segunda-feira, 15 de março de 2010

Ética e telenovelas latino-americanas

Oscar Guarín, produtor e roteirista televisivo, conceitua a ética, a moral e a telenovela


A ética é a ciência do que é bom para o homem, a arte de viver adequadamente com o objetivo de alcançar a plenitude e a felicidade humanas. A telenovela é um gênero muito particular televisivo, de ficção, no qual se avivam os sentimentos e as paixões humanas, ou seja, é um gênero com uma linguagem e uma narrativa distinta aos das séries de ficção do cinema.

Tratando-se de um fenômeno social complexo e polêmico, destacou-se a falta de códigos éticos ou recomendações normativas em importantes instituições de referência televisiva, como comissões nacionais de televisão, que orientem os profissionais. O remédio diante desta falência, é a autorregulação, ou seja, a responsabilidade pessoal do produtor, do roteirista e do telespectador que como consequência acaba gerando uma maior ética televisiva.

Também se falou a respeito das novelas da RCN e Caracol, a primeira em maior qualidade estética e de maior cuidado formal, a segunda para um público mais popular. Em geral, os atores não tem tanta liberdade e poder para introduzir mudanças nos roteiros, de fato, a melhor opção seria um acordo entre o produtor, o diretor e o ator ou atriz.

Por último, se refletiu sobre um dos obstáculos que impede a ética nas telenovelas, talvez o principal de todos: a guerra de audiência, porém, sabemos sobre a ineficiência das medições de audiência das transmissões, já que, na realidade, não se medem todos os canais.

Pergunta principal para o acadêmico:

Como se pode ajudar o público a aprender a “ler” as telenovelas?

Muitas pessoas desconhecem as três características principais do melodrama televisivo: o maniqueismo (polarização do bem e do mal), ênfase nas emoções (a história é de conflitos emocionais, de sofrimentos e desfrutes extremos), e o triunfo da justiça.

Depois de um longo diálogo pôde-se chegar às seguintes conclusões:

- As novelas são e geram cultura, para bem ou para mal.

- Não importa o “Que”, mas o “Como”. Deve-se aprender a mostrar tudo, sem medo, ainda que nas telenovelas o que se mostra são sentimentos extremos.

- Há a necessidade de impulsar o diálogo entre empresários televisivos, roteiristas e educadores para se propor produtos de ficção que agradem ao público e que gerem uma boa audiência.
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