domingo, 13 de junho de 2010

De que país são suas telenovelas favoritas?

Confira o resultado da enquete:


México: 72 votos (69%)

Brasil: 21 votos (20%)

Colômbia: 4 votos (3%)

Venezuela: 3 votos (2%)

Argentina: 3 votos (2%)


Total de votos: 103


Como se pode ver, através do resultado da enquete, não há o que discutir, as telenovelas mexicanas conquistaram os telenoveleiros brasileiros, e aqui apresento um pouco da história deste que é o produto de entretenimento mais consumido no mundo da teledramaturgia:

No México, a telenovela se desenvolveu dentro de uma estrutura televisiva quase monopolítica, dominada pela empresa Televisa até 1993, quando a TV Azteca começou a ganhar espaço. Esta posição quase monopolista se pôde manter durante várias décadas, época na qual foi-se desenvolvendo o formato da telenovela mexicana.

A primeira telenovela que marcou o início desta fábrica de sonhos foi Senda prohibida, estelarizada por Silvia Derbez como antagonista e Beatriz Aguirre no papel da sofrida esposa de Francisco Jambrina. O melodrama de Fernanda Villeli tornou-se um sucesso; um triângulo amoroso que valeu a Silvia Derbez, nesse tempo, o desprezo das donas-de-casa por seu papel de destruidora de lares. A consagração das telenovelas chegou com Gutierritos, das mãos de Estrella Calderón. O personagem foi interpretado por Rafael Branquells que se tornou um heroi da classe média burocrática, vítima de sua esposa frustrada María Teresa Rivas. Sua emissão iniciou-se em setembro de 1959 e seus níveis de audiência provocaram uma venda de televisores nunca vista desde a chegada desde meio no México, havia nove anos.

Com a chegada Maricruz Olivier às telenovelas surgiu uma das mais terríveis antagonistas, por suas interpretações pertubadoras. Ninguém como ela conseguiria manifestar a loucura vingadora com seu levantar de sobrancelhas e com o regalar de seus belos olhos verdes. A atriz se tornou o pesadelo das donas-de-casa com sua caracterização na telenovela Teresa, que foi interpretada por Salma Hayek em uma nova versão trinta anos mais tarde e que, brevemente, receberá um novo remake. Maricruz converteu as mulheres em protagonistas, terminando com o efêmero reinado de Rafael Branquells em Gutierritos.

A mãe da "telenovela rosa" foi a tabasquenha, criada em Porto Rico e radicada em Cuba, Caridad Bravo Adams. O êxito de suas rádio-novelas se refletiu no cinema com a filmagem de várias delas: La mentira (1952), La intrusa (1953), Pecado mortal e Estafa de amor (1954) e Corazón salvaje (1955). Com esta última, Enrique Alvares Félix, filho da diva María Félix, ingressou na televisão e com este papel protagônico tirou o estigma que significava o sobrenome de sua mãe. Outra de suas telenovelas, La mentira, produzida por Ernesto Alonso, é conhecida como a primeira que contou com um tema musical: Se te olvida, do compositor Alvaro Carrillo.

Nunca as telenovelas tiveram um caráter tão marcadamente popular como quando se integrou à ela a escritora Yolanda Vargas Dulché, levando suas populares historinhas do coração à telinha. O primeiro impacto demolidor obteve María Isabel, a história de uma indígena que apaixonava seu patrão e ascendia como dama da sociedade. Após, chegou o erotismo malvado de Rubi e a suburbanidade com Ladronzuela, interpretada por Macaria.

Em 1963, Ernesto Alonso reuniu três feras do teatro, as espanholas Amparo Rivelles e Ofelia Guilmain e a cubana Carmen Montejo para intepretar a telenovela Doña Macabra do dramaturgo Hugo Arguelles. Surgia aí um gênero ainda não explorado: o humor negro. A história foi um êxito absoluto.

A Ernesto Alonso, o Senhor Telenovela, se devem os dramas históricos e graças a suas produções, surgiram uma enorme quantidade de figuras para a telinha. Produziu telenovelas desde 1960 até 2005, por sua intervenção foi que María Félix aceitou participar na telenovela histórica La Constitución.

Desde 1967, ano em que a Televisa começa a transmitir telenovelas importadas, a peruana Simplemente María, estelarizada por Saby Kamalich e Ricardo Blume, se torna a primeira delas e este drama superaria os níveis de audiência das telenovelas nacionais, alcançando 425 capítulos.

Em 1973, a presença de um novo rosto sobressai: Lucía Méndez, que popularizou ao máximo o drama La maestra Méndez, ao lado de Víctor Junco. Outra excelente produção foi La hiena, com Amparo Rivelles, Ofelia Medina e Carlos Bracho.

O ano de 1974 trouxe o grande êxito Ana del aire, interpretada por Angélica María, Andrés García e Fernando Allende que apareceu para competir com os galãs Lizalde e Alvarez Félix. Neste mesmo ano foi levada ao ar a telenovela mais longa da história mexicana e, curiosamente, não estava direcionada às donas-de-casa, mas sim às crianças, se tratou de Mundo de juguete, que chegou a 612 capítulos com as atuações de Sara García, Graciela Mauri, Evita Muñoz Chachita, Irán Eory e Ricardo Blume, sob a produção de Valentín Pimstein. Foi uma adaptação da minissérie argentina Papá corazón.

Em 1979, a Televisa alcançou sua grande meta: exportar suas telenovelas para todo o mundo e não somente aos países de língua espanhola. A repercurssão internacional foi alcançada graças à adaptação do venezuelano-mexicano Carlos Romero e as atuações de Verónica Castro e Rogelio Guerra em Los ricos también lloran (Os ricos também choram), que se tornou, também, a primeira telenovela mexicana a ser importada pelo Brasil.

Em 1982, Verónica Castro, que rapidamente se tornava a favorita do público em toda América Latina, acompanhada de Salvador Pineda, alcançou um êxito sem precedentes com El derecho de nacer (O direito de nascer), em sua segunda versão. Também apareceu a argentina Christian Bach em El amor nunca muere, ao lado de Frank Moro, e a violinista e vedete Olga Breeskin, que atraiu ainda mais o interesse dos homens para as telenovelas.

Em 1983, duas telenovelas levaram a honra: Bodas de odio, que consagrou Christian Bach e Frank Moro e El maleficio (Estranho poder), que paralizou o país inteiro com seu dramático final, onde Ernesto Alonso, além de produzir e dirigir, também atuava, acompanhado por Jacqueline Andere e Norma Herrera.

Em 1984, La traición, com as atuações de Sergio Jiménez e Emílio 'Indio' Fernández e Tú eres mi destino, com Claudia Islas e Enrique Alvarez Félix, se destacaram como clássicos do gênero.

Em 1985, um trio de telenovelas se fez brilhar: De pura sangre, com Christian Bach e Humberto Zurita, que levaram o amor dos intérpretes além das telinhas; Tú o nadie (Só você), com a magnifica atuação de Lucía Méndez e Salvador Pineda; e Angélica, com os novatos Erika Buenfil e Sergio Goyri.

Em 1986, sob a direção de Sergio Jiménez, em sua estreia como diretor, grava-se Herencia maldita, com Angélica María e David Reynoso e se alcança mais um êxito.

Em 1987, duas telenovelas se sobressaem: Senda de gloria, com Ignacio López Tarso e Blanca Sánchez, e Victoria, que colocaria Victoria Ruffo como uma das protagonistas mais solicitadas, ao lado de Juan Ferrara.

A partir da década dos anos 90 até a atualidade, as telenovelas da Televisa se dimensionaram de uma forma inaudita, apareceram novos rostos como Leticia Calderón, em Yo compro esa mujer (Eu compro essa mulher), ao lado de Eduardo Yáñez; o toureiro e ator Guillermo Capetillo, em Atrapada; Daniela Castro, em Triángulo, e Rebecca Jones, em La sonrisa del diablo. Começou-se a criar remakes, onde se voltou a comprovar o gosto do público pelas telelágrimas.

Ernesto Alonso continuou com produções históricas como El vuelo del águila e La antorcha encendida. Um êxito mundial se deu com Dos mujeres y un camino, onde Itatí Cantoral, Bibi Gaytán e Laura León, ao lado de Carla Estrada, conseguiram os primeiros lugares de audiência; Rafael Rojas, Edith González e Alejandro Camacho brilharam em La sombra del otro, tanto que, em 1995, Lazos de amor (Laços de amor), consagrou a atriz e cantora Lucero com a interpretação de três personagens. Ana Colchero, Alfredo Adame e Adriana Roel, mostraram seu talento em Yo no creo en los hombres (Eu não acredito nos homens); Angélica Rivera e Francisco Gattorno chamaram a atenção em La dueña, que posteriormente também recebeu um remake brasileiro, além de, atualmente, estar sendo exibida uma nova versão no México, chamada Soy tu dueña.

Merece especial atenção a telenovela El abuelo y yo (Vovô e eu), onde o grande ator Jorge Martínez de Hoyos apadrinhou Gael García e Ludwika Paleta; Carla Estrada alcançou o auge com a super-produção El privilegio de amar (O privilégio de amar), onde reuniu Adela Noriega, Andrés García, Helena Rojo, Marga López e René Strickler.

Não pode faltar o drama juvenil Soñadoras, com a presença de Aracely Arámbula, e nesta mesma década, Thalía dá um passo à teledramaturgia com sua trilogia que arranca com María Mercedes (Maria Mercedes), segue com Marimar e conclui com María la del barrio (Maria do bairro).

Sem dúvida as telenovelas são parte importante na cultura latino-americana, nos fazem chorar, sorrir e nos apaixonar, mas também nos inspiram. Um dos mais recentes fenômenos de popularidade foi representado por La fea más bella (A feia mais bela), que consagrou Angélica Vale e Jaime Camil.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Para mim, historicamente, Brasil ( através da Globo,Bandeirantes,SBT e Manchete) e México (pela Televisa e TV Azteca) vão para o trono empatados. O resto é pura imitação. Só acho que tanto Brasil como México precisam parar um pouco com essa história de remakes, isso já está cansando, tanto lá como cá.

Anônimo disse...

Para mim o México é ainda o melhor produtor de novelas, mas não o único, existem mais de cem países que produzem novelas, e ultimamente estão crescendo as novelas turcas e coreanas, exibidas nos quatro cantos do mundo, havia inclusive um boato de que o SBT começaria a exibir doramas coreanos no horário nobre, na época que havia rompido o contrato com a Televisa...