domingo, 9 de maio de 2010

TV Brasil apresenta La vida es silbar

A TV Brasil exibe neste domingo, 09 de maio, às 23h00, o filme La vida es silbar, escrito por Fernando Pérez, Eduardo del Llano e Humberto Jiménez, dirigido pelo mesmo Fernando Pérez, um dos diretores cubanos mais importantes da geração de 1990 do cinema latino-americano.

La vida es silbar, rodado em Havana no ano de 1998, é uma produção do Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (ICAIC), sendo o único longa-metragem de ficção produzido em Cuba. A produção acumulou cerca de doze prêmios e oito nomeações por todo o mundo e em seu país de origem, entre eles, obteve no Festival de La Habana, os prêmios de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz revelação (Claudia Rojas), além do prêmio Goya, promovido pela Academia de las Artes y las Ciencias Cinematográficas de España, como melhor filme estrangeiro de língua hispânica.

O filme relata, em 106 minutos, as histórias paralelas de Mariana, Julia e Elpidio, narradas por Bebé (Bebé Pérez), uma jovem de dezoito anos, que parece servir como um anjo da guarda para os protagonistas, sabendo o destino deles e fazendo com que seus caminhos cruzem ao término do filme. Ela é feliz e não entende o porquê dos demais não serem, ela, de alguma maneira, interfere na vida dessas três personagens que não são felizes e que se dividem entre amor, ódio, promessas e escolhas, sendo limitados por crenças influídas por seus passados. Eles terão que escolher entre sentirem-se culpados e tristes, ou se desfazerem de suas crenças e viverem com mais liberdade.

Mariana (Claudia Rojas) é uma jovem bailarina que não conhece seus pais, ela, para conseguir o papel de Giselle em um espetáculo de ballet, faz uma promessa diante de Deus de não se deitar com nenhum homem, sendo ela uma cubana sensual e promíscua que enfeitiça os homens da rua somente com seu olhar. Ela consegue cumpri-la, até o processo de montagem da obra, onde terá que escolher entre a promessa divina, a arte e a tentação da carne, ao se apaixonar por Ismael (Joan Manuel Reyes), seu parceiro no espetáculo.

Júlia (Coralia Veloz) tem duas paixões: fazer o bem aos demais, e os animais. Mas, a partir de um momento em sua vida, começa a bocejar sem controle, como sintoma de uma vida sem ilusões, o fenômeno se agrava quando ela começa a desmaiar onde trabalha, um instituto para aposentados; nas ruas e em lugares públicos, como um meio de repressão e sob efeito do medo, isso ocorre ao ouvir palavras proibidas em um regime ditatorial autoritário, como “sexo”. Um jovem psicólogo, chamado Fernando (Rolando Brito), lhe revela a verdadeira causa de seus desmaios: o abandono de sua filha, ao nascer e, desde então, Julia terá que escolher entre assumir sua verdade ou estar sempre desmaiando.

Elpidio (Luis Alberto García), é um músico e pescador, marginalizado pela revolução cubana, e sente a falta de uma figura materna, representada por Cuba (Inés María Castillo), que lhe servia como mãe no orfanato em que viveu. Cuba fez com que Elpidio e os outros órfãos acreditassem que ela era perfeita, representante do ideal, mas ela acaba abandonando a seus filhos e não realiza o ideal que representava. Desde então, Elpidio vive angustiado por saber quem realmente foi, quem é, e o que será dela. Ele também terá que escolher entre o amor e sua necessidade materna.

A cena final mostra os três protagonistas completamente sozinhos na Plaza de la Revolución, representando o abandono resultante de tal revolução. E Bebé, a narradora, que foi criada no mesmo orfanato que Elpidio nos revela o segredo da felicidade na Havana do ano 2020.

Contada através desta estranha jovem, as histórias que se entrecruzam em La vida es silbar foram utilizadas por Fernando Pérez para conseguir, basicamente, dois objetivos: descrever a Havana do final do século e realizar uma análise sobre a felicidade. Felicidade esta que, misturada à sorte, ao humor e ao drama, desafia todas as leis.

É um filme com excesso de simbolismos que dão uma estranha ideia da realidade cubana, e, por ser uma produção cubano-espanhola permitiu utilizar-se de uma série de transgressões políticas, expressas em exposições simbólicas, porém perfeitamente decodificáveis

La vida es silbar é mais um filme da série Cine Ibermedia, que reúne obras de países da América Latina, Espanha e Portugal. Os longas estão sendo exibidos simultaneamente nos canais de televisão pública dos 17 países envolvidos no projeto, entre eles a TV Brasil.

Menina, amada minha


NOME ORIGINAL
Niña, amada mía

ESCRITOR
Juan Carlos Alcalá

PRODUTORA
Angelli Nesma Medina

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
86

ANO DE GRAVAÇÃO
2003

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2004

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
Niña, amada mía

INTÉRPRETE
Alejandro Fenández

No te vayas, que sin tus caricias
¿para qué la vida?, ¿para qué cantar?
Sí bien sabes que sólo un poco
yo me vuelvo loco con lo que me das.
Soy un ciego, vivo de limosnas,
pero si me tocas, soy feliz de más.

Si quieres ahora por qué no te vayas,
me convierto en nada, para no estorbar.
No hagas caso si te dicen mala,
córtame las alas no quiero volar.

Si quieres ahora, niña amada mía,
soy lo que me pidas, pero junto a ti.
Pero si te marchas, que esta noche negra
me convierta en piedra para no sentir…

Si quieres ahora por qué no te vayas,
me convierto en nada, para no estorbar.
No hagas caso si te dicen mala,
córtame las alas no quiero volar
Si quieres ahora, niña amada mía,
soy lo que me pidas, pero junto a ti.
Pero si te marchas, que esta noche negra
me convierta en piedra para no sentir.


ELENCO

Karyme Lozano: Isabella Soriano

Ludwika Paleta: Carolina Soriano

Mayrín Villanueva: Diana Soriano

Sergio Goyri: Vítor Izaguirre

Eric del Castillo: Clemente Soriano

Mercedes Molto: Karina Sánchez de Soriano 

Otto Sirgo: Otávio Uriarte

Víctor Noriega: Orlando Uriarte

Emilia Carranza: Socorro de Uriarte

Antonio Medellín: Pascoal Criollo

Socorro Bonilla: Cacilda de Criollo

Roberto Palazuelos: Rafael Rincón del Valle

Norma Nazareno: Judith Rincón del Valle 

Isaura Espinoza: Paz Guzmán

Julio Mannimo: Paulo Guzmán

Cecília Gabriela: Consuelo Aguilar

Juan Pablo Gamboa: César Fábregas

Eugenia Cuaduro: Julia Moreno

Patrícia Martínez: Triniti Osuna

Mirrha Saavedra: Glória

Roberto Damico: Furtado

Fernando Robles: Robles

Oscar Traven: Oscar Alvarado 

Giovan D'Angelo: Edgar Ulloa

Janina Hidalgo: Angela

Jan: Maurício González

Yuliana Peniche: Luz

Jorge de Silva: Ringo

Bibelot Mansur: Josi

Citlalhi Galindo: Susana

Oscar Ferreti: Horácio Rivero 

Maria Fernanda Rodríguez: Helena

Marijosé Valverde: Pilar Izaguirre

Mariagna Prats: Mariagna Pratts

Roberto Ballesteros: Melchior Arrietta

Luis Gatica: Jorge Esparza

Rafael del Villar: Lander Taveras

Raúl Magaña: Danilo Duarte

Arlette Pacheco: Zulema Ortiz 

Ricardo Vera: Arizmendi

Rafael Amador: Agente Pérez

Sergio Sánchez: Tenente Ibáñez

Maria Fernanda Rodríguez: Helena Izaguirre

Ramiro Torres: Inácio Fábregas

Isaac Castro: Pepe Mejía

Paulina Martell: Betty


PERFIL DAS PERSONAGENS

Isabella Soriano (Karyme Lozano) – impetuosa, de forte caráter e bom coração. É apaixonada por cavalos e participa de campeonatos de salto. No início da história ela é comprometida com César, mas ao conhecer Vítor apaixona-se. Formada em administração de empresas, dedica-se a cuidar dos negócios e investimentos de seu pai, o senhor Clementino.

Diana Soriano (Mayrin Villanueva) – arquiteta, filha de Clemente, irmã de Isabella e Carolina. Parece ser tímida e fraca, porém é decidida e forte na hora de enfrentar os problemas. Amiga de Maurício, foi convidada a trabalhar no escritório do arquiteto Otávio Uriati. Ao conhecê-lo, imediatamente surge um intenso amor.

Carolina Soriano (Ludywika Paleta) – formada em comunicação. Filha de Clemente, irmã de Isabella e Diana. É decidida e divertida. Para ela a vida é uma grande experiência que deve ser vivida sem limites, ao lado do perigo e de aventuras. É namorada de Rafael, no entanto é apaixonado por Paulo, filho de sua babá Paz.

Vítor Izaguirre (Sergio Goyri) – pai de Helena e Pilar. Consuelo, sua esposa, o abandonou anos atrás, desde então ele tem sido pai e mãe para suas filhas. Ele é o novo veterinário dos cavalos do senhor Clemente Soriano. Conhece Isabella e imediatamente sabe que ela é a mulher de sua vida.

Clemente Soriano (Eric del Castillo) – ele é leal e solidário, porém impõe suas regras e sua autoridade, não se questiona. Viúvo, homem forte, trabalhador, de caráter explosivo, para se safar de alguma coisa ele é capaz de tudo. Sua prioridade é a felicidade de suas filhas.

Otávio Uriarti (Otto Sirgo) – é um renomado arquiteto. Tem um relacionamento de anos com Marina, mas ao conhecer Diana Soriano apaixona-se perdidamente. Ele luta entre o amor e o ódio, pois Diana é filha de seu pior inimigo.

Melchior (Roberto Ballesteros) – é alcoólatra, acabou com sua carreira. Abandonou sua mulher e filhos. Melchior é testemunha chave na aquisição de “Nória” por Clemente Soriano.

Karina Sánchez de Soriano (Mercedes Molto) – interesseira e ambiciosa. Foi secretária de Clemente e conseguiu seduzi-lo. Casou-se com ele para aproveitar os luxos da família Soriano. Seu passado é sombrio e esconde fraudes e intrigas.

Pascoal Criollo (Antonio Medellin) – braço direito de Clemente em Nória. Marido de Cacilda, esconde uma paixão por Paz. É quase como um pai para Paulo. Incondicionalmente fiel a Clemente, somente ele e Paz conhecem o passado e segredos do patrão.

Paz Guzmán (Izaura Espinoza) – mãe de Paulo, empregada de Clemente e babá de Isabella, Diana e Carolina. Paz tem sido como uma mãe para elas. Sofre ao saber que Paulo é apaixonado por Carolina.

Cacilda (Socorro Bonilla) – esposa de Pascoal, trabalha em Nória. Tem ciúmes de Paz e está sempre por dentro do que se passa na fazenda com as filhas de Clemente. Não gosta muito de Karina e faz limpezas para espantar os maus espíritos.

Mariana Prats (Mariagna Prats) – antiga namorada de Otávio, foi educada na Europa. Pintora, dona de uma importante galeria de arte. Esperançosa, tem a ilusão de que um dia Otávio lhe peça em casamento.

Consuelo Aguilar (Cecília Gabriela) – esposa de Vítor, mãe de Helena e Pilar. Na ânsia de vencer, viaja para os Estados Unidos para estudar e abandona sua família por vários anos. Volta decidida a lutar pelo amor de Vítor e das filhas.

Julia Moreno (Eugenia Cauduro) – ex-mulher de César, mãe de Inácio, é uma excelente advogada. Analisa sempre a melhor tática para enfrentar os problemas. Advogada de Otávio, investiga as propriedades de Clemente.

César Fábregas (Juan Pablo Gamboa) – trabalha para Clemente. No início da história é noivo de Isabella e seu treinador nas competições de salto. Ao ser rejeitado por Isabella, cresce seu interesse pela fortuna de Soriano. É cúmplice de Karina.

Rafael Rincón del Valle (Roberto Palazuelos) – oriundo de família nobre, porém falida. Abandona os estudos por não ter condições de pagar a universidade. Fica noivo de Carolina para recuperar o nível de vida que ele e sua mãe tanto desejam.

Paulo Guzmán (Julio Mannino) – filho de Paz, cuida dos cavalos em Nória. Cresceu junto com Carolina. A amizade acabou se tornando um grande amor. Paulo sofre por não poder realizar seus sonhos com Carolina, pois as diferenças econômicas e sociais impedem a relação.


INTRODUÇÃO

Protagonizada por Sergio Goyri e Karyme Lozano, essa novela foi apresentada pelo SBT entre em 2004, substituindo No limite da paixão. Devido ao baixo Ibope, a novela sofreu vários cortes, dos 120 capítulos originais, foi editada em apenas 86. Apesar de não ter feito êxito no Brasil, no México foi um sucesso com média total de 25.9.

Menina, amada minha é um cativante drama de amor, com personagens intensos e surpreendentes revelações a cada capítulo, além de belíssimos cenários naturais.


RESUMO

Isabella Soriano é uma jovem orgulhosa e indomável, porém seus sentimentos são sinceros e nobres. Estudou administração e gerencia os negócios de seu pai, o senhor Clemente Soriano.

Clemente Soriano orgulha-se sobre sua riqueza, o poder e a família. Ele é um rico fazendeiro, forte e dominador, que ficou viúvo quando suas três filhas ainda eram muito pequenas. Paz, a governanta da casa, ajudou Clemente a criar as filhas e tem sido uma segunda mãe para Isabella, Diana e Carolina. Ela vê a jovem Karina, nova esposa de Clemente, com receio, pois está segura de que a moça se casou por puro interesse.

Clemente acredita que suas filhas, Isabel, Diana, e Carolina, só merecem o melhor. No entanto, a máscara de um pai amoroso cairá, estabelecendo um homem que vai fazer tudo para ganhar o que ele quer, mesmo assassinando.

Isabella, é a filha mais velha de Clemente, ele é o pai cheio de orgulho e alegria. Ela é sua filha preferida, e é implacável nos negócios, assim como seu pai. Ela ama seu pai, e também acredita que a nova esposa só está interessada na riqueza que obterá nesse casamento.

Isabella rompe seu compromisso com o treinador de cavalos César, embora seja ele o pretendente que seu pai escolheu. Seu coração bate mais forte quando conhece Vítor Izaguirre, o veterinário de seus cavalos de competição, ele não é legalmente divorciado, é somente afastado de sua esposa Consuelo, a mãe de suas duas filhas: Ximena e Pili. Vítor adora Isabella, mas esse grande amor vai passar por muitos desafios. Desde o início os dois serão alvo de intrigas, tanto da parte de Karina, que deseja obsessivamente a Vítor, bem como da parte de César, que não está disposto a renunciar à fortuna dos Sorianos.

Carolina, filha caçula de Clemente, possui espírito livre e não acredita que poderá se prender a alguém até conhecer Paulo. Filho da governanta Paz, empregado da fazenda, ele desperta em Carolina um intenso amor. Mas Clemente opõe-se furiosamente a está relação, e a felicidade de Carolina desmorona quando Paulo afasta-se dela sem explicações.

Diana, a segunda filha de Clemente, volta para casa com uma licenciatura em arquitetura. Ingressa na prestigiada empresa pertencente a Otávio Uriati, a quem admira muito. Ela não sabe, porém, que Otávio e sua mãe, Socorro, são os maiores inimigos de seu pai, já sempre foram convencidos de que o senhor Clemente assassinou Orlando Uriati, irmão de Otávio, para ficar com sua fortuna e sua esposa. Somente Paz, a fiel babá das filhas de Clemente, e Pascual, sabem a verdade sobre o que realmente aconteceu entre Clemente e Orlando 28 anos atrás.

Quando Clemente é informado que sua filha está trabalhando para Otávio, exige que ela se demita. Mas Diana se nega, argumentando que se trata de uma grande oportunidade profissional. A verdadeira razão, porém, é que Diana e Otávio estão apaixonados. Mas esse amor será repleto de tropeços e obstáculos, tanto por causa da inimizade de suas famílias como pela diferença de idade entre os dois.

Maurício, também apaixonado por Diana, acrescenta-se como mais um obstáculo. Mesmo com todos esses impedimentos, Diana dá-se ao amor de Otávio, mas então percebe que o ódio entre as duas famílias parece insuperável. Otávio, desiludido com Diana, casa com Mariana, sua antiga namorada.

Por acreditar que suas filhas merecem o melhor, Clemente destroi suas vidas amorosas, e distancia suas filhas entre si. Sem intenção, ele se torna o vilão da história. Mas, recebe o que merece, quando o seu casamento é destruído. Ele torna-se isolado e rejeitado por suas filhas, que são seu mais valioso tesouro. No entanto, ele reconhece todos os erros que cometeu, aceita a decisão de suas filhas e obtém o perdão das mesmas.


COMENTÁRIOS

Menina, amada minha é de cara uma novela diferente das outras. Nesta história, o privilégio não foi do drama, mas sim dos personagens humanos e comuns que habitaram essa trama.

Angelli Nesma Medina teve nessa novela um dos pontos mais altos em sua carreira, pois fez uma novela extremamente elegante, contando o mundo dos ricos, e claro, sem esquecer a paixão. Talvez esses elementos tenham sido responsáveis pelo grande sucesso da novela no México (onde foi recordista de audiência no horário das 20h) e mundo afora, sendo a novela de maior êxito internacional da Televisa em 2003.

O elenco contou com ótimos atores, que renderam bons momentos. Todos os atores foram a escolha certeira para o papel a que foram designados.

A começar por Karyme Lozano, perfeita como a determinada Isabella, uma heroína que não se deteve diante de ninguém. Foi realmente uma protagonista incomum, não era tão meiga e simpática e até chegava a odiar seus inimigos. Sergio Goyri também voltou a ser protagonista nessa novela, e se saiu muito natural e espontâneo como Vítor.

Eric del Castillo simplesmente irretocável como Clemente Soriano, o autoritário pai das amazonas. Com certeza esse personagem o consagra como um dos melhores atores do México. Clemente é sem dúvida, um papel inesquecível, pois gerou muitos comentários quanto a ambiguidade de seu caráter, acrescentando em cada cena ótimos momentos.

Ao lado de Eric, Mercedes Molto também se saiu muito bem como Karina, formando um casal muito simpático e divertido.

Mayrin Villanueva foi a grande revelação da novela como Diana, a “lagartixa”. Sua atuação lhe rendeu ótimos comentários de público e crítica, o que acabou rendendo um prêmio TV y Novelas de revelação feminina.

Ludwika Paleta também esteve muito bem como Carolina, um papel que ela já domina bem, o de menina rica e incompreendida. Julio Mannino também esteve a altura, fazendo de Paulo um dos personagens com maior significância dentro da história. Muitos outros trabalhos foram ótimos, como Isaura Espinoza, perfeita na pele de Paz, Otto Sirgo, como Otávio Uriarte fazendo de sua disputa com Clemente um dos pontos altos da história, e Eugenia Cauduro, que assumiu um papel secundário, fazendo com que Júlia Moreno ganhasse a simpatia de muitos. Ela ainda recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante.

Em geral, todas as atuações estiveram em harmonia, todo o elenco esteve muito bem, mas houve alguns desperdícios, como Norma Lazareno e o próprio Juan Pablo Gamboa, que prometia muito mais como vilão.

Menina, amada minha destaca-se por haver sido a primeira novela a ser rodada em alta definição na história do México. Realmente, a produção dessa novela esteve impecável, desde cenários a figurinos, tudo esteve muito bonito e feito com muito cuidado.

Essa novela foi um remake de Las amazonas, um texto venezuelano de muito sucesso. Nessa versão, pouco foi mudado. As mudanças geralmente são motivos de reclamações entre os autores da primeira versão e dos fãs da primeira parte. Mas Menina, amada minha, mesmo muito modernizada, esteve extremamente fiel. A única grande mudança foi o misterioso assassinato de Rafael, que não acontecia na original. Uma pequena mudança é que os cavalos de Las amazonas praticavam corrida, e em Menina, amada minha, o esporte era o salto.

Para não deixar dúvidas, o final foi igual, nunca se soube se a fazenda Nória ficava com os Uriarte ou com os Soriano. Muitas vezes o drama faltou, tirando certa emotividade daquelas cenas que geralmente levariam todos as lágrimas, mas foi justamente a intenção da história, tirar aquele tom exagerado que muitas vezes acabam predominando.

As cenas mais marcantes foram: Os casamentos das filhas de Clemente, em especial a fuga de Isabella, a tentativa de suicídio de Carolina, o assassinato do Rafael e a morte de Karina.

Menina, amada minha foi gravada com muita antecedência, quando estreou no México, mais da metade já estava pronta. De olho nos altos índices de audiência, a Televisa quando chegou nas últimas semanas pensou em esticar a novela. Isso quase chegou a ser feito, mas foi impossibilitado por alguns motivos, entre eles que Mayrin Villanueva já estava com sua gravidez bastante avançada.

Algumas brigas aconteceram nos bastidores. A maior delas e a única realmente comprovada foi entre Ludwika Paleta e Julio Mannino, ele criticava a arrogância e ela dizia que não queria fazer amigos no elenco. Tal questão foi esclarecida quando a novela terminou nos Estados Unidos e o elenco compareceu ao programa Cristina, debatendo alguns assuntos. A briga não confirmada teria sido porque Karyme Lozano teria reclamado a produtora o aumento de espaço da personagem Diana. Essa não teria sido a primeira troca de farpas entre Karyme e Mayrin. E outro desentendimento se deu novamente entre Karyme Lozano e Sergio Goyri. Segundo ele, a atriz estaria um pouco deslumbrada com seu papel de protagonista.

A novela se chamaria originalmente Las amazonas, mas Alejandro Fernández quando cantou o tema, exigiu que Niña, amada mía fosse o nome da novela. O pedido foi aceito e criticado pela maioria do elenco, exceto por Karyme Lozano, que realmente estava empolgada com seu papel, e até mesmo antes havia sugerido a mudança de nome de Las amazonas para La amazona.

Algumas curiosidades no elenco: Andrés García foi o primeiro ator a ser chamado para ser Clemente. Kate del Castillo seria Isabella, mas como a essa altura seu pai Eric já estava no elenco, ela preferiu sair. Nora Salinas também foi chamada, mas não aceitou. Eugenia Cauduro originalmente seria Consuelo, mas como ela queria entrar logo, ficou com o papel de Júlia. Uma pena foi que uma atriz estava já confirmada há muito tempo para estar na novela, era Irán Eory, que acabou falecendo antes de começarem as gravações, em seu lugar entrou Emilia Carranza como Socorro Uriarte. Arath de la Torre seria o ator que interpretaria Clemente na juventude, mas acabou não fazendo. Outra curiosidade é que a personagem Mariagna Prats era uma homenagem a atriz Mariagna Prats, ou seja, tinha o mesmo nome e a mesma vocação: a pintura.

No Brasil, Menina, amada minha teve uma exibição conturbada. Por volta do capítulo 60, começaram a cortá-la e anunciaram últimos capítulos. Mas a novela deixou de ser cortada e os anúncios pararam, até que os cortes voltaram. Resumindo: a novela teve vários capítulos cortados.

Elegante, atrativa, de bom gosto, assim foi Menina, amada minha, uma novela assumidamente diferente, sem deixar de lado as características que levam uma novela a cair no gosto do público.

A decisão da trilha sonora foi uma verdadeira novela, o título da novela foi mudado várias vezes, a princípio seria Las amazonas, depois Así es mi amor, Aún existe amor, mas resolveram por Niña, amada mía, de Alejandro Fernádez e que acabou por se tornar também o título da novela.

As estratégias das telenovelas

As novelas brasileiras deixaram de ser, há muito, um fenômeno estritamente nacional. Exportadas há décadas, elas ganharam o mundo - e muitos executivos de comunicação, de diversos grupos estrangeiros, vêm ao Brasil para conhecer a TV Globo e saber mais sobre a produção de seus folhetins eletrônicos. Nessas visitas, há sempre dois momentos de espanto. O primeiro é quando se descobre a capacidade de produzir, com qualidade, enredos em escala industrial. O segundo - em que a curiosidade costuma ser maior - é quando se constata que uma trama cuja audiência vai aos píncaros chega ao fim após alguns meses.

Nos Estados Unidos, na China e mesmo no México, novelas costumam durar anos, desde que estejam agradando ao público e mantendo anunciantes. Os gringos têm razão em se espantar. Mas o que os estrangeiros encaram como aberração é, na verdade, o grande segredo da sobrevivência da telenovela nacional. Seu fôlego e brilhantismo residem justamente na ideia de terminar no auge. É a garantia de que a próxima trama que irá ao ar será esperada com ansiedade e, portanto, com potencial para o sucesso.

O chamado horário nobre da TV é uma instituição nacional. A começar pelo próprio título: há tempos uma novela das 8 não começa antes das 9 da noite. Isso ocorre muito por causa dos temas, cada vez mais adultos. Nunca, porém, passou a ser chamada ''novela das 9''. É o momento que reúne a família: todos já chegaram do trabalho, o jantar já terminou, crianças e adolescentes ainda não foram dormir. É a novela a que o público masculino mais assiste. Nos cerca de 50 minutos de programação, concentra-se o padrão de qualidade na TV. Se um dia se falou que a televisão é um veículo que entra na casa do telespectador, então a palavra de ordem da novela hoje é invadir a vida real.

Nos primórdios, a telenovela era transmitida ao vivo, custou a ter capítulos diários e não pressupunha grande planejamento. Hoje, porém, atingiu-se o auge em termos de qualidade. Com um gasto médio de R$ 100 mil por capítulo, a produção de uma novela reúne profissionais de primeiro time, tecnologia de ponta e uma estratégia de divulgação e difusão como poucos outros produtos no mercado.

Quem está sentado no sofá assistindo a um capítulo de novela certamente faz uma vaga ideia de como ele foi produzido, mas, mesmo com algum esforço, é difícil ter a noção exata do quebra-cabeça de profissionais, equipamentos e estratégias que leva uma novela ao ar.

A primeira lição é a de que tudo começa muito, muito antes do ''gravando!''. A decisão de que determinada novela será exibida num certo horário é tomada um ano antes de sua exibição. Os autores da Globo escrevem sinopses que são analisadas pela cúpula da emissora. Quando uma sinopse é aprovada, discute-se qual será o núcleo responsável pela novela a ser produzida. Daí para a frente - e estamos falando de pelo menos seis meses antes de a novela ir ao ar -, diretores de todas as áreas estabelecem um calendário de reuniões para levar o processo adiante.

Normalmente, autor e diretor escolhem o elenco juntos. Levam em conta perfil de personagens, alternância de astros e estrelas e, é claro, preferências pessoais. Uma vez definida a equipe, dos diretores aos contrarregras; montados os estúdios e cidades cenográficas; e feito o planejamento para a produção, é hora de ir para o set. Assim, quando a novela for ao ar, haverá pelo menos dez capítulos já gravados. Isso, porém, varia de autor para autor e, ao longo da novela, a margem também costuma mudar. Estima-se que hoje, por dia, sejam gravadas 25 cenas de estúdio e dez externas.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, nada é gravado em ordem cronológica. Nem os capítulos, nem as cenas de cada capítulo. Para que haja produtividade, grava-se o máximo de cenas num mesmo estúdio ou locação, com o mesmo grupo de atores. Na produção de uma novela, o dia-a-dia já é feito de um montar e desmontar de estúdios sem igual. Se fosse tudo produzido na ordem em que vai ao ar, provavelmente custaria o triplo do tempo para gravá-la.

sábado, 8 de maio de 2010

Amor real


NOME ORIGINAL
Amor real

ESCRITORA
María Zarattini (Baseada na obra de Caridad Bravo Adams)

PRODUTORA
Carla Estrada

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
95

ANO DE GRAVAÇÃO
2003

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2004

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
Amor real

INTÉRPRETE
Sin Bandera

Un día más se llena de color
y tú vendrás llenándolo de amor.
Ya no me preocupo al caminar
porque tú estás aquí (porque tú estás aquí)
y pierdo todo el miedo que me da
porque tú crees en mí.

Tú me enseñaste a disfrutar
mi vida mucho más,
dejando el sufrimiento atrás…

Dándome un amor real
siempre tan natural,
lleno de libertad,
lleno de dar.
Eres tú quien sabe bien lo que es amar…

Un día más de mi pasión por ti
y tú vendrás para hacerme sentir
que el límite de la felicidad no llegará jamás, no
que cada nuevo amanecer traerá una sorpresa más.
Tú me enseñaste a disfrutar mi vida mucho más,
dejando el sufrimiento atrás…

Dándome un amor real
siempre tan natural,
lleno de libertad,
lleno de dar.
Eres tú quien sabe bien lo que es amar.

Vivir, disfrutar, reír, cantar y dar sin preguntar…

Un amor real
siempre tan natural,
lleno de libertad,
lleno de dar.
Eres tú quien sabe bien lo que es…

Un amor real
siempre tan natural,
lleno de libertad,
lleno de dar.
Eres tú quien sabe bien lo que es amar.


ELENCO

Adela Noriega: Matilde Penalver e Beristain Curiel de Fontes Guerra

Fernando Colunga: Manuel Fontes Guerra Aranda

Mauricio Islas: Adolfo Solís

Chantal Andere: Antonia Morales

Ernesto Laguardia: Humberto Penalver e Beristain Curiel

Ricardo Blume: General Inácio Penalver e Beristain

Helena Rojo: Dona Augusta Curiel de Penalver e Beristain

Mariana Levy: Josefina de Icaza de Penalver e Beristain

Alejandro Flores: Manuel Inácio Fontes Guerra Penalver e Beristain

Beatriz Sheridan: Damiana García

Harry Geithner: Yves Santibañez de la Roquette

Mauricio Herrera: Padre Urbano de las Casas

Óscar Bonfiglio: Ciro Valdéz

Manuel Ibañez: Emídio

Ana Martín: Rosário Aranda

Paco Ibáñez: Gregório Heredia

Ana Bertha Espín: Prudência Curiel de Alonso

Mario Iván Martínez: Renato Piquet

Sara Monar: Ana

Toño Infante: Benigno

Adalberto Parra: Delfino

Miguel Ángel Fuentes: Negro

Julio Alemán: Joaquim Fontes Guerra

Maya Mishalska: Marianne Bernier

Ingrid Martz: Pilar Piquet de Márquez

Rafael Rojas: Amadeo Corona

Yolanda Mérida: Joana Domínguez Viuda de Palafox

Raquel Morell: Maria Clara de Heredia

Maty Huitrón: Madre Superiora

Gaston Tuset: Gervásio

Tania Vázquez: Adelaide

Jacqueline Voltaire: Luzia

Letícia Calderón: Janaína de la Corcuera

Héctor Sáez: Silvano

Kika Edgar: Catarina Heredia de Solís

Jorge Vargas: General Prisco Domínguez Cañero

Carlos Cámara: Ramón Marquez

Alicia del Lago: Virgínia

José Antonio Ferral: Juiz Benito

Mario del Río: Lourenço Rojas

Alejandro Villeli: Ezequiel

Carlos Amador: Orlando Cordero

Gerardo Klein: Santiago López

Dulcina Carballo: Jacinta

Fernando Manzano: Garça

Benjamín Pineda: Canales

Lorena Álvarez: Bernarda

David Galindo: Nazareno

María Dolores Oliva: Oliva Lázara

Carlos Ache: Graciano

Mayahuel del Monte: Severina

Carlos Cámara Jr: Juíz Pérez de Tejada

Paulina de Labra: Inácia

Joseba Iñaki: Jacó Negrete

Albert Chávez: Chico

July Calderón: Micaela

Fátima Torre: Maria Fernanda Heredia

María Sorté: Rosaura

Frances Ondiviela: Marie de la Roquette

Patricia Martínez: Carmélia Corona

Adal Ramones: Cirquer


PERFIL DAS PERSONAGENS

Matilde (Adela Noriega) – filha do importante general Inácio Penalver e D. Augusta Curiel. É bonita, distinta, inteligente, de caráter alegre e sociável. Foi educada na fé católica e sob as normas morais de sua época. Matilde é boa e carinhosa, importa-se com o bem estar de sua família e adora seu pai. Como toda senhorita da aristocracia sabe de moda e etiqueta; aprendeu bordado, costura, pintura, um pouco de piano, dança e alta cozinha. Sabe cuidar de uma casa e atender com esmero os convidados. Seu passatempo é a jardinagem. Matilde é respeitadora com seus pais, mas também tem caráter. Apaixona-se por Adolfo Solis, um militar sem fortuna, mas, pelas intrigas e pressões familiares casa-se com Manuel Fontes Guerra, um rico fazendeiro.

Manuel (Fernando Colunga) – filho bastardo de um homem rico e uma humilde provinciana, passa seus primeiros anos na fazenda de seu pai, e é tratado como mais um peão, sofrendo com fome, frio e maus tratos do capataz. Aos 14 anos, o padre do povoado o envia para um colégio para órfãos, atendido por religiosos. Com trabalho e estudo, consegue se tornar médico cirurgião. Até que seu pai - cujos filhos legítimos e sua esposa haviam falecido anos atrás - o reconhece em seu leito de morte como filho e herdeiro. Manuel é decidido, audaz, nobre, valente, generoso, de poucas palavras e aparentemente duro, mas no fundo é terno e amável. Como foi carente de família deseja ferventemente uma esposa e filhos. De ideias liberais, aborrece os aristocratas, que considera hipócritas, carentes de moral e banais. Apaixona-se por Matilde e, acreditando ser correspondido, casa-se com ela, começando sua desventura. Apaixona-se por Matilde Penalver, para quem será um marido dedicado e carinhoso.

Adolfo (Mauricio Islas) – filho de uma família humilde, estuda no Colégio Militar, onde recebe preparação e esmerada educação. É conservador, não tanto por convicção, mas por obediência às leis militares. Apaixona-se profundamente por Matilde e recusa-se a terminar com ela, ainda sabendo que a família o desprezará por não ter fortuna. Movendo influências e dinheiro, o irmão e a mãe de Matilde conseguem mandá-lo para a prisão. Mas Adolfo, que sabe amar para sempre e lutar pelo que quer, consegue escapar. Procura Matilde, que também vítima de enganos e mentiras, vê-se obrigada a casar-se com Manuel. Adolfo apresenta-se com outra identidade na fazenda de Manuel para levar sua amada, mas ela se nega, por escrúpulos. Ao conhecer Manuel, Adolfo descobre que é nobre, generoso, leal e valente como ele. Chega a gostar de seu rival, mas ainda assim, não desiste: é tão grande seu amor por Matilde que inclusive está disposto a dar sua vida por ela. Entretanto, ao perceber que ela não corresponde mais aos seus sentimentos, afasta-se.

Augusta (Helena Rojo) – mãe de Matilde e Humberto. É uma mulher bem conservada, ainda bela, elegante e distinta. Renunciou a um amor de juventude para casar-se com um militar rico e aristocrata, vários anos mais velho que ela. É conservadora, autoritária e aparentemente dócil com seu marido, mas persistente em conseguir seus objetivos. Ama muito seus filhos, e sempre busca o que é melhor para eles, desde o seu ponto de vista. É tolerante e até permissiva com Humberto, por ser homem, mas intransigente com Matilde. Para Augusta, o mais importante é o prestígio da família, que somente conversa-se através de uma boa posição econômica e não se detém ante nada para mantê-la. Depois da morte de seu esposo e do grande escândalo que envolve sua família, seu mundo desmorona.

Humberto (Ernesto Laguardia) – é o típico playboy da época. Simpático, agradável e engenhoso, passa de confusão em confusão. Considera humilhante trabalhar é viciado em jogo. Influenciado por seu amigo Renato, seduz Josefina, uma rica herdeira de pouca beleza, finge um matrimônio com ela para conseguir seu dinheiro e fugir para a Europa. Ele não é tão cínico como aparente, tem escrúpulos e a morte de seu pai, junto com os golpes da vida, vai fazendo com que amadureça pouco a pouco. O casamento de Matilde e Manuel ocorre devido a armações dele e também por Matilde descobrir que o futuro marido pagou as dívidas de jogo do irmão.

Rosário (Ana Martín) – camponesa que foi abusada por Joaquim Fontes e que descobriu estar grávida do fazendeiro. Pensando que faria o melhor para seu filho, abandonou o menino deixando-o aos cuidados de seu pai, que só lhe maltratou. Durante a guerra ela encontra com Manuel e morre para salvar sua vida.

Josefina (Mariana Levy) – apesar de ser rica, não teve sorte no amor. É sonhadora e, ao conhecer Humberto Penalver, apaixona-se perdidamente. Chega a casar-se com ele. Seguindo conselhos de sua cunhada, ela muda o visual e consegue conquistar o amor do marido.

Antônia (Chantal Andere) – filha do administrador da fazenda de Manuel. É educada e instruída, sabe ler, escrever, e fazer contas, tanto que com a morte de seu pai, Manuel a nomeia administradora. Apesar de sua excelente preparação e de seu agradável físico, Antônia não pode aspirar a um bom matrimônio devido a sua classe social, mas com Manuel consegue ter esperanças, já que ainda que agora ele seja rico, nasceu bastardo e isso poderia aproximá-los. O tratamento sensível de Manuel, o carinho que lhe demonstra e sua postura contribuem para que nasça em Antônia uma louca paixão por ele. Fica terrivelmente frustrada quando Manuel se casa com Matilde e intriga para separá-los, ajudada por Damiana, sua antiga babá. Quando Manuel expulsa Matilde da fazenda, convencido que o enganou com Adolfo, Antônia vira a sua amante. A relação termina logo que ele volta com Matilde, então Antônia debate-se entre a resignação e a vingança.

Inácio (Ricardo Blume) – general da divisão, é pai de Matilde e Humberto, e esposo de Augusta. Retirou-se do serviço ativo por problemas de saúde e porque não está de acordo com o governo de Miguel Baranda. Inácio é bom, nobre e inteligente, ainda que falte firmeza em seu caráter. É permissivo com Matilde e severo com Humberto, pois lhe dói que seu filho esteja em maus caminhos. Com Manuel simpatiza de imediato.

Renato (Mario Ivan Martinez) – amigo de Humberto, é simpático, refinado e cínico. É de família rica e ilustre, mas por seu comportamento escandaloso foi deserdado. Ele gosta de mesclar palavras francesas em sua conversação.

Padre Urbano (Maurício Herrera) – é o velho padre do povoado de Barranquilhas. Protege Manuel desde o nascimento. Ele o envia para estudar com seus amigos religiosos. Albano é piedoso, paciente, compreensivo e conciliador, porém possui uma forte personalidade e fala sempre na cara, sem rodeios.

Marianne (Maya Mishalska) – francesa bonita e refinada, é liberal para sua época e toca muito bem violino. Amante de Ramon Marquez. Finge ser Maire de La Roquette.

Yves (Harry Geithener) – elegante tenente do exército e primo da verdadeira Maire de La Roquette. Descobre que Marianne se passa por sua prima, no entanto, em vez de desmascará-la, torna-se cúmplice dela para despojar Manuel de seus bens. Ambicioso, interesseiro e sem escrúpulos, sua vida fácil e vazia o faz cair no alcoolismo.

Damiana  (Beatriz Sheridan) – alta e magra, usa roupas pretas. É a clássica “celestina”. Foi babá de Antonia. De origem modesta, mudou sua personalidade por estar sempre envolvida com a alta classe, cuidando de crianças ou acompanhando senhoritas. Hipócrita, com voz doce e modulada, instiga Antonia a cometer atos deploráveis.

Amadeo (Rafael Rojas) – homem e princípios, forte e audaz. Casado e pai de duas crianças. Manuel se une a seu grupo, como combatente e como médico.


INTRODUÇÃO

Esta história, baseada em Bodas de odio de 1983, foi protagonizada pelos atores Fernando Colunga e Adela Noriega e se passa no século 19, onde era proibido o romance entre pessoas de classes diferentes.


RESUMO

Matilde contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Adolfo Solís, um militar da classe baixa. Para se casar com ele, poderá contar com seu pai Inácio, um homem justo e bondoso. Porém, sua mãe Augusta deseja que a filha conquiste um homem rico para salvar a família da ruína econômica. Para Augusta, Manuel Fontes Guerra seria o candidato perfeito, jovem, bonito e herdeiro de uma boa fortuna.

Por meio de intrigas, Augusta e o filho Humberto fazem com que Adolfo seja preso. Para afastar Matilde de seu amado, mentem que ele é casado e tem filhos. Matilde fica desesperada, pressionada por sua mãe e sabendo que Manuel pagou as dívidas da família, aceita se casar com ele.

Mais tarde Adolfo consegue fugir da prisão, mas chega tarde. Ao encontrar com Matilde e dizer-lhe que foi tudo uma armação de Augusta e Humberto, a jovem conta-lhe que está casada com Manuel. Após resolverem os mal-entendidos, o casal decide fugir. Manuel descobre o plano dos dois e os impede, levando Matilde para sua fazenda e consumando o casamento.

Matilde leva uma vida difícil na fazenda, pois não ama seu marido, além de ter que suportar os atrevimentos de Antônia, filha do antigo administrador, que é apaixonada por Manuel.

Adolfo encontra Matilde na fazenda e começa a trabalhar como administrador, com o objetivo de um dia raptar sua amada. Sem desconfiar que Adolfo é seu rival, Manuel se simpatiza com o rapaz. Adolfo apesar de sentir ciúmes de Manuel, admite que ele é um bom homem.

O destino muda a vida de Matilde, quando os olhares repleto de paixão e o desejo ardente de Manuel acabam conquistando seu coração. Ela se dá conta de que o amor que sentia por Adolfo não existe mais. Matilde tem um novo sentimento, mais intenso, um amor real por seu marido. Quando percebe que ama Manuel, ela é sincera com Adolfo e explica que seus sentimentos mudaram.

Adolfo aceita a realidade e mesmo com o coração partido abandona a fazenda, no mesmo dia em que Matilde anuncia a Manuel que ambos serão pais.

Mas a felicidade de ambos dura pouco, pois Antônia, uma mulher cruel, invejosa e amarga que era apaixonada por Manuel, conta ao fazendeiro que o administrador era o ex-namorado de sua esposa. Matilde tenta se explicar, mas Manuel garante que não irá perdoá-la novamente. Furioso ele duvida de sua paternidade e expulsa Matilde da fazenda. Matilde volta para a casa de sua mãe e Manuel tenta esquecê-la com Antônia, mantendo uma relação que o compromete e dificulta voltar para sua esposa.

Matilde volta para a fazenda do marido disposta a implorar por seu perdão e explicar tudo o que aconteceu, porém não o encontra. Apesar dos esforços de Antônia para que ela volte para a cidade, Matilde se mantém firme, inclusive dando ordens a Antônia. Durante a guerra Manuel é dado como morto. Qual não é a surpresa de Matilde ao receber um carregamento e dar de cara com seu marido. Ambos acertam as diferenças e se reconciliam.


COMENTÁRIOS

Já conhecida do público brasileiro, Adela já trabalhou em diversas novelas. Foi a protagonista da primeira novela mexicana adolescente: Quinze anos. Viveu Marilu, uma jovem prestes a completar quinze anos, mas atormentada pela dúvida de um estupro. Já em O privilégio de amar, exibida em 1999, Adela interpreta Cristina, uma doce jovem com o sonho de ser modelo, mas que descobre que a sua maior inimiga é justamente sua própria mãe, que a abandonou quando era uma recém-nascida. No final de 2000, volta às telas brasileiras em Maria Isabel, onde é a protagonista, uma índia que cria a filha de sua melhor amiga e se apaixona pelo patrão. Em 2002, Adela é Adriana, em Manancial, onde sua personagem é uma mulher que volta a sua cidade para se vingar de um estupro sofrido no passado, e reencontrar seu grande amor, filho do homem que a violentou.

Fernando Colunga, o mais famoso galã do México começou nas novelas atuando ao lado de Thalia, em Maria Mercedes, onde viveu o malandro Tito, em Marimar foi o empresário Adrian, até que veio sua grande oportunidade em Maria do Bairro, novamente com a estrela. Em seu primeiro protagonista, foi Luis Fernando, um jovem playboy que muda ao conhecer a catadora de papéis Maria. Mais tarde, o SBT exibe A usurpadora, onde vive Carlos Daniel Bracho, um empresário dividido entre duas mulheres idênticas. Em 2000, ele volta com Esmeralda, onde é o médico José Armando, que se apaixona pela camponesa cega da montanha, Esmeralda. Em Abraça-me muito forte, onde é Carlos Manuel, um jovem que vive um grande amor com uma jovem em meio a muitas intrigas de seu tio e de sua esposa.

Mauricio Islas, considerado um dos atores mais talentosos de sua geração, teve seu primeiro papel de protagonista na novela Preciosa, exibida no Brasil em 2001. Seu papel era Luis Fernando, um médico que se apaixona por uma circense manca. Ele recebeu algumas críticas por esse trabalho, mas serviu apenas para aperfeiçoar sua atuação. Tanto que em Manancial, onde viveu um jovem que se apaixonava pela maior inimiga de sua família, foi elogiadíssimo. Também em Primeiro amor a mil por hora, exibida em fevereiro de 2003 (mas que foi produzida anteriormente a Manancial). Nessa novela, ele foi o inconseqüente vilão Daniel, que chegou a se envolver com drogas e crimes perigosos.

Helena Rojo é uma das grandes damas da atuação no México. No Brasil, alguns de seus trabalhos já foram vistos. Em 1987, o SBT trouxe A vingança, onde ela foi Maria, uma garota que após passar muitas humilhações, transforma-se e volta para uma revanche contra todos que a desprezarem. Essa novela é a primeira versão de Marimar. Somente em 1999, o público pôde vê-la em O privilégio de amar, como a rica empresária Luciana Duval, que no passado, na pobreza, foi obrigada a abandonar sua filha na porta de uma casa. Em 2002, ela aparece nas telas do SBT em uma participação mais que especial em Abraça-me muito forte, como as gêmeas Diana e Juliana, uma era má, a outra era louca, e travavam uma batalha entre si em busca de dinheiro e identidade.

Ernesto Laguardia, grande ator que começou muito cedo e já leva muitos anos de trajetória. No Brasil, foi visto em 1991 em Quinze anos, onde foi o protagonista Paulo, um pobre mecânico apaixonado por Marilu. Somente em 2001, volta ao SBT em Amigos para sempre, onde foi o simpático e liberal Salvador, um professor de bem com a vida e que luta para ajudar as crianças em uma escola muito rígida. Sua participação mais curiosa em novelas foi em Amigas e rivais, onde viveu ele mesmo, o ator Ernesto Laguardia, ao participar de uma novela dentro da novela.

Chantal Andere, bastante conhecida do público brasileiro, ainda que tenha participado em poucas novelas por aqui, porém com atuações muito marcantes. Em Marimar, foi a esnobe Angélica, uma mulher fria e ambiciosa, apaixonada por seu enteado e disposta a tudo para prejudicar a heroína. Já em A usurpadora, foi a complexa e atormentada Estephanie, que usava a religião como fuga para suas frustrações.

Ricardo Blume, veterano ator, no Brasil foi o galã de A vingança, tendo, assim como em Amor real, Helena Rojo como seu par na história. Em Carrossel das Américas, é o porteiro da escola, que se envolve nos dramas das crianças e ajuda a professora Helena. Faz ainda uma atuação especial em Marimar, onde vive o Governador do Vale Encantado. Seu papel mais lembrado foi o de Fernando, o “Tio Louro”, em Maria do Bairro, onde foi o protetor de Maria e pai de Luis Fernando.

Amor real foi um grande sucesso. No México, a novela foi indiscutivelmente o maior sucesso da emissora em anos, quebrando inúmeros recordes de audiência, devido ao impacto que o projeto causou, ao contar com um elenco bem escalado e uma produção cuidadosa de Carla Estrada, revitalizando um gênero que parecia morto: a novela de época.

A novela atingiu uma audiência que talvez nem a Televisa esperasse, mas foi uma novela de enorme repercussão. Aqui no Brasil, a novela também foi bem, mesmo tendo passado no ingrato horário das 14h.
Baseada no original de Bodas de ódio, Carla Estrada foi a responsável por uma produção de qualidade, com cenas grandiosas, cenários reais, figurino caprichado e ambientação perfeita. Pela primeira vez, foi criada uma cidade cenográfica inteira para uma novela, era o povoado de Barranquilhas e a Cidade Trindade, fictícias. As cenas de guerra beiraram a perfeição. O único erro foi a iluminação, já que a novela foi muito escura, mesmo para uma história passada há dois séculos atrás.

Foi uma das raras novelas onde nenhum ator sai reclamando do seu papel, isso rendeu inúmeros destaques no elenco. A começar por Fernando Colunga que surpreendeu a todos em um momento inspirado de sua carreira, fazendo de seu Manuel um personagem humano e convincente. Fernando recebeu merecidos elogios a respeito de sua atuação. Com Amor real, Adela Noriega, vivendo a heroína Matilde, consagra-se definitivamente a principal atriz de novelas nesse momento. Fernando e Adela formaram um par explosivo na tela, sendo um dos favoritos do público graças a excelente química que tiveram. Mauricio Islas fez de Adolfo Solis um dos personagens mais comovedores da história. Um triângulo que rendeu muitas possibilidades e conquistou o telespectador.

Ernesto Laguardia e Mariana Levy também agradaram, e foi uma surpresa ver Ernesto nessa novela, que começou como um vilão e causou muita repercussão. Ana Martin brilhou como a sofrida Rosário, a mãe de Manuel que teve um passado de prostituição. Há tempos que Ana queria ter um papel tão emotivo e dramático como esse. Maya Mishalska saiu-se bem como a francesa Marianne, uma golpista muito sensual e coquete. Assim como ela, Ana Bertha Espin também agradou vivendo a divertida Tia Prudência.

Como sempre, as surpresas vêm de quem menos se espera. Mario Iván Martínez que há anos vinha sendo desaproveitado na TV, acertou em cheio ao viver Renato, um bom vivant. E Kika Edgar que mesmo tão jovem, tinha talento de sobra para emocionar a todos como a tuberculosa Catarina.

Agradável também o regresso de Yolanda Mérida, que participou da versão original como Rosário e agora voltou como D. Joana. Assim como Beatriz Sheridan, que há anos não fazia uma novela inteira, e agradou vivendo a sinistra Damiana.

Lamenta-se o subaproveitamento de Helena Rojo, que ainda que esteve muito bem como já é habitual, não chegou a ter o espaço merecido como Augusta, e Letícia Calderón, que entrou na reta final em uma intervenção especial, mas seu papel foi coadjuvante demais. Carlos Câmara é um ator louvável, mas seu personagem Ramón foi um dos mais intragáveis da história. Seu vilão não tinha motivo nenhum para perseguir Manuel até a morte.

Nos últimos capítulos, houveram algumas participações especiais: como a da atriz e mãe da produtora Maty Huitrón, a Madre Superiora, Frances Ondiviela vivendo a verdadeira Marie, e ainda algumas cenas para Adal Ramones, o famoso apresentador do programa Otro Rollo, e a querida atriz Maria Sorte, que participaram apenas como sinal de amizade com a produtora.

A novela teve uma irregularidade na narrativa. Às vezes lenta e cansativa, outras ágil e eletrizante. O pior momento da história foi o que ficou centralizado em Amadeo Corona, preso e torturado, nesse momento, os personagens principais não renderam muito e a história se arrastou um pouco. A novela ainda contou com um contexto histórico e político que para muitos, foi desinteressante. Na história, Miguel Baranda e João Alvarez eram citados a todo instante. Eram nomes fictícios, mas subentendendo personagens reais na história do México.

Os bastidores estiveram tranquilos, ainda que alguns rumores tentassem abalar a harmonia do elenco. Como a rivalidade de Mauricio Islas e Fernando Colunga, inexistente. Para provar que os dois eram bons amigos, Mauricio tascou um beijo em Colunga na festa de apresentação da história. Também uma rivalidade entre Adela e Letícia, que foi um rumor breve e passageiro. Mas a briga que realmente ocorreu foi entre Harry Gaithner, que vivia Yves e Fernando Colunga. Um mal entendido, onde supostamente Harry teria criticado a performance de Colunga nas telas, teria ocasionado o incidente. Tanto que na festa de despedida do elenco, Fernando Colunga fez questão de não cumprimentar o colega.

Mas nenhum comentário rendeu mais que o suposto romance entre Adela e Colunga fora das telas. Desmentido inúmeras vezes, esse namoro acabou servindo como mais um chamariz para a novela.

Amor real contou com uma maciça divulgação da Televisa, mesmo após a novela ter encerrado suas transmissões. Foram lançadas marcas de sopa e calendários com o nome da novela. O lançamento do DVD duplo com a novela teve festa de lançamento e tudo. Assim como uma reprise da novela em janeiro de 2004, apenas 4 meses após o fim da novela. Obviamente, essa reprise não rendeu o esperado.

Amor real não foi perfeita, mas foi uma grande novela, um exemplo de bom gosto, qualidade, de uma direção de atores adequada, um elenco carismático, uma super produção acertada que deu a emoção na medida certa, naquele que é considerado um dos novos clássicos da televisão mexicana.

A arte da telenovela

O “pai” de Betty, a feia, o roteirista Fernando Gaitán, foi quem muito contribuiu para que as telenovelas colombianas se tornassem tão exitosas, ele disse: “As telenovelas tem um grande poder de identificação. Mudam seu contexto, mas não suas histórias. A telenovela é o maior gênero de penetração. Tem chegado a muitos lugares da América Latina e em muitas partes do mundo onde a literatura não chegou”.

E isso é verdade, algo essas tramas têm para manterem um “auditório cativo”, incapaz de fazer outra coisa enquanto veem dois protagonistas se beijando. O horário nobre da televisão abre em cada casa uma brecha de tempo onde assuntos urgentes estão proibidos e uma interrupção, causada por uma simples chamada telefônica, pode causar, no pior dos casos, inimizades desnecessárias.

As pessoas ainda acreditam na telenovela assim como acreditam no amor, por esse motivo, o ato de escrever telenovelas pode ser um bom negócio se se sabe quais padrões utilizar para contar, pela enésima vez, a saga de dois amantes que lutam para concretizar seu amor.


AS MESMAS HISTÓRIAS

De uma forma geral, existem poucos argumentos: a jovem que ascende socialmente; o casal de classes sociais diferentes que se apaixona, o vilão cheio de poder que vive em absoluta impunidade até o penúltimo capítulo, no qual é capturado, morre ou se torna louco.

Para Fernando Gaitán, são seis as histórias que sustentam o melodrama da telinha: Cinderela, Romeu e Julieta, O príncipe e o pobre, O morro dos ventos uivantes, Crime e castigo e Madame Bovary.


SOBREDOSE DE SOFRIMENTO

A maior faceta de uma atriz que aspire um papel protagônico é saber falar enquanto chora. As heroínas das telenovelas são perseguidas pela tragédia o tempo todo; são boas, abnegadas, e, ao que parece, carecem do mínimo de senso comum; são incapazes de ver que alguém está lhe fazendo mal; e são tantas as obras de caridade que realizam que nem mesmo uma associação de beneficência as faria.

Além disso têm corpos de modelos e são cortejadas o tempo todo por tipos robustos e valentes ou profissionais respeitáveis. Fernando Gaitán assegura que se um melodrama consta de 200 capítulos, isso significa que existam 200 notícias para a protagonista: duas são boas (quando ela conhece o galã e quando se casa com ele), as 198 restantes, são más.


PATERNIDADE NÃO RECONHECIDA

É autenticamente raro em um melodrama a existência de alguma criança que seja filho verdadeiro da pessoa a quem sempre chamou de papai ou mamãe. Todas as personagens têm parentescos ocultos e ninguém sabem como as crianças nascem nas telenovelas porque sempre aparecem criados por outra pessoa. A paternidade é um grande segredo e sempre é descoberta 30 segundos antes do intervalo comercial.


AS PERSONAGENS FALAM SOZINHAS

Na vida real, as pessoas não andam contando a si mesmas as coisas que já sabem, no entanto, é assim que atuam as personagens das telenovelas, como se houvessem recuperado a memória após um acidente automobilístico. Elas dizem a si mesmas o que pensam e se dão ao luxo de recapitular as histórias dos outros. Em casos mais discretos, falam com uma imagem, de Nossa Senhora ou de Jesus, e relatam os últimos dez capítulos do melodrama.


VILÕES ABSOLUTAMENTE DESPREZÍVEIS

Além de amar, as pessoas querem descarregar seu ódio contra alguém, por isso o mal-intencionado que representa o papel antagônico não pode se limitar a abusar das mulheres, ser um obstáculo para a felicidade da protagonista ou planejar as desgraças alheias com a minuciosidade de um perito. Além do rancor pessoal, estes sempre possuem alguma pendência com a lei: são traficantes de tequila adulterada, vendem material pirateado, são assassinos impunes, têm duas certidões de nascimento, não pagam impostos, ou coisas to tipo.


O MUNDO COMO DEVERIA SER

Quando uma telenovela quer acrescentar uma dose extra de realismo introduz a personagem de uma mulher que sofre maltratos por parte de seu marido. Ainda que isto não esteja fora da realidade, nem dos boletins de ocorrência, a realidade é mais complexa e mais injusta, ou seja, a telenovela somente extrai a parte melodramática da vida real.

As premiações da televisão do continente americano

PRÉMIOS EMMY

Os Prêmios Emmy são prêmios apresentados pela Academia de Artes & Ciências Televisivas. Primeiramente realizados em 1949, eram referidos somente como Prêmios Emmy, mas com a criação dos Prêmios Emmy do Daytime, surgiu então, a designação Prêmios Emmy do Primetime, que reconhece da excelência na programação televisiva norte americana do horário nobre. Estes são geralmente distribuídos em meados de setembro.

Atualmente está em vigor um sistema rotativo entre as quatro maiores redes de televisão americana (CBS, ABC, NBC, e Fox). No Brasil, essa tarefa é do canal via cabo Sony (transmissão ao vivo sem tradução simultânea e reprise legendada no domingo seguinte).

Os Emmys do Primetime são distinguidos pelas seguintes categorias: Melhor série de comédia; Melhor série dramática; Melhor série de variedade, musical ou entretenimento; Melhor minissérie;
Melhor direção numa série de comédia; Melhor direção numa série dramática; Melhor direção num programa de variedade, música ou comédia; Melhor direção numa minissérie; Melhor escrita para uma série de comédia; Melhor escrita para uma série dramática; Melhor escrita para um programa de variedade, música ou comédia; Melhor escrita para uma minissérie, filme ou drama especial; Melhor programa de realidade; Melhor programa de realidade-competição; Melhor filme para televisão; Melhor performance individual num programa de variedade ou de música; Melhor ator numa série de comédia; Melhor ator numa série dramática; Melhor ator numa minissérie ou filme; Melhor atriz numa série de comédia; Melhor atriz numa série dramática; Melhor atriz numa minissérie ou filme; Melhor ator secundário numa série de comédia; Melhor ator secundário numa série dramática; Melhor ator secundário numa minissérie ou filme; Melhor atriz secundária numa série de comédia e Melhor atriz secundária numa série dramática.


PREMIOS GLOBOS DE OURO

Os Golden Globes Awards são os prêmios entregues anualmente aos melhores profissionais do cinema e a televisão norte-americanos. Entregues, desde 1944, pela Hollywood Foreign Press Association (Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood), os prêmios Globos de ouro, são reconhecidos como um dos mais importantes no mundo, estando apenas atrás do Oscar, para o cinema, e do Emmy, para a televisão.

As nomeações e os prêmios são decididos por meio de votações realizadas pelos jornalistas estrangeiros em Hollywood. A entrega dos Globos é celebrada pouco antes da votação final para o Oscar, de forma que os ganhadores deste prêmio têm, frequentemente, uma vantagem adicional para também conseguir um Oscar.

Os Globos de ouro se entregavam, originalmente, somente aos filmes do cinema, porém, a partir de 1956, se acrescentaram as categorias destes prêmios para as séries e filmes de televisão.

As categorias existentes para a premiação da televisão são: Melhor série dramática, Melhor série cômica ou musical, Melhor ator em série dramática, Melhor ator em série cômica ou musical, Melhor atriz em série dramática, Melhor atriz em série cômica ou musical, Melhor minissérie ou filme para televisão, Melhor ator em minissérie ou filme para televisão, Melhor atriz em minissérie ou filme para televisão, Melhor ator coadjuvante/secundário em televisão e Melhor atriz coadjuvante/secundária em televisão.


PEOPLE'S CHOICE AWARDS

Os People's Choice Awards são prêmios que, mediante votação popular, reconhecem profissionais de todos os campos do cinema, televisão e música. Os People's Choice Awards foram criados, em 1970, pela produtora Procter & Gamble e, desde então, são emitidos pela rede americana ABC.

A eleição dos ganhadores se compõe de duas etapas de votação. Primeiramente se escolhem os nomeados dentre uma lista já proposta e da qual saem cinco finalistas. Na segunda etapa de votação, se selecionam o ganhador que será anunciado na entrega dos prêmios, que se realizam anualmente no início de janeiro.

Originalmente, os resultados era obtidos através de sondagens de opinião, mas, como estas votações contavam com margens de erro e, ao largo de suas diversas edições, produziram alguns empates, desde 2005 os ganhadores passaram a ser escolhidos através de votos online, ou por telefonemas.

As categorias compostas neste prêmio varia segundo a edição e, nos últimos anos, foram ampliadas, relacionadas com os meios virtuais.


PRÊMIOS TVYNOVELAS

Os prêmios TVyNovelas fazem parte de um programa anual produzido pela Televisa e pela revista TVyNovelas, publicada pela Editorial Televisa. Essa revista possui quatro edições internacionais e é publicada nos Estados Unidos, Porto Rico, Argentina, Chile e Colômbia. É considerada a publicação líder do espetáculo mexicano, especialmente se tratando de telenovelas.

A premiação reconhece o trabalho realizado nas telenovelas mexicanas, e pode ser vista através do Canal de las estrellas, no México, e pela Univision, nos Estados Unidos. Os prêmios são divididos de acordo com as seguintes categorias: Melhor telenovela do ano; Melhor atriz do ano; Melhor ator do ano; Melhor atriz antagônica; Melhor ator antagônico; Melhor atriz de elenco ou co-estelar; Melhor ator de elenco ou co-estelar; Melhor atriz jovem; Melhor ator jovem; Melhor atriz revelação; Melhor ator revelação; Melhor primeira atriz; Melhor primeiro ator, entre outros.


PREMIOS MARTÍN FIERRO

Os Martín Fierro são os prêmios mais importantes da rádio e da televisão argentina, organizados pela Asociación de Periodistas de la Televisión y la Radiofonía Argentinas (APTRA).

Foram entregues pela primeira vez em 1959, e, desde então, a cerimônia se realiza a cada ano, reunindo famosos e estrelas do espetáculo argentino. Sua transmissão, sempre ao vivo, consegue elevados níveis de audiência e, também, polêmicas que repercutem antes, durante e depois do evento.

O Martín Fierro Federal convoca todas as produções de rádio e televisão da República Argentina. O Martín Fierro de Oro é o prêmio maior, sendo implantado na 22º edição, celebrada en 1992. Os Prêmios Martín Fierro de Platino, entregue pela primeira vez 39º edição, em 2009, serão entregues a cada cinco anos aos já contemplados com um Martín Fierro de Oro em edições anteriores.


PRÊMIO TROFÉU IMPRENSA

O Troféu Imprensa é considerado o maior prêmio anual destinado aos maiores destaques da televisão brasileira em diversas categorias. O prêmio foi criado em 1958, pelo jornalista Plácido Manaia Nunes e em 1961 ocorreu sua primeira celebração no Teatro Municipal de São Paulo.

O Troféu Imprensa seguiu no formato original durante toda a década de 60, passando por uma primeira reformulação em 1969, quando passou a ter duas partes: a tradicional reunião dos jornalistas para a definição da lista dos melhores, e uma inovadora reunião.

Em 1970, Plácido Manaia Nunes decidiu passar os diretos do Troféu Imprensa ao animador Silvio Santos, que a partir daquele ano passou a ser o responsável não só pela apresentação do prêmio, mas também pela produção e organização do evento.

O Troféu Imprensa foi exibido através da Rede Globo entre 1969 até 1975, pela Tupi em 1976 e pela Record e TVS do Rio de janeiro em 1980. Desde 1981 a promoção ocorre no SBT.

Em uma cerimônia de eleição, são apresentados a um corpo de jurados, formado em sua maior parte por jornalistas especializados em artes e espetáculos, os três indicados mais votados num inquérito amplo entre universitários e profissionais de rádio e televisão. Em votação oral, os jurados elegem o vencedor do ano.


MELHORES DO ANO

Em 1995, foi lançada no Brasil a premiação Melhores do Ano, que premia os artistas que mais fizeram sucesso na teledramaturgia e no telejornalismo globais, na música e nos esportes. Os vencedores eram escolhidos pelos funcionários da Rede Globo até 2002, quando também passou-se dar vez à opinião do público, que passou a escolher o vencedor de cada categoria por meio da Internet e do telefone.

As categorias que compõem o prêmio são Melhor cantor do ano; Melhor cantora do ano; Melhor ator do ano; Melhor atriz do ano; Melhor ator revelação do ano; Melhor atriz revelação do ano; Melhor ator coadjuvante do ano; Melhor atriz coadjuvante do ano; Melhor ator/atriz mirim do ano; Melhor humorista do ano; Melhor revelação musical do ano; Melhor jornalista do ano; Melhor música do ano e melhor banda do ano.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Programação x Audiência x Divulgação

O produto da televisão pública é a programação, voltada para a formação crítica do telespectador. O produto da televisão comercial é a audiência, baseada no entretenimento. Na TV governamental, o produto é a divulgação de ações e atos do Poder Executivo.

Na mesma data do início da transmissão digital televisiva no país, o governo estreou a primeira televisão pública brasileira, a TV Brasil, aproveitando o momento de migração tecnológica para realizar uma antiga aspiração da sociedade, delineada desde 1988, na Constituição Federal do país. A constituição previa, no artigo 223, que o sistema de radiodifusão teria as vertentes privada, governamental e pública, de forma a se complementarem.

A TV pública está distante do poder e do mercado, sua programação, linguagem e objetivos diferem significativamente dos da comercial e da estatal. Comum a todas elas, apenas os princípios da Constituição: os valores éticos e sociais da família, a regionalização da produção cultural, artística e jornalística e o estímulo à produção independente.

Embora a audiência não seja sua preocupação principal, a televisão pública desfruta de uma presença significativa na maioria dos Estados, onde suas programações locais mantêm ótimos níveis de audiência.

A televisão pública, teoricamente, deve ter em sua gestão influência direta da sociedade civil, não devendo estar subordinada nem às regras do mercado nem ao controle do poder político. É um serviço público que funciona independente do Estado, tanto do ponto de vista burocrático, como de produção e emissão de conteúdos.

Diferentemente da televisão comercial, a televisão pública deve oferecer uma programação com ênfase na informação artística, cultural, científica e educacional, deve, ainda, espelhar a diversidade territorial, abrir espaço para o debate de questões de interesse público, incorporar informações sobre as realidades regionais e valorizar a produção das emissoras públicas associadas.

Uma televisão comercial não pode se dar ao luxo de exibir programas de literatura ou de música clássica, pois estes não dão lucro, já a televisão pública tem o dever de mantê-los na grade, pois os cidadãos que, normalmente, não têm acesso às salas de concerto ou aos saraus literários, dependem dela para conhecer essas formas de arte.

Claro que não se faz uma boa programação pública apenas com folclore e clássicos. Claro que não se pode dar de ombros para as preferências dos telespectadores, tanto isso é verdade que uma das marcas das boas emissoras públicas é a sua capacidade de inovar e surpreender, dentro de uma grade diferente, diversificada e ampla.

As telenovelas estariam sendo usurpadas?

O que pode estar faltando para que os baixos índices de audiência das novelas voltem aos patamares históricos de anos atrás? Seria a falta de qualidade de atores? Seria a realização somente de remakes de histórias batidas e que já tiveram milhões de versões? Ou seriam as séries que estariam roubando o espaço das telenovelas?

Várias emissoras de televisão anunciaram recentemente a entrada no mercado das séries de televisão, entre elas a Televisa e a TV Azteca, tentando romper a monotonia de programar telenovelas durante várias horas ao dia.

As séries são mais destacadas na televisão dos Estados Unidos e da Espanha, esta última, recentemente, tem se tornado uma grande produtora de séries de todos os gêneros, e, em diversas ocasiões, com uma excelente qualidade cinematográfica.

Os brasileiros levam anos produzindo este gênero e têm ensinado seu público a entender e a seguir tanto as histórias das telenovelas como as das séries.

Com as telenovelas ocorre uma associação de ideias entrelaçadas, que permite ao espectador se adentrar na vida cotidiana das personagens, conviver com eles, crescer e triunfar com os protagonistas, e, por sua vez, vingar-se dos vilãos e solucionar aqueles temas da vida real através de histórias transmitidas pela televisão.

Tal associação não ocorre necessariamente nas séries, onde a “convivência” sofre sobressaltos inesperados e os capítulos podem ser de histórias independentes, que às vezes causam surpresas.

O risco de tender-se às telenovelas e não às series é muito alto em um público latino-americano que se acostumou a chorar e sofrer com as frustrações das telenovelas, e de triunfar com a simplicidade que somente elas alcançam. As séries transmitem outro tipo de emoção, e o telespectador habituado às telenovelas, não parece estar preparado para dar um salto e renunciar aos seus intermináveis capítulos.

Mas o que fazer se as histórias das telenovelas praticamente são semelhantes às de cinquenta anos atrás e somente podem refrescar a programação dramática? Seria então apostar em séries?

A decisão tem uma enorme responsabilidade, porque também é um risco em níveis de audiência, de gastos de produção e de tempos de gravações diferentes, geralmente mais altos que as telenovelas.

O certo é que as telenovelas não estão condenadas a morte, ao menos na América Latina, onde se parecem mais à vida diária que qualquer outro gênero. Portanto, não podemos dizer que as séries são a nova televisão, visto que este gênero, mesmo sendo criado também há muitos anos, no México, na Venezuela e em toda América Central, ainda é visto como algo distinto.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Biografia de Jacqueline Andere


INTRODUÇÃO

María Esperanza Jacqueline Andere y Aguilar nasceu em 20 de agosto de 1938, na Cidade do México, México. Mais conhecida como Jacqueline Andere, esta atriz faz parte da exclusiva lista de atrizes mais reconhecidas e respeitadas do meio artístico no México. É mãe da também atriz Chantal Andere.


SUA HISTÓRIA

Jacqueline iniciou sua carreira artística aos quinze anos como modelo e realizou seus estudos de atuação nos Estados Unidos. Ao terminá-los regressou ao México e ingressou no Instituto Cinematográfico, Teatral y de Radiotelevisión.

Posteriormente iniciou-se como atriz no teatro experimental e sua estreia no cinema mexicano teve lugar com sua participação no filme El vestido de novia, de 1958. Dois anos mais tarde, em 1960, conseguiu seu primeiro estelar na televisão em Vida por vida. Desde então sua trajetória tem sido extensa e admirada.

Dona de um prestígio que poucos artistas podem aspirar e conseguir, a fama de Andere não conhece fronteiras, tanto é que esta primeira atriz é querida e admirada inclusive pelo público chinês, que lhe motivou a visitar em repetidas ocasiões o país oriental, graças ao seu reconhecimento pelo trabalho realizado no filme Yesenia, de 1971, como o qual pôde internacionalizar sua carreira, se consolidando como uma estrela do cinema mexicano.

Na televisão, Andere já atuou em mais de cinquenta telenovelas. Com suas atuações em Corazón salvaje, El derecho de nacer, ambas de 1966, e Estranho poder, de 1983, fez com que toda América Latina a recordasse desde então.

Ainda em 1966, se casou com o diretor de cinema e escritor José María Fernández Unsaín, quem presidiu a Sociedad General de Escritores de México (SOGEM). Tal matrimônio perdurou até o falecimento de seu esposo, em 1997. Desta união tiveram uma filha, Chantal Andere, outra atriz reconhecida no meio artístico e com quem dividiu cenas na telenovela A outra, de 2002, na qual Chantal interpretava a versão jovem de sua mãe.

Seus trabalhos mais famosos se concentraram nas produções de Ernesto Alonso, nas quais interpretou personagens de diversas matizes, tais como a mal-intencionada Aimeé, em Corazón salvaje; a romântica Isabel, em El derecho de nacer; Paula, em Pecado de amor; Ana María, em Quiéreme siempre; Beatriz, em Estranho poder; Laura, em Nuevo amanecer; e Carmelita, em El vuelo del águila. Outros papéis de destaque foram Leticia, em Barata de primavera e o papel duplo que interpretou em Sandra y Paulina; além da caprichosa Rocío, em Ángeles blancos e Alma, em Serafim.

A artista é reconhecida não somente por suas famosas atuações do meio artístico, como também por ser uma pessoa de singular valia, por sua dedicação e apoio àquelas pessoas que requerem sua ajuda. Em 1985, quando o terremoto de setembro causou severos danos principalmente na Cidade do México, ela se solidarizou imediatamente com as tarefas de ajuda.

Em 1995, Jacqueline presidiu o Patronato Infantil da Asociación Nacional de Actores (ANDA). Durante esse mesmo ano, foi presidenta do Patronato da Fundación Ser Humano, associação que tem como objetivo ajudar pessoas portadoras do vírus HIV, tanto na Cidade do México, como em Guadalajara, Jalisco.

Dentro da geração de telenovelas mexicanas mais exitosas do começo deste século, Andere reafirmou sua popularidade fazendo o papel da malvada Bernarda Sáinz, em A outra, e de Alba San Román, em A madrasta, de 2005, uma produção de Salvador Mejía que causou sensação no público espectador a nível internacional. Do mesmo modo atuou em Peregrina, interpretando a antagonista Victoria Alcoser.

Atualmente se encontra atuando em mais um papel de vilã em Soy tu dueña, onde interpreta a mãe do protagonista da história vivido por Fernando Colunga.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2010 - Soy tu dueña (Leonor)
2009 - Hasta que el dinero nos separe (Zoraida)
2007 - Amor sin maquillaje
2006 - Peregrina (Victoria)
2005 - A madrasta (Alba)
2002 - A outra (Bernarda)
2000 - Mi destino eres tú (Nuria)
1999 - Serafim (Alma)
1998 - Angela (Emilia)
1997 - Desencuentro
1996 - Mi querida Isabel (Clara)
1995 - Alondra (atuação especial)
1994 - El vuelo de águila (Carmelita)
1990 - Ángeles blancos (Rocío)
1988 - Un nuevo amanecer (Laura)
1983 - Estranho poder (Beatriz)
1981 - Quiéreme siempre (Ana María)
1980 - Sandra y Paulina (Sandra / Paulina)
1978 - Pecado de amor (Paula / Chantal)
1976 - Mañana será otro día (Mariana)
1975 - Barata de primavera (Letícia)
1974 - Ha llegado una intrusa (Alicia)
1973 - Cartas sin destino (Rosina)
1971 - Encrucijada (Wendy Kepler)
1968 - En busca del paraíso
1968 - Leyendas de México
1967 - Dicha robada (Ofélia)
1967 - Amor en el desierto
1967 - Engáñame
1966 - Corazón salvaje (Aimeé)
1966 - El derecho de nacer (Isabel Cristina)
1966 - La dueña
1968 - El abismo
1965 - Alma de mi alma
1965 - Nuestro barrio
1964 - La vecindad
1964 - Gabriela
1964 - Siempre tuya
1963 - Agonía de amor
1963 - Cita con la muerte
1963 - Eugenia
1963 - Grandes ilusiones
1962 - El caminante
1962 - Encandenada (Laura)
1962 - Janina
1962 - Las momias de Guanajuato
1962 - Sor Juana Inés de la Cruz
1961 - Conflicto
1961 - La leona
1960 - Vida por vida


FILMES

1994 - La señorita
1987 - Una adorable familia
1982 - El cabezota
1978 - Picardia mexicana
1978 - La casa del pelicano
1978 - Los japoneses no esperan
1975 - Cristo de ama
1975 - Simón Blanco
1974 - Con amor de muerte
1974 - Crónica de un amor
1973 - Juego de la guitarra
1973 - Separación matrimonial
1972 - La gatita
1972 - Los enamorados
1972 - Hoy he soñado con Dios
1971 - Intimidades de una secretaria
1971 - Las puertas del paraíso
1971 - Yesenia
1971 - En esta cama nadie duerme
1971 - Vuelo 701
1971 - Nido de fieras
1970 - La noche violenta
1970 - Fallaste corazón
1970 - Quinto patio
1970 - Las chicas malas del Padre Méndez
1970 - El oficio más antiguo del mundo
1970 - Tres noches de locura
1970 - Los bestias jovenas
1970 - Los problemas de mamá
1970 - Trampas de amor
1969 - El día de las madres
1969 - Almohada para tres
1968 - El zangano
1968 - Un largo viaje hacia la muerte
1967 - Rocambole contra las mujeres arpias
1965 - El juicio de Arcadio
1965 - Lola de mi vida
1962 - Un día en diciembre
1962 - El ángel exterminador
1958 - El vestido de novia

PEÇAS TEATRAIS

2009 - Entre mujeres
2007 - Carlota emperatriz


SEUS PRÊMIOS

PRÊMIO ACE

2006 - Melhor atriz (A madrasta)

PRÊMIOS TVYNOVELAS

2003 - Melhor primeira atriz (A outra)
1998 - Melhor primeira atriz (Mi querida Isabel)
1995 - Melhor primeira atriz (El vuelo del águila)
1989 - Melhor primeira atriz (Nuevo amanecer)

A história das telenovelas brasileiras

No Brasil, assim como nos Estados Unidos, as teledramaturgias surgiram nos anos 50 a partir da adaptação das novelas de rádio para o então novo meio de comunicação. As primeiras novelas nesse formato foram adaptações de teledramaturgias latinas, vindas do México, Argentina e Cuba.

Em dezembro de 1951 foi ao ar Sua vida me pertence, a primeira telenovela brasileira. Foram quinze capítulos exibidos ao vivo de terças e quintas-feiras pela TV Tupi.

Ao longo dos anos 50 e 60, a teledramaturgia passou por várias transformações em seu conteúdo e no seu formato. Nos primeiros anos, a ausência do videoteipe fazia com que elas fossem exibidas ao vivo e apenas em dois dias por semana. Na década de 60, já com a possibilidade de serem gravadas, ganharam episódios diários, o que foi fundamental para prender a atenção dos telespectadores.

No final dos anos 60, as novelas finalmente ganharam uma cara brasileira. Até então, elas eram adaptações ou seguidoras do estilo dramalhão que dominava as teledramaturgias latino-americanas.

Em 1968, estreou Beto Rockfeller, produzida pela TV Tupi. Escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Walter Avancini e Lima Duarte, ela rompeu com o estilo melodramático e construiu uma história mais descontraída, com diálogos coloquiais, temas bem-humorados, trilha sonora pop e uma estética moderna, que dava uma cara brasileira e atualizada ao formato.

O sucesso de Beto Rockfeller fez com que as emissoras abandonassem definitivamente o estilo dramalhão importado dos países latino-americanos. Em 1969, a Globo aderiu ao novo modelo e encomendou a Janete Clair que adaptasse para a TV uma história que ela já tinha escrito para a rádio. Véu de noiva virou um sucesso e transformou a atriz Regina Duarte na “namoradinha” do Brasil.

Nos anos 70, as novelas viraram definitivamente um fenômeno de audiência, cuja repercussão extrapolou as fronteiras do país. Globo e Tupi dominaram a produção de novelas durante a década. Sucessos como Irmãos coragem e Pecado capital, de Janete Clair, e O bem amado e Saramandaia, de Dias Gomes, estabeleceram o início da hegemonia do modelo de novelas feitas pela Rede Globo. A Tupi, que havia iniciado a transformação da estética da teledramaturgia com Beto Rockfeller, conseguiu produzir outros sucessos como Mulheres de areia e O profeta, de Ivani Ribeiro, e Éramos seis, de Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho.

Quando começaram os anos 80, a estrutura de produção de teledramaturgias no Brasil já era tão sofisticada e profissional que as novelas de sucesso por aqui viraram produtos de exportação. Cerca de cem países, de Portugal à China, da Rússia à Austrália, chegaram a acompanhar os episódios dublados de produções como A escrava Isaura ou Dancin’ days.

A indústria nacional das telenovelas se concentrou na Rede Globo. Sua hegemonia foi poucas vezes ameaçadas desde a década de 80. Produções inovadoras e requintadas como Guerra dos sexos, Vale tudo, Roque Santeiro, Terra nostra e O clone, entre outras, garantiram os melhores índices de audiência da TV brasileira. Liderança que foi abalada somente em alguns momentos, como quando a Rede Manchete lançou a novela Pantanal, em 1990, ou mais recentemente com as produções da Rede Record, como Caminhos do coração e Os mutantes, e as adaptações de novelas latino-americanas produzidas pelo SBT.

Apesar de ainda ser um dos gêneros preferidos dos brasileiros, a audiência das novelas caiu no novo milênio, provavelmente devido à concorrência de novas opções que se tornaram acessíveis à população, como a TV a cabo e a Internet. A audiência das novelas da Globo atingiu em 2008 cerca de 40 milhões de espectadores diariamente, enquanto três anos antes a audiência era de 60 milhões.

Apesar da queda dentro do país, as novelas brasileiras ainda continuam a ser um valorizado produto de exportação. Segundo projeções da Globo, no começo dos anos 2000 as novelas comercializadas pela emissora foram assistidas por cerca de 70 milhões de espectadores anualmente no exterior.