a protagonista escolhida por Romero foi sua compatriota, a venezuelana Gabriela Spanic, que com esta telenovela alcançou o sucesso mundial. Até o presente, essa versão é considerada outro clássico, tal como a protagonizada muitos anos atrás por Marina Baura.

Quando o México conquistou o mercado externo?


Logo após a chegada do videoteipe no México, no final da década de 1950, teve início a exportação de telenovelas, quando a televisão ainda era em preto e branco e os capítulos tinham apenas 30 minutos diários. Nessa etapa artesanal, as produções tinham traços parecidos, já que utilizavam textos do rádio ou do cinema e a mesma tecnologia. A produção era destinada principalmente ao mercado local ou, em menor escala, aos países do continente americano.

No México, a primeira a chegar ao mercado externo, nos anos 60, foi Gutierritos, da Televisa, na época Telesistema Mexicano. Nesse período as telenovelas mexicanas, até a década 70, tinham muitas vezes mais de 300 capítulos. No começo dos anos 80 a média padrão passou a ser de 140 a 160 capítulos. Todas as 103 telenovelas dessa década foram exportadas.

Entre 1970 e 1980, o gênero atinge o caráter decididamente industrial e de principal produto de exportação, ainda que apenas para o próprio continente, em diversos países, passando a ser transmitidas com maior intensidade. Na etapa industrial, cada país começa a adotar formas específicas de narrar uma história, com aspectos correspondentes à cultura do país produtor. México, Venezuela e Brasil destacam-se como os principais produtores e exportadores de telenovelas.

Foi em 1979 que o México se definiu como um produtor dramático para fins de exportação ao vender o maior sucesso de todos os tempos, visto em aproximadamente 130 países, Os Ricos também Choram (foto), com Verónica Castro e Rogelio Guerra. A trama chegou à Espanha, França, Itália, Suíça, Rússia, China e ao Brasil, que, a partir daí, começou a transmitir os sucessos mexicanos.

Do mercado latino-americano e do latino nos Estados Unidos tomam conta, em primeiro lugar, México e, mais tarde, a Venezuela. O alvo do Brasil começou na Europa - cujo mercado televisivo está cada vez mais aberto às telenovelas latino-americanas e às soap operas dos Estados Unidos - para depois atingir a América Latina.

Para os europeus, que estão acostumados a ritmos bem mais lentos de produção, seria muito mais caro produzir telenovelas diárias do que comprá-las. Diferentemente da América Latina, onde os profissionais são capazes de finalizar um capítulo em apenas um dia de trabalho. Sem contar que os países da Europa são os que mais pagam por capítulo diário exibido, em comparação à Ásia, América Latina e aos Estados Unidos.

A globalização do mercado fez da telenovela latino-americana uma verdadeira febre nos anos 80 e 90, etapa transnacional, que se mantém até hoje graças à exibição crescente de várias telenovelas em outros territórios, como a Europa e a Ásia. Com o objetivo de chegar ao mercado internacional, as tramas, desde sua produção, apresentam cada vez menos traços da cultura do país produtor, e ficam mais neutras, para agradar ao maior número possível de telespectadores.

O videoteipe levou outra inovação ao México, além da possibilidade de gravação e da exportação: o hábito de utilizar o ponto eletrônico, recurso também adotado pela Venezuela. O ponto, que ainda faz parte da rotina dos atores de telenovelas mexicanas, substitui os longos scripts, dispensa a tarefa de decorar textos, evita as interrupções das cenas, permite trabalhar em ritmos velozes, e, consequentemente, aumentar a produção. O objeto serve também para o diretor da telenovela fazer alterações ou dar dicas de última hora.

Ao mesmo tempo, o artifício impede que as produções mexicanas possam evoluir no quesito naturalidade na interpretação do elenco: como forma de ganhar tempo, o uso do ponto eletrônico para ditar os textos atrapalha a concentração dos atores. Na falta de ensaios, os profissionais acabam com a função de repetir o que a produção está ditando no ouvido. Na escola de formação de atores da Televisa os alunos aprendem a usar o ponto eletrônico desde o início.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Wallpapers da telenovela Camaleões

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