Assim como no Brasil existe a concorrência entre Rede Globo, SBT, Rede Record e Rede TV!, no México também existe a rivalidade entre a Televisa e a TV Azteca.
Se até 1993 a Televisa reinava absoluta e tranquilamente no México, com 90% da audiência nacional e 100% da verba publicitária destinada à televisão, o império da poderosa família Azcárraga sofreu um terremoto com a chegada da TV Azteca.
A chegada dessa emissora abocanhou 30% da audiência que era da Televisa. Para chegar a esse resultado, o proprietário Hugo Salinas Rocha apostou em novelas com enredos mais contemporâneos e programas de auditório menos modorrentos. Programas de baixarias ao estilo do americano Jerry Springer ajudaram a garantir a vice-liderança da TV Azteca.
As mudanças que a Televisa fez em sua programação foram imediatas: começou a caprichar mais em suas telenovelas e reformulou seus programas, tudo em nome da audiência.
Até 1996 por exemplo, a Televisa nem realizava pesquisas de opinião pública, para saber o que o público queria ver ou não. Com o crescimento avançado da audiência da TV Azteca, a Televisa agora pesquisa o que o público quer ver nas novelas. O roteiro pode mudar a todo momento, de acordo com os rumores do público. Antigamente, as novelas eram escritas e seguidas à risca até o fim.
Algo parecido aconteceu no México com a novela Rosalinda. A novela de Thalía não emplacou. De acordo com as sondagens do departamento de pesquisas da Televisa, o público, acostumada ao vê-la no papel de mocinha pobre que se casa com o homem rico, não gostou de vê-la na pele de uma mulher rica de nascença. A emissora não teve dúvidas, diminuiu o espaço de Thalía na trama e mudou o par romântico central, colocando até um novo galã em cena.
No Brasil, também houve a guerra Televisa x TV Azteca durante algum tempo: a Rede Bandeirantes comprou algumas novelas da emissora TV Azteca e as colocou no mesmo horário das novelas da Televisa no SBT, porém a audiência da emissora dos Saad não satisfez os objetivos iniciais e parou-se de importar as novelas.
As novelas de maior destaque da TV Azteca são: La hija del jardinero, Lo que callamos las mujeres e La vida es una canción, além da versão mexicana de High school musical, que ganha da série RBD: La família.
Algumas novelas do México, em especial da Televisa, já foram vendidas para mais de 180 países, principalmente as protagonizadas por Thalía. Inclusive, encontra-se pela Internet uma história que nas Filipinas, a novela Marimar foi responsável por um acordo de paz em uma guerra civil. O motivo era que, no horário da novela, todos paravam de guerrear para assistir aos capítulos da novela.
Só a Televisa produz cerca de 16 telenovelas ao ano, enquanto a Rede Globo produz 8 telenovelas ao ano.
Tanto na Televisa como na TV Azteca existe uma regra bem simples: um programa só deve permanecer no ar se trouxer dinheiro para o caixa, ou seja, patrocínio. Nas duas emissoras, o investimento em telenovelas é lucro garantido, já que uma novela pode ser exportada para outros países e faturar boas cifras ao longo de sua exibição dentro do país de produção. Por isso o México é o país das telenovelas e disso não há dúvidas.
2 comentários:
O problema é que a quantidade de novelas que a Televisa produz nem sempre corresponde a qualidade. Muitas delas são descartadas logo depois, passam despercebidas, mais ainda quando as tramas são parecidas. Um dia ou outro isso vai acabar com o público enjoado de tanta história igual.
Também concordo o que adianta produzir 16 novelas por ano se todas são remakes de outras novelas e o pior não tem qualidade nenhuma
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