domingo, 24 de outubro de 2010

Fotos da telenovela Camaleões

 

sábado, 23 de outubro de 2010

As tontas não vão ao céu


NOME ORIGINAL
Las tontas no van al cielo

ESCRITORES
Enrique Torres e Miguel Vela

PRODUTORA
Rosy Ocampo

PAÍS DE ORIGEM
México

NÚMERO DE EPISÓDIOS
135

ANO DE GRAVAÇÃO
2008

ANO DE ESTREIA NO BRASIL
2010

EMISSORA
SBT

TEMA DE ABERTURA
Esto es lo que soy

INTÉRPRETE
Jesse & Joy

Un segundo en esta vida puede cambiar tu rumbo,
cortar tus alas para lentamente bajar tu mundo,
mandar ese disfraz que para nada te va al limbo,
perder el miedo para nuevamente tratar juntos.

Nunca es tarde para comenzar,
no tengas miedo de volver amar…

Lo que quiero es un amor
que sepa que no soy alfombra ni escalón,
continuidad y convicción.

Quiero un amor que sepa lo que soy,
que tenga un corazón, entrañas y pudor,
eso es lo que soy…

Los corazones tontos nunca podrán llegar al cielo,
aún tengo la esperanza de volver a escuchar te quiero.

Nunca es tarde para comenzar,
no tengo miedo de volver amar…
Lo que quiero es un amor
que sepa que no soy alfombra ni escalón,
continuidad y convicción.

Quiero un amor que sepa lo que soy,
que tenga un corazón, entrañas y pudor,
eso es lo que soy…

No soy alfombra ni escalón, esto es lo que soy.


ELENCO

Jacqueline Bracamontes: Cândida Moraes Alcalde “Candy”

Jaime Camil: Santiago López Carmona

Valentino Lanús: Patrício Molina Lizárraga

Sabine Moussier: Marisa Córdova

Fabiola Campomanes: Alice Moraes Alcalde

Karla Álvarez: Paulina López Carmona

Violeta Isfel: Lúcia López Carmona

Eleazar Gómez: Charles Moraes

Robin Vega: Salvador Molina Lizárraga “Vavá”

Diego Ramírez: Alberto Molina Lizárraga “Beto”

Mariana Lodoza: Rosa López Carmona “Rosinha”

Mario Casillas: Clemente Moraes

Ana Bertha Espín: Gregória Alcalde de Moraes

Manuel Ibáñez: Manuel Moraes “Manu”

Arlette Pacheco: Laura de Moraes

Julio Alemán: Artur Molina Lizárraga

Rosangela Balbo: Margarida de Molina Lizárraga

Silvia Mariscal: Isabel de López Carmona

Mauricio Herrera: Jaime Martínez

Alejandro Ibarra: Eduardo

Jacqueline García: Sheila

Andrea Torre: Soledade

Carlos de la Mota: Raul

Luis Manuel Ávila: Samuca

Reynaldo Rossano: Antonio “Tonho”

Christina Pastor: Lourdes “Lulú”

Julio Vega: Donato

Lilí Brillanti: Tina

Raquel Garza: Hortênsia

Gabriela Platas: Bárbara

Ginny Hoffman: Cecília

Eric Guecha: Carlo

Carlos Girón: Miguel

Marco Uriel: Heitor

Rafael del Villar: Jorge

Agustín Arana: Mário

Catherine Papile: Assunção

Claudia Berninzon: Vitória

Ilean Almaguer: Aurora

Juan Peláez: Ricardo

Julian Sedgwick: Dr. Read

Milia Nader: Nora

Paco Ibáñez: Johnny

Viviana Ramos: Evangelina

Ximena Herrera: Irene

Crislainny Rios: Nyna

Juan Carlos Bonet: Gabino Lugo Estebánez

Allisson Lozz: Milena Belmonte

Laura Flores: Luciana Aranha de Belmonte


PERFIL DAS PERSONAGENS

Cândida / Candy (Jacqueline Bracamontes) – mulher espontânea, bela e impulsiva, o que a leva a armar grandes barracos. A traição de seu marido com sua irmã a decepcionou tanto que não confia mais nos homens e fechou seu coração para o amor. Está decidida a tomar o controle de sua vida. É uma sensível colunista, especializada em público feminino. Seus textos são publicados na coluna As tontas não vão ao céu.

Santiago (Jaime Camil) – Santiago é um cirurgião plástico de grande renome. Atraente, agradável e simpático. Desde o dia que é abandonado por sua mulher, passa a ter uma vida dupla. Por um lado, é um pai amoroso, mas por outro é um mulherengo que tem uma verdadeira lista de conquistas, porém se sente muito solitário. Está em busca de afeto, porto seguro e amor.

Patrício (Valentino Lanús) – Patrício é amável, precavido e muito arrogante com aqueles que julga inferiores. A humilhação por ter sido abandonado por Candy, a quem realmente ama, foi um duro golpe para a sua autoestima, e a notícia de sua morte o encheu de culpa. Ama seu trabalho, porém é insatisfeito.

Marisa (Sabine Moussier) - noiva de Santiago. É uma mulher vaidosa, insensível, calculista e fria. É refinada e elegante, foi educada nos melhores colégios. Sempre quer ser o centro das atenções e seu noivado com Santiago ajuda a atingir esse objetivo. Sabe que Santiago é excelente partido e quer casar o mais rápido possível com ele.

Alice (Fabiola Campomanes) – é a irmã mais velha de Candy. Sofreu um acidente que interrompeu sua carreira de bailarina. É uma mulher insensível, imoral e calculista, que usa os outros para benefício próprio, sobretudo Patrício, o mais manipulado por seus encantos. Vaidosa, como é, cuidar do corpo é muito importante para ela.

Manuel (Manuel “Flaco” Ibáñez) - é o tio de Candy, um homem simpático, maduro e muito sensível, que vive sozinho. Sua esposa e a família deram-lhe as costas quando confessou ser homossexual, por acharem que perdeu seu juízo. Gosta muito de Candy e dá a ela todo o seu apoio, recebendo dela sua confiança.

Gregória (Ana Bertha Espín) - mãe de Candy. Rancorosa e possessiva, invejosa e manipuladora. Culpa Candy pela morte do marido, que não suportou perder a filha. Alice é sua filha favorita e sua única esperança para ter netos.

Artur (Julio Alemán) - pai de Patrício. É um homem autoritário que gosta de explorar os outros, começando por sua mulher. Comanda a família como sua empresa, dá ordens e abusa do poder. É um alcoólatra sem recuperação.

Margarida (Rosangela Balbó) - mãe de Patrício. Foge da realidade e finge ser feliz para os amigos, escondendo a dor de ser casada com um alcoólatra que a despreza e é infiel. Tem medo de parecer velha e recorre à cirurgia plástica. Se importa muito com o que os outros dizem.

Raul (Carlos de la Mota) - é um bom homem. Sente-se solitário, pois a morte de sua esposa deixou-lhe com muito ressentimento. Para ele, as mulheres são objetos levianos. Não mantém uma relação por medo de voltar a perder a mulher amada. Acha que tem a obrigação de cuidar de sua irmã Marisa.

Eduardo (Alejandro Ibarra) - amigo íntimo de Santiago, de quem conhece todos os seus segredos. É seu anestesista nas cirurgias e passam juntos a maior parte do tempo. Eduardo é imaturo para compromissos sérios e um irresponsável que não pensa na consequência de seus atos. Não quer desrespeitar sua esposa Sheila, porém leva uma vida de solteiro e não abre mão de sair com outras mulheres.

Sheila (Jacqueline García) - é uma mulher sonhadora, de sorriso contagioso e alegre, que ajuda os outros sem exigir algo em troca; tem bom coração. A princípio não dúvida de Eduardo, e este dá a última palavra. Sheila não é tonta, mas está muito apaixonada. Seu contato com Candy faz com que tenha necessidade de cuidar de si mesma e descobrir quem realmente é.

Isabel (Silvia Mariscal) - mãe de Santiago. É distraída, simpática e um pouco tonta; uma hippie que resiste ao tempo. Seus ideais seguem intactos desde a década de 70. É uma mulher mágica, mais que uma mulher trágica. É viúva e ama profundamente sua família, cuidando de suas netas de uma maneira muito especial. Aos 60 anos, Isabel conhece Jaime e terá um novo encontro com o amor.

Jaime (Mauricio Herrera) - é um artista, um homem sensível e muito afetuoso, que se emociona com facilidade. É viúvo, com filhos adultos e casados. Vive bem com a renda de suas aplicações no banco, mas trabalha como pianista em um bar, no lobby de um hotel. Isabel é o seu amor da vez.

Soledade (Andrea Torre) - é a melhor amiga de Candy. Mãe de Beto. Soledade foi funcionária na empresa de Patrício e teve uma relação com seu chefe. Ainda que essa relação tenha durado apenas três meses, ficou grávida. Como ela sente que “não nasceu para trabalhar como uma burra”, decide enfrentar o pai de seu filho para reclamar o suficiente para viver sem necessidades. Mora em um apartamento modesto. Enquanto Candy luta para ser uma mulher independente, Soledade busca o homem que a sustente e não a obrigue a trabalhar. 

Bárbara (Gabriela Platas) - é uma mulher muito liberal. Na realidade, ela mesma pretende ser a imagem da mulher liberta. Se divorciou duas vezes e conseguiu arrancar muito dinheiro de seus ex-maridos. Bárbara é psicóloga e trabalhará com Candy no instituto. Não tem papas na língua quando fala. É daquelas que falam diretamente e de frente. É extremamente sincera. 

Cecília (Ginny Hoffman) - é a assistente de Candy e nutricionista no instituto. É uma mulher muito independente, trabalhadora e muito capaz. Seu comportamento é delicado e sutil. É divorciada. Cecília será capaz de fazer tudo por Candy, porque sente algo especial por ela, que é sua chefe e amiga. Cecilia aprenderá, com o tempo, a aceitar sua solidão e se encontrar consigo mesma. É uma pessoa fiel, com muita energia e absolutamente leal a Candy. 

Samuca (Luis Manuel Ávila) - é o típico machista que se apaixona por todas e que se casaria com todas se não fosse por um detalhe: prometeu a sua mãe ficar solteiro para cuidar dela a vida inteira. Trabalha de garçom no restaurante de Manuel e é um dos integrantes do dueto que anima o local. É muito simpático, mas muito desajeitado ao falar. Samuca é uma pessoa que vive a vida intensamente. Tem bom coração, é sensível e amigo de todos. 

Tonho (Reynaldo Rossano) - é o contrário de Samuca. Ingênuo e tímido ao extremo com as mulheres. Recorre a Samuca cada vez que precisa de um conselho para conquistar uma mulher. O relacionamento Samuca - Tonho é algo parecido a relação de um mestre com seu discípulo. Quando Samuca fala, Tonho escuta com atenção. É o companheiro de aventuras de Samuca e juntos sonham ganhar uma fortuna em algum dos grandes negócios que imaginam, os quais inventam na esperança de saírem da pobreza. 


INTRODUÇÃO

Em abril de 2010, após dois anos sem exibir telenovelas da Televisa, devido ao rompimento de contrato, o SBT resolveu retomar os folhetins mexicanos com As tontas não vão céu, uma trama que foi ao ar no México em 2008, e desde o início foi um grande sucesso por lá, rompendo a barreira dos 30 pontos na faixa das 20h00. Com o decorrer dos capítulos caiu e se estabilizou nos 22 pontos, marca considerada muito boa para a Televisa. Já no Brasil, a trama oscilou entre 4 e 6 pontos de média no Ibope, brigando diretamente com a Rede Record pela vice-liderança no horário das 16h00.


RESUMO

Candy conhece Patrício, o homem de sua vida, em sua festa de quinze anos. Os dois se tornam namorados e Patrício passa a ser a razão dos pensamentos de Candy, além do patrão do pai desta. Candy, muito feliz, compartilha sua felicidade com suas irmãs: Alice e Verônica. Algum tempo depois, Alice vai morar na Capital, e Verônica morre em decorrência de um erro médico durante uma cirurgia plástica para redução de abdômen.

Em seu aniversário de dezoito anos, faltando uma semana para seu sonhado casamento, Candy se entrega a Patrício pela primeira vez. Alice chega à cidade para o casamento de Candy, que lhe pede perdão por ser sentir-se responsável pelo fato da irmã haver terminado abruptamente sua carreira de bailarina já que, quando criança, Alice gostava de ballet e Candy, querendo dançar como a irmã, lhe tomou suas sapatilhas e as colocou. Alice, ao se dar conta, as tomou de volta e, quando iam discutindo, tropeçou e caiu pela escada. Desde então nunca pôde voltar a praticar a dança. Alice a perdoa ou, pelo menos, faz com que Candy acredite em seu perdão.

Paralelamente, Patrício encontra-se profundamente apaixonado por Candy, além disso, o casamento com a filha do motorista, lhe permitirá desfrutar de uma pequena vingança; vingança esta contra seu pai, que, tomado pelo alcoolismo, maltrata sua mãe.

O dia do casamento dos apaixonados se aproxima e, na despedida de solteiro do noivo, seus amigos lhe preparam um presente, dando-lhe a chave de uma suíte do hotel. Alice, que acabara de chegar à cidade, descobre a brincadeira e manipula a situação, conseguindo passar junto de Patrício sua última noite de solteiro.

Chega o dia do casamento, no qual aparece Manuel, o querido tio de Candy, que foi banido da família por ser homossexual. Manuel, que prefere não assistir a cerimônia para evitar um escândalo, deixa para a sobrinha um envelope com dinheiro, como presente.

Candy se casa com Patrício sem imaginar que sua felicidade somente durará algumas horas. Durante a festa, Patrício e Alice se dirigem ao banheiro para falar sobre a noite anterior, e Candy, ao subir para trocar os sapatos, vê ambos em um ardente beijo. Seu pai tenta acalmá-la, dizendo que Patrício é homem e que o que viu foi uma situação comum, mas Candy, inconsolável, arma um escândalo, tira o vestido de noiva na frente dos convidados e foge.

A pobre desiludida utiliza o dinheiro que recebeu do tio para ir a Capital, onde passa a morar e trabalhar com Manuel, que a ajuda a forjar sua própria morte, dizendo aos familiares de Candy que esta morreu e que foi cremada. Alguns dias depois, Candy descobre que havia engravidado de Patrício. A maternidade a transforma numa mulher mais madura e segura, que durante os próximos anos só pensa em trabalhar para criar seu filho. E, mesmo odiando os homens, no fundo sabe que precisa de alguém a seu lado embora se recuse a admitir.

Passam-se sete anos nos quais Candy se dedica a trabalhar para dar a volta por cima e criar seu pequeno Salvador, “Vavá”, fruto de seu amor com Patrício. Ela torna-se treinadora da equipe de futebol de seu filho, onde conhece Soledade, mãe de Beto, o melhor amigo de Vavá. Patrício acaba se casando com Alice, porém esta sente-se magoada devido ao fato de seu esposo não haver esquecido sua irmã.

Candy, agora mais segura e decidida, volta a ver Santiago, um atraente cirurgião plástico que assistira o desastrado casamento anos atrás. Por um lado, Santiago é um pai amoroso que cuida de sua filha abandonada por sua mãe Paulina, que preferiu seguir uma suposta carreira profissional em Nova Iorque, e por outro, é um mulherengo insaciável.

Candy e Santiago, que tem uma noiva chamada Marisa, apostam em um romance sob uma luta interna de amor e independência. Igualmente a Santiago, Raul, o irmão de Marisa, se apaixona por Candy, que somente aceita uma relação de amizade. Raul a conheceu através de Manuel, que fez com que a revista de Raul publicasse um artigo escrito por sua sobrinha. A partir de então, Candy passou a ter sua própria coluna semanal intitulada As tontas não vão ao céu. Quando a coluna começou a ter sucesso, a possibilidade de ter um lugar para trabalhar a favor das mulheres tornou-se realidade.

Sem imaginar, Santiago torna-se sua concorrência e continua com sua clínica dedicada à beleza artificial, enquanto que Candy se dedica a seu Instituto de Beleza Interior. Os confrontos são cotidianos; ela rouba pacientes de Santiago e ele se vinga boicotando o instituto de Candy. No entanto, ambos tratam de sobreviver juntos apesar dos obstáculos.

Acontece que Beto, aquele melhor amigo de Vavá, também é filho de Patrício, que, enquanto namorava Candy, a havia enganado com Soledade. Patrício também vai morar na Capital, onde descobre que Beto é seu filho. Aí começa a se relacionar com Soledade, o que provoca que cada vez mais se aproxime de Candy e Vavá, mesmo nem imaginando. Essa aproximação não agrada Alice, que começa a tirar Soledade do caminho. Por sua parte, Candy, se dá conta da relação entre Patrício e Soledade e diz a esta que Beto é irmão de Vavá.

Patrício descobre que Candy está viva, e que, sendo assim, seu casamento com ela ainda é válido, anulando aquele celebrado com Alice. Ao se dar conta que também tem um filho com Candy, quer reatar seu casamento, mas percebe que existe outro lhe arrastando as asas. Por sua parte, Alice, que não se resigna a ficar de braços cruzados, vendo seu marido deixá-la, trata de adotar uma criança, pensado que assim conseguirá prender Patrício.

Candy, após um tempo, aceita se relacionar com Patrício novamente, mas acaba com tudo depois de descobrir que está verdadeiramente apaixonada por Santiago, com quem inicia uma relação que faz Patrício sofrer inconsolável, mas que também não agrada Vavá, que desaprova a união.

Juntos, Santiago e Candy, começam a batalhar pelo amor de Vavá, que se tornara há tempos amigo de Rosa, a filha de Santiago. Mas, quando tudo parece calmaria, reaparece Paulina, a ex-esposa de Santiago, para causar tumulto. Porém, finalmente, Vavá aceita Santiago, que se casa com Candy. Patrício se resigna a ficar sem Alice, nem sua irmã, buscando outra relação para ser feliz.


COMENTÁRIOS

Em sua estreia mexicana, As tontas não vão céu já chegou causando polêmica aparecendo com o título de Las estúpidas no van al cielo, provocando, assim, o descontentamento de muitas associações de mulheres, as quais conseguiram que se mudasse o nome da telenovela. Mesmo assim, o certo é que tampouco se esforçaram muito na mudança.

Desde seu início, a telenovela saiu do convencional e do tradicional, visto que enquanto outras terminam com um casamento, esta começou assim, com uma cerimônia nupcial, porém, não feliz. Candy se casa com Patrício e, ainda na festa, flagra o marido beijando Alice, sua irmã. Mesmo apaixonada, a protagonista não permite que o homem que supostamente a ama, use-a como bem entender. “Não tenho vocação para tapete!” Grita Candy para sua mãe após descobrir que seu marido lhe foi infiel com sua própria irmã. Em seguida, a recém-casada abandona o adúltero, finge sua própria morte e foge, tentando aprender a viver e a ser mulher.

Em As tontas não vão ao céu não somente houve um ângulo vanguardista e feminista, como também várias mensagens sociais. Candy, após seu traumático encontro com a infidelidade, passou a desconfiar dos homens e buscou ajudar as mulheres, cujas vidas foram despedaçadas pelos homens. Seus esforços culminaram na criação do Instituto de Beleza Interior, que ensinou as mulheres a quererem-se a si mesmas.

Mas essa não foi a única mensagem da história. Graças a excelente caracterização de Flaco Ibáñez, seu personagem Tio Manuel, a telenovela retratou o sofrimento de um homossexual que teve a coragem de sair do armário. Além disso, tratou de temas como a AIDS, a violência contra a mulher, a bulimia, as drogas, a beleza exterior através das cirurgias plásticas, o adultério, a adoção, entre outros.

O colorido chamou à atenção, com poucas paredes brancas e figurinos neutros, mas, sim, cenários coalhados de objetos. A extravagância foi ressaltada pelos cabelos caudalosos e pela trilha sonora que sublinhou cada clima: um piano choroso para o drama e um tema descontraído para a comédia.

A dublagem brasileira alterou alguns pontos da realidade mexicana como por exemplo, o nome do time de futebol, o América, time de Santiago e Patrício foi mantido, mas o Chivas Guadalajara, o time de Candy, virou o Quinze. Porém, em algumas cenas, como as ambientadas no quarto de Vavá, era possível ver o nome Chivas em vários pontos, como por exemplo no cobertor da cama.

Outro fato interessante foi em relação ao dinheiro, que no México é o peso mexicano, que na versão brasileira foi referido como o real. E mais: as cidades não possuíam nomes, eram simplesmente “a capital” e o “interior”, dando a entender que se tratavam de Guadalajara e Cidade do México.

A atriz Sabine Moussier teve que se ausentar do meio para o final da telenovela por problemas pessoais, por isso o sumiço de Marisa, sua personagem, que viaja para o exterior com o filho e não volta mais. Em seu posto de vilã da foi escalada a atriz Karla Álvarez, a Paulina, personagem que apenas faria uma participação nos primeiros capítulos, mas que volta repentinamente para a trama principal, para atrapalhar a vida dos protagonistas Candy e Santiago.

A telenovela teve ainda algumas participações especiais como as de Laura Flores e Allisson Lozz, como Luciana e Milagres, respectivamente, que visitaram o Instituto de Beleza interior, buscando a reabilitação espiritual de Luciana. Na verdade esta foi uma fusão com outra telenovela, Al diablo con los guapos, produzida por Angelli Nesma Medina, que também se utilizou dessas cenas.

Em síntese, As tontas não vão ao céu se tratou de uma comédia ligeira, ligeiríssima. Um defeito que não pôde ser atribuído à trama foi a monotonia. Brigas, reconciliações, traições e trapaças sucederam em ritmo frenético. O chororô, porém, foi só uma escorregadela dramática numa trama que quis divertir com seus personagens caricatos, uma dupla de mariachis atrapalhados e uma gordinha encalhada.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Como se faz uma telenovela?

A HISTÓRIA

Os escritores mandam suas histórias aos departamentos ou empresas produtoras, onde são analisadas por um executivo de recursos literários ou diretamente por um produtor. Uma vez que se tem a história, os capítulos são divididos pelo pessoal da empresa, que realizam os libretos, os quais são mandados ao departamento de supervisão interna para que sejam analisados de acordo com a pauta da emissora e, posteriormente, aprovados. Os libretos, depois de aprovados, são mandados ao produtor, que finalmente escolherá a história que mais lhe convencer.


OS PRODUTORES

Os produtores mandam a história escolhida à um técnico especializado, encarregado de realizar todo o trabalho de separá-la por cenas, personagens, objetos de cenário, etc. Posteriormente, na pré-produção, faz-se a juntada dos trabalhos onde se tratam as especificações da telenovela; mandam-se cópias dos libretos aos técnicos encarregados de cada área; manda-se o orçamento aos executivos para que seja autorizado e se começa a planejar o casting da telenovela, chamando os atores escolhidos.


AS GRAVAÇÕES

A telenovela é gravada em estúdios e em locações externas, de acordo com a necessidade. Conta-se com um diretor de câmeras; um diretor de cena; um diretor de diálogos; um iluminador; uma equipe de som, figurino e maquiagem; um encarregado pelo ponto eletrônico e uma equipe de continuidade, encarregada de observar a gravação dos capítulos para que não se escape nenhum detalhe.


A PÓS-PRODUÇÃO

Os editores da produção deixam o material perfeitamente terminado em uma fita, onde realiza-se a musicalização, colocam-se as vinhetas, os efeitos, os títulos, os créditos e se faz a dublagem de algum diálogo caso tenha sido mal captado durante a gravação original.


A MERCADOTECNIA

Isto se refere à promoção da telenovela em diversos meios de comunicação, à sua apresentação e à apresentação de seu elenco à imprensa, além das entrevistas, viagens, sessões fotográficas e, em alguns casos, aos CDs e artigos referentes à telenovela.


A TRANSMISSÃO

Algumas telenovelas contam com o patrocínio de uma empresa do início ao fim de suas transmissões. Geralmente, a telenovela começa a ser gravada com antecipação à sua estreia, mas, em alguns casos, são gravadas no mesmo dia de sua transmissão. A sorte de uma telenovela é decida pela audiência, se não é agradável pode ser cortada e tirada do ar, mas, se agrada, tem a possibilidade de ser estendida ou de se gravar uma segunda parte.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mulheres assassinas 2: Júlia, cúmplice


DATA
21/10/10

HORÁRIO
22h50

CANAL
Rede CNT

COM
Angélica Vale, Angélica María, Eduardo Santamarina, Mauricio Aspe, Agustín Arana, Fátima Torre, Arturo Posada e Mariana Rountree

RESUMO
De repente o inesperado acontece e transforma toda a calmaria num cenário de puro pavor. Assim acontece na vida de Júlia Laviada e sua filha Júlia Espinoza, duas mulheres vivendo um conflito em torno de amor, paixões e ódio.

A mãe ficou viúva e a pequena Júlia cresceu ao seu lado observando as aventuras românticas da mãe. Talvez o ciúme e indiferença tenham semeado na cabeça da menina verdadeiras plantas carnívoras.

O fato é que em dado momento, a jovem Júlia passa a disputar com a mãe os amantes dessa sem um mínimo de consideração e respeito. Sendo jovem e bonita, consegue seduzir os parceiros da mãe sem muitos esforços. Até ai, a relação das duas segue entre abalos e calmarias, mas um belo dia a mãe decide ir a uma academia de ginástica e lá chama a atenção do personal trainer que se apaixona por ela.

Ainda que tenha uma idade avançada, Júlia, a mãe, é bonita, atraente, educada e bem refinada. Ela também se encanta pelos caprichos do rapaz e dá início a uma relação ardente, o que mexe de imediato com as fantasias da filha.

Elas passam a discutir e a mãe lhe pede para ter respeito e lhe deixar em paz. Só que a garota passa a cercar o sarado Marco, que tenta explicar a ela que sua relação com a mãe não é um passatempo.

Furiosa, ela arma uma maneira de que a mãe a surpreenda agarrada a Marco e a partir desse momento as coisas tomam outros rumos, ressurgindo das trevas um crime que só agora poderá ser explicado e talvez assim, se possa evitar uma nova tragédia passional.

A evolução da telenovela mexicana - Parte 6


Em meados da década de 2000, novamente as telenovelas voltaram a ocupar cerca de cinco horas e meia da programação, sendo exibido das 17h00 até às 22h30 um total de cinco telenovelas. Também nesta década, a telenovela mexicana deu lugar aos remakes ou adaptações de histórias estrangeiras, principalmente colombianas e argentinas. O resultado foi frutífero, já que, a partir de então, começaram a surgir novas revelações juvenis que puderam iniciar uma carreira de sucesso. Assim foi o caso de Jaime Camil, que estreou nas telenovelas com Mi destino eres tú, e Anahí, que obteve seu primeiro papel protagônico em Primeiro amor - A mil por hora, remake de Quinze anos.

Abraça-me muito forte foi a ganhadora do prêmio TVyNovelas de 2000, mas também estava entre outras produções importantes como Amigos para siempre; El precio de tu amor; La casa en la playa e Locura de amor, remake de Dulce desafío, protagonizada por Juan Soler e, a princípio, por Adriana Nieto, que teve problemas com a produção, abandonou a telenovela e foi substituída por Irán Castillo.

O ano de 2001 foi caracterizado por telenovelas que abordavam novos temas sociais e cotidianos, que agregavam, ainda, outros mundos fantásticos. Amigas e rivais, remake de Garotas bonitas, foi a primeira telenovela juvenil que trouxe em seu roteiro temas fortes como a AIDS, o vício em drogas, a corrupção, etc., assim como Salomé, remake de Colorina, que abordou temas como homossexualidade, cuja protagonista era uma cabareteira.

Aventuras en el tiempo desenvolveu temas fantásticos e novos cenários. Navidad sin fin foi uma produção especial, onde se narrava um conto de natal à mexicana. Manancial, protagonizada por Adela Noriega, Mauricio Islas e Daniela Romo, tornou-se a credora do prêmio TVyNovelas desse ano. Outras produções de destaque foram: Atrévete a olvidarme; A vida é um jogo; La intrusa e Maria Belém.

Em 2002, A outra arrasou com a audiência por ser Yadhira Carrillo a protagonista e a antagonista da vez, ganhando, assim, o prêmio TVyNovelas. Outras produções foram Así son ellas, que também abordou temáticas mais reais, como a AIDS, o câncer de mama, problemas como o alcoolismo, vício em drogas, gravidez e liberação feminina; Cúmplices de um resgate; No limite da paixão; Las vías del amor; Menina, amada minha e Viva às crianças - Carrossel 2.

No ano de  2003, retomaram-se as telenovelas de época, que começaram a ganhar um auge inesperado com protagonistas como Fernando Colunga e Adela Noriega em Amor real, remake de Bodas de odio, que conseguiu grande aceitação da audiência por sua cenografia, argumento e personagens, ganhando, neste ano, o prêmio de melhor telenovela. Alegrifes e rabujos; Bajo la misma piel; Amarte es mi pecado; Poucas, poucas pulgas e Mariana da noite foram outras produções que viram a luz nesse mesmo ano.

O ano de 2004 apresentou diante das câmeras uma protagonista antagônica como há muito tempo não se via, Rubi, que tornou-se o êxito do ano, sendo a ganhadora do prêmio TVyNovelas. Além desta, apresentou-se o maior fenômeno juvenil da década: Rebelde, remake de Rebelede way, que abriu as portas para novos projetos. Outras telenovelas que chegaram aos lares neste mesmo ano foram Amy, a menina da mochila azul; Apuesta por un amor; Corazones al límite; Inocente de ti; Misión SOS: Aventura y amor; Mujer de madera e Piel de otoño.

Alborada foi a melhor telenovela de 2005, ano em que Peregrina, remake da telenovela Kassandra, também chegou ao México. Outros melodramas como Contra viento y marea; El amor no tiene precio; La esposa virgen; A madrasta, terceira adaptação mexicana do êxito chileno escrito por Arturo Moya Grau; e Sonhos e caramelos também obtiveram grande reconhecimento.

Em 2006, A feia mais bela, remake de Betty, a feia, ganhou o prêmio de melhor telenovela, abrindo caminho para novas telenovelas cômicas, e Código postal, que também brindou a televisão mexicana com novos talentos juvenis. Ainda neste ano apareceram Amar sin límites; Duelo de pasiones; Feridas de amor, La verdad oculta; Las dos caras de Ana e Mundo de feras, protagonizada pela venezuelana Gaby Espino, que causou polêmica ao deixar a telenovela.

O ano de 2007 obteve grande reconhecimento e êxitos quase que instantâneos, sendo Paixão o melhor deles. Outras foram: Bajo las riendas del amor; Destilando amor, segunda versão mexicana de Café com aroma de mulher de Fernando Gaitán; Lola… érase una vez; Tormenta en el paraíso; Yo amo a Juan querendón e Muchachitas como tú, onde Ariadne Díaz teve sua estreia.

Em 2008, Alma de hierro, inspirada na argentina Son de fierro; Al diablo con los guapos; Cuidado con el ángel, baseada no romance Una muchacha llamada Milagros da escritora Delia Fiallo; En nombre del amor, remake do grande sucesso Cadenas de amargura; Fuego en la sangre, remake de Paixões ardentes, que, por sua vez esteve baseada na telenovela Las aguas mansas; Juro que te amo, nova versão de Los parientes pobres; As tontas não vão ao céu e Un gancho al corazón, adaptação da telenovela argentina Sos mi vida, tiveram altos índices de audiência e deixaram o público mexicano muito feliz.

O ano de 2009 foi caracterizado por produções de alta qualidade e grandes êxitos como Hasta que el dinero nos separe, a melhor telenovela do ano; Atrévete a soñar, remake da telenovela argentina Patito feo; Camaleões; Amanhã é para sempre, adaptação da telenovela colombiana Pura sangre; Los exitosos Pérez, baseada na argentina Los exitosos Pells; a quarta versão de Corazón salvaje, que também teve tramas de Eu compro essa mulher; Mar de amor, baseada na telenovela venezuelana María del Mar; Mi pecado e Sortilegio, adaptação da telenovela Só você.

Este ano de 2010 também tem sido o ano dos remakes, ano em que importantes histórias podem ser vistas pelas novas gerações, como o caso de Llena de amor, remake de Mi gorda bella; Niña de mi corazón, remake de Mi pequeña traviesa; Para volver a amar, adaptação da colombiana El último matrimonio feliz; Cuando me enamoro, nova versão de A mentira; Soy tu dueña, remake de La dueña; a quinta versão de Teresa; e Triunfo del amor, nova versão de O privilégio de amar. Ainda assim, Zacatillo, un lugar en tu corazón também surpreendeu, sendo uma história inédita com base na comédia.

E os remakes não param por aí, pois em 2011, novas versões de histórias já conhecidas voltarão para a televisão mexicana e de lá para o mundo, como o caso de Miss XV Ilusiones, a nova adaptação de Quinze anos; Una familia con suerte, adaptação da argentina Los Roldán; Rafaela, produzida por Nathalie Lartilleux, que será um remake da história de mesmo nome escrita por Delia Fiallo e En los tacones de Eva, nova versão da telenovela colombiana de mesmo nome.

Porém, muitos escritores e produtores garantem que trarão sim novidades para a Televisa, entre eles estão Rosy Ocampo, com La fuerza del destino, uma história original escrita por María Zaratini e Emilio Larrosa, com El segundo hogar. Além destes, outros como Luis de Llano Macedo, Lucero Suárez e Carla Estrada estão preparando histórias originais.

A evolução da telenovela mexicana - Parte 5


A princípios dos anos 90, as telenovelas começaram ser exibidas a partir das 17h00 e sua principal concorrência na televisão aberta eram os noticiários, a reprise de programas cômicos, de clipes musicais e de concursos. Às 20h00 voltava-se a fazer uma pausa para os programas humorísticos e às 21h00 começavam as telenovelas do horário nobre, que também concorriam com os noticiários, programas esportivos e humorísticos de outros canais.

Nestes anos, a concorrência foi muito parecida a dos anos 80, mas, em meados dos anos 90, as telenovelas começavam primeiramente às 16h30 e, posteriormente às 16h00, competindo com filmes norte-americanos e mexicanos antigos, programas culturais, talk shows, telenovelas estrangeiras, seriados norte-americanos e programas de concurso.

O horário das 20h00 deixava de ser destinado aos programas humorísticos e tornava-se horário para mais telenovelas. Após o horário das 21h00 até às 22h00, também dedicado as telenovelas estelares, era exibido o noticiário.

Houve dois anos em que se fez uma mudança: as telenovelas estelares eram transmitidas entre 21h00 e 22h00, já das 22h00 às 22h30, começava-se a telenovela estelar “plus”, voltando a colocar o noticiário da noite meia hora depois, como no término da década dos 80, mas depois os horários voltaram a ser os já mencionados.

Já no término dos anos 90, voltou-se a encaixar as telenovelas estelares das 21h00 às 22h30, mudança que não durou muito, pois decidiram criar uma faixa exclusiva para a comédia “Nos vemos a las 10”, onde o horário das 21h00 foi reduzido em uma única telenovela estelar de uma hora, e das 22h00 às 22h30 entrava a faixa da comédia.

Com a morte do presidente da Televisa, Emilio Azcárraga Milmo, em 1997, seu filho, Emilio Azcárraga Jean, passa a tomar o comando e a fazer novas mudanças na empresa. A guerra das emissoras já não era tão forte como foi no início dos 90, mas evidentemente continuavam competindo pela audiência.

As técnicas cinematográficas utilizadas nos anos 90 foram tomadas novamente nos anos 2000, pela produtora Lucy Orozco, para algumas cenas e promocionais de sua telenovela de época, Ramona. No entanto, as telenovelas de época voltaram a fracassar (Azul tequila, Ramona); as telenovelas tradicionais ou rosas foram mínimas (Abraça-me muito forte (foto), El precio de tu amor, El noveno mandamiento); as telenovelas juvenis ficaram definitivamente estabelecidas no horário das 19h00 e sobressaiam as novas temáticas e as novas versões de telenovelas já passadas.

Se define o horário das 16h00 como a faixa das telenovelas infantis, criando-se o conceito Televisa Niños. No caso da Televisa, se reduzem os horários de telenovela. A princípio esta que dedicava de cinco horas e meia a seis horas de sua programação a este gênero, já a partir de 2000, passa a dedicar quatro horas de suas transmissões.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A evolução da telenovela mexicana - Parte 4


A década de 90 ficou marcada pelo carimbo da ecologia. Nas telenovelas dos anos 90, secionavam-se as cenas, encurtando-as cada vez mais, provocando o distanciamento do personagem por parte dos atores. Também se apostou na entrega de tramas superficiais, que quase sempre eram a mesma história a ser contada.

Tudo isso dava como resultado uma falsa impressão de rapidez narrativa, ou o que é pior, um ritmo trepidante, próximo ao vídeoclip musical, fazendo-nos supor que somos espectadores de  uma proposta estética moderna e audaz.

Surge, no entanto, a TV Azteca, para entrar na concorrência com a Televisa que, por muitos anos, havia sido a única produtora de telenovelas mexicanas. A nova emissora começou exibindo histórias estrangeiras para depois transmitir novas alternativas de telenovelas, onde os personagens  se utilizavam de uma linguagem mais real e deixavam de lado o erotismo para apresentar cenas sexuais reais, mas tudo dentro da medida.

A TV Azteca começou a importar talento da Televisa para realizar suas produções, mas levou muito tempo até alcançar os padrões de qualidade desta. Foi então que chegaram as produções da Argos, como Nada personal (Traição), que realmente pôde entrar na concorrência. Com a apresentação desta telenovela, onde se buscou refletir a realidade através da ficção, a Televisa sentiu a necessidade de se desinibir mais nas tramas e diálogos de suas telenovelas. Esta foi a década da guerra das emissoras.

O público dos anos 90 pôde voltar a reviver as temáticas e, em geral, o estilo de telenovelas dos anos 50. Começaram com a terceira versão de Corazón salvaje, onde foram apresentadas cenas de cama envoltas de grande erotismo, mas, com a chegada da citada concorrência, as cenas caíram no óbvio e até mesmo no obsceno, como no caso de Con toda el alma.

Os produtores começaram a escolher histórias onde se apresentavam problemáticas sociais e realidades, como a corrupção do governo (Traição); a homossexualidade (Olhar de mulher, Gente bien e O privilégio de amar); os “pecados” da Igreja (Tentaciones, O privilégio de amar); a revelação feminina (Olhar de mulher, La vida en el espejo, Tres mujeres); a problemática do meio ambiente e desastres naturais (Gente bien, Huracán); os sonhos do mexicano (El premio mayor) e os problemas da juventude, como o aborto, o alcoolismo, as drogas e a delinquência. As telenovelas rosas ficaram em segundo plano e as de época já não conquistavam o sucesso de suas antecessoras nos anos oitenta.

Estes foram os anos onde os atores maduros também passaram para o segundo plano e teve-se que adaptar as histórias centrais para protagonistas jovens e crianças, fazendo com que a experiência e o prestígio dos adultos se reduzisse a um simples apoio cênico para os novos valores. Isto deveu-se a fato de as produções juvenis passarem a ser as favoritas do público.

Também foi a década onde se iniciou os novos avanços na gravação de telenovelas, com as técnicas cinematográficas que deram mais qualidade às imagens, usadas pelo diretor Alberto Cortés e pelo produtor José Rendón em suas telenovelas Coração selvagem e Morir dos veces.

A audiência média na Cidade do México a princípios dos anos 90 esteve entre 41.8 e 59.0 pontos, sendo estes os índices mais altos, obtidos com as telenovelas Maria do bairro: 41.8 e Maria Mercedes: 59.0 (foto).

A partir dos finais dos 90, os índices mais altos estiverem entre 15.1 e 29.7, com telenovelas como O privilégio de amar: 29.7; Camila: 26.3; Laberintos de pasión: 26.1; Soñadoras: 25.2; Tres mujeres: 23.6; Esmeralda: 22.4; Alguna vez tendremos alas: 19.1; Los hijos de nadie: 18.8; La jaula de oro: 17.2; Gente bien: 16.6; Olhar de mulher: 16.3; Mi pequeña traviesa: 15.9 e Maria Isabel: 15.1. E os mais baixos entre 6.4 e 13.8, com as telenovelas La vida en el espejo: 13.8; Al norte del corazón: 11.5; El candidato: 9.5; La chacala: 9.4; Tres veces Sofía: 9.1; Demasiado corazón: 9.0 e El amor de mi vida: 6.4.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A evolução da telenovela mexicana - Parte 3


Os anos 80 se tornaram a época da mercadotecnia e do consumismo, fazendo com que a televisão mexicana pensasse na criação de novas alternativas de informação, produção e entretenimento.

Foi precisamente nestes anos que o Canal 2 sofreu outra mudança e se transformou no Canal de las estrellas, lema que até hoje sobrevive, identificando-o em muitos países. A respeito das telenovelas, tratou-se de deixar de lado a censura, ao apresentar cenas onde os personagens fumavam ou bebiam. Também passou-se a exibir tramas eróticas e violentas, substituindo as ternas e pacíficas.

Nesta década foram apresentadas, também, telenovelas de grande sucesso, principalmente as de épocas, com produções caras e ambiciosas, graças ao lucro obtido com as exportações para todo o mundo. Assim foram Bodas de odio, El extraño retorno de Diana Salazar, Yesenia, El pecado de Oyuki, entre outras. Passou-se a abordar temas delicados como a bruxaria (Estranho poder), a prostituição (Colorina) (foto), o aborto (O direito de nascer), a troca de sexo (Gabriel y Gabriela) e a reencarnação (El extraño retorno de Diana Salazar), sem deixar para trás os temas rosas, infantis e juvenis, como o de Simplesmente Maria, Rosa selvagem, Carrossel e Quinze anos.

As telenovelas mexicanas foram perdendo o romance para dar vez às intrigas, aos assassinatos, às cenas de cama e aos argumentos de ódio e vingança, onde novamente a protagonista voltava como vilã. Os anos oitenta foram, ainda, a época dos finais imprevisíveis e enigmáticos, como no caso de Angélica, onde a protagonista morre no final.

Valentín Pimstein tratou de resgatar o melodrama tradicional mas recorreu à farsa em suas telenovelas, caindo no absurdo e no cômico. Por sua parte, Miguel Sabido tratou de dar ao gênero outro estilo com suas tramas didáticas, onde, em um período de cinco anos, produziu quatro telenovelas com grande êxito, que foram Vamos juntos, Vem conmigo, Caminemos e Acompáñame, que abordavam temas como aborto, divórcio, marginalização sexual e falta de incentivos para o progresso individual.

Devido ao fato de as telenovelas dos anos oitenta terem alcançado o horário noturno, tornaram-se objeto de luxo na televisão nacional. Os atores que nelas participavam tornaram-se importantes para o público assim como as estrelas do cinema nacional dos anos 40 e 50.

A audiência que se obteve na Cidade do México durante essa década girou em torno dos 32.1 a 53.6 nos índices mais altos, obtidos com a apresentação de María Isabel: 53.6; De pura sangre: 48.8 e Os ricos também choram: 45.5. E entre 9.9 e 15.4 os índices mais baixos, com telenovelas como Mi nombre es Martina: 9.9 e El retrato de Dorian Gray: 15.4.

Nessa década as telenovelas eram transmitidas a partir das 17h00 e, com exceção deste horário, todas as telenovelas posteriores eram exibidas em meia hora. Desse modo, entre 18h00 e 20h00 eram transmitidas um total de seis telenovelas. Sua principal concorrência na televisão aberta foram os filmes e séries norte-americanas antigas, telenovelas estrangeiras, programas culturais, políticos e noticiários. Ás 20h00 fazia-se uma pausa para os programas cômicos e logo às 21h00 retomava-se as telenovelas do horário nobre, que competiam contra programas de clipes musicais, esportivos e de entrevistas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A evolução da telenovela mexicana - Parte 2


Em 1960, o Canal 2 começou a passar telenovelas às 18h00 e 19h00, para não competir com as transmissões do canal 4, às 18h30. Experimentou, também, as telenovelas matutinas, às 10h30, mas a grande demanda das rádios e as atividades próprias das manhãs impediram o êxito e estas foram tiradas do ar. Ainda assim, as preferências publicitárias se moveram em direção a este canal e, para 1961, criou-se a primeira faixa horária de telenovelas intitulada La comedia humana, fazendo com que os melodramas seriados permanecessem no Canal 2.

Em 1963, chegou um produtor para contribuir beneficamente com a telenovela, Ernesto Alonso, “O Senhor Telenovela”, que não somente buscava estrelas do cinema para suas telenovelas mas também introduzia os cenários naturais daquele país na gravação das externas de Doña Macabra, estrelada por Amparo Rivelles, Ofélia Guilmáin e Carmen Montejo, e posteriormente nas produções históricas, das quais é pioneiro, valorizando a trama, no lugar de prender-se às cenas em estúdios. Desta maneira, as produções começaram a se mudar de ambiente, estando cada vez mais em contato com o público.

Em meados dos anos 60, a telenovela mexicana amadureceu notavelmente. Os produtores recorreram às escritoras Caridad Bravo Adams e Yolanda Vargas Dulché, cujo estilo rosa já havia sido provado nas radionovelas e romances publicados com grande sucesso. A primeira teve sua entrada nas telenovelas mexicanas em 1966, com a história Corazón salvaje, que contou com uma produção pobre, deu oportunidade aos jovens atores, mas, no entanto, teve tanto êxito que até agora já obteve quatro versões. A segunda escritora, com a telenovela María Isabel (foto), alcançou uma audiência de 53 pontos, algo impossível na atualidade.

O México foi um dos primeiros países a experimentar em grande escala a inovação do televisor colorido. A telenovela pioneira na televisão em cores foi Leyendas de México, em 1968, pelo Telesistema Mexicano, Canal 2, com Jacqueline Andere e Guillermo Aguilar. Era um pacote de histórias semanais de vários contos sobrenaturais.

Nos anos 70, a Televisión Independiente de México, companhia organizada por um poderoso grupo financeiro de Monterrey, comprou os estúdios cinematográficos San Ángel e, entre 1972 e 1973, com a participação de Luis de Llano Palmer, começou uma faixa horária de entretenimento no Canal 8, onde posteriormente também se transmitiram telenovelas, como Muchachita italiana viene a casarse. Neste ano as telenovelas começaram a ser exportadas para a América Central e para alguns países da América do Sul.

No final da década dos anos 70 em diante, a telenovela mexicana começou a tomar força e o auge destes programas foi alcançado em 1979, quando uma modesta produção, desenhada para as tardes, cresceu até se apoderar da nação, subir ao horário nobre das 21h00 e abrir as portas do mundo a este gênero. Esta produção foi Os ricos também choram que, além de seu êxito, ajudou a Televisa a superar a crise econômica graças a sua exportação. É por esta razão que a partir dos anos 80 a telenovela se tornou um grande negócio, contribuindo com o crescimento e o êxito das produções mexicanas.

domingo, 17 de outubro de 2010

A evolução da telenovela mexicana - Parte 1


As telenovelas mexicanas foram passando por várias etapas de acordo com ano em que foram transmitidas. Cada década marcou novos estilos e características de se fazer telenovela. Veja, a seguir, como foi esse processo de evolução.

Nos anos 50, o teatro no México gozava de grande popularidade, surgiu, assim, a ideia de deslocá-lo para a televisão, criando, desse modo, uma nova produção cênica chamada teleteatro, que consistia em colocar câmeras e gravar as peças. Este conceito televisivo conseguiu obter grande demanda entre o público nacional.

Aos poucos os produtores foram esgotando todas as possibilidades de histórias sentimentais e decidiram mudar. Os teleteatros foram desaparecendo, dando espaço para o surgimento da telenovela. Alguns especialistas consideram o programa Ángeles de la calle, patrocinado pela Lotería Nacional, a primeira telenovela gravada no mundo. Outros coincidem em dizer que tenha sido uma espécie de teatro seriado gravado em 1950, chamado Aventuras de Roulletabile. Posteriormente se realizou a telenovela Con los brazos abiertos. Nenhuma das duas obteve êxito já que não houve patrocinadores de renome.

Em 1956, a companhia Colgate Palmolive, patrocinadora de uma infinidade de radionovelas, apoiou a realização de um novo projeto com base na radionovela Senda prohibida, adaptada pela escritora Fernanda Villeli. Desta maneira, em 12 de junho de 1958, nascia a primeira telenovela transmitida ao vivo pelo canal 4, Senda prohibida, onde atuaram Rafael Banquells e Silvia Derbez, que brilhou na pele de Nora, um ambiciosa mulher que se envolvia com o chefe, um homem casado, interpretado por Francisco Jambrina. Os altos índices de audiência foram comprovados pela reação do público: mulheres iam até a emissora e esperavam Silvia Derbez sair para insultá-la por causa das maldades de sua personagem.

O impacto que esta telenovela obteve entre o público feminino do país impulsionou o surgimento de uma nova produção chamada Gutierritos, estreada, pelo canal 4, às 18h30 do dia 11 de setembro de 1958, uma trama de Estela Calderón, novamente protagonizada por Rafael Banquells no papel de mártir. Esta telenovela iniciou suas transmissões ao vivo e em 21 de abril de 1960 começou com transmissões gravadas.

A Colgate-Palmolive patrocinou, também, a primeira telenovela gravada em videoteipe, em 1959: El precio del cielo, também de autoria de Fernanda Villeli. Teo (María Teresa Montoya), católica fanática, trabalhava como governanta com o propósito de juntar dinheiro para garantir a compra de sua entrada no céu.

Nestes tempos não havia um meio efetivo para se medir o impacto de um programa de televisão, exceto com a reação imediata do público. Assim, o êxito dessa telenovela mediu-se através da venda de televisores a níveis nunca antes vistos desde a introdução do aparelho no mercado, nove anos antes.

A princípio, a telenovela contava com um narrador afim de que os telespectadores pudessem entender “a linguagem audiovisual” do que antes se escutava na rádio. No início da transmissão o narrador dizia os créditos em voz alta para que o público não se perdesse na leitura das letras.

Da mesma maneira, em seus inícios, a telenovela não tocava nos famosos temas do tipo Cinderela, centrava-se em personagens antagonistas, como foi o caso da terceira produção mexicana, Teresa (foto), escrita por Mimí Bechelani. Teresa (Maricruz Olivier), personagem principal que dava nome à trama, nada tinha de pura e inocente, como as mocinhas indefesas de tantas outras histórias. De família pobre e honesta, conseguia entrar para a universidade, convivendo com o sentimento de vergonha por ser de origem humilde. Com o propósito de subir na vida, colocava a ambição pelo dinheiro acima e tudo e se relacionava com vários homens por interesse financeiro. No final atípico, era rejeitada pela família e ficava totalmente sozinha e arrependida.

A telenovela ganhou versão brasileira de mesmo título, em 1965, transmitida pela TV Tupi. A atriz Geórgia Gomide, no papel da protagonista Teresa, de tão convincente, acabou apanhando de uma telespectadora na rua.

A telenovela não quis ir mais longe no que se refere a histórias malévolas e, anos depois, deu às protagonistas uma personalidade mais suave e as fez donas do papel principal da história. Além disso, neste mesmo ano inventou-se o ponto eletrônico, produto cem por cento mexicano, que reduziu o tempo que a produção perdia para que os atores aprendessem os diálogos de todos os capítulos da história, mas que, hoje em dia, faz com que estes mesmos atores careçam de naturalidade.

TV Brasil apresenta Silencio roto

A TV Brasil exibe neste domingo, 17 de outubro, às 23h00, o filme espanhol Silencio roto, uma história de amor e sobrevivência durante a Guerra Civil Espanhola. Com roteiro e direção de Montxo Armendáriz, Silencio roto mostra, fundamentalmente, o papel desempenhado pelas mulheres durante a luta guerrilheira anti-franquista.

Montxo Armendáriz resgata um trecho pouco conhecido da Guerra Civil Espanhola. A história oficial cita como datas do conflito os anos de 1936 a 1939, mas o estouro da Segunda Guerra Mundial oculta um fato real: a Guerra Civil continuou como um conflito de baixa intensidade entre a guerrilha anti-franquista e a guarda civil durante vários anos. Vários pequenos grupos de homens armados continuaram a luta contra o novo regime de Franco. Estes guerrilheiros, conhecidos como “maquis”, muitas vezes viviam nas regiões montanhosas, mas ocasionalmente havia grupos de maquis urbanos também.

É justamente esse pedaço perdido da história que é resgatado pelo realizador. De fato, o filme marca com letreiros três fases desta guerra esquecida: outono de 1944, verão de 1946 e inverno de 1948.

Gravado em 2001, o filme conta, em 110 minutos, a história de Lucía (Lucía Jiménez) que, em 1944, aos 21 anos, decide retornar à vila onde nasceu, em meio às montanhas no norte da Espanha. Ela volta com o objetivo de reencontrar a tia e trabalhar para ela e acaba revendo também Manuel (Juan Diego Botto), um jovem ferreiro que colabora com os maquis, que não se rendem ao triunfo da ditadura de Franco e continua lutando contra ela. Impressionada com sua coragem, ela se apaixona pelo rapaz.

O significado do título do filme se faz evidente na primeira sequência: alguns planos da paisagem montanhosa do norte da Espanha e o suave som de alguns pássaros cantando é quebrado pelo estrondo de disparos. A natureza desses disparos se aclara mais tarde quando os guardas civis entram no povoado com um cadáver sobre um cavalo. Posteriormente, o silêncio do título é quebrado novamente pelos gritos das vítimas que recebem uma surra da guarda civil.

Silêncio roto recebeu o prêmio do Juri de Melhor Diretor, Menção Especial a Melhor Atriz Secundária no Festival de Cinema Espanhol de Toulouse (2001); Prêmio Julio Verne no Festival de Cinema Espanhol de Nantes (2002); Prêmio CICAE no Festival Internacional de Mons (2001); e Prêmio de Melhor Atriz Secundária no Círculo de Escritores de Cinema (2001).

Biografia de Guy Ecker


INTRODUÇÃO

Guy Frederick Ecker Davies nasceu em 09 de fevereiro de 1959, em São Paulo, Brasil. Filho de pais americanos, Bob Ecker e Marion Ecker, seus outros irmão são Jon, Eve, Amy e Lia. Guy morou no Brasil durante dezessete anos, a maior parte deste tempo no Rio de Janeiro, além disso, em sua juventude, também residiu na Venezuela e na Colômbia.


SUA HISTÓRIA

Seu pai, homem de negócios, apaixonado pela América do Sul, trabalhava como empresário de várias companhias multinacionais; este trabalho lhe permitiu viver sua paixão, trabalhando não somente no Brasil, mas também na Colômbia, Venezuela e México.

Ainda criança, Guy participou em vários programas e espetáculos de talento, sempre mostrando interesse pelo meio artístico. Por seus professores sabe-se que sempre foi talentoso e possuidor de uma carisma único, que a cada dia conquistava e era conquistado pelas garotinhas de sua classe.

Quando chegou o momento de ingressar em uma universidade, Guy teve que radicar-se nos Estados Unidos pela primeira vez. Enquanto estudava Negócios Internacionais na Universidade do Texas, fez um pouco de tudo para se manter: preparou hambúrgueres, deu aulas de dança de salão e até foi treinador de cavalos.

Ao terminar seus estudos, Guy trabalhou em um rancho chamado Texana, onde conheceu Nia Peeples. Ela era uma bela atriz, e ele um bailarino, que sonhava com a fama. Ambos se apaixonaram à primeira vista e, sem pensar duas vezes, Guy pegou suas coisas e a seguiu até Hollywood. Lá se casaram em 1984, mas a união não foi como o esperado e, depois de dois anos, se divorciaram. Ele decidiu ficar algum tempo na Califórnia e descobriu sua verdadeira paixão: a atuação.

Uma vez mais, Guy fez uma variedade de coisas para se manter: vendeu equipamentos esportivos, foi professor de idiomas e, como todo jovem aspirante a ator de Hollywood, um bom garçom; ainda assim, surgiram alguns convites para participar em filmes de baixo orçamento. Nessa época, trabalhou em três filmes: Blood Money, de 1985, e The devil wears white e Streets of death, ambos de 1986.

Guy Ecker parecia ser somente um esperançado desconhecido. Decidiu, então, adentrar o mercado comercial latino-americano, porém lhe disseram que seus traços anglo-saxões e seu nome eram uma responsabilidade. Sugeriram-lhe que mudasse de nome, mas ele, insistindo, rapidamente foi colocado em evidência nas publicidades direcionadas ao mercado latino dos Estados Unidos. Utilizando-se de seu conhecimento comercial, formou, também, uma companhia chamada Guyvota, que traduzia e dublava filmes para este mercado emergente latino-americano.

Em 1993, sua vida muda completamente. A RCN, da Colômbia, lhe dá sua primeira oportunidade na televisão latino-americana. Graças a uma amiga, realiza um teste para a minissérie La otra raya del tigre, que buscava um ator para desempenhar o papel de uma figura histórica, um alemão chamado Geo Von Lengerke. Guy realiza o teste mas, desacreditado, viaja para as Bahamas para tirar férias. No entanto, ao regressar, lhe avisam: havia sido aprovado para o papel de Lengerke.

Em 1994, os produtores colombianos vendo sua naturalidade como ator, lhe oferecem o grande papel de sua vida na telenovela Café com aroma de mulher, considerada uma das melhores telenovelas colombianas de todos os tempos. Galante, encantador e gentil, com um sorriso  irresistível, capaz de apaixonar qualquer mulher, Guy dá vida à Sebastião Vallejo, que com suas serenatas românticas e iniciativas apaixonadas, pôde encantar mais de uma gaivota. Sebastião era um ser contraditório, impotente sexualmente, porém desejável, ingênuo, mas astuto, violento e pacífico. Como se tivesse uma vasta experiência na atuação, Guy soube dotar o personagem de uma grande ternura, sensualidade e uma boa dose de humor. Além disso, sua aparência estrangeira que antes parecia uma desvantagem agora o tornava um disputado galã.

Em 1996, participa, junto da bela Sonya Smith, na telenovela Guajira. Nesta trama interpreta Helmut Heidenberg e, mesmo não tendo o êxito massivo de Café com aroma de mulher, consegue manter-se no gosto do público.

Em 1998, Guy se muda para o México atendendo a proposta de Carlos Sotomayor para protagonizar, ao lado Kate del Castillo, A mentira, baseada no clássico romance de Caridad Bravo Adams, que novamente torna-se um êxito internacional e o consagra no mundo das telenovelas. Personificando o poderoso Demétrio Assunção, que decide vingar a morte de seu irmão, Guy Ecker conquista o prêmio TVyNovelas como Melhor Ator Protagônico do ano.

Em 2000, se muda para a Califórnia e casa-se com a ex-modelo mexicana Estela Sainz. Aí recebe uma proposta para protagonizar Salomé, ao lado de Edith González, então regressa à Televisa para encarnar Júlio Montesinos, um personagem diferente dos que havia interpretado antes. Era o tipo de desafio que Guy estava disposto a aceitar: interpretar um homem reprimido sexualmente, dominado por uma mãe tirana, mas que terminava se envolvendo com uma cabareteira viciada em álcool, a quem ele regenerava. Neste mesmo ano, Guy descobre que possui um filho: John Michael, nascido em 1982, um aspirante a ator no México, fruto de um relacionamento há dezoito anos atrás.

Ainda em 2000, o ator visita sua terra natal: O Brasil, onde promove a divulgação de A mentira, exibida pelo SBT e cumpre o ritual de visitas aos programas da emissora, participando no Domingo Legal, programa da Hebe e Programa Livre, com Babi.

Em setembro de 2001, nasce Liam, seu segundo filho e, após terminar as gravações de Salomé, decide regressar aos Estados Unidos. Pouco tempo depois, sua luta dá resultados: é contratado pela NBC para participar na série norte-americana Las Vegas, enriquecendo sua experiência como ator. Após vários episódios o detetive Luis Pérez, seu personagem, é assassinado, mas, com ele, Guy consegue dar seu primeiro passo em Hollywood, tornando-se um rosto cada vez conhecido. Em 2003, nasce Sofía, sua terceira filha.

Em 2006, Guy recebe uma oferta para voltar a gravar uma telenovela da Televisa. Após quase cinco anos longe da emissora, o ator brasileiro protagoniza Feridas de amor, ao lado de Jacqueline Bracamontes, uma produção de Roberto Hernández, que representa seu regresso mais esperado, e pela qual Guy rejeita propostas de cinema e televisão nos Estados Unidos. Em Feridas de amor, Guy dá vida à Alessandro, que volta ao país para vingar a morte de seu pai, mas acaba apaixonado pela filha do suposto assassino. Terminada as gravações da trama, sua esposa Estela, que o havia acompanhado durante as gravações, dá a luz à Kaelan.

Em 2007, a Televisa oferece à Guy Ecker o papel de Alonso Santoveña, rival de Eduardo Yáñez,  em Destilando amor, a nova versão de Café com aroma de mulher, porém o brasileiro rejeita a oferta, já que tinha nas mãos um projeto mais animador e vanguardista. Assim, Guy se associa ao produtor Carlos Soto Mayor e à atriz Kate del Castillo, colaborando no projeto inovador e futurista de telenovelas para a Internet: a webnovela Vidas cruzadas, que rompe recordes de audiência tendo cerca de 50.000 visitas diárias em seu site. Neste mesmo ano, após ter um merecido descanso com a família em Los Ángeles, Guy regressa ao México para gravar o filme Artemio Arteaga y la santa hermandad, baseado em um roteiro de Rodrigo Rosas, que se rodou em cenários dos estados de Zacatecas, Oaxaca e o Distrito Federal.

Em 2010, o ator é escolhido para protagonizar, junto de Blanca Soto, Eva Luna, a primeira co-produção entre a Univision Studios e a Venevisión. A telenovela é uma história de amor contemporânea, cheia de romance, paixão e suspense, que gira em torno de Eva González, uma executiva de publicidade, que encontra o amor de sua vida, mas que sofre por pensar que este é o assassino de seu pai. Eva Luna, com previsão de estreia para o público latino dos Estados Unidos em 1° de novembro, conta, ainda, com as atuações de Julián Gil, Vanessa Villela, Susana Dosamantes, Harry Geithner, Daniela Scmidth, Jorge Lavat, Greidis Gil,u Sofía Lamas, entre otros


SUAS ATUAÇÕES

TELENOVELAS

2010 - Eva Luna
2006 - Feridas de amor (Alessandro)
2001 - Salomé (Júlio)
1998 - A mentira (Demétrio)
1996 - Guajira (Helmut)
1994 - Café com aroma de mulher (Sebastião)

WEBNOVELA

2009 - Vidas cruzadas (Daniel)

FILMES

2007 - Artemio Arteaga y la santa hermandad
1989 - Night Terror (Rick)
1986 - The devil Wears White
1986 - Streets of death
1985 - Blood money

SÉRIE

2003 - Las Vegas (Luis)

MINISSÉRIE

1993 - La otra raya del tigre

sábado, 16 de outubro de 2010

A produção de telenovelas da TV Azteca - Parte 3

O terceiro modelo: A tentação centralizadora

O modelo de produção de telenovelas que tanto orgulhou aos diretores da TV Azteca rapidamente deu amostras de esgotamento. Diante do êxito internacional de algumas de suas produções, a Argos reclamou à TV Azteca, entre outras coisas, os direitos para vender suas telenovelas em outros países. Por sua parte, Salinas Pliego não esteve de acordo com o pedido e sugeriu, então, pôr um fim em seus projetos de colaboração.

Martín Luna, alto executivo da TV Azteca, declarou, em outubro de 2000, que de fato houve diferenças porque a produtora queria ser independente em tudo, desde a escolha de conteúdo de seus programas até o elenco de suas produções e, obviamente, queriam o direito sobre elas. Epigmenio Ibarra, diretor geral da Argos Comunicaciones, deu sua versão sobre o rompimento e o considerou como uma operação dolorosa, mas necessária quando se quer deixar de funcionar como uma maquiladora para ser uma produtora independente, porém expressou esperança ao dizer que este rompimento poderia ter sido somente uma mera separação ou divórcio e não uma viuvez.

Deixando de lado o anedótico, o verdadeiro conflito que se originou foi o enfrentamento de dois modelos de produção de telenovelas. Por um lado o modelo tradicional, onde todo o processo industrial, além de seu financiamento, exibição, comercialização e promoção é realizado somente por uma empresa. É o modelo vertical e centralizado que foi utilizado desde os anos 50 pelo Telesistema Mexicano e, desde 1973, pela Televisa. Por outro lado, o modelo dos Estados Unidos, onde as grandes redes de televisão compram os conteúdos de uma rede de produtores independentes que incluem também os grandes estúdios cinematográficos e um olhar de empresa.

Quando Elisa Salinas iniciou suas tarefas de vice-presidenta de produção da TV Azteca, em 1996, disse que não havia recursos, não havia elenco, não havia escritores. Mas, no momento em que a empresa adotou o know how para elaborar telenovelas, o interesse por colaborar com as produtoras independentes foi decaindo.

Este foi o terceiro modelo de produção de telenovelas, que se iniciou em finais de 2000. Se bem que é certo que o principal mercado para a produção de conteúdos continue sendo o nacional, é visível a tendência de depender cada vez mais dos mercados internacionais.

A produção de telenovelas da TV Azteca - Parte 2

O segundo modelo: Gerar produção própria, especialmente telenovelas

Se bem em um primeiro momento Salinas Pliego pareceu se inclinar à compra externa, deixou abertas opções que, mais tarde, resultaram ser seus melhores recursos. Primeiro decidiu manter a produção própria em gêneros fortemente consagrados entre os interesses locais: as notícias e os esportes. Novas caras e alguns detalhes inovadores na produção de noticiários foram suficientes para atrair as audiências entediadas com o imobilismo e a parcialidade da Televisa na área informativa. De repente, a TV Azteca descobriu que o bom jornalismo também significava bom negócio.

As telenovelas

A TV Azteca adentrou na produção de ficção, principalmente de telenovelas, de uma maneira inovadora, ao menos no âmbito mexicano: a produção independente. Para a criação de conteúdos próprios, a emissora se organizou em equipes de trabalho ou unidades de produção. Salinas Pliego explicou a iniciativa da seguinte forma: “Nós temos a equipe, os estúdios e a distribuição do sinal. Colocamos tudo isto na mão do produtor e que ele entre com o talento, o trabalho e o programa”.

As consequências de investir na geração de produção própria superaram as perspectivas mais otimistas dos diretores. Em 1995, somente 24% de suas transmissões em horário nobre era de produção própria, já em 1999, era 85%. Como consequência, a imagem e o prestígio da empresa se fortaleceram, e não somente se alimentava o mercado nacional com as produções, mas também o mercado internacional.

Em 1993, a TV Azteca contava com um modesto 6% da audiência, mas em 1996 já era 28% e, em 1997, o melhor ano da companhia em termos financeiros, alcançou 35%. Desde então a TV Azteca tem se mantido ao redor dos 30%. O aumento na produção de programas também foi espetacular, de 3 mil horas produzidas em 1996, passou a 8.859 em 2004.

Ricardo Salinas Pliego, convencido pelas vantagens atribuídas à produção de conteúdos, declarou que a programação produzida internamente, como foi Olhar de mulher, tem sido a chave para o êxito contínuo. Adrián Steckel, então vice-presidente de finanças da emissora, declarou certa vez que produzir telenovelas não é barato, mas é um investimento para se ganhar mais audiência e uma porção maior dos gastos publicitários em televisão.

Diante do êxito das telenovelas feitas por produtores independentes, Salinas Pliego declarou que o objetivo principal da TV Azteca era fabricar telenovelas em grande volume para distribuir no México e no mundo: “A Televisa demorou 45 anos para montar sua fábrica de telenovelas, nós, em quatro anos, já a temos pronta, esse é o ponto central da TV Azteca”.

O dinamismo econômico da empresa se deveu em grande parte ao aumento da produção própria; à compra e exibição de telenovelas produzidas por produtoras independentes, principalmente Argos, e ao investimento - via compra de equipes - no futebol mexicano profissional. A arrecadação de receita publicitária gerada pela promoção massiva da Elektra, Biper, Hecali e Unefon, empresas irmãs da TV Azteca, e a cotação de parte do capital na bolsa de valores do México e de Nova Iorque também ajudou na grande economia da empresa de Salinas Pliego.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A produção de telenovelas da TV Azteca - Parte 1

A origem da companhia Televisión Azteca se remonta a 1993, ano em que o governo mexicano deu a conhecer sua intenção de privatizar um grupo de empresas públicas relacionadas com a produção, distribuição, exibição e venda de mensagens informativas e entretenimento. Este “pacote de meios estatais” incluía a rede Imevisión, composta pelos canais 7 e 13 de televisão, e suas respectivas repetidoras nacionais; a Compañía Operadora de Teatros (Cotsa), dona de 420 salas de cinema distribuídas em todo o país; o jornal El nacional e as instalações para a produção de material audiovisual, conhecidos como Estudios América.

O ganhador da licitação foi o empresário Ricardo Salinas Pliego, que ofereceu 645 milhões de dólares pelo “pacote de meios”, a quantidade foi 30% superior à segunda melhor proposta. Desta maneira, em meados do ano 1993, se pôs em marcha a empresa Televisión Azteca, terminando com o monopólio estabelecido pela Televisa desde 1973.


O primeiro modelo: Exibir sem produzir

Em outubro de 1993, diante de publicitários, anunciantes e da imprensa em geral, Salinas Pliego deu a conhecer à opinião pública as políticas e o perfil quanto à programação que regeria na TV Azteca: “Suspender a produção de programas próprios, cancelar as emissões críticas que se transmitiam ao vivo e reduzir o número de noticiários”. A maioria dos espaços seria preenchida, então, com telenovelas, filmes e séries nacionais e importadas. Salinas Pliego justificou este modelo de televisão argumentando que para sustentar a produção própria se requeria talento artístico, administração minuciosa, forte investimento de capital e distribuição internacional, recursos que eram muito escassos na recém fundada Televisión Azteca.

Desde a ótica de uma racionalização econômica, o modelo proposto era adequado para se alcançar rapidamente o ponto de equilíbrio financeiro. De fato, no mercado internacional, é possível adquirir um programa de ficção de uma hora de duração por 1500 dólares, ao contrário, o custo de produção no México pode ultrapassar a margem dos 20 mil dólares. Mas o negócio televisivo é complexo e não somente depende das vantagens de compra e venda, os programas são mercadorias simbólicas que devem atender às exigências do mercado e do gosto nacional.

Segundo o investigador americano Joseph Straubhaar, a programação importada sempre foi mais barata que o custo de produção local. Os programas produzidos localmente têm grande aceitação entre as audiências e, em geral, são os que mais agradam, porém sua produção supõe uma aplicação importante de recursos. Ao contrário, os programas americanos são os mais baratos do mercado, mas entre as audiências gozam de menor aceitação comparados com os produtos locais. Isto se deve ao fato de que os espectadores optam pela programação mais próxima de sua cultura. Esta proximidade cultural está baseada, em grande parte, no idioma, vestuário, tipos étnicos, gestos, linguagem corporal, definições de humor, ideias sobre o transcorrer que deve levar a história, tradições musicais, elementos religiosos, etc.

Straubhaar faz duas advertências: a seleção de programas está relacionada com a classe social. As classes populares, isto é, a classe baixa, a classe trabalhadora e os pobres, mostram uma acentuada receptividade em se tratando da cultura local e nacional. Pelo contrário, a elite e as classes média e alta, com maior nível de escolaridade, tendem a preferir programas estrangeiros.

Estes fenômenos influem fortemente na hora de descrever o perfil dos canais de televisão; cada empresa, de acordo com suas possibilidades, encontram um equilíbrio entre produzir e comprar e na TV Azteca não foi diferente. Apesar de seu alto custo, a produção local nos canais de televisão aberta é necessária, pois os programas devem ser portadores da identificação e estilo da empresa, indispensável para o posicionamento no mercado nacional.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mulheres assassinas 2: Tita Garza, aproveitadora


DATA
14/10/10

HORÁRIO
22h50

CANAL
Rede CNT

COM
Patricia Reyes Spíndola, Enrique Singer, Lourdes Reyes, Margarita Isabel, Raquel Pankowsky, Cecilia Romo, Arturo Barba, Aleyda Gallardo, Natalia García Ramón, Manuel Raviela

RESUMO
Tita Garza é uma senhora da alta sociedade casada com o empresário Antonio Garza. Na verdade, Antonio era no passado um simples vendedor que, assim como a maioria das pessoas, vivia correndo atrás do prejuízo. Tita, com suas habilidades, conseguiu transformar a vida do marido ajudando-o a deter uma grande empresa, com muitos funcionários, muitos lucros e é claro, grandes problemas.

A vida dessa senhora tão doce é cercada pela jogatina, que não dispensa de modo algum e passa horas com algumas amigas em disputadas partidas de pôquer. Acontece que Antonio está quase à beira da falência e consegue com esforços levantar um bom capital para sanear as dividas.

De repente, o dinheiro some da conta e ele entra em desespero. Tita pegou os quatro milhões e investiu, a princípio, num grande negócio. Só que os “caras” desapareceram com tudo e ela mergulhou também num grande problema. Diante disso, ela passa a convencer as amigas para que invistam suas economias naquele “grande negócio” e assim, pelos anos de amizade e confiança, cada uma delas entrega grandes somas à Tita na certeza de obter pelo menos três vezes o valor aplicado na forma de lucro.

Isso não acontece e a partir de certo momento, cada uma delas começa a exigir o dinheiro de volta. Tita passa a arquitetar uma maneira de acabar com as próprias amigas sem que precise devolver o dinheiro que delas tomou. A maneira encontrada é cruel! Tão cruel quanto o que o destino reserva a essa refinada mulher sem escrúpulos, capaz de enganar e matar as melhores amigas.

O surgimento da TV no México e o monopólio da Televisa - Parte 3

Em 1983, o Canal 13 ampliaria suas transmissões e criaria o Instituto Mexicano de Televisión (Imevisión), um sistema estatal de televisão. Era visível a diferença de programas transmitidos na Televisa e na Imevisión. Enquanto a primeira rejeitava os movimentos revolucionários, a estatal era totalmente a favor deles. Entretanto, no quesito programação estrangeira, no Canal 13 predominavam as séries norte-americanas, assim como no Canal 2, o principal da Televisa, porém em menor quantidade.

O consórcio Televisa recebeu inúmeras concessões de canais e estações de rádio e adquiriu grande poder econômico e político graças à produção a todo vapor de telenovelas, um investimento rentável para a emissora, e à expansão de transmissões esportivas, além da aquisição de sua própria equipe e estádios no país.

Com a Televisa permanecem o Canal 2, o Canal de las estrellas, com predomínio das telenovelas e noticiários; o Canal 4, Canal de la Ciudad; o Canal 9, Galavisión, de programação variada, e o Canal 5, de desenhos animados, filmes e séries de aventura. O monopólio conta inclusive com estações de rádio, empresas editoriais, salas de cinema, estádios, produtoras de vídeo e acesso a Internet pelo portal esmas.com.

A Televisa é dona da televisão paga mais acessível no México, além de ser proprietária da Sky. Este poder de inibir o êxito de outros canais vai de encontro à situação nos demais países da região, onde a TV a cabo está cada vez mais desenvolvida e acessível.

Um passo muito importante destaca a Televisa no mercado internacional, com a criação da Univisión, parceria entre Televisa e Venevisión, da Venezuela, emissora destinada ao público hispânico, cada vez maior e mais influente, residente nos Estados Unidos. A internacionalização veio do quase já saturado mercado da Televisa em território mexicano.

Não só o canal, mas também o endereço eletrônico (www.univision.com), é um dos favoritos para quem quer estar por dentro da vida dos artistas e saber tudo sobre as telenovelas mexicanas exibidas naquele território. Além de poder frequentar fóruns sobre famosos e de telenovelas que reúnem participantes de diversas localidades do mundo, inclusive um grande número de brasileiros.

A programação da Televisa também chega a países da América Latina e da Espanha. O Canal de las estrellas é visto diariamente nos Estados Unidos, na América Central e do Sul, na Europa e na África. É o preferido do público mexicano, e onde são transmitidas as telenovelas favoritas, inclusive as que são vistas no SBT e na Rede CNT. O sustento da televisão mexicana está em suas telenovelas, que, assim como as demais programações, recebem atenção especial para tornarem-se cada vez mais atrativas nacionalmente e aos destinos de exportação.

Como vimos, entre 1975 e 1985 houve um boom de concessões de TV’s regionais e de criação de canais educativos e culturais, que ao longo da história mexicana de televisão acabaram por funcionar como válvula de escape de um sistema televisivo que sempre pôde resolver seus conflitos e sair triunfante com a sempre oportuna intervenção e generosas concessões dos governantes do PRI.

Foi nesse período que nasceu a Imevisión que durou dez anos, quando foi adquirido pela Televisión Azteca, junto com o canal cultural 22, num momento em que o governo colocava à venda canais televisivos estatais.

Quando começou a obter maior êxito, em 1993, ano de sua privatização, no governo de Carlos Salinas de Gortari, a TV Azteca resolveu investir em telenovelas e noticiários para competir com a Televisa. Conseguiu atingir bom nível com as produções criativas Nada personal (Traição) e Mirada de mujer (Olhar de mulher). Assim, ambas emissoras, Televisa e TV Azteca seguem na competição entre si na guerra pela audiência, embora a última jamais tenha se constituído numa sólida ameaça.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O surgimento da TV no México e o monopólio da Televisa - Parte 2

Fundado em 1959, o Canal 11, educativo, do Ministério da Educação, possuía cobertura geográfica restrita ao Vale do México. Ficou durante muito tempo destinado a uma programação de baixa qualidade, porém conseguiu aprimorar em qualidade e incrementar sua programação, aproveitando os canais pagos para estender sua cobertura.

O canal cultural 22, de 1982, da Televisión Metropolitana de la Ciudad de México, apesar da proposta interessante e do alto nível da programação, funcionava na frequência UHF, o que dificultava o acesso além do Vale do México. No final dos anos 90 recebeu reconhecimento internacional da Unesco como um dos melhores canais de televisão cultural.

Uma possível ameaça ao monopólio surge 10 anos depois do lançamento oficial da televisão no México, em 19 de janeiro de 1960, durante o mandato de Adolfo López Mateos (1958-1964), com a promulgação da Lei Federal de Rádio e Televisão, que definiu as ondas eletromagnéticas como propriedade da nação e a radiodifusão como um serviço de interesse público, em vez de um serviço público – daí, portanto, a necessidade da permissão do Estado para haver concessões. Começava o processo formal de controle da televisão mexicana, que se mantém até hoje a fim de garantir constitucionalmente a relação com os donos dos meios de informação.

Em 1969, uma vitoriosa negociação levou à publicação do decreto de redução do imposto a ser pago pela emissora: 12,5%, e não mais os anteriores 25% do espaço gratuito da programação das TV’s e rádios reservado para o governo. Esse tempo nunca foi utilizado totalmente.

No México as concessões de estações de rádio e canais de TV valem por trinta anos e são renováveis, o que depende quase que totalmente do presidente, embora a outorga formal seja dada pelo Ministério das Comunicações. Isso ocorre desde as três primeiras concessões a empresários.

Houve três sérias tentativas de regulamentação dos meios de comunicação: o primeiro em 1979, o segundo no início da década de 90, e o terceiro ao final. A regulamentação do sistema televisivo enfrenta impasses devido à censura, manipulação informativa e impunidade do modelo de televisão mexicano.

Com o intuito de pôr fim à quase exclusividade conquistada pela empresa Telesistema Mexicano, de Emílio Azcárraga, o presidente Gustavo Díaz Ordaz (1964-1970) concede o Canal 8 ao poderoso grupo Alfa, de Monterrey. Entra no ar a Televisión Independiente de México (TIM), em 5 de novembro de 1968. Não restam dúvidas de que a competição foi acirrada: eram desde personalidades do país ocupando cargos importantes nas duas empresas até interferências significativas na programação das emissoras, com investimentos em programas jornalísticos, esportivos, como o futebol americano, e de entretenimento na disputa pela audiência.

Foi no governo de Luís Echeverría (1970-1976) que o Canal 8, do Grupo Monterrey, se fortalecia a ponto de constituir em uma ameaça para o sistema televisivo, dominado pela emissora Telesistema Mexicano. Entretanto, a real ameaça veio da compra do Canal 13 pelo governo em janeiro de 1972, canal este originado através do movimento estudantil de 1968, que lutou para o governo do então presidente Díaz Ordaz (1964-1970) abrir seu próprio canal de televisão.

Embora tivesse a finalidade de veicular programações culturais, que servissem de complemento à programação vigente na televisão privada, a nova emissora acabou transformada em uma cópia da televisão comercial, uma vez que visava à propaganda política e à rentabilidade.

A intensa competição entre TSM e TIM e a preocupação com a audiência do Canal 13 levou à fusão das duas primeiras empresas em dezembro do mesmo ano. Nascia a Televisión Vía Satélite S.A., famosa pela sigla TELEVISA – a consolidação definitiva do monopólio televisivo, que marcava o futuro da televisão no México.