Julia (Arcelia Ramírez), a protagonista, leva uma vida normal com seu marido e dois filhos. Tudo parece em ordem, até o dia em que o marido a troca por outra. Todo seu mundo entra em crise. Para manter os filhos, Julia exerce um tipo de medicina informal, profissão com a qual encontra remédio para todos os males, menos para os seus próprios.
A tragédia se apresenta ainda maior quando o proprietário da casa onde mora decide desalojá-la. Julia, no entanto, não esmorece. A dor e a tristeza logo dão lugar à coragem e à sede de vingança. Ela não se conforma em ser largada às traças, sem mais nem menos e colocará novas cartas na mesa, não tendo mais como voltar atrás.
Este filme, diga-se de passagem, o primeiro latino-americano gravado totalmente em sistema digital, ainda conta com as participações de Luis Felipe Tovar, Patricia Reyes Spíndola, Ernesto Yáñez, Martha Aura, Francesca Guillén e Loló Navarro.
Em Así es la vida, Ripstein propõe uma leitura moderna de Medeia, recriando a tragédia grega da mulher que, abandonada, mata seus dois filhos num ambiente sufocante e surrealista em um entorno mexicano contemporâneo, onde se aborda, além das referências existentes entre as personagens, muita ação, atualizando a singularidade do drama de Sêneca a partir dos temas da infidelidade, da verdade e de lembranças, característicos também nos filmes de Ripstein.
O filme ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Havana no ano do seu lançamento e rendeu à protagonista vivida pela atriz Arcelia Ramírez, quatro indicações ao Ariel Awards, a principal premiação do cinema mexicano.
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