quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 5

Veja, a seguir, alguns doramas japoneses que se destacaram nos últimos anos:


Gokusen (2002/2005/2008) - Comédia escolar

O dorama de Gokusen ganhou três temporadas e é baseado no mangá de Kozueko Morimito, que conta a história de uma jovem professora que entra em uma escola com a esperança de fazer a diferença na vida de seus estudantes. No entanto, Yamaguchi Kumiko tem a difícil tarefa de ser a professora encarregada da sala 3-D, a mais problemática da escola. Seus estudantes têm cabelos tingidos, uniformes desarrumados e ainda não demostram nenhum respeito por ela. O líder da classe é um aluno preguiçoso, mas demonstra algum interesse por Yamaguchi quando percebe que ela é diferente de outras professoras.

Os alunos tentam intimidá-la para fazê-la sair da escola, mas suas tentativas não funcionam. O que os estudantes e o resto da escola não sabe é que Yamaguchi Kumiko faz parte do grupo Ooedo, um famoso clan Yakuza. Por isso, a professora sempre tenta esconder de seus alunos esse segredo, pois teme perder seu emprego. Apesar da hostilidade de seus alunos no começo, Yamaguchi Kumiko consegue ganhar respeito e admiração, conseguindo até mesmo ganhar um apelido: Yankumi.


Pride (2004) - Esporte e drama

Halu é o capitão de um time de hockey no gelo. Para ele, o hockey é a sua paixão. Aki é uma típica trabalhadora de escritório. Certo dia, sua amiga, determinada a lhe achar um novo namorado, acaba chamando-a para ir assistir um jogo de hockey. Foi então que ela viu Halu pela primeira vez. Depois do jogo, Aki e suas amigas se juntam com os jogadores para uma festa de comemoração da vitória do time no jogo. Aki, no entanto, não está tão empolgada com a festa e, no final, acaba se encontrando com Halu. Logo trocam os endereços de e-mail.

O ex-técnico de Halu lhe ensinou que para ser um grande jogador, ele não deveria se apaixonar por uma mulher, pois isso lhe traria preocupações excessivas e, consequentemente, atrapalharia as suas performances. Enquanto isso, Aki aguarda o retorno de seu namorado que foi para o exterior e que prometeu encontrá-la em uma ponte que ele próprio projetou. Mas o detalhe é que ele nunca entrou em contato com ela, mesmo se passando dois anos de sua partida.

Um dia, Aki e Halu resolvem fazer um acordo: enquanto o namorado de Aki não retorna ao Japão, os dois terão um relacionamento, mas sem criar um laço afetivo entre eles. A condição é que os dois se separem assim que o namorado de Aki retornar. Porém, com o passar do tempo, ambos acabam se apaixonando, mas o namorado de Aki retorna para o Japão. Assim, Aki terá de decidir se ficará com seu namorado, que diz ainda amá-la e lhe pede em casamento, ou se ficará com Halu, rapaz que aos poucos foi conquistando o seu coração.


Ichi rittoru no namida (2005) - Drama familiar

Conhecido como Um litro de lágrimas ou Diário das lágrimas, o drama conta a história de Aya, uma menina de quinze anos, filha de uma família simples. O pai possui uma loja de tofu, a mãe, Shioka, é higienista e tem mais três filhos; Ako, Hiroki e Rika. Entretanto, a vida de Aya vai, aos poucos, mudando, ao perceber que tem levado tombos frequentemente e anda de um modo estranho. A mãe, Shioka, pede para que Aya vá ao médico para ser examinada.

O médico informa que Aya tem degeneração espinocerebelar, uma doença que deteriora o cerebelo gradualmente até o ponto que a vítima não pode andar, falar, escrever, ou comer. A doença não afeta a mente nem a memória. A partir daí, começa uma luta desesperada de sua família e amigos à procura de uma chance de cura para Aya.

O drama é uma adaptação do diário de uma garota japonesa chamada Aya Kitō, que sofreu degeneração espinocerebelar. Ela começou a manter um diário por sugestão de seu médico e continuou a escrever até que não conseguisse mais segurar uma caneta. O diário, intitulado 1 litre no namida, foi publicado logo após sua morte.


Nobuta wo produce (2005) - Comédia escolar

Kiritani Shuji é um garoto popular que se dá bem com todos, mas a única pessoa com quem ele não se dá bem é Kusano Akira. Para Shuji, Akira é um garoto irritante, mas as coisas mudam quando uma nova estudante entra na escola. Essa nova estudante se chama Kotani Nobuko, uma garota que não tem auto-confiança e acaba sofrendo com as outras alunas da escola.

Para tentar ajudá-la, Shuji e Akira decidem produzir Nobuko para que esta passe a se tornar popular. No entanto, uma das condições é que ninguém pode descobrir o que eles estão fazendo para ajudar Nobuko. Esse dorama narra a história da verdadeira amizade entre esses três personagens que não possuem nada em comum.


Hana yori dango (2005/2007) - Romance

Conhecido como Melhor doces do que flores, esse dorama conta a história de Makino Tsukushi, uma garota de família pobre que, apesar das dificuldades financeiras, consegue ser admitida em uma escola de pessoas extremamente ricas. Para que ela pudesse estudar, sua família passou, com orgulho, por muitas privações, na esperança de que a filha conseguisse conquistar um herdeiro milionário.

Nessa escola, Eitoku Gakuen, os alunos esbanjam suas vantagens financeira, porém, os que mais se destacam são os de um famoso grupo de quatro rapazes chamado de Flower Four, os F4, Akira Mimasaka, Soujirou Nishikado, Rui Hanazawa e Tsukasa Doumyouji, que são os herdeiros das mais poderosas famílias do Japão. Pelo poder financeiro dos seus nomes, eles ditam as regras na escola, passando por cima até mesmo dos professores e diretores. Se alguém faz algo que desagrade os F4 recebe uma Tarja vermelha no armário da escola, sofre desgraças e é perseguido por outros alunos até sair da escola.

Tentando passar despercebida, Makino sofre com as injustiças que ocorrem na escola, indo extravazar sua ira na escada de emergência. Sua vida muda quando salva sua única amiga, que sem querer esbarra no líder dos F4, Doumyoji. Makino defende sua amiga da fúria do grupo e enfrenta Doumyoji, coisa que ninguém jamais ousou fazer. Em troca recebe a temida Tarja Vermelha, tornando-se pária dentro do colégio. Mesmo assim, Makino continua na escola pois é uma "erva daninha" resistente, referência ao significado de seu nome, e declara guerra aos F4. A partir daí, sua vida nunca mais foi a mesma.


Tatta hitotsu no koi (2006) - Drama romântico

Essa é uma história de puro amor entre o filho de um homem que dirige uma fábrica que conserta barcos e que está com problemas financeiros, e a filha do dono de uma rede nacional de joalheiras.

Um garoto e uma garota de classes sociais extremamente diferentes se encontram e se apaixonam. O amor deles, claro, enfrenta vários obstáculos. A ambientação é em Yokohama, uma moderna cidade portuária conhecida por sua atmosfera romântica.

Hiroto Kanzaki trabalha duro todo dia e noite para a sobrevivência da pequena fábrica de consertos de Barcos, herdada do seu pai, assim como para a sobrevivência de sua mãe e seu irmão mais novo que está sofrendo problemas de saúde. Vivendo uma vida tão desprivilegiada, Hitaro se esqueceu de como sorrir.

Em contraste com ele, Nao é filha do dono da popular joalheira de uma elegante rua em Yokohama. Ela e cresceu alegre e abençoada com um fluente amor e passou frequentar uma prestigiada universidade exclusiva para mulheres. No momento em que Hiroto a conhece, sua mente fechada vai se abrindo lentamente para Nao, que não é tão inocente e expressa tudo o que pensa. Hiroto e Nao apaixonam-se apesar da diferença de classes sociais e enfrentam problemas à procura de felicidade.


Nodame cantabile (2006) - Comédia romântica

Baseado no mangá homônimo, esta é uma divertida história romântica sobre duas pessoas totalmente opostas. Nodame é uma estudante de piano da escola de música Momogaoka. É uma pianista talentosa que quer se tornar uma professora de jardim de infância. Porém ao invés de acompanhar as pautas musicais, ela toca se baseando em sua audição o que torna a música uma mistura de sons. Nodame é estranha, muito desorganizada, descuidada, gosta de animes e ama comer.

Shinichi Chiaki é um jovem arrogante e perfeccionista que morou na Europa quando criança. Nascido numa família ligada à música, Chiaki é o destaque da escola, sendo talentoso no piano e violinoo. Entretanto, sua grande ambição é ser maestro, voltar para Europa e se tornar o pupilo de Sebastiano Vieira, mas isso não será tão fácil, devido a um trauma de infância ele desenvolveu um pavor à avião.

Os dois se encontram por acidente e descobrem que moram um ao lado do outro, para desespero de Chiaki. A partir daí, suas vidas mudam. Nodame imediatamente se apaixona por ele e o convívio dos dois faz com que ambos cresçam. Por causa de Nodame, Chiaki consegue a oportunidade de conduzir uma orquestra e com esta experiência aprende a conviver melhor com as pessoas e controlar seu temperamento.

Por outro lado, por causa de Chiaki, Nodame enfrenta seus medos e desenvolve seu talento. Oportunidades se abrem para ambos, levando-os muito mais longe do que imaginavam ser possível. Uma comédia divertida, com personagens cativantes, recheada de ótima música e atores excelentes.


Hotaru no Hikari (2007) - Comédia romântica

Amemiya Hotaru trabalha em uma famosa empresa de design de interiores. No trabalho ela é sempre educada, bem disposta, esforçada, bem vestida e muito atenciosa com seus colegas de trabalho. Porém, quando não está na empresa, fica em casa bebendo cerveja direto da lata, comendo macarrão instantâneo e usando roupas velhas e furadas.

Um dia ela acorda e se depara com seu chefe de departamento, Takano Seiichi. Ele vai até lá pensando que a casa estava vazia, mas acaba descobrindo que Hotaru já morava lá há anos. Como ele havia acabado de se separar de sua esposa, decide que o jeito é acabar dividindo o mesmo teto com Hotaru.

Com o passar do tempo, Hotaru se apaixona por Teshima Makoto, designer recém-chegado de Londres, e que também acaba se apaixonando por ela. O maior medo de Hotaru é ter que mostrar o seu "verdadeiro" lado e acabar afastando Makoto de sua vida. Além disso, ela sente um medo de perder Makoto para Saegusa Yuuka, que é bem mais elegante, bonita e simpática que Hotaru.


Code blue (2008) - Drama médico

O drama mostra o cotidiano de quatro residentes em seus respectivos trabalhos e suas diferenças, mas todos com o sonho de se tornarem bons médicos. Mostra as ambições e um pouco da vida particular de cada um. Todos querem chagar a ser um Doutor Heli, doutor de vôo, salvando vidas o mais rápido possível em um helicóptero.

Aizawa Kosaku deseja melhorar suas habilidades como cirurgião, tem o temperamento meio seco, mas com o passar do tempo e após algumas situações, Aizawa sofre uma grande mudança. Ele quer encontrar a resposta para uma pergunta que faz a si mesmo: O que é ser o melhor médico?

Shiraishi Megumi é filha de dois grandes professores de medicina. Ela é meio ensegura, não em relação ao trabalho, mas sim em relação a sua vida pessoal, pois sempre quer agradar aos outros. Busca a resposta para as situações do hospital nos livros, mas não tem êxito, pois as situações do cotidiano são completamente diferentes.

Hiyama Mihoko é uma medica decidida que não gosta muito do temperamento ‘meigo’, pois é bastante realista. Ela sabe dos seus limites e pode ser considerada a mais ambiciosa.

Fujikawa Kazuo é o mais inesperiente. Age por impulso e também gosta muito de falar. Quer muito ser um Doutor Heli, mas precisa amadurecer antes disso.


Buzzer beat (2009) - Esporte e romance

Kamiya Naoki é o jovem jogador de um time profissional de basquete mas, devido à sua baixa estatura e sua tendência em falhar quando se encontra sob pressão, é incapaz de demonstrar suas verdadeiras habilidades dentro da quadra. Enquanto isso, Shirakawa Riko é uma estudante de música que deseja se tornar violinista profissional.

Um dia, Riko acaba encontrando o celular de Naoki no ônibus. Após o primeiro encontro, eles acabam se tornando amigos e, com o passar do tempo, a amizade se torna amor. No entanto, Naoki já estava pensando em se casar com a sua atual namorada. E, para complicar ainda mais a situação, o técnico de Naoki acaba se apaixonando por Riko.


Colaborações:

Giuliano Peccilli (http://www.jwave.com.br/)
Kimochi (http://j-doramas.blogspot.com)
Cacá (http://thedoramas.blogspot.com/)
Doramaniacs (http://www.doramaniacs.com)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 4

Música-tema e músicas de apoio

A música-tema e a música de fundo (ou de apoio) determina o estilo geral do dorama japonês. A maioria dos doramas começa com uma abertura de um ou dois minutos com a música tema e os créditos de abertura. Outros, dedicam apenas alguns segundos iniciais ao nome do dorama com uma melodia que "fica", e colocam a música tema com os créditos finais. A música de fundo é usada estrategicamente em momentos críticos do episódio para marcar mais a cena.

Existe ainda a legião de fãs das trilhas sonoras originais dos doramas japoneses. A maioria das emissoras trabalha com companhias que produzem trilhas sonoras. A maioria das músicas de abertura e encerramento são compostas especialmente para os doramas, mas há também casos em que uma música previamente composta é licenciada para uso na trilha. Assim que a lista é composta, a emissora lança um disco com a trilha sonora original, geralmente algumas semanas após o início do dorama. As músicas de encerramento geralmente são executadas por cantores ou bandas de J-Pop famosos.

A NHK produz suas próprias músicas tema, e é uma das únicas redes de televisão japonesas que possui sua própria orquestra. Assim, a maioria das músicas presentes nos doramas taiga (história de  samurais, shoguns, e demais características da cultura) e asadora (os doramas diurnos) são compostas e produzidas pela casa.

Nos últimos anos, uma tendência a licenciar músicas de fora do país tem aumentado, e em alguns casos, músicas de nomes de peso da indústria ocidental. Esta prática, porém, tem suas desvantagens, como o alto custo.

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 3


Semelhanças e diferenças entre as duas formas de mídia

O termo telenovela, criado pra definir as produções na América latina, nasceu da junção tele, de televisão, e de novela, que é usado pra definir o gênero literário. A telenovela tem como característica o melodrama antigo, sendo uma junção do folhetim do século 19 com as radionovelas produzidas na America Latina.

As telenovelas brasileiras têm como característica sua exibição seis vezes por semana, com uma duração oito meses, em média. O maior destaque de ambas produções fica para a faixa das 21h00, o horário nobre. Assim, vários canais fazem grandes investimentos em suas produções, colocando grandes celebridades como protagonistas, filmagens fora do país, entre outras formas de cativar o público.

Diferentemente das telenovelas brasileiras e mexicanas, as japonesas retratam muita tragédia e sofrimento, como no caso de Ichi rittoru no namida (Um litro de lágrimas) (foto), e nem sempre com finais felizes. Muitas dão ênfase à valorização da família, amigos e à vida, mas há também aquelas de comédia e com aventuras, mas o bom e velho dramalhão também está presente. Conhecidas como ren’ai, as telenovelas românticas costumam ter como personagens principais a kintsuma (esposa infiel) ou jovens envolvidos em triângulos amorosos.

Outra grande diferença está no número de episódios, em média doze ou treze, e no máximo vinte e seis, em sua grande maioria, se assemelhando às minisséries. Os doramas são exibidos em temporadas de três meses, a maioria durante as noites, no decorrer da semana, entre 21h00 e 23h00. As temporadas são durante o inverno (janeiro - março); primavera (abril - junho); verão (julho - setembro) e outono (outubro - dezembro).

Outra característica é que cada episódio é gravado com apenas algumas semanas de antecedência da data em que irá ao ar. Assim, muitos fanáticos têm a oportunidade de visitar seus ídolos gravando as cenas enquando a novelinha ainda está passando.

As diferenças entre os dois países, Brasil e Japão, ficam principalmente nos elencos mais enxutos por parte deste último, enquanto que no Brasil temos produções com uma média de 40 personagens, chegando a ter casos de 100 personagens.

Assim como as telenovelas do horário nobre Brasil, nos doramas noturnos, os membros do elenco são cuidadosamente escolhidos, e tendem a ser atores famosos que o público simpatiza. A escolha do elenco frequentemente afeta a avaliação dos telespectadores e, escolher o par de artistas que irão atuar como casal é essencial no dorama renzoku ren'ai (romântico ou amoroso).

O elenco dos doramas da manhã e da tarde geralmente não são tão populares como os dos noturnos, o que reflete na audiência, mas com o tempo, os bons atores ganham popularidade. Há um esforço extra nos doramas de inverno, uma vez que os espectadores tendem a sair menos nos meses de frio.

Os galãs que estrelam os títulos voltados para adolescentes são conhecidos como tarentos, artistas moldados não somente para atuar, mas também cantar, desfilar e apresentar programas e telejornais. Esses profissionais multiuso são uma herança do século 18, quando os artistas de talentos variados eram reverenciados como as estrelas do teatro kabuki e as gueixas. O gosto pelos personagens populares da época foi registrado em pinturas, que tinham os artistas como principais retratados.

Geralmente, essas estrelas seguem o estilo bishonen - expressão usada para descrever meninos com aparência delicada. Tanto homens afeminados, quanto garotas masculinas não são raros na dramaturgia nipônica, resultado da valorização que o oriental dá ao visual andrógino.

Outros números que chamam a atenção são a diferença de capítulos. Enquanto as produções brasileiras podem ter uma média de 170 episódios, as japonesas têm em torno de 11 episódios.

Outra diferença que chama a atenção é que as produções brasileiras tendem a ser filmadas em estúdios ou cidades cenográficas, raras são as telenovelas que se utilizam demasiadamente de cenas externas. Por outro lado, as produções japonesas não utilizam cidades cenográficas, mas sim cenas externas.

No Japão, é comum filmes e telenovelas serem rodados sem trazer grandes incômodos à sua população. Inclusive, em alguns casos, filma-se sem a utilização de figurantes, mas sim, com os próprios cidadãos das ruas, ao contrário do Brasil, onde são raros os casos e, de praxe, se utiliza figuração para determinadas cenas.

Normalmente, as tramas brasileiras são originais, sendo, às vezes, baseadas em livros populares da literatura nacional, como os de Jorge Amado. Já no Japão, as tramas, normalmente são baseadas em livros e quadrinhos, além de uma parcela também original.

Pode parecer inusitado, porém, as produções japonesas baseadas em quadrinhos são uma realidade. Tendo um mercado bem definido, a maioria das produções acaba se focando no gênero shoujo e josei, direcionados ao público adolescente e adulto feminino. Também existem telenovelas baseadas em quadrinhos shounen, para o público masculino adolescente.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 2


Telenovelas brasileiras x doramas

As telenovelas brasileiras são um grande sucesso no Brasil e também em diversos países. Junto as produzidas no México, são uma das maiores formas de mídia que exportam o cotidiano da América latina para o mundo inteiro. Por outro lado, a teledramaturgia japonesa, também é um grande sucesso por toda a Ásia, junto com a da Coreia do Sul, vendem toda sua forma de cultura de massa para seus países vizinhos.

Ambos os tipos de produção se originaram das radionovelas, produzidas diariamente nos anos 40 e 50, que tinham episódios diários sempre com um grande suspense para o dia seguinte, e das  soap operas, os dramas melodramáticos que retratam situações domésticas cotidianas.

Uma produção desse tipo, independente do país, não somente promove a cultura, como também estimula sua população a consumir aquela cultura de massa. No Brasil, telenovelas como O clone, inspiraram a moda árabe no Brasil, e, principalmente, a abertura de diversas escolas de danças árabes no país. Por outro lado, atores como Takuya Kimura, inspiraram sua forma de vestir, de cabelo, como gostos femininos da população japonesa.

Tanto o Brasil, como o Japão, tem suas semelhanças na área de telenovelas. Ambos os países, têm atores e atrizes que inspiram moda a ser usada pela população, tendo seus cabelos imitados nos salões de beleza, e até seus jargões. Independentemente do país, as pessoas se identificam  com os personagens, principalmente por estes fazerem parte de uma realidade tão próxima e semelhante a daqueles que os assiste.

A evolução de ambos os países em suas produções ganhou um novo enfoque nos anos 90, que além de demonstrar o cotidiano da sociedade, tocou também seus problemas e tabus. Se no Japão, a Fuji TV decidiu seguir essa linha, trazendo bullying e racismo como temas de suas produções, no Brasil, a Rede Globo optou pelo mesmo, mostrando barriga de aluguel e homossexualismo em suas tramas.

Atualmente, no Brasil, pode-se ter acesso às telenovelas japonesas pela emissora estatal NHK, via televisão a cabo, enquanto que os brasileiros que residem no Japão podem assistir as produções brasileiras pelos canais Rede Globo Internacional e Rede Record Internacional.

No Brasil já tivemos a exibição de duas telenovelas japonesas, a primeira foi Oshin (foto acima), com 300 episódios, exibida dentro do programa Imagens do Japão, com áudio original e sem legendas, e Haru e Natsu (foto do primero post), exibida pela Rede Bandeirantes, em 2008, como minisérie.

Porém, com o avanço da Internet e o trabalho feito por fãs, as telenovelas japonesas conquistaram um novo público: o fã de cultura pop japonesa. Mesmo aquele que não sabe japonês pode ter acesso às produções de lá, legendadas quase que instantaneamente por fãs, em português, inglês ou espanhol.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dorama: A telenovela do Oriente - Parte 1


Introdução

A palavra dorama deriva de drama e é a definição generalizada do gênero telenovela oriental, seja ela J-dorama (drama japonês), K-dorama (drama coreano), C-dorama (drama chinês). O termo dorama é apenas um rótulo que deve ser usado da mesma forma que mangá significa quadrinhos japoneses e anime, animação japonesa.

O estilo oriental de telenovela é completamente diferente, com um roteiro beirando mais para um mangá/anime shoujo (voltado para o público jovem feminino) do que para o estilo de telenovela ocidental. Tem dois tipos de enredos frequentes: relações familiares que, de tanto drama, fazem chorar; ou então comédias bem lights. Cenas de beijo são raras e quando acontecem não passam de um selinho um pouco mais demorado.

Geralmente, cada emissora televisiva se centra em uma temática específica. A Fuji TV, uma das mais populares, com as chamadas telenovelas noturnas, da segunda-feira, produz, normalmente, histórias de amor; já a TV Asahi foca temas históricos e policiais; a NHK, por sua vez, centra-se em histórias de temática adulta, dando ênfase em dramas épicos de significância histórica, geralmente com um elenco de peso, ou em doramas inspiradores que focam jovens e determinados heróis ou heroínas.

Além dessas, existem outras produtoras de doramas, como a TBS e a NTV. Os doramas transmitidos pela Fuji TV e pela TBS são geramente os mais famosos, mas a NTV também produz alguns bem populares.

A Fuji TV é reconhecida como a inventora da fórmula do dorama. Durante os anos de 1980 e 1990, a emissora popularizou os doramas modernos através do recrutamento de atores e atrizes jovens e famosos.

domingo, 31 de outubro de 2010

TV Brasil apresenta A cara que mereces

A TV Brasil exibe neste domingo, 31 de outubro, às 23h00, o filme português A cara que mereces, que gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos.

Gravado em 2004, o filme com roteiro de Miguel Gomes, Manuel Mozos e Telmo Churro, conta, em 108 minutos, a história de Francisco, um homem que espelha a desilusão de uma geração quando entra na casa dos 30, quando desaparece a cara que Deus deu e fica apenas a cara que cada um merece.

O mal-estar que sente assume dimensões críticas, até que ele contrai sarampo e passa a viver num estado alucinatório. Neste momento, sete personagens, projeções de sua consciência febril, tomam, com suas aventuras, os rumos da história.

Comédia inspirada nos contos maravilhosos infantis, A cara que mereces se vale do imaginário das fábulas para retratar a desilusão de um homem diante do mundo O pretexto narrativo é simples, está contido no título e na frase que abre o filme “Até aos 30 anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.

No ano de seu lançamento A cara que mereces recebeu o Prêmio da Crítica e o Prêmio da Melhor Fotografia no Festival Indie Lisboa; e Menção Especial do Juri no Festival de Cinema de Covilhã.

Biografia de Nora Salinas


INTRODUÇÃO

Alicia Nora Ortíz Salinas nasceu em Monterrey, estado de Nuevo León, México, em 07 de junho de 1976, mas desde pequena viveu em Reynosa, uma cidade de Tamaulipas, divisa com os Estados Unidos. Filha de Rodolfo Calera Anzaldúa e Nora Alicia Salinas de León, a atriz tem cinco irmãos: Rodolfo e Gisela, filhos do casamento de seu pai com María Isabel Rodríguez, ambos envolvidos no ambiente musical, além de José Luis, Natalia e Karla. Em sua adolescência namorou um garoto chamado Ismael, seu primeiro amor.


SUA HISTÓRIA

Nora e seu irmão, José Luis, sempre foram muito travessos, e suas irmãs, Natalia e Karla, também não ficaram para trás. Em sua casa havia um enorme jardim, onde costumava subir em árvores e brincar com os irmãos.

Aos doze anos, seus pais se divorciaram, e desde então, sempre teve o cuidado de seus irmãos. Seu primeiro trabalho foi como vendedora de cachorrinhos na porta de sua casa e em sua cidade participava do time municipal de basquete. Nora sempre pensou em se tornar arquiteta, mas aos dez decidiu ser atriz.

Em 1993, participa e vence o concurso de Miss Tamaulipas. Então, decide ir à capital participar do concurso La chica TV, onde obtém um grande êxito e se posiciona em terceiro lugar. Neste concurso conhece Eugenio Cobo, o diretor do Centro de Educación Artística de Televisa e lhe confessa seu sonho de ser atriz.

Finalmente, Nora consegue entrar no CEA e se muda para o Distrito Federal para estudar. Nesse mesmo ano, ganha o concurso El rostro de El Heraldo de México. Após, em 1994, Luis del Llano lhe dá sua primeira oportunidade: a telenovela Agujetas de color de rosa, onde interpreta Jessica, uma garota rebelde e roqueira. Com seu talento e beleza, Nora atrai a atenção de milhões de telespectadores no México.

Em 1996, encara um novo desafio na telenovela Confidente de secundaria, onde dá vida à caprichosa Bianca, com quase o mesmo elenco de sua telenovela anterior, nesta que foi uma trama juvenil com muita música e diversão, que tratava sobre os problemas e medos que os jovens enfrentavam, uma história que ajudava os adolescentes a buscarem ajuda e dava-lhes conselhos positivos para terem sucesso em suas vidas, nos momentos de maior vulnerabilidade e solidão.

A telenovela abriu, ainda, as portas para um sem-fim de talentos jovens da Televisa, entre eles destacam-se Irán Castillo, Karyme Lozano, Flavio César, Martha Aguayo, Francesca Guillén, Gerardo Quiroz, Sergio Mayer, Sergio Blass, Alejandra Barros, Consuelo Duval, Arleth Terán, Fey, entre outros.

É nesse mesmo ambiente que Nora conhece seu segundo amor, José Luis Melo Cordero, filho do ator Joaquín Cordero, que tem um pequeno papel na mesma telenovela. Mesmo Nora tendo vinte anos e Melo trinta e cinco, a relação dura dois anos com muita segurança e tranquilidade.

Em 1997, Nora realiza seu primeiro papel estelar no teatro com La Cenicienta e interpreta o papel de Graziela na telenovela Esmeralda, realizando uma grande interpretação. A personagem de Graziela, tão complexa e emotiva, torna-se o divisor de águas de sua carreira e a lança à internacionalização. Aqui no Brasil, a versão de Esmeralda conta Karina Barum, que dá vida a mesma personagem, também dando um show de interpretação.

Neste mesmo ano, e ao lado de Fernando Colunga, seu companheiro e galâ de Esmeralda, obtém grande destaque no teatro, com a obra El pecado no original, produzida por Ernesto Laguardia. A obra realiza uma turnê pela América do Sul e Estados Unidos. Chegado este momento, as complicações que desde a infância havia tido com o aparelho digestivo fazem com que opere o cólon.

Em 1999, interpreta o papel de Vera no melodrama Rosalinda, onde atua ao lado de Thalía, Fernando Carrillo e Angélica María, que lhe ajuda muito com seus conselhos e experiência durante as gravações. Mesmo a trama não tendo tanto sucesso no México, alcança grande destaque no exterior.

Em 2000, em DKDA Sueños de juventud, Nora encarna a personagem de Leticia, sua melhor vilã, debilitada, alcoólica e caprichosa. Somente após três dias do término de DKDA, participa em Carinha de anjo, uma telenovela infantil, interpretando a inesquecível Tia Peruca, o segundo divisor de águas de sua carreira, que lhe vale o carinho das crianças e reafirma sua projeção a nível internacional. Nesse verão, Nora termina seu namoro com José María Fernández, arquiteto e meio-irmão de Chantal Andere.

Em 2001, Nora recebe sua primeira oportunidade de protagonizar uma telenovela: Maria Belém, onde se encarrega de dar vida à Ana, uma psicóloga que descobre o amor maternal ao conhecer Maria Belém. No final do ano, a atriz volta como protagonista no especial Navidad sin fin.

Em 2002, confirma sua participação como a protagonista de Viva às crianças! - Carrossel 2, mas sua gravidez e casamento com o empresário Miguel Borbolla faz com que paralise sua carreira. O papel, então, fica nas mãos da atriz e consolidada apresentadora Andrea Legarreta. O casamento é celebrado no civil, estando Nora em seu quarto mês de gestação, e o casal se muda para Querétaro. Seu bebê, José Miguel, nasce em 1° de setembro de 2002.

Em 2004, a triz regressa aos sets com a telenovela Amy, a menina da mochila azul, no papel de Emília, uma terna doutora. Em março deste mesmo ano, anuncia a separação de seu esposo e mesmo tentando rever a situação, assina o divórcio em setembro, sem que nenhuma das partes desse declarações sobre os motivos da ruptura.

Em agosto de 2004, Nora realiza um filme pela primeira vez, protagonizando, no cinema, Cicatrices, ao lado de Rodrigo Abed. O filme retrata, cruamente, o drama causado pela violência familiar. Segundo a própria atriz, sua personagem, Clara, se tornou uma das mais difíceis de sua carreira. A produção estreou em 15 de setembro de 2006 no México, esteve em cartaz durante onze semanas e tornou-se um dos cinco filmes mais assistidos do ano. Graças ao filme, Nora recebe o prêmio Diosa de Plata, como atriz revelação, prêmio este de maior reconhecimento no mundo cinematográfico mexicano, depois do prêmio Ariel.

Em 2005, aparece em Sonhos e caramelos, exibida no Brasil pela Rede CNT, uma telenovela infantil, onde se encarrega de interpretar Lupita, um manequim com vida. Este papel lhe exige muitos recursos de atuação, sobretudo, um controle exato sobre os movimentos de seu corpo e respiração, comprovando, mais uma vez, seu carisma com o público infantil.

Em 2006, Nora participa da telenovela cômica A feia mais bela, interpretando Carolina, a fada madrinha que ajuda Lety a se tornar uma mulher bela, tanto exterior como interiormente. Papel pelo qual obtém a nomeação como Melhor atriz de elenco na edição 2007 dos prêmios TVyNovelas.

Em 2007, participa na telenovela comemorativa dos 50 anos das telenovelas mexicanas, Amor sin maquillaje e, em 2008, faz uma participação protagônica na produção de Salvador Mejía, Fuego en la sangre, junto de Adela Noriega e Elizabeth Álvarez. Em maio deste ano, seu ex-marido Miguel Borbolla, a acusa de tê-lo ameaçado de morte, e feito os segurança de seu namorado espancá-lo.

Em 2009, se integra ao elenco de Atrévete a soñar em uma participação especial em agradecimento a Luis del Llano, interpretando a ela mesma no papel de um freira fanática por hambúrgueres. Em 20 de julho de 2010, dá a luz sua filha Scarlett, fruto de romance com Mauricio Becker.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2009 - Atrévete a soñar (Nora Salinas)
2008 - Fuego en la sangre (Sara)
2007 - Amor sin maquillaje (Adriana)
2006 - A feia mais bela (Carolina)
2005 - Sonhos e caramelos (Lupita)
2004 - Amy, a menina da mochila azul (Emília)
2001 - Navidad sin fin (Alejandra)
2001 - Maria Belém (Ana)
2000 - Carinha de anjo (Estefânia)
2000 - DKDA Sueños de juventud (Leticia)
1999 - Rosalinda (Vera)
1997 - Esmeralda (Graziela)
1996 - Confidente de secundaria (Bianca)
1994 - Agujetas de color de rosa (Jessica)

SÉRIE

2009 - Tiempo final (Cristina)

FILME

2005 - Cicatrices (Clara)

sábado, 30 de outubro de 2010

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 2


Outra das mais legendárias histórias da autora é Señorita Elena, da rádio cubana, que passou na televisão venezuelana em três versões bem-sucedidas nos anos 60, 70 e 80. Juan Osorio a produziu com o título de Vivo por Elena, protagonizada por Victoria Ruffo e Saúl Lizaso, para espanto da autora, que não aceitava Victoria como protagonista, por considerá-la mais velha do que a personagem e que, além disso, teve de assistir, espantada, tramas com lésbicas, travestis e gays, que não estavam em seu libreto.

Em 1999, com a volta de Thalía às telenovela mexicanas, após o triunfo com a trilogia das três Marias, foi realizada Rosalinda, versão de Carlos Romero do original María Teresa, que nos anos setenta foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina. Novamente Delia estava irritada, porque não queria Fernando Carrillo como protagonista, este que já havia feito o mesmo personagem na versão de 1987, chamada Primavera.

Na metade da história, Carlos Romero abandona o projeto por problemas com a produção e é substituído por Liliana Abud, que tira o lixo da história original e inventa um novo argumento, totalmente desassociado do original.

Apesar dos desgostos, em 2003, Delia reafirma um novo contrato com a Televisa, onde vende toda sua produção por vários milhões. Daí em diante realizam-se Mariana da noite, que após uma longa maratona dá os papel principais à Alejandra Barros e Jorge Salinas e os de vilões para César Évora e Angelica Rivera, que levaram todos os reconhecimentos com os papéis que originalmente foram personificados por Ivonne Attas e Martín Lantigua, em 1976.

Em 2006, realiza-se uma nova versão de Peregrina, aquela protagonizada, em 1973, por Rebeca González e José Bardina, que logo teve a versão La muchacha del circo, protagonizada por Catherine Fulop e Fernando Carrillo, e Kassandra, com Coraima Torres e Osvaldo Ríos, a qual se registra como a telenovela mais vendida da história. A Peregrina mexicana teve mais pena que glória, já que Delia recusou seus créditos na telenovela por haverem eliminado a trama dos ciganos.

Recentemente, outra história de Delia Fiallo que esteve nas telinhas mexicanas foi Cuidado con el ángel, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, nova versão de Una muchacha llamada Milagros, protagonizada por  Rebeca González e José Bardina em 1974, que já havia tido um remake chamado Mi amada Beatriz, de 1987, protagonizado Catherine Fulop e Miguel Alcántara.

Também, há poucos meses, foi ao ar Mar de amor, uma nova versão de María del mar, realizada em 1978 e protagonizada por Chelo Rodríguez e Arnaldo André, que nessa ocasião foram substituídos por Zuria Vega e Mario Cimarro nos papéis principais.

Atualmente, uma nova versão de Cristal, chamada Triunfo del amor (foto), é a grande aposta da Televisa para o horário nobre. A trama, protagonizada por Maite Perroni e William Levi, vai ao ar de segunda à sexta às 21h15 pelo Canal de las estrellas.

Histórias de Delia Fiallo à mexicana - Parte 1


As histórias de Delia Fiallo chegaram ao México graças a Valentín Pimstein, o grande produtor de telenovelas mexicanas que sempre buscou histórias em qualquer parte do continente para realizá-las.

Em 1986, realizou-se Monte Calvario, protagonizada por Edith González e Arturo Peniche. Esta história, que não havia sido realizada antes na televisão, esteve baseada na radionovela La mujer que no podia amar. Os vilões foram Ursula Prats e José Alonso. Após esta telenovela, passaram-se dez anos, até que voltaram a produzir histórias desta autora.

Em 1995 realiza-se Morelia, uma co-produção entre a Televisa, do México, e o produtor peruano Pepe Crousillat, realizada em Miami e protagonizada por Alpha Acosta e Arturo Peniche. Morelia é a versão mais recente de La Zulianita, telenovela que, em 1975, foi protagonizada por Lupita Ferrer e José Bardina na Venezuela.

Com Morelia, Delia assina um contrato milionário com a Televisa graças a Valentín Pimstein, que nessa época era vice-presidente de telenovelas da emissora, e Pepe Crousillat, que havido sido encarregado da distribuição internacional destas produções. Isso ocorreu em 1996, quando preparava-se outra versão de La mujer que no podia amar, que em sua versão Monte Calvario contou com o escritor Carlos Romero como adaptador do libreto da rádio para a televisão.

Valentín Pimstein seria o produtor da telenovela, mas no período de pré-produção, o chileno saiu da Televisa e encomendou o projeto a Carla Estrada, que o chamou de Sigo te amando. Delia aspirava adaptar a telenovela por ela mesma, porém Carla fez de René Muñoz uma espécie de co-adaptador.

Nas reuniões, não havia entendimento entre Carla e Delia, que regressou a Miami para seguir adaptando sua história, vendo com surpresa que tudo o que estava escrevendo era desfeito nos capítulos que iam ar e que estavam zombando de sua cara, já que a adaptação foi feita por René Muñoz. Como ela mesma disse, tornaram a telenovela muito violenta. Estupros e assassinatos confundiram o público que não sabia se a protagonista deveria ficar com o galã ou com o vilão.

Já em 1997, Esmeralda conquistava o mundo com as atuações de Leticia Calderón e Fernando Colunga, que protagonizaram a trama antes estrelada por Lupita Ferrer e José Bardina, em 1970 e por Grecia Colmenares e Victor Cámara, na versão de 1984, chamada Topázio.

Após esta experiência, em 1998, a Televisa produziu O privilégio de amar (foto), versão da célebre Cristal. Novamente Carla Estrada foi a produtora e, dessa vez, Adela Noriega e René Strickler, os protagonistas. A adaptadora foi Liliana Abud, que modificou a história original no que diz respeito ao perfil dos personagens.

Aquela avó atormentada, fanática religiosa e intrigante, interpretada por Zoe Ducos, em Cristal, tornou-se uma assassina em série, interpretada por Marga López. Inocência, interpretada por Mariela Alcalá, acabou nas mãos de Sabine Moussier, que se tornou uma mulher assustadora e chorona;  a personagem de Helena Rojo, como Luciana Duval, era perseguida por um amante do passado, inexistente na história original.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

México: Especialista em vilãs protagonistas

Na história das telenovelas se existe um país que se destaca por haver desenvolvido vilãs protagonistas, é o México. Mulheres malvadas que são o centro da trama foi a fórmula que teve seu maior apogeu nos anos 60 e 70, pois desde os anos 80 até atualmente foram escassas as vezes em que se pôde ver uma protagonista fazendo maldades. Estas, na maioria das telenovelas, são exemplo de bondade, muitas são tão boas que são dignas de beatificação. Quando aparecem casos de protagonistas malignas, geralmente, se alcançam bons resultados na audiência. Veja os casos mais destacados:


Nora (Senda prohibida)


Na primeira telenovela mexicana, original de Fernanda Villeli, um libreto que nasce da rádio, Silvia Derbez dá vida à Nora, a moça interiorana que chega à cidade grande com a intenção se tornar-se rica. Esta, primeiramente, trata de ganhar tudo honestamente, mas são tantas suas ambições que se deixa levar pelo caminho que acredita ser o mais fácil. Conquista um homem de classe social alta, casado há mais de vinte anos, com dois filhos, e destrói seu casamento, lhe tirando todo o dinheiro, mas ao maldades são pagas no final: Nora recebe seu castigo ficando sozinha e na pobreza, o homem recupera sua família perdida.


Teresa (Teresa)


Teresa, uma jóia das telenovelas mexicanas é um clássico original de Mimí Bechelani, que consagrou Maricruz Olivier no papel de Teresa, uma pobre jovem que vivia em um cortiço. Sua mãe, dona-de-casa e seu pai, um mecânico, tudo sacrificavam para que ela estudasse em um bom colégio e se formasse com mérito. Teresa, mesmo apaixonada por um rapaz de seu bairro, se relaciona com um professor para subir socialmente, e também com o cunhado deste. Renegando seus pais e sua pobreza, finalmente se descobre o lado escuro de sua alma. O homem do bairro, que era desprezado por ser pobre, refaz sua vida e torna-se um médico bem-sucedido. Teresa faz com que sua mãe morra de desgosto e quando volta à casa, seu pai a expulsa. Ao final chora pelo castigo que recebe: a solidão e o desprezo.


Deborah (La sonrisa del diablo)


Em La sonrisa del diablo, impactante título para 1970, Ernesto Alonso, aproveitando o êxito de Maricruz Olivier como Teresa, pensava nela para que a escritora Luisa Xammar desenvolvesse o roteiro. Maricruz dá vida a Deborah San Román, a ambiciosa mulher que entra na vida de um viúvo milionário, lhe tira todo seu dinheiro e o gasta com um amante insaciável. Uma mulher fria e calculista disposta a matar para alcançar seus propósitos.


Rubi (Rubi)


Rubi nasce de uma historieta de Yolanda Vargas Dulché. Fanny Castro interpretou a mítica mulher sensual que, igualmente a Teresa e Nora, vinha da pobreza, a qual renegava. Rubi usava seu belo corpo para alcançar seu objetivo: ser rica. Brinca com os sentimentos de um engenheiro milionário enquanto ama o médico amigo deste. A ambição e a beleza foram as armas de Rubi, que em sua versão de 2004 obteve muito êxito, protagonizada por Barbara Mori.


María de los Ángeles (El ángel caído)


Luis Reyes de la Maza criou em meados dos anos oitenta a versão novelística da viúva negra. Rebecca Jones interpreta uma mulher perturbada que perde seus pais em um acidente, sendo, ainda, uma criança, que fica traumatizada. A ambição pelo dinheiro a torna uma psicopata que se casa várias vezes, matando seus esposos para herdar-lhes sua fortuna. E pensar que esta se chamava María de los Ángeles.

Do original ao remake: Esmeralda


Foi em 1971 quando a Venevisión, canal venezuelano, decidiu exportar suas telenovelas, e o fizeram primeiramente com uma história original da escritora cubana Delia Fiallo, que tinha como título Esmeralda. Tal como a pedra preciosa, o drama protagonizado por Lupita Ferrer e José Bardina começou a brilhar da Venezuela para toda a América.

Até hoje, a telenovela da cega e do rico fazendeiro, cujos destinos foram trocados ao nascer, é lembrada por muitos daquela geração. Sempre que se faz referência à trajetória de Lupita Ferrer, inevitavelmente se menciona esta história, da qual Lupita sempre fala com orgulho.

A princípios dos anos 80, esta história teve seu primeiro remake, agora, sob título de Topázio, produzida pela RCTV, da Venezuela, em 1984, e protagonizada por Grecia Colmenares e Victor Camara. Aqui, as principais novidades em comparação à original foram a cor, as locações e as externas em um precioso manancial, onde, a princípio, foram gravadas algumas cenas que simulavam a protagonista tomando banho nua, mas que foram eliminadas por ordem da autora original.

Esta telenovela obteve tanto êxito na América que, passado poucos anos, chegou à Europa, sendo a Espanha e a Itália os países em que se tornou um verdadeiro sucesso, fazendo com que os protagonistas viajassem até lá para receberem diversos prêmios. Esse é outro êxito que ainda perdura na memória da geração que a viu.

Passaram vários anos até que, em 1997, a Televisa, do México, comprasse os direitos para um novo remake, protagonizado por Leticia Calderón e Fernando Colunga, que teve um alcance mundial. Países da Europa e da África, onde não chegavam as telenovelas, se comoveram diante da ternura da ceguinha que logo recuperava a tinha que decidir entre o amor de dois homens. Para a Televisa, este é um dos seus maiores êxitos internacionais.

Existe ainda a versão brasileira, que não teve grande repercussão internacional, mas que atualmente é reprisada pelo SBT, quem a produziu em 2004, protagonizada por Bianca Castanho e Cláudio Lins.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os vinte finais inesquecíveis de telenovelas

Veja, a seguir, os vinte finais de telenovelas inesquecíveis, segundo a revista People:


20° Al diablo con los guapos (2007)


Milagros (Allisson Lozz) e Alejandro (Eugenio Siller) se casam, têm filhos, enterram seus pais, assistem ao casamento de sua filha e morrem juntos abraçados e velhinhos em uma praia. A par dos protagonistas, pôde-se ver a evolução futura de outros personagens, mas, ainda assim, este comovedor final deixou algumas perguntas como: O que aconteceu com tio Braulio (Miguel Pizarro)?


19° Alborada (2005)


Ninguém esperava ver Hipólita (Lucero) grávida e açoitada publicamente pelo Santo Ofício, após ter sido declarada adúltera. O inesperado também foi que dona Juana (Daniela Romo), morrendo de câncer, se suicida após haver envenenado seu sifilítico filho, o falso Conde de Guevara (Luis Roberto Guzmán). Esquecendo tanta desgraça, Hipólita e Luis (Fernando Colunga) se casam, batizam sua filha Aurora e celebram a liberação do México do domínio espanhol.


18° Rubi (2004)


Após cair do segundo andar, desfigurar o rosto com o vidro de uma mesa e sofrer a amputação de uma perna, Rubi (Bárbara Mori), com a ajuda de sua sobrinha, planeja se vingar de Alessandro (Eduardo Santamarina). Anos mais tarde, a mocinha, idêntica a Rubi, se apresenta diante deste com claros propósitos de seduzi-lo… e a história se repete.


17° A outra (2002)


Toda a vida de Carlota (Yadhira Carrillo) esteve marcada pelo desamor e a ambição de sua mãe Bernarda (Jacqueline Andere), que, afim de ficar com a fortuna de suas filhas, as destruía, lhes impedindo de amar. No último capítulo, Carlota simplesmente entrega a fortuna à sua mãe para que ajudasse a libertar Álvaro (Juan Soler). Bernarda, assassina, aproveitadora e péssima mãe, foge e gasta sua fortuna com jovens rapazinhos.


16° Manancial (2001)


Como se poderia solucionar o dilema de Adriana (Adela Noriega) e Alexandre (Mauricio Islas)? Como ela poderia recuperar seu manancial e o direito de ser mulher? Como Alexandre poderia perdoar seu pai, o maligno Justo (Alejandro Tommasi), que violou a mulher que amava? A solução veio da mão de Margarida (Daniela Romo), matando Justo e logo tentando cortar-se as veias. Alexandre impediu o suicídio de sua mãe e, após um retiro espiritual, Margarida pôde assistir ao casamento de Adriana e Alexandre.


15° Ramona (2000)


Foi triste ver dona Ramona (Helena Rojo) agonizar; assustador, ver Felipe (René Strickler) vencer sua fobia de água e se lançar no rio para salvar o bebê de Ramona (Kate del Castillo); e, emocionante, seu duelo final com o xerife Green (Sergio Sendel). Após, viu-se o final de cada personagem e inclusive o de Ramona, anos mais tarde casada com Felipe, vivendo no México e contando a história a seus filhos.


14° Tres mujeres (1999)


Fátima (Karyme Lozano) voltaria com Sebastián (Jorge Salinas), seu marido ressuscitado, ou ficaria com o oncologista (Eduardo Verástegui) que lhe havia salvado a vida? Ao final, Fátima vai buscar Sebastián até as Cataratas do Niágara e lhe confessa seu amor. O que ninguém esperava era que Yamile (Niurka), em uma de suas primeiras aparições na telenovela, matara Bárbara (Erika Buenfil), deixando Daniel (Alexis Ayala) e Manuel (Guillermo Capetillo) viúvos, encurtando, assim, o título somente para “duas mulheres”.


13° La dueña (1995)


Após ser resgatada por sua própria sogra (Rosita Quintana) das mãos de seu capataz (Salvador Sánchez), Regina aceitava se casar com o ex-seminarista José María (Francisco Gattorno). No mesmo dia de seu casamento, se celebrava os casamentos de outros personagens, mas a noiva mais esperada, a terrível Regina, não chegava. Quando o noivo já se desesperava, entrava na igreja Regina, vestida com trajes vaqueiros brancos.


12° Alondra (1995)


Após deixar que Bruno (Gonzalo Vega), seu amante, voltasse com sua esposa e seus filhos, Alondra (Ana Colchero) e sua bebê viajavam de volta ao México. No porto de Veracruz, eram recebidas por sua prima e melhor amiga María Elisa (Verónica Merchant), acompanhada pelo pintor Carlos Tamez (Ernesto Laguardia), marido enganado de Alondra. Carlos se aproximava dizendo que vinha conhecer sua filha, fazendo com que a adúltera percebesse que sua falha havia sido perdoada.


11° Laços de amor (1995)


Lucero enfrentou o maior desafio de sua vida ao interpretar Maria Paula, Maria Fernanda e Maria Guadalupe, trigêmeas muito diferentes entre si. No último capítulo, a assassina em série, Maria Paula, mantinha sequestradas suas irmãs e confessava a seu tio Eduardo (Otto Sirgo) que o amava, mas não como pai. Ele, horrorizado, a rejeitava e, como resposta, recebia um disparo mortal. Em seguida, Maria Paula se suicidava ou nos fazia acreditar nisso. Na cena final, nos damos conta que ela supostamente havia sobrevivido ao realizar seu gesto característico: levantar a sobrancelha.


10° Café com aroma de mulher (1994)


Acreditando que Gaivota (Margarita Rosa de Francisco) não o queria, Sebastião (Guy Ecker) se embriagava tomando todas de bar em bar. Gaivota, que havia chegado de Londres no último minuto, lhe seguia até a região cafeeira e terminava resgatando-o em uma tourada. Logo após um acelerado casamento, a história saltava sete anos, para mostrá-los felizes, criando seus cinco filhos, além dos filhos de outros personagens.


9° Dos mujeres, un camino (1993)


Com qual de suas mulheres ficaria Johnny? Difícil escolha tinha Erik Estrada entre a jovem Tania (Bibi Gaytán) e sua esposa, Ana María (Laura León). Após Tania morrer esfaqueada, Johnny voltava aos braços de sus esposa, mas esta o abandonava quando chamava por Tania em seus sonhos.


8° Los parientes pobres (1993)


Chucho (Ernesto Laguardia) compreendia que Margarita (Lucero) o amava e não ao odioso Bernardo (Alexis Ayala). Enquanto Chucho e Margarita se casavam na igreja do povoado, Bernardo os observava cheio de amargura por suas más decisões. Os recém-casados visitavam o túmulo do pai da noiva para que Margarita pedisse perdão por não cumprir seu juramento de viver de ambições e não de amor.


7° Coração selvagem (1993)


A história termina com um terremoto abalando o povoado de São Pedro; os vilões lançando João do Diabo (Eduardo Palomo) atado ao mar e Mônica (Edith González), grávida, resgatando seu marido. Ao final, o amor triunfa e o vilão da história, André Alcázar (Ariel López Padilla) pede perdão por toda sua maldade.


6° Amor de nadie (1990)


Após se salvar de um último ataque por parte de sua inimiga Vera (Alejandra Maldonado), que a tentou apulanhar, Sofía (Lucía Méndez) era feliz com seus filhos e seu terceiro marido (Saúl Lisazo). Após o incidente, a malvada foi presa e ficou muda, mas o pior castigo foi recebido pelo infame Raúl (Joaquín Cordero), que, na enfermara do presídio, se via marcado pelos estragos causados pelo HIV.


5° Cuando llega el amor (1990)


Enquanto Isabel (Lucero) e seu noivo (Omar Fierro) celebravam seu compromisso, sua prima e grande inimiga, Alejandra (Nailea Norvind), aparecia no terraço em seu cadeira de rodas, gritando: Isabeeeel!. Diante do susto de todos, a malvada se lançava da sacada e, na última cena, abria os olhos e sorria de forma diabólica.


4° Eu compro essa mulher (1990)


Ainda que Alexandre (Eduardo Yáñez) e Ana Cristina (Leticia Calderón) haviam feito as pazes, ele era acusado falsamente de um crime e somente o estouro da Revolução Mexicana o livrava do paredão. Os vilões, ao contrário, tiveram finais horripilantes. Rodrigo (Enrique Rocha) foi deixado atado em uma vala, a perversa tia Matilde (Alma Muriel) ficou presa em um sótão.


3° Paixão e poder (1988)


Um final insólito teve Artur Montenegro (Carlos Bracho), junto de sua família e amigos, quando celebravam a inauguração de seu hotel, longe da maldade de Eládio Gómez Luna (Enrique Rocha). Com o que não contavam era com a astúcia deste vilão que havia instalado uma bomba no sótão do hotel. Quando o artefato explodia, os bons morriam e Gómez Luna ia embora em sua limousine.


2° Vanessa (1982)


Enquanto o público se perguntava com quem ficaria a heroína: com o malvado Pierre (Rogelio Guerra), pai de sua filha, ou com seu marido (Héctor Bonilla), se espalhavam os rumores de que Lucía Méndez, a protagonista Vanessa, não aparecia nas gravações, alegando estar com bronquite. Como castigo, o produtor decidiu assinar sua personagem. Na última cena, Pierre dispara contra Méndez.


1° Ambição (1986)


Vários anos após o suicídio da malvada Catarina Creel (María Rubio), o filho que Alexandre (Alejandro Camacho) e Vilma (Rebecca Jones) roubaram de Leonora (Diana Bracho), de repente coloca um tapa-olho, como o que usava sua avó, e se lembra do nome com o qual esta o havia apelidado, pronunciando a frase mais memorável das telenovelas: “Eu não sou Bráulio. Sou o pequeno Edgar!”.

Mulheres assassinas 2: Soledad, cativa


DATA
28/10/10

HORÁRIO
22h50

CANAL
Rede CNT

COM
Angelique Boyer, Alfonso Herrera, Roberto Ballesteros, Alejandra Procuna, Francisco Avendaño, Fernanda Reto, Alexandra de la Mora, Pámela Reiter, Claudia Torres, Athalia Jiménez, Kara Kilinsky, Nur Rubio, Eryka Foz, Guadalupe Colin e Antonio Manuel

RESUMO
Soledad é uma jovem que não aceita o romance do pai. Outrora, quando sua mãe ainda era viva, o pai mantinha um romance secreto que se tornou aberto após ficar viúvo. Claro que Soledad já sabia e a vida para ela, diante disso, não tinha um sentido claro.

Numa viagem curta, a bordo do automóvel, ela discute com o pai e a madrasta e decide ficar pelo caminho. Pede carona na estrada até conseguir que uns agricultores a deixam num vilarejo. Ali, ela entra num bar, pede água e tenta telefonar para a melhor amiga sem obter sucesso.

Neste espaço de tempo, chega ao local o jovem chamativo Esteban, por quem Soledad se encanta de imediato e segue o resto da viagem ao seu lado. Anoitece e Esteban arma o seu esquema. Percebe que a jovem está apaixonada e ela nem se importa de passar a noite com ele num motel e de ali, entregar-se de corpo e alma.

Na partida, Esteban a deixa em determinado ponto, prometendo um dia telefonar. Ele sabe que ela vai pedir para seguir junto dele e assim, a leva para uma verdadeira fortaleza, uma refinada casa de prostituição onde a vende por bom dinheiro. Lá, ela é submetida a todo tipo de abuso e acaba tendo que se transformar numa fera.

A polícia tenta localizar o seu paradeiro e, para isso, utiliza toda a tecnologia disponível. Neste período de buscas, Soledad, confinada na casa começa a armar um plano de fuga sem obter sucesso. Mas num belo dia, os policiais finalmente localizam uma fugitiva do local que dá as primeiras dicas de onde fica.

Ao mesmo tempo, Esteban decide voltar a casa e pagar um alto preço para passar a noite com a moça. Ela, toda produzida promove nele um grande encanto e põe em prática a sua sede de vingança. Pena que ela não sabe que naquele exato momento os policiais já invadiram a casa para salvá-la. O preço a ser pago por ela é alto. E lembre-se: jamais se deve confiar em estranhos, afinal de contas, as aparências enganam e de vítima, você pode passar a criminoso.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Do original ao remake: A usurpadora


Corriam os anos cinquenta quando em Cuba se escutava pelo rádio a história de duas irmãs gêmeas separadas ao nascer e reencontradas pelo destino, uma, exemplo do bem, e outra, do mal. A história original de Inés Rodena teve tanto êxito na rádio cubana que transcendeu fronteiras.

Com a Revolução Cubana, a princípio dos anos sessenta, muitos autores saíram de seu país por não estar de acordo com o socialismo ditatorial ao qual seriam submetidos, entre eles estava Inés Rodena, que fugiu com uma boa quantidade de suas histórias e se estabeleceu em Miami com grande parte de sua família, pretendendo vender seus roteiros à Venezuela, que já decolava na produção de telenovelas.

A RCTV, na pessoa do diretor Juan Lamata, foi quem se interessou neste libreto, vendo muitas possibilidades de impacto entre o público. Inés duvidada que essa radionovela pudesse ser levada à televisão, já que seriam necessárias duas atrizes idênticas para interpretar as personagens, o que ela não imaginava é que, apesar da precariedade de recursos da época, Juan Lamata, a atriz Marina Baura e a RCTV enfrentariam o desafio.

Em 1971, vai ao ar a primeira versão para televisão de La usurpadora, protagonizada por Marina Baura e Raúl Amundaray, adaptada por Ana Mercedes Escamez, que recebia de Inés oito cenas diárias e as transformava em um total de dezessete, com a adaptação.

O sucesso em preto e branco ainda é recordado até hoje, Marina, excelente ao interpretar a mulher dupla  nos gestos, na voz, na maneira de andar, tudo fez para brilhar como atriz. De costas, Marina era duplicada pela atriz Helianta Cruz, que na telenovela interpretava a intrometida empregada da família Bracho.

Em 1981, após vários anos vendendo suas obras para a Televisa, do México, é produzida uma segunda versão intitulada El hogar que yo robé, que obteve os benefícios da televisão a cores, e cenas externas. Com roteiros adaptados pelo escritor Carlos Romero, uma ou outra vez, o produtor Valentín Pimstein quis modificar a história, introduzindo cenas de violência ou mortes para obter destaque no horário noturno. Romero, que não aceitava destruir tão boa história, se negava e de fato abandonou o projeto.

Daí em diante, o escritor Enrique Jarnes assumiu e continuou a adaptação, modificando a história que não recebeu boa resposta do público como se esperava, uma pena para figuras que antes haviam desfrutado do êxito, como Angelica María e Juan Ferrara.

Em 1986, a RCTV volta a produzir um remake desta história, agora com o título de La intrusa, com Mariela Alcalá e Víctor Cámara, alcançando melhor repercussão que El hogar que yo robé, mesmo não se tornando um fenômeno de audiência. A trama teve de ser modificada e a telenovela, que havia iniciado no horário nobre, teve de ser movida para o horário da tarde.

Em 1998, o produtor Salvador Mejía decide por produzir outra versão mexicana, retomando o título que tanto êxito havia obtido. Adaptada do começo ao fim por Carlos Romero, este queria Thalía como protagonista, mas esta, sentindo-se insegura, na aceitou interpretar o duplo papel. Vários nomes foram cogitados, mas enfim a protagonista escolhida por Romero foi sua compatriota, a venezuelana Gabriela Spanic, que com esta telenovela alcançou o sucesso mundial. Até o presente, essa versão é considerada outro clássico, tal como a protagonizada muitos anos atrás por Marina Baura.

Quando o México conquistou o mercado externo?


Logo após a chegada do videoteipe no México, no final da década de 1950, teve início a exportação de telenovelas, quando a televisão ainda era em preto e branco e os capítulos tinham apenas 30 minutos diários. Nessa etapa artesanal, as produções tinham traços parecidos, já que utilizavam textos do rádio ou do cinema e a mesma tecnologia. A produção era destinada principalmente ao mercado local ou, em menor escala, aos países do continente americano.

No México, a primeira a chegar ao mercado externo, nos anos 60, foi Gutierritos, da Televisa, na época Telesistema Mexicano. Nesse período as telenovelas mexicanas, até a década 70, tinham muitas vezes mais de 300 capítulos. No começo dos anos 80 a média padrão passou a ser de 140 a 160 capítulos. Todas as 103 telenovelas dessa década foram exportadas.

Entre 1970 e 1980, o gênero atinge o caráter decididamente industrial e de principal produto de exportação, ainda que apenas para o próprio continente, em diversos países, passando a ser transmitidas com maior intensidade. Na etapa industrial, cada país começa a adotar formas específicas de narrar uma história, com aspectos correspondentes à cultura do país produtor. México, Venezuela e Brasil destacam-se como os principais produtores e exportadores de telenovelas.

Foi em 1979 que o México se definiu como um produtor dramático para fins de exportação ao vender o maior sucesso de todos os tempos, visto em aproximadamente 130 países, Os Ricos também Choram (foto), com Verónica Castro e Rogelio Guerra. A trama chegou à Espanha, França, Itália, Suíça, Rússia, China e ao Brasil, que, a partir daí, começou a transmitir os sucessos mexicanos.

Do mercado latino-americano e do latino nos Estados Unidos tomam conta, em primeiro lugar, México e, mais tarde, a Venezuela. O alvo do Brasil começou na Europa - cujo mercado televisivo está cada vez mais aberto às telenovelas latino-americanas e às soap operas dos Estados Unidos - para depois atingir a América Latina.

Para os europeus, que estão acostumados a ritmos bem mais lentos de produção, seria muito mais caro produzir telenovelas diárias do que comprá-las. Diferentemente da América Latina, onde os profissionais são capazes de finalizar um capítulo em apenas um dia de trabalho. Sem contar que os países da Europa são os que mais pagam por capítulo diário exibido, em comparação à Ásia, América Latina e aos Estados Unidos.

A globalização do mercado fez da telenovela latino-americana uma verdadeira febre nos anos 80 e 90, etapa transnacional, que se mantém até hoje graças à exibição crescente de várias telenovelas em outros territórios, como a Europa e a Ásia. Com o objetivo de chegar ao mercado internacional, as tramas, desde sua produção, apresentam cada vez menos traços da cultura do país produtor, e ficam mais neutras, para agradar ao maior número possível de telespectadores.

O videoteipe levou outra inovação ao México, além da possibilidade de gravação e da exportação: o hábito de utilizar o ponto eletrônico, recurso também adotado pela Venezuela. O ponto, que ainda faz parte da rotina dos atores de telenovelas mexicanas, substitui os longos scripts, dispensa a tarefa de decorar textos, evita as interrupções das cenas, permite trabalhar em ritmos velozes, e, consequentemente, aumentar a produção. O objeto serve também para o diretor da telenovela fazer alterações ou dar dicas de última hora.

Ao mesmo tempo, o artifício impede que as produções mexicanas possam evoluir no quesito naturalidade na interpretação do elenco: como forma de ganhar tempo, o uso do ponto eletrônico para ditar os textos atrapalha a concentração dos atores. Na falta de ensaios, os profissionais acabam com a função de repetir o que a produção está ditando no ouvido. Na escola de formação de atores da Televisa os alunos aprendem a usar o ponto eletrônico desde o início.