sábado, 11 de dezembro de 2010

O clone: A nova reprise do Vale a pena ver de novo


Nos bastidores da Globo não se fala em outra coisa: a ordem é acelerar a reprise de Sete pecados para colocar no ar já nas primeiras semanas de janeiro a telenovela O clone, um dos grandes sucessos de Glória Perez. Para entrar no Vale a pena ver de novo a trama precisará de edição para eliminar as cenas menos indicadas para o horário. A emissora entrou em acordo com o Ministério da Justiça para cortar algumas cenas consideradas pesadas e com isto, a telenovela terá classificação para maiores de 10 anos e será monitorada.

Cultura muçulmana, clonagem humana e dependência química são os principais temas de O clone, que tem como fio condutor a história de amor vivida pela muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) com o brasileiro Lucas (Murilo Benício).

Entre os costumes muçulmanos retratados pela autora, a telenovela aborda a religião islâmica, os papéis masculino e feminino na sociedade, a dança, a língua e a culinária árabes, as cerimônias marroquinas e a poligamia.

Palestras, textos e filmes sobre os costumes muçulmanos, clonagem e drogas fizeram parte da fase de preparação do elenco e da equipe. Os atores visitaram clínicas de fertilização e laboratórios de clonagem, tiveram aulas de expressões árabes e prática de orações, além de aulas de dança do ventre.

As primeiras cenas de O clone foram gravadas em cinco cidades do Marrocos, onde elenco e equipe trabalharam por 40 dias. Como locações, foram escolhidas as ruínas do kasbah Ait Ben Hadou, em Ouarzazate; o mercado de camelos de Marrakech; a cisterna portuguesa de El Jadida; e a medina de Fez, cidade datada do século 8, que serviu de referência para a construção da cidade cenográfica marroquina no Projac. Produtores marroquinos deram um suporte à equipe brasileira, que também contou com uma figuração recrutada entre os habitantes locais.

A duplicação de Murilo Benício, intérprete dos gêmeos Lucas e Diogo e do clone Leo, envolveu um meticuloso trabalho da equipe de efeitos visuais da telenovela. Os produtores utilizaram um software canadense, mas em muitos casos foi preciso inserir, quadro a quadro, pedaços de uma imagem em outra. Seguindo uma marcação pré-definida, o ator gravava duas vezes a mesma sequência, como Diogo e como Lucas, ou como Lucas e Leo, tendo o mesmo cenário ao fundo, e as sequências gravadas eram recortadas e fundidas, formando uma só. Nas cenas em que os personagens interagiam fisicamente, como um irmão mexendo no cabelo do outro, o trabalho exigia a participação de um dublê. A computação gráfica também foi usada nas cenas em que Lucas, Diogo e Albieri visitam o Egito. O cenário era virtual, já que a equipe não viajou para aquele país.

O clone estreou pouco depois dos atentados terroristas de 11 de setembro em Nova York e Washington, o que poderia prejudicar a boa aceitação da trama entre os telespectadores, já que um dos núcleos principais era de personagens muçulmanos. Mas a telenovela virou um sucesso de público.

O tema da clonagem humana ganhou as primeiras páginas de jornais de todo o mundo, quando o médico italiano Severino Antinori anunciou que faria o primeiro clone humano em novembro de 2001, exatamente um mês após a estreia da telenovela. A trama de Glória Perez foi idealizada um ano antes do anúncio do italiano, mas o assunto, que até então era pouco discutido, explodiu na mídia.

O clone foi um sucesso de público e expressões árabes faladas pelos personagens ganharam as ruas, como Maktub, Inshalá, Haram, Jogar ao vento e Arder no mármore do inferno. O mesmo aconteceu com frases como Cada mergulho é um flash, proferida pela personagem de Mara Manzan e Não é brinquedo, não!, dita por Dona Jura, que viraram bordões de sucesso.

Em maio de 2008, A TV Globo e a Telemundo Studios selaram um acordo de co-produção de uma versão em espanhol de O clone, exclusiva para o mercado hispânico norte-americano. O acordo previu a realização da telenovela pela Telemundo Studios, com elenco formado por atores hispânicos, gravações em seus estúdios na Colômbia e locações nos Estados Unidos e em um país árabe. A TV Globo, através de sua divisão internacional (DNI), ficou responsável por participar ativamente da adaptação, conceituação e pré-produção, assim como colaborar com o desenvolvimento da produção, contando com o apoio da autora Gloria Perez e do diretor Jayme Monjardim.

Segundo Marcos Santana, presidente da Telemundo Internacional, a razão da escolha de O clone para esse projeto de co-produção foi o potencial de receptividade da telenovela no mercado hispânico norte-americano. A versão original, exibida pela Telemundo em 2002, foi o maior sucesso de audiência de todos os tempos do canal no horário das 22h00, e também um dos maiores sucessos nacionais e internacionais da TV Globo, tendo sido vendida pela DNI para mais de 90 países ao redor do mundo.

A produção contou com grandes nomes da teledramaturgia brasileira e teve nos papéis principais as atuações de Murilo Benício, Giovanna Antonelli, Juca de Oliveira, Adriana Lessa, Stênio Garcia, Débora Falabella, Eliane Giardini, Vera Fischer, Reginaldo Faria, Dalton Vigh e Daniela Escobar.

O clone, que foi exibida no Brasil entre 1º de outubro de 2001 e 15 de junho de 2002, registrou 62 pontos de média em seu último capítulo e fechou com média geral de 47 pontos. A trama deve entrar no Vale a pena ver de novo a partir do dia 10 de janeiro, data em que a Globo prevê outras estreias.


RESUMO

A história tem início na década de 1980, quando Lucas conhece Jade no Marrocos. Filha de muçulmanos nascida e criada no Brasil, Jade foi viver com o tio após a morte da mãe, Sálua (Walderez de Barros). Os dois jovens se apaixonam à primeira vista, mas são impedidos de ficar juntos por causa dos costumes muçulmanos, defendidos com rigor pelo tio de Jade, o patriarca Ali (Stênio Garcia). Sid Ali se agarra às crenças e à cultura árabe para arranjar bons casamentos para as sobrinhas Jade e Latiffa (Letícia Sabatella), que estão sob sua proteção. Para isso, ele conta com a ajuda da empregada Zoraide (Jandira Martini), confidente e cúmplice das meninas.

Lucas tem um irmão gêmeo, Diogo, cuja semelhança com ele se resume à aparência física. Diferentemente do introspectivo Lucas, Diogo é o típico rapaz namorador, alegre e brincalhão, considerado o mais indicado para suceder o pai, Leônidas (Reginaldo Faria), em seus negócios.

Leônidas é viúvo e vive uma relação apaixonada com a extrovertida Yvete (Vera Fischer), mas Diogo desaprova o relacionamento, principalmente após descobrir que foi com ela, a namorada do pai, com quem passou uma noite no Marrocos. Yvete não sabia que Diogo era filho de Leônidas. Para desespero da família, Diogo sofre um acidente de helicóptero e morre nos primeiros capítulos da trama. Sua morte distancia Yvete de Leônidas, e frustra os planos de Lucas que, diante da tragédia, volta atrás em seu compromisso de fugir com Jade. Sem alternativa, Jade retorna para sua família e se casa com Said (Dalton Vigh).

Abalado pela morte do afilhado, o cientista Albieri (Juca de Oliveira) decide clonar o outro gêmeo, Lucas, como forma de trazer Diogo de volta e realizar um sonho: ser o primeiro a realizar a clonagem de um ser humano. Sem que ninguém tome conhecimento da experiência, Albieri usa as células de Lucas na formação do embrião e o insere em Deusa (Adriana Lessa), que pensa estar fazendo uma inseminação artificial comum.

Passados quase 20 anos, Lucas está casado com Maysa (Daniela Escobar) e tem uma filha, Mel (Débora Falabella). Ele abdicou de seus sonhos para cuidar da empresa do pai. Jade também teve uma filha com Said, Khadija (Carla Diaz). Ela e Lucas se reencontram no Rio de Janeiro e o antigo amor renasce. Os dois voltam a fazer planos e enfrentam novos obstáculos até conseguirem terminar juntos no final.

O clone Leandro, o Léo, vive com a mãe e a avó, Dona Mocinha (Ruth de Souza), e tem Albieri como padrinho. Nem o rapaz nem sua família suspeitam de sua verdadeira origem. Em viagem ao Marrocos em companhia do cientista, Léo vê Jade e imediatamente se apaixona, exatamente como aconteceu com Lucas anos atrás. Ao descobrir a verdade sobre sua vida, ele vive uma crise, tentando descobrir seu lugar no mundo. Quando a história da criação do clone vem a público, Deusa, a mãe de aluguel, e Leônidas, o pai biológico, disputam Léo na Justiça.
Blog Widget by LinkWithin

Nenhum comentário: