Os realizadores peruanos que compareceram no VIII Congresso Mundial da Indústria da Telenovela e Ficção, realizada na última semana em San Isidro, Peru, adiantaram alguns detalhes sobre as produções que serão levadas à telinha do país no próximo ano.
O produtor argentino Rodolfo Hoppe, um dos principais responsáveis pelo êxito internacional da telenovela Luz María, de 1998, iniciará no próximo em 2011, na emissora peruana ATV, a produção do remake de Cristina Bazán, telenovela portorriquenha gravada em 1978, e exibida no Brasil, pelo SBT, em 1983.
Mesmo que muitos não acreditem, Porto Rico também foi um país que produziu grandes telenovelas. Muitas delas traspassaram suas fronteiras. Teve inumeráveis co-produções e também produziu histórias originais que se tornaram sucesso a nível internacional, como Marta Llorens, com Gladys Rodríguez e José Juan Camero; Diana Carolina, com Ivonne Goderich e Guillermo Dávila; Ariana, com Gladys Rodríguez e Arnaldo Andre; El Ídolo, com Marylin Pupo e José Luis Rodríguez; La mujer de aquella noche, com Braulio Castillo e Gladys Rodríguez; Con todo mi amor, com Sahron Riley e Rolando Barral; El hijo de Ángela María, com Johanna Rosaly, Rolando Barral e Ema Rosa Vicenty; entre outros.
Mas, sem dúvida, a que marcou época foi Cristina Bazán, um história que curiosamente nunca recebeu um remake. Até existem roteiros semelhantes, mas não uma adaptação fiel ao original de Inés Rodena.
A telenovela conta a história de Cristina Bazán (Johanna Rosaly), uma jovem que estuda em um prestigioso internato para moças em San Juan, Porto Rico. Junto de Cristina estuda sua meia-irmã Âmbar Alsina (Gilda Haddock), que é muito frívola e malvada.
Cristina acredita que sua mãe, Laura (Maribella García), seja viúva e que se encontra viajando atendendo seus negócios. Laura, na verdade, não é uma mulher de negócios, mas sim uma cabareteira que foi apreendida por cargos falsos. Nessa ocasião, se desespera e pede ao pai de Cristina que se encarregue de cuidar da menina.
Quando Cristina e Âmbar se graduam no internato vão viver na casa do pai de Cristina, que está casado com Rosaura (Esther Sandoval), que é a mãe de Âmbar. Rosaura, assim como sua filha, odeia Cristina e a torna uma espécie de empregada.
Âmbar está comprometida com o respeitado jovem Rodolfo Alcântara (José Luis Rodríguez), que não suspeita que sua noiva o engana com seu melhor amigo, Miguel Ángel (Luis Daniel Rivera), que é doutor em medicina. Pouco a pouco, Rodolfo se interessa por Cristina, que o ama em silêncio.
Quando Âmbar e Rodolfo se casam, este a despreza em sua noite de núpcias por ela não ser virgem. Âmbar está grávida de Miguel Ángel, que está perdido no alcoolismo e não quer que saibam que espera um filho dele.
Rosaura inventa um plano: diante de todos, Cristina será a “mãe” do filho de Âmbar. Cristina se vê obrigada a fingir que espera um filho do motorista, sendo enviada ao campo para ter seu filho, acompanhada por Âmbar.
Entretanto, vários acontecimentos impedem que Rodolfo acredite na inocência de Cristina, enquanto ela sofre em silêncio o futuro que a espera ao ser repudiada por todos, inclusive pelo amor de sua vida.
Cristina Bazán foi gravada a cores e teve boas finalizações que, para a época, ressaltava mais que suas concorrentes. Sem dúvida, a união da Telemundo e Radio Caracas Televisión com o canal 2 de Porto Rico rendeu bons frutos.
Para aqueles anos, o roteiro parecia ser muito interessante. Inés Rodena soube combinar a clássica história da Cinderela com clichês, como o machismo e o mito da virgindade. A cena da noite de núpcias e descobrimento que Âmbar não é virgem torna-se o ponto exato para que a telenovela dê um giro e aumente o interesse do público.
Em uma primeira avaliação, o produtor Rodolfo Hoppe propôs, dentro do possível elenco de atores peruanos, os nomes de Bernie Paz, Marco Zunino e Vanessa Terkes. Disse também que ao elenco internacional somará sua esposa, a atriz venezuelana Mariella Alcalá.
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