quinta-feira, 15 de abril de 2010

As telenovelas mexicanas que chegaram ao cinema

Depois de a televisão ter entrado na vida diária das famílias mexicanas, o cinema começou a experimentar certa ausência por parte do público de classe média em suas salas, motivo pelo qual se deveria planejar como levar à telona, grandes produções que atraíssem essas pessoas que, por sua fascinação diante da novidade, e também pela economia, preferiam ficar nas salas de seus lares vendo seriados norte-americanos, ou as populares, já nessa época, telenovelas.

De fato, foram estas que se apropriaram por completo da atenção do público, já que se tinha a comodidade de se observar, na comodidade de sua casa, a atuação de consagrados atores do cinema, agora interpretando personagens e situações que duravam vários dias e sem nenhum custo.

Foi assim que, logo depois de se transmitir os melodramas na televisão, os produtores e realizadores do cinema já começavam a trabalhar as versões em 35mm dessas histórias, que, repito, estavam roubando audiências.

A primeira telenovela que chegou à televisão mexicana, Senda prohibida, foi convertida ao cinema, com um elenco completamente diferente do que se tinha visto na telinha de cristal, encabeçada, nesse momento, por Silvia Dérbez, Héctor Gómez, entre outros.

Gutierritos, a segunda telenovela realizada no México, também foi adaptada para o cinema, respeitando, nesse caso, seu elenco original, liderado por Rafael Branquells e María Teresa Rivas; o outro caso contrário ocorreu com Teresa, onde o protagonista no cinema foi interpretado pelo espanhol Fernando Rey. A propósito, este filme teve participação na edição de 1959 do Festival de Cannes com excelente resposta por parte do público e da crítica.

Foi na década dos anos sessenta, que o cinema mexicano dedicou grande parte de suas produções à realização de versões cinematográficas de telenovelas exitosas, mas com algumas modificações em seus elencos.

Cabe mencionar, por exemplo, Corona de lágrimas, dirigida por Alejandro Galindo, onde Prudencia Griffell foi substituída por Silvia Dérbez. De fato, a rainha do melodrama, como chamavam Dérbez, também protagonizou a versão em 35mm de Cruz de amor, interpretando uma personagem que havia sido planejada para Sara García, para a edição televisiva, mas esta não a pôde interpretar.

Por sua vez, Silvia Dérbez foi substituída por Silvia Pinal para edição cinematográfica de María Isabel, de Francisco Curiel, filmada em 1967, da qual se realizou uma sequência, chamada El amor de María Isabel, rodada em 1968, também sob o comando de Curiel.

No que se refere a atores, Julio Alemán substituiu Enrique Lizalde na edição cinematográfica de Corazón salvaje, uma da histórias que mais foi apresentada ao público.

Outro dos personagens que foram deslocados da televisão ao cinema foi Chucho el roto, ainda que nesse caso, primeiro se apresentou no cinema, depois na rádio, depois na televisão, para voltar ao cinema em uma trilogia: La vida de Chucho el roto; El inolvidable Chucho el roto e Los amores de Chucho el roto.

Entre algumas adaptações para o cinema que foram baseadas em telenovelas, pode-se mencionar, ainda, El derecho de nacer, La mentira, Rubi (que foi interpretada por Irán Eory), Simplemente María, Yesenia, Doña Macabra e El amor tiene cara de mujer.

Uma vez que a telenovela havia aumentado sua capacidade de produção, os produtores cinematográficos perderam seu interesse em fazer este tipo de adaptação.

As últimas histórias produzidas originalmente para televisão, e que foram adaptada para a telona, foram mal recebidas pelo público, que já estava acostumado às grandes produções cinematográficas estrangeiras, e sua mentalidade estava mais aberta a outro tipo de ideias.

El maleficio 2, dirigida por Raúl Araiza, tentou apresentar uma nova aventura de Enrique de Martino, personagem muito popular na década dos anos 80, interpretado por Ernesto Alonso que teve como companheira Lucía Méndez e atores como Eduardo Yáñez, Armando Araiza e Sergio Giménez, entre outros, alcançando, simplesmente, maus comentários diante da péssima utilização de efeitos especiais e um péssimo argumento, tratando de competir com títulos estrangeiros como O exorcista e A profecia.

Uma das últimas delas foi Más que alcanzar una estrella, terceira parte do projeto Alcanzar una estrella, com Eduardo Capetillo e Mariana Garza como casal principal, criado e produzido por Luis de Llano Macedo. A segunda parte da história, foi também apresentada em telenovela, e, para finalizar, foi filmada esta versão, na qual participaram alguns atores da novela.
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