domingo, 25 de julho de 2010

TV Brasil apresenta Password, una mirada en la oscuridad

A TV Brasil exibe neste domingo, 25 de julho, às 23h00, o filme costarriquenho Password, una mirada en la oscuridad. Dirigido por Andrés Heidenreich, o longa-metragem de suspense traz à tona questões ligadas à exploração sexual e ao mau uso da Internet, mostrando os perigos que podem ocorrer àqueles que facilmente se deixam persuadir.

Com roteiro de Ingo Niehaus, Tobías Ovares, Anabelle Ulloa e também de Andrés Heidenreich, Password, una mirada en la oscuridad foi declarada de interesse cultural pelo Governo da Costa Rica, devido à sua temática de exploração sexual de meninas e meninos.

Gravado em 2002, a ficção conta em 88 minutos, a história de Carla (María Elena Oreamuno), uma adolescente de doze anos, que vive em San José, Costa Rica, no seio de uma família de classe média. Sua vida muda quando seu pai abandona sua mãe, deixando-as numa situação economicamente difícil.

Depois de se mudar para a casa da avó, a mãe encontra trabalho em um serviço de escolta para turistas. Carla, forçada a se mudar para uma escola pública, procura uma solução para seus problemas através da Internet.

Buscando uma saída para sua solidão, a garota convence ao zelador de sua escola anterior para que a deixe usar os computadores da instituição, além disso, pede a seu namorado o “password”, a senha de acesso, que ele utiliza para habilitá-los.

Carla começa a se entreter batendo papo pela Internet, e logo estabelece contato com um amável jovem de catorze anos, que na realidade se trata de um adulto, membro de uma rede internacional de prostituição. Carla ignora esta realidade e aceita se encontrar com ele, sendo, posteriormente, sequestrada, o que muda radicalmente seu destino.

Password, una mirada en la oscuridad teve uma grande aceitação em seu país de origem e foi a ponta de lança para a discussão das questões levantadas pelo filme. Foi aclamado pela crítica como a melhor ficção realizada na Costa Rica, não só na gestão de tecnologia, como também na busca pela estética.

Tudo começou com uma grande indignação: uma reportagem sobre a Costa Rica, publicada no ano de 2000, em um importante jornal canadense, que ilustrava um abnegado cidadão do país que supostamente ajudava garotinhas pobres da Costa Rica a conseguirem trabalho no Canadá. O artigo chamou atenção porque o suposto samaritano era dono de um clube noturno próximo ao aeroporto internacional, e que o trabalho que ele conseguia para as jovens era de dançarinas nos centros de diversão para adultos.

O roteirista recordou então sua interrompida carreira de diretor de documentários na Costa Rica e se propôs uma opção viável: produzir um longa-metragem de ficção, mas que, mais que um filme, cumprisse com dois propósitos: por um lado que fosse uma vingança diante da onipresença de Hollywood, ou seja, que ocupasse de uma vez a função de gerador de ideias e imagens, expondo o caráter desumano e desprezível da exploração sexual de menores, exercida para o consumo por adultos perversos de países desenvolvidos; e, por outra parte, que oferecesse às pessoas vulneráveis do país ofendido a oportunidade de conhecer artisticamente o quão terrível e relativamente fácil que é cair vítima dessa atividade criminal.

Em 2001, um grupo de técnicos cinematográficos e atores costarriquenhos empreenderam, então, a tarefa de seguir adiante com este desafio: falar da exploração sexual sem recorrer a imagens explícitas, de tal forma que o filme pudesse ser visto por pessoas menores de idade.

A estreia do filme realizou-se no dia 30 de maio de 2002, em San José, e durante oito semanas Password competiu nos cinemas costarriquenhos contra o hit comercial do momento: Homem Aranha I.

Rapidamente o longa iniciou suas viagens ao exterior: se projetou em salas de cinema de Managua e Guatemala, participou de 23 mostras e festivais de cinema de todo o mundo. Entre eles o de Viña del Mar, no Chile; de Havana, em Cuba; de Trieste, na Itália; de Oslo, na Noruega; e de Cartagena, na Colômbia.

O público do X Latino Film Festival de San Francisco, California, o selecionou como The Best of the Fest, em 2002. Nesse mesmo ano, na 11ª Muestra de Cine y Video Costarricense, obteve o Premio del Público, assim como de Melhor ator e de Melhor direção de arte. Na V Mostra de Cinema Latino-americano, em Cremona, Itália, obteve o prêmio Melhor trilha sonora, pelas composições de Manuel Obregón. Finalmente, o jornal da Costa Rica, La nación, lhe rendeu o prêmio Áncora, na área de produções audiovisuais para o período entre 2001 e 2002.

A partir daí, Password iniciou sua etapa mais importante: a de cumprir com seu propósito de prevenir a juventude dos riscos do bate-papo pela Internet e expor, com clareza, o caráter criminal da exploração sexual comercial de menores e como esta atividade fere os direitos fundamentais da criança e do adolescente.

No mesmo ano de 2002, enquanto o filme ainda se apresentava em cinemas do país, um colégio particular, o Saint Francis College, solicitou a um cinema comercial a projeção exclusiva do filme, afim de mostrá-lo a seus estudantes.

Rapidamente, outros colégios solicitaram a exibição e, devido a demanda, o Centro Costarricense de Producción Cinematográfica e a Productora Audiovisual Latinoamerica, promoveram entre 2003 e 2007, a exibição do longa-metragem em uma campanha contra a exploração sexual em todo o território nacional.

A apresentação de Password foi realizada em 84 colégios públicos do país, dos quais assistiram cerca de 22.500 estudantes, além disso, cerca de 8.000 alunos também puderam ver a exibição em 28 escolas particulares.

Em todas as mostras, acompanhadas por uma psicóloga, eram realizadas discussões sobre o tema do filme que ainda conserva muita atualidade e desempenha a função a que se propôs, pois desperta o interesse entre adolescentes não somente da Costa Rica, mas de grande parte da América Latina a respeito de seus direitos e dos riscos que pode causar a Internet quando se tornam suas vítimas.

O filme conta com a participação de reconhecidos atores costarriquenhos como María Chaves, Andrés de la Ossa, Alejandra Portillo, Arnoldo Ramos e Anabelle Ulloa. Além disso, integram o elenco Marco Martín, Guisilla Solís, Gerrado Arce, Anna Iztaru, Andrés Montero, Aurelia Dobles, María Elena Oreamuno e Cristian Claussen.
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