quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mulheres assassinas - Sonia, desalmada


DATA
12/08/10

HORÁRIO
22h45

CANAL
Rede CNT

COM
Leticia Calderón, Juan Soler, Grettell Valdéz e Nuria Bages

RESUMO
Sonia é uma mulher bonita que já chegou aos trinta anos de idade e que carrega consigo alguns dramas da infância. O medo e a insegurança causados pelo próprio pai são seus inimigos naturais no presente e, diante disso, leva uma vida, de certo modo, conturbada ao lado do marido Fernando, um conceituado médico que diante das situações causadas pela esposa em seu relacionamento não perde a oportunidade de ter relacionamentos extraconjugais, principalmente com algumas enfermeiras que atuam no hospital onde trabalha.

Essas infidelidades esporádicas até que não chegam a abalar a vida de Sonia, porém quando aparece no hospital a jovem Marcela, que faz residência, as coisas prometem mudar radicalmente.

Dr. Fernando e Marcela se atraem logo de cara e começam um ardente romance que vai abalar de vez as estruturas de Sonia. Marcela é bem mais nova e provoca inveja até nas enfermeiras que trabalham com ela e que já tiveram seus momentos de amor com o mulherengo doutor.

Sonia passa a espionar os dois, desiludida pela triste descoberta, começa a planejar uma maneira de se desfazer de sua rival. Os ciúmes, o ódio e a sede de vingança se apoderam desta mulher, que acaba por realizar um plano sinistro.

Ela consegue atrair Marcela para seu carro para ter apenas uma simples conversa. Ali, ela surpreende a enfermeira com uma seringa onde injeta um forte sedativo. A moça acorda na casa de Sonia que vai se transformar num cenário de puro terror e terríveis tormentos.

Para Sonia, esta é a única forma para que sua rival sofra as consequências por ter se envolvido com um homem casado. A situação chegará a um horrível ponto de inflexão que desencadeará um trágico final.

As vinhetas de abertura de telenovelas

A definição de vinheta na televisão pode ser: peça de curta metragem, constituída de algum tipo de signo ou representação, composta de elementos imagéticos, sonoros e mensagem de expressão verbal, usada com fim informativo, decorativo, ilustrativo, de remate, de chamada, de passagem, de identificação institucional e de organização do espaço televisivo, etc.

Na televisão, ela tem várias funções e recebe denominações próprias: vinheta de identidade, vinheta de chamada, vinheta de passagem e vinheta de abertura, sendo esta última o foco desta postagem.

A vinheta de abertura da telenovela é uma parte importante da história já que, além de apresentar a canção principal que fica marcada e sempre será recordada, apresenta os personagens que farão parte da trama.

A aberturas das telenovelas internacionais, principalmente mexicanas, fogem do estilo da computação gráfica, talvez por questões de orçamento, e são como trailers que fazem um pequeno resumo da própria história com cenas dos atores fazendo caras e bocas com os créditos por cima, mas há quem goste.

Já as telenovelas brasileiras usam e abusam da computação gráfica e para a construção de aberturas utilizam elementos tridimensionais computadorizados; formato wide (com as tarjas pretas); efeitos fractais ou até mesmo fotos antigas sobrepostas e organizadas em um ritmo de stop-motion de modo a formar uma animação e contar histórias; entre outros.

As imagens das vinhetas de abertura sempre trazem consigo um sistema de narrativa específica para tal programa, um signo de identificação, o logotipo e a música. Elas são criadas por uma combinação artística de desenhos de traços livres, de formas geométricas, com técnicas de cores e de luz manipulada em movimento por processos informatizados: localiza-se no plano da aparência e da ilusão. São geradas com os recursos da técnica, originada do imaginário, materializada no papel e, posteriormente, digitalizadas.

A música certamente atua no inconsciente do público; o que caracteriza o investimento na criatividade estética das vinhetas de abertura é agradar. Através dos sons, a abertura é carregada de intencionalidade. A partir do momento em que ela se torna familiar, atribuem-se significados àquilo que se ouve.

As vinhetas brasileiras constituem, em suma, formas de expressão com poder de comunicação significativa, subdivididas em formas distintas, ocupando funções específicas. Tais projetos transmitem mensagens, mesmo sendo de curta metragem, normalmente sessenta segundos.

Seus principais elementos constitutivos, a imagem e o som, são formas desenvolvidas graças ao fato de o homem percebê-los como entidades culturais comunicativas. A imagem, em todas as suas formas, estática ou em movimento, produzida por habilidades humanas, pela técnica e pelo design, tais como: o desenho, a pintura, a fotografia, a câmara, a arte e o computador, aliada à possibilidade técnica da reprodução em série, representa, historicamente, um dos instrumentos mais poderosos e responsáveis pela formação do imaginário das sociedades modernas.

Assim, a vinheta de abertura é o resultado da mistura de elementos que contêm significados próprios e da manipulação dos significados de repertórios pertencentes ao imaginário, à cultura e aos símbolos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Biografia de César Évora


INTRODUÇÃO

César Évora Diaz nasceu em 04 de novembro de 1959 em Havana, Cuba. Filho de Tony Evora, pintor, desenhista e músico, e da senhora Maria J. Diaz, é ator de cinema, teatro e televisão, conhecido fundamentalmente por seus papéis em telenovelas mexicanas, onde tem desenvolvido a parte mais importante de sua carreira.


SUA HISTÓRIA

Com apenas cinco de idade, César Évora assiste ao divórcio de seu pai e de sua mãe que, trabalhando como secretária em uma escola, passa a criá-lo com a ajuda do avô. Seu pai viaja para a então Checoslováquia com sua segunda mulher e lá é surpreendido pela invasão russa. Até os oito anos de idade, César fica sem saber nenhuma notícia do pai e chega a odiá-lo.

Durante sua trajetória escolar sempre era escolhido para que abrisse os festivais ou declamasse alguma poesia, já que sempre se caracterizou por ter uma voz muito peculiar. Terminando os estudos e devido ao interesse pelos minerais e pela busca de petróleo em sua terra natal, se matricula no curso de Geofísica, carreira que a uma semana de haver iniciado esteve a ponto de abandonar, mas teve que esperar três anos, já que se desistisse antes teria que ingressar no exército cubano e lá permanecer por dois anos.

Em 1976, sendo ainda muito jovem, César tem que trabalhar como professor devido aos problemas econômicos que enfrenta sua família. Dando aulas de desenho, história, matemática, física e até mesmo educação física, recebe um salário simbólico que nem mesmo cobre o transporte que utiliza.

Em 1979, ainda em dúvida quanto à escolha de uma carreira, César assiste a gravação de um filme e, a partir desse momento, entende o que quer fazer da vida. Descobre sua vocação e o que lhe interessa: estar detrás das câmeras. Porém, neste mesmo dia, ao chegar em casa, recebe a notícia de que seu avô havia morrido.

Em 1981, conquista sua primeira grande oportunidade ao protagonizar, em sua terra natal, Cuba, o filme Cecilia, baseado na literatura do país. Após ser selecionado entre 500 inscritos, César se apaixona pela atuação e decide estudar no Instituto Superior de Artes.

Em 1982, aos 23 anos, se casa com Ines Martorel e, no ano seguinte, grava o filme Amada. Em 1984 atua em outra produção, chamada Habanera.

Em 1985, grava o filme Novia para David e, em 1986, Capablanca, e Un hombre de éxito, que o transportam para fora da ilha. Ainda em 1986, nasce seu primeiro filho, Rafael.

Em 1988, viaja para Nova Iorque para fazer teatro, o que lhe atribui uma maior experiência a nível profissional. Aí se reencontra com seu pai após 20 anos sem vê-lo e, em um primeiro momento, ambos reagem como estranhos, mas esclarecem muitas coisas. Ao crescer somente ao lado de sua mãe, tinha poucas recordações do pai que sempre se encontrava viajando e somente lhe falava ou mandava uma carta à cada seis meses. Ainda em 1988, nasce sua segunda filha, Mariana, porém seu casamento com Ines atravessa uma crise inevitável.

Em 1989, grava Barrio negro, e Bella del Alhambra. Dois anos mais tarde, em 1991, conhece Vivian Domínguez, por quem se apaixona à primeira vista. Vivian torna-se a causa da separação definitiva entre Ines e César. Ainda em 1991, o ator grava o filme Gertrudis.

Em 1993, após mais de dez anos de experiência em cinema e televisão, César Évora decide se mudar para o México. Chega ao país com 42 dólares e com sua nova esposa grávida de Carla, sua terceira filha.

Chegando em terras aztecas, consegue, na Televisa, sua primeira participação em uma telenovela, Coração selvagem. Após a conclusão da trama César pensa em regressar à Cuba, mas a emissora lhe faz outras propostas e renova seu contrato para mais seis anos. A telenovela lhe abre as portas para um lugar permanente entre os melodramas mexicanos.

Em 1994, participa em Agujetas de color de rosa e, um ano mais tarde, na telenovela Si Dios me quita la vida, defende seu primeiro protagonista: um cubano que foge de seu país.

Em 1996, chegam os títulos Luz Clarita e Canavial de paixões e, em 1997, grava a telenovela Gente bien. Na pele de Jaime Dumas, vive um homem sem escrúpulos, muito ambicioso e mulherengo.

Em 1998, grava O privilégio de amar, interpretando João da Cruz, um sacerdote dividido entre o amor pelo sagrado e por uma mulher; para fazer o personagem o ator busca várias citações bíblicas que chegam ao coração do público. Tanto é o carinho recebido pelo público que até mesmo a Igreja Católica destaca sua interpretação.

Em 1999, obtém a cidadania mexicana em uma cerimônia encabeçada pelo então presidente Ernesto Zedillo, no Palacio Nacional. Para César esta foi somente uma formalidade, pois já se sentia mexicano desde que havia pisado no país. Ainda em 1999, interpreta um dos papéis mais importantes de sua carreira em Laberintos de pasión.

Em 2000, atua na peça teatral Yo miento, tú mientes, todos mentimos, e grava a telenovela Abraça-me muito forte, onde interpreta o perverso Frederico, um homem ambicioso, mulherengo e rancoroso.

Em 2001, grava a telenovela Manancial. Ao recusar o papel de Justo, já que acabara de sair da pele de um vilão, prefere interpretar algo diferente e, mesmo em um papel pequeno, mostra uma faceta diferente e interessante.

Em 2002, protagoniza No limite da paixão, interpretando Otávio, que, mesmo sozinho, luta pela vida e alcança uma boa posição econômica, tornando-se um homem livre. Ao regressar ao lugar onde havia crescido, conhece uma mulher pela qual se deslumbra completamente. Neste mesmo ano faz uma breve participação especial em Así son ellas.

Em 2003, interpreta Atílio Montenegro, em Mariana da noite, uma telenovela que passa despercebida no Brasil, mas que no México tem grande reconhecimento e inclusive é considerada pelo próprio César a telenovela onde vive um de seus melhores personagens.

Em 2004, se junta ao ator Fernando Colunga no projeto teatral Trampa de muerte e, em 2005, atua em A madrasta, interpretando Estevão San Román. Durante as gravações decide abandonar o vício pelo cigarro. Após, começa a sentir mudanças favoráveis em sua saúde e com esta decisão evita um grande problema, pois padecendo de tosse crônica, passa por situações incômodas durante o trabalho.

Ainda em 2005, muda seu look radicalmente e surpreende na telenovela La esposa virgen, onde junto de Adela Noriega, dá vida ao louco Serenata, um andarilho esfarrapado. Para fazer o personagem, César se inspira em um mendigo de Cuba, a quem todos conhecem como El caballero de Paris. O ator não se nega em realizar o personagem, algo muito diferente do que havia feito durante toda sua carreira.

Em 2006, atua em Mundo de feras, onde interpreta dois personagens, o protagonista Gabriel, e o vilão Damião, irmãos gêmeos com personalidades distintas.

Em 2007, enquanto trabalha na obra Cartas de amor, chegam importantes projetos: participa na produção comemorativa dos cinquenta anos das telenovelas no México, Amor sin maquillaje, e nas telenovelas Yo amo a Juan Querendón, e Al diablo con los guapos, nesta última junto de Allison Lozz e Laura Flores.

Em 2008, realiza a obra teatral Pareja abierta, onde vive Pipo Alvarado, esposo de Nina Martínez, interpretada pela atriz portorriquenha Cordelia González. A obra apresentada em Porto Rico e Miami, recebe convites para se apresentar em várias cidades dos Estados Unidos, como Chicago e Nova Iorque, bem como na Venezuela, Colômbia e Equador.

César sempre sentiu interesse em conhecer os lugares onde viveu uma das civilizações mais antigas do mundo, assim, ao terminar a primeira temporada de Pareja abierta em Porto Rico, finalmente pôde conhecer as montanhas do Himalaya, no continente asiático.

Em 2009, César Évora regressa às telinhas na telenovela En nombre del amor e, nesse mesmo ano, viaja até a República Dominicana para rodar Tropico de sangre, filme que marca seu retorno às telonas após mais de dezessete anos. O filme, dirigido por Juan Deláncer, reúne, entre outros, os atores Michelle Rodríguez, Juan Fernández, Celinés Toribio e Franklin Domínguez.

Em 2010, Évora interpreta Emiliano em Llena de amor, um homem maduro e rico empresário, correto e justiceiro que dá tudo para defender o que é seu. Neste telenovela, o ator compartilha créditos com Ariadne Díaz, Valentino Lanus, Azela Robinson, Altair Jarabo, Laura Flores, Lucía Méndez, entre outros.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2010 - Llena de amor (Emiliano)
2009 - En nombre del amor (Eugenio)
2007 - Al diablo con los guapos (Constancio)
2007 - Yo amo a Juan Querendón (Samuel)
2007 - Amor sin maquillaje (Pedro)
2006 - Mundo de feras (Gabriel/Damião)
2005 - A madrasta (Estevão)
2005 - La esposa virgen (Edmundo “Loco Serenata”)
2003 - Mariana da noite (Atílio)
2002 - Así son ellas (Luis)
2002 - No limite da paixão (Otávio)
2001 - Manancial (Rigoberto)
2000 - Abraça-me muito forte (Frederico)
1999 - Laberintos de pasión (Gabriel)
1998 - O privilégio de amar (Padre João da Cruz)
1997 - Gente bien (Jaime)
1996 - Luz Clarita (Mariano)
1996 - Canavial de paixões (Amador)
1995 - Si Dios me quita la vida (Antonio)
1994 - Agujetas color de rosa (Esteban)
1993 - Coração selvagem (Marcelo)

FILMES

2009 - Tropico de sangre (Antonio)
1991 - Gertrudis (Pedro)
1989 - Bella del Alhambra (Amante de Rachel)
1989 - Barrio negro
1986 - Capablanca (Capablanca)
1986 - Un hombre de éxito (Javier)
1985 - Novia para David (Professor)
1984 - Habanera (José Luis)
1983 - Amada
1981 - Cecilia

PEÇAS TEATRAIS

2008 - Pareja abierta
2006 - Cartas de amor
2004 - Trampa de muerte
1998 - Tú mientes, yo miento, todos mentimos


SUAS PREMIAÇÕES

PRÊMIOS TVYNOVELAS

2007 - Melhor ator antagônico (Mundo de feras)
2004 - Melhor ator antagônico (Mariana da noite)
2001 - Melhor ator antagônico (Abraça-me muito forte)
2000 - Melhor ator de elenco (Laberintos de pasión)
1999 - Melhor ator de elenco (O privilégio de amar)

domingo, 8 de agosto de 2010

TV Brasil apresenta La historia del baúl rosado

A TV Brasil apresenta neste domingo, 08 de agosto, às 23h00, o filme colombiano La historia del Baúl rosado, uma mistura de trama policial com romance que se ambienta nos anos 40, em Bogotá, capital da Colômbia.

Gravado em 2005, o longa-metragem escrito e dirigido por Libia Stella Gómez Díaz, conta, em 105 minutos, o estranho caso do cadáver de uma menina de 15 anos que é deixado dentro de um baú sem destinatário em uma estação de trem da cidade.

O detetive Mariano Corzo (Edgardo Román) entra em campo para esclarecer o mistério e na investigação, se depara com o jornalista Hipólito Mosquera (Diego Vélez), que faz sua própria investigação. Graças à ajuda de outro detetive, Mosquera transforma o caso em uma crônica policial, a mais vendida naquele momento.

Ao longo da investigação, o detetive Corzo conhece Martina (Dolores Heredia), uma jovem dona de um café, local frequentado por alguns detetives da prefeitura. É ela quem mostra a luz do final do túnel ao investigador.

Emoldurado dentro do universo do cinema policial, La historia del baúl rosado possui elementos conhecidos do gênero: um detetive com perfil de anti-heroi, um crime por solucionar, policiais corruptos, personagens obscuros, além de atmosferas carregadas e claustrofóbicas. A construção do relato funciona de forma eficaz, pois a trama sabe entrelaçar, na mesma investigação, um detetive, um policial corrupto e um jornalista que desvendam um curioso crime a ser resolvido em meio a intrigas.

A ambientação de época sai do convencionalismo do cinema colombiano, ou seja, não é uma comédia e nem trata da realidade que o país enfrenta em meio ao narcotráfico, fugas e guerras, simplesmente é uma história bem contada e sem maiores pretensões. Com essa proposta visual ambientada na Bogotá de 1945, inclui toda a velha iconografia: gabardinas, trajes, chapéus, cigarros, guarda-chuvas, etc., jamais se vê uma arma, já que não é um roteiro de violência, mas sim de investigação criminal.

A inspiração de Libia para filmar seu primeiro longa-metragem se iniciou com a leitura de um velho livro de crônica, El cadáver viajero, descrito pelo jornalista Felipe González Toledo. O roteiro foi corrigido dezenas de vezes e o projeto recebeu vários prêmios durante sua pré-produção. Sua estreia, em 2005, aconteceu após trinta meses da rodagem e esse esforço considerável superou os dois milhões de pesos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Biografia de Patricia Navidad


Ana Patricia Navidad Lara nasceu em 20 de maio de 1973 na cidade de El carrizal, estado de Sonora, no México. Descendente de uma família ligada à música, desde pequena adentrou o universo artístico, sobretudo no âmbito da música, a qual considera sua verdadeira vocação.


SUA HISTÓRIA

Paty Navidad herdou o gosto pela música de seu pai e, logo aos nove anos de idade, após cantar em um festival da escola, recebeu seus primeiros aplausos, a maior motivação para buscar um espaço no ambiente musical.

Após estudar canto e dança, e já com quinze anos, Paty estreia profissionalmente na Plaza de toros em Caborca, Sonora, onde recebe seu primeiro salário como cantora.

Dois anos mais tarde, com seus dezessete anos, participa do concurso Señorita Sinaloa, que lhe oferece como prêmio uma bolsa de estudos no Centro de Educación Artística (CEA), da Televisa. E, apesar de que sua maior aspiração profissional era a princípio triunfar como cantora, ao fazer parte do CEA, o destino a permite conhecer-se como atriz.

Durante esta época de estudante e por um período de quase três anos, Paty vive uma etapa de muita dificuldade, habitando pensões com companheiras que também sofriam de dificuldades financeiras. Para driblar esse obstáculo, a aspirante a atriz se metia no metrô por debaixo da catraca junto de sua amiga de quarto Alpha Acosta, e ia cantando de vagão em vagão.

Em 1992, estreia na telenovela Maria Mercedes, protagonizada por Thalía e, um ano depois, atua em Los parientes pobres. Em 1994, entra para o elenco de Marimar e, nesse mesmo ano, atua em Más allá del puente.

Em 1995, é convidada para participar de Acapulco, cuerpo y alma e, no ano seguinte, em 1996, se destaca na telenovela Canavial de paixões, exibida no Brasil pela Rede CNT, em 1997, onde desperta o interesse dos homens e a admiração das mulheres ao mostrar toda sua sensualidade.

Após, participa em A alma não tem cor, de 1997, e, ainda este ano, recebe uma proposta para apresentar o programa Picardía mexicana, ao lado de René Casados, onde aparece em vestidos que deixam muito pouco para a imaginação. Este programa foi transmitido no México até setembro de 2000 e continua com grande aceitação na Venezuela, Estados Unidos, Colômbia, Porto Rico, Argentina, entre outros países.

Em 1998, Patricia Navidad grava a telenovela Angela, e, posteriormente realiza o maior sonho de sua vida, pelo qual havia lutado até então: grava seu primeiro disco, intitulado Instantes. Após 45 dias do lançamento, já alcança o Disco de ouro nos Estados Unidos devido às vendas que ultrapassam 100 mil unidades.

Ainda em 1998, é coroada como Reina de la banda, em Sinaloa, premiação esta que se torna determinante para a gravação de seu seguinte disco: El Recodo de Don Cruz Lizárraga presenta a Patricia Navidad: Raíces de mi tierra.

Em maio de 2000, a artista apresenta seu álbum Mexicana e no final deste ano, faz jus a seu sobrenome e lança seu disco-pôster, que recopila as melhores canções de suas produções anteriores e, além disso, inclui o calendário 2001 com poses atrevidas e sugestivas que tornam-se marca registrada da atriz e cantora.

Após, Carmen Salinas a convida para formar parte da peça Aventurera, representando a cabareteira Elena Tejeda, tornando-se, assim, a quarta intérprete do papel protagônico.

Em 2001, Paty regressa à telinha e grava Manancial. No ano seguinte atua em Las vías del amor, e, em 2003, se destaca em Mariana da noite, onde dá vida à Jandira.

Em 2005, é convidada para participar do programa Bailando por un sueño, ao lado de Víctor Hugo Rivera, que tinha o propósito de ganhar uma oficina de carpintaria para seu pai. Apesar de ambos mostrarem seus melhores passos, são eliminados da competição em sua sexta temporada. Neste mesmo ano atua em Sonhos e caramelos, telenovela infantil, exibida no Brasil pela Rede CNT.

Em 2006, a atriz é chamada por Rosy Ocampo para trabalhar como vilã em A feia mais bela, remake de Betty, a feia. Ao lado de Angélica Vale, Jaime Camil e Elizabeth Alvarez, Navidad dá vida à Alice Ferreira, uma ambiciosa secretária.

Em 2007, Paty participa em Amor sin maquillaje, produção que comemora os 50 anos de telenovelas no México. Ainda neste ano, integra o elenco da comédia teatral Los derechos de la mujer, onde, protagonizando María José, ao lado de Juan Soler, narra a vida dessa ambiciosa advogada. A peça, além de fazer rir também sugere uma reflexão a respeito da posição da mulher nessa sociedade tão vertiginosa. Com suas atuações, ambos atores são aplaudidos de pé pelo público devido ao ótimo desempenho que obtêm.

Continuando sua carreira como atriz, em 2008, se integra ao elenco da telenovela Juro que te amo, protagonizando Antonia de Madrigal. Neste mesmo ano, em companhia de amigos e familiares, apresenta seu disco Urge, com ritmos acompanhados por banda.

Em 2010 trabalha em Zacatillo, un lugar en tu corazón, da produtora Lucero Suárez, onde interpreta Zorayda, uma ex-vedette e, agora, esposa de Abundio, o prefeito municipal de Zacatillo.


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2010 - Zacatillo, un lugar en tu corazón (Zorayda)
2008 - Juro que te amo (Antonia)
2007 - Amor sin maquillaje
2006 - A feia mais bela (Alice)
2005 - Sonhos e caramelos (Débora)
2003 - Mariana da noite (Jandira)
2002 - Las vías del amor (Rocío)
2001 - Manancial (Maria Magdalena)
1998 - Angela (Ximena)
1997 - A alma não tem cor (Sarita)
1996 - Canavial de paixões (Mireya)
1995 - Acapulco, cuerpo y alma (Clara)
1994 - Marimar (Isabel)
1993 - Más allá del puente (Rosalía)
1993 - Los parientes pobres (Esmeralda)
1992 - Maria Mercedes (Iris)

SÉRIES

2009 - Mulheres assassinas - Las Garrido, codiciosas (Concepción Garrido)
2003 - La hora pico - El reventón
2002 - Mujer, casos de la vida real - Aire de grandeza
2002 - Mujer, casos de la vida real - Del odio al amor
1997 - Mujer, casos de la vida real - Un caso más
1997 - Mujer, casos de la vida real - Bienvenido
1996 - Mujer, casos de la vida real - La nuera


SUA DISCOGRAFIA

2008 - Urge
2000 - Mexicana
1999 - Raíces de mi tierra
1998 - Instantes

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Telenovela x Soap opera

Muitos já sabem que a telenovela tem sua origem em Cuba, nas fábricas de tabaco, onde um leitor se dispunha a contar uma história para distrair aos funcionários do fabrico de tabaco. Essa maneira de contar histórias tem seu antecedente na literatura do folhetim que, posteriormente, se tornou programas de rádio, as radionovelas, e depois da televisão, as telenovelas.

A soap opera (ópera de sabão), com a qual o estadunidense, o inglês ou o australiano está familiarizado, ao que parece, tem sua origem mais comercial visto que para preencher uma hora de exibição era necessário o patrocínio de uma empresa, quase sempre de sabão, daí a origem do nome. Um dos pontos em comum é que também na América Latina, as primeiras telenovelas eram patrocinadas por empresas que fabricavam sabões.

Em geral, pode-se dizer que tanto a telenovela como a soap opera são gêneros melodramáticos cujo objetivo é a audiência popular; em ambas produções as emoções são a base do espetáculo. Ambos são transmitidos todos os dias da semana e não se dividem em temporadas como as sitcoms ou séries. Ambos os gêneros compartilham a contradição de serem aplaudidos e desprezados ao mesmo tempo por uns e por outros. Para os dois existem milhares de foros de discussão na Internet, assim como blogs como este, onde se pode pesquisar sobre seus personagens e tramas.

A seguir, veja algumas das semelhanças e diferenças entre a telenovelas e a soap opera. Esta última será mais enfatizada porque acredito que os leitores desse blog já estejam mais familiarizados com as telenovelas e conheçam suas características.

  • A telenovela é um gênero característico dos países latino-americanos, cuja realidade sócio-cultural e religiosa está condicionada historicamente aos eixos temáticos, conteúdos e usos narrativos deste gênero. Em suas origens, as telenovelas apresentavam histórias fortemente vinculadas à moral católica, com a ideia do pecado como perspectiva dominante. As soap operas, ao contrário, contêm uma moral tipicamente protestante, derivada de sua origem anglo-saxônica.
  • As telenovelas têm um número finito de capítulos. Portanto, o público espera uma conclusão definitiva para a história que se conta. A soap opera está projetada para não ter fim. Existem algumas que estão no ar desde 1953 até atualmente.
  • As telenovelas são transmitidas tanto no período vespertino quanto noturno. As soap operas são transmitidas pela televisão aberta somente às tardes, a partir das 13h00, sem ultrapassar as 16h00. Para os que trabalham, mas que gostam de soap operas, existe canais a cabo que as retransmite em horário noturno.
  • Hoje em dia, as telenovelas são vistas por mulheres e homens de todas as classes sociais, idades e ocupações. A soap opera, ao contrário, continua tendo uma audiência que abrange mais as mulheres donas-de-casa.
  • As telenovelas determinam o star system na América Latina, ou o seja sistema de astros e estrelas, os atores de popularidade, que funcionam como os principais âncoras. Em geral, não se assume que os atores de telenovelas são bons ou ruins, os julgam de acordo com a qualidade de seu trabalho. Isso não ocorre na soap opera, já que existe a percepção generalizada de que seus atores e atrizes são de segunda.
  • Como consequência, vemos que a maioria dos atores latino-americanos que conseguiram trabalhar em Hollywood vêm do mundo das telenovelas. Ao contrário, são pouquíssimos os atores de cinema que vêm do mundo das soap operas, alguns exemplos notáveis são Meg Ryan (As the world turns), Mark Hamill (General hospital) e Demi Moore (General hospital).
  • Como as telenovelas terminam, os atores e atrizes que nelas atuam têm a oportunidade de trabalhar em dezenas de telenovelas ao longo de sua carreira. Devido a isso, o público os recorda em diferentes papéis. No mundo das soap operas, que são infindáveis, pode ocorrer que um ator ou atriz trabalhe por décadas no mesmo papel e seja muito difícil que o público não o relacione com este personagem. Por exemplo, Tony Geary foi Luke Spencer em General hospital por quase três décadas, um papel que lhe trouxe muita satisfação e adoração por parte do público, mas não foi fácil para o ator livrar-se do personagem para poder realizar outros trabalhos.
  • Nas soap operas, pode-se ver um casal evoluir com o passar do tempo. Por exemplo, um dos casais mais famosos na história das soap operas, os personagens Luke e Laura, comemoraram seu casamento em 1981 e em 2006 celebraram as bodas de prata.
  • Nas soap operas, também pode-se ver alguns personagem que começam como crianças e vão crescendo no decorrer da trama, como o caso de Kimberly McCullough, que foi Robin Scorpio em General Hospital desde que era uma garotinha.
  • É relativamente comum nas soap operas um personagem morrer aparentemente, em um acidente, por exemplo, que nunca se encontra o corpo, para reaparecer anos depois.
  • Também é comum que um personagem seja recast, ou seja, atribuído a um novo ator ou atriz, devido ao fato de que os contratos com os atores não podem ser de acordo com a duração da soap opera, porque elas não terminam. Nas telenovelas é muito raro que um personagem mude de ator ou atriz, quando isso ocorre é devido a alguma situação desafortunada como enfermidade ou morte do ator ou da atriz. Nas soap operas, quando um ator não quer renovar o contrato, é necessário eliminar o personagem ou trocar o ator que o personifica.
  • Assim como as telenovelas repetem algumas histórias clássicas uma vez ou outra, como A Cinderela ou Romeu e Julieta, as soap operas também o fazem após um determinado tempo, mas reciclam histórias de assassinato e seu respectivo julgamento, onde se descobre o verdadeiro culpado; de vícios em álcool e droga; de enfermidades que parecem incuráveis; ou de acidentes que mudam a personalidade de um dos personagens.
  • Diferentemente da maioria das telenovelas, nas soap operas se celebram as festividades como Natal, Ano novo e Ação de graças neste mesmo dia. Nesse sentido, estão fortemente engrenadas com a cultura que as produz e não são destinadas à exportação. As soap operas dos Estados Unidos, por exemplo, refletem as normas culturais deste país e essa é uma das razões pelas quais o norte-americano as vê como mais realistas que as telenovelas.
  • Quando alguém acompanha uma soap opera por um determinado período, é testemunha das múltiplas fases que passam entre os casais. Em um lapso de três anos, um personagem pode ter dois ou três parceiros pelos quais se apaixonou profundamente e com quem manteve uma fogosa relação. Isso não ocorre com tanta frequência nas telenovelas, já que são mais curtas e pode-se deduzir seu final.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mulheres assassinas - Sandra, sedutora


DATA
05/08/10

HORÁRIO
22h45

CANAL
Rede CNT

COM
Itatí Cantoral, David Ostrosky, Lisardo, Alejandro Ávila e Abraham Ramos

RESUMO
A história começa em San Luis de la Paz, uma humilde localidade mexicana. Luisa Sandra Arvide, conhecida como Wicha, é uma bela jovem sedutora, a quem a natureza presentou com curvas sensuais, lábios atrativos e um olhar conquistador. Ela reside nessa localidade com Matias, seu marido, muito mais velho que ela, e dono de um pequeno bar.

Os sonhos de Sandra vão muito além do que o povoado onde vive pode oferecer e logo, ela começa a descobrir que os homens sentem uma forte atração por ela. Diante dessa descoberta, ela passa a usar o sexo como a maneira ideal de poder realizar os seus sonhos.

Certo dia, Valdívia, um importante empresário, oferece a Matias a oportunidade de se deslocar com seu negócio até Guadalajara e tornar-se seu sócio, mas este não aceita.

Sandra, farta dos maltratos de seu marido, decide acabar com seus problemas de uma maneira que mais tarde lhe causará arrependimento. Seu pai sempre dizia que ela era uma princesa e ela, querendo ser tratada como tal por seu marido, que não o fazia, decide matá-lo dando-lhe, em uma tequila, umas gotas do remédio para o coração que seu pai tomava. Devido aos efeitos do remédio, o marido de Sandra acaba morrendo de parada cardíaca.

Sem levantar suspeitas, a malvada assassina se muda para Guadalajara em busca de um futuro melhor. Uma vez aí, se reencontra com Valdívia, a quem seduz e com quem se casa. Ela passa a viver numa bela mansão com todo o conforto, só que exagera nos gastos e o novo marido a repreende por isto. Ela diz a ele que está fazendo jus às suas promessas de que viveria como uma rainha. Pela segunda vez a história se repete: ela não é feliz e envenena o rico empresário.

Dias depois, Sandra conhece Fermín Castaño, um espanhol recém divorciado que se dedica ao setor imobiliário. Fiel a seus estilo, Sandra o namora e termina levando-o ao altar. Só que este homem é envolto por inúmeros compromissos e ela acaba se sentido abandonada na maior parte do tempo.

Meses depois, Julián, irmão de Fermín, chega da Europa. Sandra tem uma aventura com ele e trata de conquistá-lo. Só que agora, também precisa se livrar do terceiro marido e o faz sem pensar duas vezes.

Entretanto, nesta ocasião a vida da jovem muda radicalmente. Fermín, que nunca havia confiado nela, recorre ao DIEM para esclarecer a morte de seu irmão, pedindo uma nova autópsia do cadáver, quando então descobrem que a causa da morte foi uma substância que causa um ataque fulminante do coração.

Essa trajetória teve início com a morte do próprio pai, que ela causou acidentalmente e, relembrando o medicamento usado, passou a utilizá-lo em suas vítimas. Encurralada, Sandra confessa seus delitos e é condenada a 120 anos de prisão.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Telenovelas chilenas: Surpreendentes, porém desconhecidas


O termo teleserie, utilizado para denominar as telenovelas no Chile, pode parecer estranho, e provavalmente poucos brasileiros tenham visto uma delas, ou até mesmo, muitos ignoram sua existência.

Atualmente, a TV Brasil exibe Karkú, uma série infanto-juvenil, criada por José Francisco García e Onell López Campos em 2006, e exibida originalmente em 2007 pela Televisión Nacional de Chile (TVN). A série, que já foi emitida em mais 140 países, virou fenômeno no Chile e já fez sucesso também no Brasil, onde começou a ser exibida pelo canal a cabo Nickelodeon em 2008. Como podemos ver, produções chilenas são excassas em nosso país.

O Chile começou a produzir teleteatros em meados dos anos 60, um pouco mais tarde que o México, quase simultaneamente que Venezuela e o Peru, e bem antes que a Colômbia. Hoje em dia, as telenovelas dos países mencionados atravessam o mercado latino, ao contrário da chilena que tem ficado para trás com seus esforços para se exportar quase nulos.

As razões para a pouca exportação são variadas e confusas. Existe o mito dos modismos: pensa-se que o público internacional não compreenderá as tramas chilenas, como se as produções de outros países não tivessem obrigado aos espectadores desde o Alasca até a Patagônia, a se acostumarem com outro vocabulário. Lamentavelmente, os encarregados de produzir telenovelas têm preferido concentrar-se no mercado local, o que se traduz em poucas produções e em pouca concorrência.

Nos anos 80, a teleserie chilena decidiu por seguir o modelo brasileiro: buscou diálogos realistas e aumentou a proliferação de subtramas com sólidos personagens secundários. Distanciando-se do dramalhão tradicional, a telenovela chilena optou pela primazia do humor sobre o pranto.

Porém no Chile, sempre existiu no mundo da televisão um certo resguardo, um tipo de auto-censura por parte dos produtores das teleseries. Devido a uma série de temas tabus, a maioria relacionados ao sexo, a telenovela chilena decidiu por fazer com que o romance não se tornasse o eixo central de suas tramas.

Em meados da década de 90, estabeleceram-se dois estilos de telenovelas no Chile. O do Canal 13, que preferia a comédia da maneira mais sofisticada e light, além de ter adotado a moda das tramas juvenis, com histórias relacionadas aos adolescentes, como Adrenalina, de 1996. Apesar desta onda, fez-se um drama representativo: Fuera de control, de 1999, uma história obscura de vingança, onde no final não se sabia quem eram os bons e quem eram os vilões.

A TVN, por sua vez, apostou no trabalho de dois diretores, Vicente Sabatini e María Eugenia Rencoret, que passaram a dividir a produção anual de teleseries. Rencoret utilizou-se de várias temáticas e estilos, desde dramas rurais até mistérios em pequenas comunidades. Amores de mercado, de 2000, foi uma das telenovelas de maior sucesso da televisão chilena, e foi ambientada em Santiago, principalmente na região do Mercado Central.

Com esta telenovela, Rencoret pôde, finalmente, chegar ao nível de Vicente Sabatini, que até então havia sido rei absoluto da área dramática da TVN, posto que havia alcançado, principalmente, por adaptações de roteiros brasileiros, como Estúpido cupido e O bem amado.

Sabatini demonstrou sua versatilidade ao apresentar a vida dos ciganos em Romané, de 2000, onde tratava o atrevido tema de um romance entre uma cigana e um sacerdote católico. Os protagonistas desta história foram Francisco Reyes e Claudia Di Girolamo. O casal já havia protagonizado outras telenovelas de Sabatini, mas Romané os tornou os adorados da televisão chilena.

Todas as teleseries mencionadas estão a altura das telenovelas mexicanas, brasileiras e colombianas contemporâneas e merecem ser exportadas para dar aos amantes do gênero uma nova visão de que se pode fazer com um bom roteiro, um bom elenco e um pouco de sabor chileno.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os clichês de telenovelas


O clichê pode ser definido como situações, temas, caracterizações, tipo de discursos, entre outros, que se tornaram excessivamente familiar ou de uso comum. A aparição de um clichê no discurso ou na cena indica falta de criatividade, inovação ou sinceridade por parte de um autor, que não se dá ao trabalho de formular uma ideia própria.

Por outro lado, pode haver vantagens no uso dos clichês. Na narração da história, o clichê pode estabelecer certa sintonia com a audiência, por exemplo, por meio de recursos da fala; a exposição ou descrição de uma história pode ser simplificada, facilitando, assim, o entendimento do público. Outro recurso utilizado principalmente na literatura ou na teledramaturgia é a utilização da quebra do clichê, gerando, dessa forma, uma grande surpresa.

Porém, nota-se que as tentativas de se romper com os clichês redundaram quase todas em fracasso de IBOPE. Por isto, as telenovelas repetem o mesmo esquema há décadas, somente trocando os atores de lugar e às vezes nem isto; os mesmos e manjados atores petrificam-se ao longo do tempo nos mesmos papéis, bem ao gosto conservador do público.

Veja a seguir alguns dos principais clichês utilizados nas telenovelas. Existem algumas diferenças, principalmente entre a telenovela tradicional, baseada nos folhetins latinos e a brasileira, que utiliza histórias mais contemporâneas, cabe a cada um identificar qual deles é mais comum entre os dois tipos de narração, ou mesmo se é utilizado em ambos os casos.


O triângulo amoroso: sempre está presente e quase nunca se sabe como vai terminar. Geralmente, a mocinha se apaixona por um sujeito, mas quando termina com este conhece outro tipo e, durante toda a história, vai e vem de relação em relação com os dois, que supostamente chegarão a brigar por ela, ou farão algum sacrifício por ela para que seja feliz, arriscando sua própria felicidade. Ao final da história a mocinha termina com um deles e o outro, triste, tenta iniciar uma nova vida.

A sociedade de vilãos: os malvados do conto tendem a ser algum parente, velho companheiro, ou sócio da empresa. Enfim, os vilões, que sempre estão presentes, tornam impossível a vida da sofrida protagonista. Os vilões tendem a ser ricos e poderosos, a ambição os carateriza e estes não temem em ser violentos quando necessitam. Geralmente, terminam feridos, mortos ou presos já que, no clímax da história, quando estão planejando dar a cartada final, algo com o qual não contavam surge como obstáculo impedindo sua fuga.

A vida dura: geralmente, as protagonistas são mulheres que sempre tiveram uma vida difícil. O fato é que tendem a se casar com o homem mais rico do país, já que, após lutar para viver, encontram seu príncipe encantado que a leva para uma família respeitável, dona da companhia onde trabalha o vilão da família.

Os pobres de mentirinha: nota-se de cara a falta de realismo das telenovelas, já que pobre tem telefone, celular, computador e não passa fome. O máximo que os produtores podem chegar em termos de pobreza, é exibir pobres com camisas novas rasgadas propositadamente.

Os personagens falam sozinhos: falar com as paredes não é algo tão comum, exceto nas telenovelas.

Os noivos são abandonados no altar: frequentemente somente um dois noivos chega ao altar e fica lá plantado. A possibilidade de você encontrar isto na vida real é tão grande quanto receber convite para um casamento de anão. Mas, não se preocupe, pois isto só acontece no início das tramas.

Os personagens alcoólatras: a primeira coisa que um personagem faz quando chega em casa é ir ao bar, sim, todas as casas têm um bar sortidíssimo; pegar um copo quadrado e se servir de generosas doses de uísque é muito comum. As pessoas que perfazem esta mesma rotina na vida real, acabam tendo que se internar em clínicas de recuperação de drogados.

O penúltimo capítulo: todas as resoluções das tramas ficam para o penúltimo capítulo e praticamente nenhuma delas é completamente resolvida. Aparentemente, o afã dos autores em manter os espectadores presos à telinha é maior do que os seus amores por textos bem acabados.

O último capítulo: neste acontecem todos os casamentos. Dificilmente isso acontece na vida real, pelo menos não na intensidade encontrada nas telenovelas.


Estes são os principais clichês mas existem muitos mais como: o filho perdido que é reencontrado; o cego ou paralítico que enxerga ou anda no final; os gêmeos com personalidades diferentes; o padre que sabe todas as maldades, mas não pode abrir o bico; a amnésia que castiga a protagonista; o pressentimento; os ricos que nunca trabalham; os pobres que recusam grandes fortunas; entre outros tantos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Teresa estreia no Canal de las estrellas


Hoje, 2 de agosto, às 18h00, o Canal de las Estrellas, no México, estreia Teresa, uma telenovela produzida por José Alberto Castro, com a adaptação de Ximena Suárez.

Esta será a quinta vez que roteiro original de Mimí Bechelani, será levado às telinhas, já que após a versão original, protagonizada por Maricruz Olivier e Luis Beristaín, em 1959, segui-se mais quatro adaptações: em 1965, na TV Tupi, no Brasil, protagonizada por Georgia Comide e Walmor Chagas; em 1967, protagonizada por Pituka de Foronda e Guillermo Zetina; em 1989, protagonizada por Salma Hayek e Rafael Rojas, e essa, de 2010, protagonizada por Angelique Boyer y Aarón Díaz; isso sem contar a versão cinematográfica, realizada em 1961 que novamente levou Maricruz Olivier, dessa vez às telonas, no papel de Teresa, acompanhada por grande parte do elenco original da telenovela.

Conta-se que a versão brasileira, adaptada por Walter George Durst e exibida entre 11 de janeiro a 30 de março de 1965, às 20h00, com a direção de Geraldo Vietri, foi a primeira a telenovela brasileira que deu mostras de seu poder de mistificação sobre o público, visto que quando Geórgia Gomide, ao chegar à Praça do Patriarca, centro de São Paulo, para se apresentar no programa de Luiz Ayala, locutor da rádio Tupi, foi agredida e insultada por uma telespectadora inconformada com as maldades de sua personagem. Como consequência, teve o rosto machucado e não pôde gravar o capítulo do dia seguinte.

Além de Geórgia Gomide, no papel de Teresa, que recebeu o Troféu Imprensa de melhor atriz em 1964, a versão brasileira contou com a estreia de Walmor Chagas (José Antônio) e as atuações de Luís Gustavo (Mário), Rildo Gonçalves (Heitor), Marisa Sanches (Luísa), Maria Célia Camargo (Joana), Percy Aires (Armando), Lisa Negri (Aurora), Guiomar Gonçalves (Conceição), Néa Simões (Josefina), Xisto Guzzi (Fabiano), João Monteiro (Romeu), Rita Cléos, Sérgio Galvão, entre outros.

Agora, interpretada por Angelique Boyer, em seu primeiro papel protagônico, a nova versão mexicana de Teresa contará com as atuações de Aarón Díaz, Sebastián Rulli, Ana Brenda Contreras, Cynthia Klitbo, Isabela Camil, Silvia Mariscal, Arlette Pacheco, Alejandro Ávila, Gloria Aura, Jessica Segura, entre outros.

Já se passaram vários anos desde que se criou a história, mas a vaidade e a avareza de Teresa não mudaram, nem saíram de moda, porém, agora, as ambições são diferentes e se concentram no que há de mais inovador em se tratando de tecnologia, desde o celular ao computador mais caros, além das viagens.


RESUMO

Teresa nasceu pobre e não soube aceitar essa realidade. Seus pais a apoiaram para que estudasse e se superasse, seguros de que com uma carreira sua filha melhoraria seu nível cultural e econômico. Quem também a apoiou foi Mariano, seu primeiro amor e o único homem a quem Teresa amaria, mas a seu modo.

Graças à uma bolsa de estudo, Teresa consegue terminar o ensino médio em um dos colégios mais caros do país, onde sempre foi rodeada de gente de muito dinheiro, que ignoram sua verdadeira condição financeira.

Também nesse colégio, Teresa conhece Paulo, e acredita que com ele terá seu futuro assegurado. Apesar de ser egoísta, e considerando que Mariano sempre será seu e de mais ninguém, certa de que ele também jamais poderá se apaixonar por outra, Teresa o deixa após três anos de namoro, e se deslumbra com o dinheiro de Paulo, visto que ele é um partido melhor.

Porém, no dia de sua graduação, Paulo descobre que Teresa vive em um cortiço, com seus pais e uma irmã. Ele se sente traído e enganado e, assim, decide terminar sua relação com ela, não sem antes expô-la ao ridículo diante de todos, desmascarando-a com a ajuda de Aída, outra de suas companheiras de classe. Paulo, se esquece do compromisso matrimonial do qual haviam falado e tenta torná-la somente sua amante, Teresa rejeita a proposta e ele, por despeito, torna-se namorado de Aída.

Magoada, Teresa jura que se vingará deles e que nunca mais voltará a ser pisoteada, que conseguirá tudo o que quiser, sem se importar com a forma e com o preço que terá que pagar.

Pouco tempo depois, Teresa recebe uma importante oferta de estudos e trabalho por parte de seu professor, o prestigiado advogado Arturo de la Barrera, que se oferece para cobrir todos os gastos de sua carreira em troca de que ela se dedique por completo aos estudos e que trabalhe para ele.

Teresa aceita a proposta de seu professor e começa a estudar e trabalhar para ele, além de conquistá-lo sutilmente, porém fingindo não se dar conta dos sentimentos que tem despertado nele. Ao mesmo tempo, reata sua relação com Mariano já que morre de ciúmes ao descobrir que sua amiga Aurora, uma milionária, havia se apaixonado por ele.

Apesar de Mariano se opor ao trabalho de Teresa, pensando que as intenções de seu professor não são boas, ela, como sempre, utiliza todos seus encantos para convencê-lo a fazer o que ela quiser.

Tudo parece estar caminhando perfeitamente para Teresa, até que um dia, Rosa, sua irmã mais nova, morre subitamente devido a uma enfermidade do coração. Para Teresa isso se torna um golpe muito forte que nunca deixa de atribuí-lo à falta de dinheiro. Assim, jura diante de sua irmã morta que nunca voltarão a sofrer na pobreza.

Teresa continua seus estudos, mas a relação com Mariano atravessa muitos conflitos e termina por se desgastar. Enquanto isso, ela fortalece sua relação, cada vez mais próxima, com o professor, que graças ao suposto amor de Teresa, consegue se recompor da decepção amorosa que sofreu por parte de sua ex-noiva Elizabeth, que o deixou plantado no dia de seu casamento.

Teresa, não disposta a esperar que Mariano, o amor de sua vida, construa uma carreira e junte dinheiro a longo prazo, decide que Arturo é quem mais lhe convém. Fingindo que seus pais não a amam e, inclusive a maltratam, Teresa consegue que Luisa, a irmã de Arturo a leve para morar na casa dos De la Barrera.

Vivendo aí, Teresa enlouquece de amores o professor, que deseja confessar seus sentimentos, mas se contém, pois prometeu ao pai de Teresa que esperará que ela deixe de ser sua aluna. Mais uma vez, Teresa despreza seus pais e quer se desligar deles por completo, já que somente a expõem ao ridículo.

Refugio, sua mãe, já esperava essa reação pois nunca deixou se enganar com o modo de ser de Teresa, mas Armando, seu pai, cai em uma profunda depressão, pois adorava sua filha e havia se sacrificado por ela, até ir para a prisão.

Justamente quando Teresa obtém seu novo título, e conta com relações suficientes para exercê-lo, desejando se casar com Mariano, termina com ele para aceitar Arturo que trata de impulsionar sua carreira e levá-la a Europa para uma temporada, para resolver uns assuntos internacionais que a trarão mais prestígio.

Quando está pronta para aceitar a proposta de Arturo, Teresa conhece Fernando, o pretendente de Luisa, um jovem rapaz, bonito e multimilionário, descendente de uma nobre família e com a possibilidade de levá-la a um mundo ainda mais sofisticado.

Assim, mais uma vez, Teresa decide desprezar Arturo e conquistar ao noivo de sua melhor amiga, que tem mais dinheiro e poder. Teresa abandona a casa dos De la Barrera e faz com que Fernando acredite que Arturo havia tentado violá-la e, por fim, consegue conquistá-lo, torna-se sua namorada, mas continua amando Mariano, decidida a não deixar que Aurora se aproxime dele.



ELENCO

Angelique Boyer: Teresa

Aarón Díaz: Mariano

Sebastián Rulli: Arturo

Ana Brenda Contreras: Aurora

Margarita Magaña: Aída

Alejandro Nones: Paulo

Silvia Mariscal: Refugio

Juan Carlos Colombo: Armando

Cynthia Klitbo: Juana

Fernanda Castillo: Luisa

Manuel Landeta: Rubén

Dobrina Cristeva: Mayra

Felicia Mercado: Genoveva

Fabiola Campomanes: Esperanza

Juan Diego Covarrubias: Julio

Juan Sahagún: Ramón

Óscar Bonfiglio: Héctor

Daniela Torres: Vera


A seguir, algumas fotos do elenco em sua apresentação oficial realizada dia 29 de julho, ao som de Gloria Trevi, interpretando Esa Hembra es Mala, tema de abertura da telenovela.

domingo, 1 de agosto de 2010

TV Brasil apresenta A oitava cor do arco-íris

A TV Brasil exibe neste domingo, 1° de agosto, o filme brasileiro A oitava cor do arco-íris, de Amauri Tangará. O longa-metragem tem grande importância para o cinema de Mato Grosso, pois trata-se do primeiro filme do estado do centro-oeste brasileiro. Seus produtores, perseverantes, começaram a rodá-lo em 2002, com 150 mil reais. A verba não foi suficiente e as filmagens foram paralisadas. Só em 2003, com o apoio da lei de incentivo à cultura, os trabalhos puderam ser concluídos. A finalização, sob as asas do Ministério da Cultura, só aconteceu em janeiro de 2004.

A história de A oitava cor do arco-íris, contada em 80 minutos, inicia-se na pequena Vila de Nossa Senhora da Guia, no interior do Mato Grosso do Sul, a 30 quilômetros de Cuiabá. Lá vive Joãozinho (Diego Borges), um menino criado pela avó Didinha depois que seu pai desapareceu num garimpo, na região de Poconé, e sua mãe virou prostituta, em um bordel de Várzea Grande. Adoentada e sem poder andar, a velha sustenta o neto com a mísera aposentadoria que recebe e o leite de uma cabrita de estimação, Mocinha.

Uma noite, Joãozinho desperta com as orações de sua avó pedindo a Deus que a leve, pois não suporta mais as dores que sente e a falta de condições para comprar remédios que a aliviem seu sofrimento. Ao ouvir isso, o menino toma uma importante decisão: vender Mocinha, o único animal de estimação que possui e, com o dinheiro, comprar os remédios que sua avó necessita.

Clandestinamente ele leva a cabrita para a capital, sem conhecer nada nem ninguém. Ali descobre o lado duro de uma cidade grande, que contrasta com sua ingenuidade de menino nascido e criado no bucolismo saudável de uma pequena vila. Joãozinho, em suas aventuras urbanas na capital mato-grossense, lida com os mais variados tipos de situações e de pessoas: uns lhe são benevolentes, alguns o desprezam e outros lhe fazem crueldades.

Ninguém quer Mocinha e Joãozinho se desespera, tendo visões com a avó doente. Ele continua sua saga comercial até que uma simpática família decide ficar com o animal. O comprador prende Mocinha em seu quintal e sai para passear com a família. Neste momento Joãozinho descobre o verdadeiro valor de Mocinha: incalculável.

A história tem bom coração e seus criadores aproveitaram o tema para explorar a arquitetura de Cuiabá, seus pontos turísticos e mostrar como o povo pode ser acolhedor. No entanto, a ingenuidade de menino não é páreo para o lado amargo da metrópole, que prova ser um desafio muito maior do que ele poderia enfrentar sozinho.

A oitava cor do arco-íris é um filme melodramático em alguns momentos, como na linha musical condescendente que sempre acompanha o garoto Joãozinho. O filme é bem realizado e esquemático, utiliza uma trilha sonora mais caipira para os cenários rurais e o rock and roll de guitarras distorcidas para o ambiente urbano. A interpretação dos atores, todos desconhecidos, é meio dura, meio decorada, meio teatral, porém, simpática.

Segundo Tangará, Nossa Senhora da Guia foi escolhida como parte do cenário para caracterizar bem o sentimento de solidariedade, típico do brasileiro. Hoje muito empobrecida, a vila foi a única via de ligação entre a capital e o norte do Estado de Mato Grosso. Atualmente, seu patrimônio histórico é representado por meia dúzias de casarões estilo colonial, uma capela centenária e uma ponte de ferro, fabricada na Inglaterra e montada, na década de 1920, sobre rio Bandeira, um dos afluentes do Cuiabá. Recuperada há pouco mais de 10 anos, essa ponte é a sua única atração turística. O que há de mais encantador por lá é sua gente pacata e simples, mas que preserva os ritmos e o linguajar dos tempos antigos.

O interessante é que a realidade da vida e do mundo é representada da maneira mais abrangente, por isso, mais realista: inclui a bondade, a maldade e a indiferença. Amauri Tangará, que também assina o roteiro, revela-se bem maduro nessa visão, o que põe no chinelo filmes e obras literárias que defendem a visão mais pessimista da realidade, mostrando apenas os seus aspectos mais negativos, e ainda pretendem ser realistas.

Para muitas cabeças modernas e sofisticadas, o filme pode ser algo detestável ou simplesmente desprezível, não-concorrente para que se dê valor sério a uma obra. Mas as inteligências desarmadas e as sensibilidades sem malícia saberão apreciar a obra de Tangará.

A produção tem o seu valor: não apresenta a cor local moderna, com ênfase contundente na miséria e na violência, mas embeleza-se da cor local tradicional. Apesar dos seus defeitos, se cada estado produzisse um longa por ano, o cinema brasileiro atingiria outro patamar.

Corações feridos inicia gravações


Após a Televisa produzir o remake de A mentira, intitulado Cuando me enamoro… se detiene el tiempo, é a vez do SBT realizar sua própria versão, a chamada Corações feridos, em parceria com a rede mexicana.

Nesta segunda, 02 de agosto, o início da produção será marcado com a cena de uma festa no cenário de uma mansão fictícia. Além dessa, estão previstas, ao longo da semana, tomadas nas cidades de Cabreúva e Quadra, no interior do estado de São Paulo.

Ao contrário de outras produções recentemente realizadas, a marca desta será a economia nos gastos: além de menor, a trama tem orçamento enxuto: 90% de seu elenco é composto por atores desconhecidos, e será toda gravada em estúdio, nada de cidade cenográfica, pois deverá ter algumas cenas na cidade de Tatuí, interior de São Paulo, numa fazenda de café.

Outra medida para conter despesas na produção é a escalação de atores que residam em São Paulo, para evitar arcar com ponte aérea e hotel durante as gravações. Será uma obra fechada, com número restrito de personagens, priorizando o indispensável. Tudo está dentro de um planejamento já definido pela casa.

Para começar, serão 100 capítulos pré-estabelecidos e, com lançamento previsto para novembro, a telenovela pode estrear totalmente gravada. Como uma telenovela de 200 capítulos leva em média seis meses de gravações, é fato que, quando estrear, Corações feridos já estará praticamente fechada.

Substituindo Canavial de paixões, que será exibida após o término de Uma rosa com amor, possivelmente a nova trama ocupará a faixa das 20h00 na grade de programação da emissora.

Adaptada por Iris Abravanel, e dirigida por Del Rangel, Corações feridos terá em seu elenco Patrícia Barros, Cynthia Falabella, Flávio Tolezani, Paulo Zulu, Antônio Abujamra, Jacqueline Dalabona, Elaine Mickel, Bruno Giordano, Paulo Coronato, Ronaldo Oliva, Iara Jamr, Elisabeth Hartmann, Victor Pecoraro, Patrícia Salvador, Lívia Andrade, entre outros.

Clássicos internacionais e suas versões à mexicana

No mundo das telenovelas não existem fórmulas nem garantias para que um produto que se apresente ao espectador tenha êxito. No entanto, alguns produtores se propuseram a fazer telenovelas que no passado foram bem aceitas pelo público, pelo que hoje em dia vivemos na era do famoso remake.

Talvez isto se deva à falta de escritores no México ou talvez à pouca oportunidade que eles têm; o certo é que, desde 1960, várias das histórias que os mexicanos veem em sua televisão são importadas de países como Venezuela, Colômbia, Argentina ou até mesmo do Brasil.

Em 1969, na Argentina, realiza-se pela primeira vez Muchachita italiana viene a casarse, com Alejandra de Paisano e Rodolfo Ranni. Em 1971, este hit chega ao México com Angélica María, junto a Ricardo Blume. Em 1987, o êxito se repete com as participações de Victoria Ruffo e Juan Ferrrara, outra vez com um resultado satisfatório, em Victoria.

À Argentina deve-se também uma das histórias mais extensas e vistas pelos espectadores: El amor tiene cara de mujer, que, primeiramente viu a luz na cidade dos ches em 1964 e durou oito anos. No México, realizou-se em três ocasiões: a primeira em 1971, com a participação de Silvia Derbez, Irma Lozano, Irán Eory e Lucy Gallardo; a segunda, que levou o nome de Principessa e foi protagonizada por Irán Eory, Angélica Aragón e Cecilia Camacho, em 1984; e a terceira, que foi uma co-produção da Televisa com a Argentina e que retomou o nome original com atrizes de ambas nacionalidades: Laura Flores, Thelma Biral, Laura Novoa, Marisel Antonione e Marita Ballesteros.

O clássico venezuelano de 1972, La usurpadora, chegou ao México com o nome de El hogar de yo robé, protagonizado pela atriz Angélica María no ano de 1981, para depois receber uma nova versão em 1998 com seu nome original e com um elenco encabeçado por Gabriela Spanic e Fernando Colunga. O interessante desta última é que a protagonista veio do país em que se originou a história.

Também em 1972, novamente a Venezuela volta a dar o que falar com Esmeralda, interpretada por Lupita Ferrer junto de José Berdina. Em 1984, o país retoma a história com o nome de Topacio (Topázio), com Grecia Colmenares e Víctor Cámara. Foi em 1997, quando o produtor Salvador Mejía fez sua versão de Esmeralda, desta vez, protagonizada por Leticia Calderón e Fernando Colunga.

Em 1974, os mexicanos produzem Mundo de juguete, uma história argentina, produzida originalmente em 1962, com este mesmo nome. Antes dos mexicanos, ainda a Argentina voltaria a reproduzir a história, em 1973, com o nome de Papá corazón; o Peru também realiza sua versão neste mesmo ano. Já em 1976, é a vez do Brasil produzir Papai coração, pela TV Tupi; novamente em 1986, seu país de origem, a Argentina, volta com a mesma história, dessa nomeada Mundo de muñeca. Em 1990, é a vez da Venezuela realizar uma minissérie com 38 capítulos baseada no roteiro, chamando-a de Muñeca. Novamente no ano de 2000, os mexicanos reproduzem a história, agora, intitulada Carita de ángel (Carinha de anjo), com as participações de Daniela Aedo, Miguel de León e Lissete Morelos, se tornando um verdadeiro hit entre as crianças.

O clássico Colorina nasceu no Chile em 1977 e foi todo um êxito. Em 1980, o sucesso se repete no México, agora, protagonizado por Lucía Méndez e Enrique Álvarez Félix. Em 2001, o produtor Juan Osorio retoma o roteiro para fazer sua versão que recebe o nome de Salomé, tendo como protagonistas Edith González e Guy Ecker, no entanto a audiência não foi tão favorecida quanto se esperava.

Em 1965, o Brasil estreia A indomável, que chega ao México em sua versão local em 1987. Com o nome de La indomable, contou com as participações de Leticia Calderón e Arturo Peniche e foi um grande sucesso, tornando-se uma das telenovelas mais queridas pelo público mexicano. Em 1999, o produtor Nicandro Díaz a reapresenta com o nome de Alma rebelde e foi um tremendo fracasso.

Ainda da Argentina se trouxe a terna história de Carrusel (Carrossel), que viu a luz em 1965 na Argentina, com o nome original de Jacinta Pichimahuida. Foi tão boa que no ano de 1975 repetiram a dose com o nome de La maestra que no se olvida. Devido à candidez da temática faz-se novamente um remake em 1983, com o nome de Señorita maestra. Os produtores mexicanos puseram os olhos na história e, em 1989, a realizaram com o nome de Carrusel (Carrossel), onde participaram Gabriela Rivero, Ludwika Paleta e Armando Calvo. Novamente em 2002, a história se repete, e, desta vez leva o nome de Vivan los niños (Viva às crianças - Carrosel 2), com Andrea Legarreta e Eduardo Capetillo.