domingo, 15 de agosto de 2010

TV Brasil apresenta Las horas del día

A TV Brasil apresenta neste domingo, 15 de agosto, às 23h00, o filme espanhol Las horas del día. Considerado pela crítica o mais inquietante filme espanhol dos últimos tempos, o primeiro longa do diretor Jaime Rosales é um retrato do comportamento de um homem medíocre, cuja única particularidade é matar.

Gravado em 2003, com roteiro de Jaime Rosales e Enric Rufas, Las horas del día, conta, em 110 minutos, a história de Abel (Alex Brendemühl), um jovem comum, bem integrado na sociedade, que vive uma rotina entediante em uma pequena cidade nos arredores de Barcelona.

Sua vida gira em torno de seu pequeno negócio de família, uma loja de roupas, da casa de sua mãe (María Antonia Martínez) que o ignora, à casa da namorada Tere (Ágata Roca), que já não aguenta sua apatia, e da banca de jornal da esquina aos bares e cafés da vizinhança.

São sempre os mesmos problemas, os mesmos rostos e as mesmas conversas. No entanto, em sua calma exterior, algo, inexplicavelmente, muda e ele se transforma em um assassino serial.

Em 1998, um artigo sobre assassinos seriais publicado no The Times caiu nas mãos de Jaime Rosales. Nesse artigo, vários especialistas relatavam diferentes teorias sobre o fenômeno dos assassinos em série nas sociedade ocidentais ao longo do século vinte.

Como todos os casos eram diferentes, os especialistas não chegaram a um acordo sobre as causas nem os motivos, mas em uma coisa muitos coincidiam: a maioria dos assassinos eram pessoas normais, pessoas tão normais aos olhos dos demais que parecia inconcebível que poderiam ser capazes de realizar crimes monstruosos.

Se perguntando o que é ser uma pessoa normal e o que existe por trás de alguém que se levanta, vai ao trabalho, come, sorri, sofre e volta a se levantar no dia seguinte como qualquer outro vizinho do bairro, Jaime Rosales e Enric Rufas tiveram a ideia de escrever um roteiro diferente, um filme que mostrasse uma vida tal como ela é, mas com todas suas contradições: a vida de um homem normal, que às vezes mata. Uma vida carregada de conflitos cotidianos e sem importância, pequenos conflitos econômicos, amorosos, de convivência, encontros e desencontros motivados pelo azar e pelo destino.

Assim nasceu o roteiro de Las horas del día, um filme distinto no panorama do cinema espanhol. Sendo profundamente realista não julga ou condena seu personagem central. Não há bons nem maus nessa história atroz, não há intriga nem investigação, não há psicologia, nem explicações. Há um boa dose de cinema em estado puro, para amantes de filmes extremos.

No ano de seu lançamento, Las horas del día recebeu o prêmio Fipresci, concedido pelo Sindicato Francês da Crítica de Cinema, paralelamente ao Festival de Cannes. A partir de então, o filme de Rosales foi indicado a Melhor filme europeu Discovery, na Academia Europeia de Cinema; recebeu o prêmio de Melhor diretor no Festival Opera Prima de Tudela, na Espanha; além de duas nomeações para os Prêmios Goya de Melhor diretor e Melhor roteiro original.
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