segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A evolução da telenovela mexicana - Parte 2


Em 1960, o Canal 2 começou a passar telenovelas às 18h00 e 19h00, para não competir com as transmissões do canal 4, às 18h30. Experimentou, também, as telenovelas matutinas, às 10h30, mas a grande demanda das rádios e as atividades próprias das manhãs impediram o êxito e estas foram tiradas do ar. Ainda assim, as preferências publicitárias se moveram em direção a este canal e, para 1961, criou-se a primeira faixa horária de telenovelas intitulada La comedia humana, fazendo com que os melodramas seriados permanecessem no Canal 2.

Em 1963, chegou um produtor para contribuir beneficamente com a telenovela, Ernesto Alonso, “O Senhor Telenovela”, que não somente buscava estrelas do cinema para suas telenovelas mas também introduzia os cenários naturais daquele país na gravação das externas de Doña Macabra, estrelada por Amparo Rivelles, Ofélia Guilmáin e Carmen Montejo, e posteriormente nas produções históricas, das quais é pioneiro, valorizando a trama, no lugar de prender-se às cenas em estúdios. Desta maneira, as produções começaram a se mudar de ambiente, estando cada vez mais em contato com o público.

Em meados dos anos 60, a telenovela mexicana amadureceu notavelmente. Os produtores recorreram às escritoras Caridad Bravo Adams e Yolanda Vargas Dulché, cujo estilo rosa já havia sido provado nas radionovelas e romances publicados com grande sucesso. A primeira teve sua entrada nas telenovelas mexicanas em 1966, com a história Corazón salvaje, que contou com uma produção pobre, deu oportunidade aos jovens atores, mas, no entanto, teve tanto êxito que até agora já obteve quatro versões. A segunda escritora, com a telenovela María Isabel (foto), alcançou uma audiência de 53 pontos, algo impossível na atualidade.

O México foi um dos primeiros países a experimentar em grande escala a inovação do televisor colorido. A telenovela pioneira na televisão em cores foi Leyendas de México, em 1968, pelo Telesistema Mexicano, Canal 2, com Jacqueline Andere e Guillermo Aguilar. Era um pacote de histórias semanais de vários contos sobrenaturais.

Nos anos 70, a Televisión Independiente de México, companhia organizada por um poderoso grupo financeiro de Monterrey, comprou os estúdios cinematográficos San Ángel e, entre 1972 e 1973, com a participação de Luis de Llano Palmer, começou uma faixa horária de entretenimento no Canal 8, onde posteriormente também se transmitiram telenovelas, como Muchachita italiana viene a casarse. Neste ano as telenovelas começaram a ser exportadas para a América Central e para alguns países da América do Sul.

No final da década dos anos 70 em diante, a telenovela mexicana começou a tomar força e o auge destes programas foi alcançado em 1979, quando uma modesta produção, desenhada para as tardes, cresceu até se apoderar da nação, subir ao horário nobre das 21h00 e abrir as portas do mundo a este gênero. Esta produção foi Os ricos também choram que, além de seu êxito, ajudou a Televisa a superar a crise econômica graças a sua exportação. É por esta razão que a partir dos anos 80 a telenovela se tornou um grande negócio, contribuindo com o crescimento e o êxito das produções mexicanas.
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