O que pode estar faltando para que os baixos índices de audiência das novelas voltem aos patamares históricos de anos atrás? Seria a falta de qualidade de atores? Seria a realização somente de remakes de histórias batidas e que já tiveram milhões de versões? Ou seriam as séries que estariam roubando o espaço das telenovelas?
Várias emissoras de televisão anunciaram recentemente a entrada no mercado das séries de televisão, entre elas a Televisa e a TV Azteca, tentando romper a monotonia de programar telenovelas durante várias horas ao dia.
As séries são mais destacadas na televisão dos Estados Unidos e da Espanha, esta última, recentemente, tem se tornado uma grande produtora de séries de todos os gêneros, e, em diversas ocasiões, com uma excelente qualidade cinematográfica.
Os brasileiros levam anos produzindo este gênero e têm ensinado seu público a entender e a seguir tanto as histórias das telenovelas como as das séries.
Com as telenovelas ocorre uma associação de ideias entrelaçadas, que permite ao espectador se adentrar na vida cotidiana das personagens, conviver com eles, crescer e triunfar com os protagonistas, e, por sua vez, vingar-se dos vilãos e solucionar aqueles temas da vida real através de histórias transmitidas pela televisão.
Tal associação não ocorre necessariamente nas séries, onde a “convivência” sofre sobressaltos inesperados e os capítulos podem ser de histórias independentes, que às vezes causam surpresas.
O risco de tender-se às telenovelas e não às series é muito alto em um público latino-americano que se acostumou a chorar e sofrer com as frustrações das telenovelas, e de triunfar com a simplicidade que somente elas alcançam. As séries transmitem outro tipo de emoção, e o telespectador habituado às telenovelas, não parece estar preparado para dar um salto e renunciar aos seus intermináveis capítulos.
Mas o que fazer se as histórias das telenovelas praticamente são semelhantes às de cinquenta anos atrás e somente podem refrescar a programação dramática? Seria então apostar em séries?
A decisão tem uma enorme responsabilidade, porque também é um risco em níveis de audiência, de gastos de produção e de tempos de gravações diferentes, geralmente mais altos que as telenovelas.
O certo é que as telenovelas não estão condenadas a morte, ao menos na América Latina, onde se parecem mais à vida diária que qualquer outro gênero. Portanto, não podemos dizer que as séries são a nova televisão, visto que este gênero, mesmo sendo criado também há muitos anos, no México, na Venezuela e em toda América Central, ainda é visto como algo distinto.
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