sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os remakes brasileiros - Parte 1

DÉCADA DE 60

Apesar de todo caráter expansionista e da alta tecnologia conquistada pela televisão brasileira, de tempos em tempos, nossos novelistas e diretores recorrem à estratégia do remake, buscam em telenovelas do passado o alimento para o presente.

Há vários níveis de remakes. Há telenovelas que são produzidas quase que integralmente com base no roteiro original; outras buscam apenas a inspiração em obras clássicas. Mas para fazer sentido, todas precisam ter uma ligação com a atualidade.

Em março de 1964, a TV Tupi inaugurava o horário nobre das 20h00, com a telenovela Alma cigana, de Ivani Ribeiro. Baseada no original cubano de Manuel Muñoz Rico, a telenovela foi dirigida por Geraldo Vietri que, sete anos depois, resolveu recontá-la com o nome de A selvagem.

Em dezembro de 1964, vinda também de Cuba, O direito de nascer, de Félix Caignet, foi responsável pela firmação do gênero telenovela. Com adaptação de Thalma de Oliveira e Teixeira Filho, e sob a direção de Lima Duarte e José Parisi, esta foi a primeira a ter todas as atenções; provocou verdadeiro delírio nos telespectadores que tinham total identificação com os personagens. Os clássicos personagens criados por Caignet voltariam à tela em julho de 1978. Entretanto, o SBT exibiu em 2001 mais uma versão de El derecho de nacer. Produzida em 1997 pela JPO, a telenovela foi adaptada por Aziz Bajur e Jayme Camargo com supervisão de texto de Crayton Sarzy.

Éramos seis, romance melodramático de Maria José Dupré com forte apelo popular já esteve presente em nossa TV por três vezes (isso sem contar uma versão produzida na década de 1950, com dois capítulos por semana). A primeira vez foi na TV Tupi, em 1967, adaptada por Pola Civelli. Dez anos depois, Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, sob a direção de Attílio Riccó recontam a trajetória de Dona Lola ao lado do marido Júlio. Em 1994, o SBT resolve, mais uma vez, abrir a nova temporada de telenovelas brasileiras e o remake de Éramos seis se torna o melhor produto da casa.


DÉCADA DE 70

No caso de novelas originárias da TV Tupi ou Excelsior, a situação já é outra. Por mais sucesso que as telenovelas exibidas nessas emissoras tenham tido, nada compara-se ao poderio global iniciado na década de 1970.

Em 1975, a Rede Globo produziria uma segunda versão de A moreninha, adaptação do clássico romance de Joaquim Manuel de Macedo, exibida anteriormente em 1965. Com requintada produção, a telenovela foi dirigida por Herval Rossano e adaptada por Marcos Rey.
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